Recentemente, o CEO da SpaceX e da Tesla Motors Elon Musk assumiu, sem qualquer remorso, parte da responsabilidade pelo Golpe de Estado na Bolívia para roubar o lítio do país. Algumas pessoas ficaram surpresas com essa notícia não sei o porquê. Ora, os super ricos, os tais plutocratas, trabalham fazendo exatamente isso: decidindo os rumos políticos e econômicos do mundo todo. Um sujeito como o Elon Musk que tem mais de US$ 70 bilhões em fortuna não é apenas rico, mas é também um dos donos do mundo. Homens bilionários pelo mundo todo fazem exatamente a mesma coisa, porque quando a riqueza entra na casa dos bilhões de dólares, passa a se tornar medida de poder e não apenas de riqueza.
Ao contrário dos extremistas que querem exterminar todos os plutocratas e dividir as riquezas deles entre os mais pobres, eu sou a favor de algo mais eficiente: da politização da população, especialmente da classe média. Bilionários só existem no nosso mundo porque parte da classe média age como lacaia desses homens. Políticos, juízes, militares, empresários e jornalistas agem como mediadores para que esses caras fiquem cada vez mais ricos enquanto os trabalhadores fiquem cada vez mais pobres. Tudo isso em troca de migalhas: prestígio, cargos, estabilidade, um milhãozinho aqui ou outro ali... O Golpe de Estado só aconteceu na Bolívia porque a classe média de lá apoia um mundo desigual onde plutocratas como o Musk podem ter tudo, e bilhões de outros seres humanos não podem ter nada. Falta politização e empatia. O mesmo ocorre em 99% dos países capitalistas, incluindo o Brasil. A exceção fica por conta dos renegados Cuba e Coreia do Norte. Nesses dois países, como as pessoas de lá são mais politizadas, não há abertura possível para Golpes de Estado.
O problema da desigualdade do mundo, quem diria, não é por culpa dos homens mais ricos, mas por culpa da própria classe média que se omite, que acoberta, que defende, que passa pano para que bilionários façam o que fazem. Só iremos ter um mundo mais justo quando a maioria de nós compreender que é preciso pensar nos semelhantes, nos excluídos, na coletividade, no bem-estar social e entender que o atual capitalismo financeiro só deu certo para um punhado de homens brancos que não dão a mínima para as injustiças do mundo.