domingo, 30 de junho de 2013

A ameaça dos videogames (ou não)


No post 20 motivos para proibir os videogames, eu mostrei de forma bem humorada e irônica algumas das razões mais toscas do universo para proibir os jogos de videogame. Mas parece que muita gente por aí leva essa "brincadeira" a sério demais, chegando a sugerir que chacinas e genocídios são praticados graças aos videogames. Um exemplo disso foi quando a Rede Record, em uma reportagem absolutamente tendenciosa, tentou associar jogos de videogame ao massacre que ocorreu numa escola em Realengo em 2011, no Rio.
Mas a loucura de acusar jogos de videogame não para por aí. O game Resident Evil 5, por exemplo, foi acusado de racismo por mostrar os protagonistas da história massacrando zumbis negros num país imaginário da África. Já games como GTA e Mafia foram acusados de estimularem o tráfico e a violência. Os jogos de tiro em primeira pessoa, então, nem preciso mencionar... Nem o clássico Super Mario Bros escapou, pois foi acusado de fazer apologia a drogas (cogumelos alucinógenos) e de violência contra animais (pisar em tartarugas).

Chateados com toda essa conspiração contra os games, alguns internautas bem-humorados resolveram criar uma página no Facebook só para debochar desses argumentos anti-games. Se bem que muitos desses argumentos foram utilizados de verdade para atacar os videogames. A seguir deixo algumas dessas pérolas:








Imagens roubadas (no bom sentido) da página Unidos Contra VideoGamista.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

PEC 33: a ditadura parlamentar


A Proposta de Emenda Constitucional número 33 de 2011, do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), mais conhecida como PEC 33, tem como objetivo modificar a relação entre os três poderes do país. Se aprovada, esta PEC permitirá ao Congresso ter controle sobre ações do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo o poder de vetar as decisões do mesmo. Na prática, isso significa que as decisões do STF não terão qualquer validade sem a aprovação do Poder Legislativo. Resumo da ópera: esta PEC praticamente cria uma ditadura parlamentar no Brasil, ditadura essa exercida por corruptos, fundamentalistas religiosos e pessoas que mal conhecem as nossas leis.

Chega dessa palhaçada! O Brasil merece RESPEITO!

"Eles (CCJ) rasgaram a Constituição. Se um dia essa emenda vier a ser aprovada é melhor que se feche o Supremo" (Gilmar Mendes, ministro do STF)

"Tem quase 80 anos a tradição já consolidada de se permitir que o Supremo Tribunal Federal declare a inviabilidade jurídica de uma lei votada pelo Congresso por violação de uma cláusula constitucional. Por que alterar isso agora, em pleno século 21? Essa medida, se aprovada, fragilizará a democracia." (Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal)


As manifestações nas ruas precisam exigir que esta PEC seja derrubada. É possível também assinar um abaixo-assinado no site Petição Pública, link abaixo:
Abaixo-assinado O povo diz não à PEC 33/2011

Acorda, Brasil!

quinta-feira, 27 de junho de 2013

PEC 99 e a morte do Estado Laico


O Projeto de Emenda Constitucional 99 de 2011, mais conhecido como PEC 99/11 de autoria do deputado federal João Campos (PSDB-GO), está colocando em risco a laicidade do país. Olhe o que diz esta emenda:

"Acrescenta ao art. 103, da Constituição Federal, o inciso X, que dispõe sobre a capacidade postulatória das Associações Religiosas para propor ação de inconstitucionalidade e ação declaratória de constitucionalidade de leis ou atos normativos, perante a Constituição Federal."
Fonte: Câmara.gov

O que essa ementa propõe é que as associações religiosas devem ter o poder de propor ações de constitucionalidade e inconstitucionalidade para decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja: essa PEC praticamente transforma o Estado Brasileiro numa teocracia. Para quem não entendeu, teremos uma verdadeira Inquisição no Brasil, já que as instituições religiosas terão mais poderes que o Poder Judiciário.


Para saber mais:
PEC 99/11 – O maior ESCÂNDALO deste país
Nova agressão fundamentalista ao Estado Laico e às minorias

Fora PEC 99!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Um recado para os políticos corruptos...

Um recadinho rápido para todos os políticos que querem limitar os poderes do Ministério Público através da PEC 37:

segunda-feira, 24 de junho de 2013

O machismo e a face negra do patriarcado

Paradoxo machista

Um dia desses estive tentando compreender o que leva algumas mulheres a entrarem em movimentos feministas radicais e percebi uma coisa muito triste: que nós vivemos em um mundo que praticamente conspira contra o gênero feminino. Vou dar alguns exemplos abaixo:

- Meninos são criados de forma diferente das meninas.
- Meninas crescem ouvindo que o seu sexo é feio, enquanto que os meninos aprendem que o falo é um símbolo de poder.
- As principais religiões monoteístas possuem um deus machista.
- A imensa maioria dos líderes religiosos são homens.
- A maioria dos políticos são homens.
- A maioria dos megaempresários, magnatas e presidentes de empresas são homens.
- A maioria dos oficiais das Forças Armadas são homens.
- O humor visto na mídia é sexista.
- A publicidade, mesmo quando voltada para as mulheres, reforça ideias machistas.
- A maioria dos esportes destaca as modalidades masculinas (futebol, por exemplo).
- Os homens geralmente recebem melhores salários.
- A maioria dos vencedores do prêmio Nobel são homens.
- Os homens são maioria no mercado de trabalho.
- A maioria dos casos de violência doméstica são de homens contra mulheres.
- A maioria das vítimas de abuso e violência sexual são mulheres.
- As mulheres são rotuladas de "sexo frágil" mesmo vivendo mais que os homens.
- As mulheres não possuem autonomia sobre os seus corpos (vide o Estatuto do Nascituro).
- Mulheres que se declaram feministas são hostilizadas até mesmo por outras mulheres.
- Apenas as mulheres recebem insultos e xingamentos por viverem livremente a sua sexualidade.
- A pornografia geralmente trata as mulheres como objeto de satisfação dos homens.
- A sociedade diz que as mulheres dirigem pior, mesmo quando a maioria dos acidentes são provocados por homens.
- Mulheres são submetidas a uma cruel ditadura da beleza.
- O sofrimento feminino é minimizado (cólicas, fibromialgia, enxaqueca são tratados como problemas pequenos).
- Mulheres sofrem numa cultura que as culpa pela violência sexual que elas sofreram.
- Mulheres são acusadas de terem inventado ou descoberto menos coisas que os homens (desconsiderando, claro, toda a repressão machista ao longo da história).
- A maioria dos grandes feitos históricos trazem os homens como heróis.


Essas razões acima são as evidências de que vivemos numa sociedade profundamente machista, patriarcal e voltada para os interesses dos homens. E o que me incomoda mais nisso tudo é que as poucas mulheres corajosas o bastante para lutar contra essas diferenças são fortemente reprimidas, sendo tratadas como "lésbicas loucas" e acusadas de possuir "inveja do pênis" ou então de serem "mal-comidas". Isso tudo só mostra o quão cegas as pessoas são diante da ditadura do patriarcado.
Por tudo isso acho que o movimento masculinista não passa de um bando de conservadores com medo de perderem o poder sobre as mulheres. Nenhum gênero tem que ter poder sobre o outro. Precisamos da participação das mulheres tão ativa quanto a dos homens para termos uma sociedade mais justa para todos.

sábado, 22 de junho de 2013

Onde isso vai parar?


Eu admito que fui ingênuo e até otimista demais em apoiar esses manifestos que estão ocorrendo em todo país. Não que eu ache que os manifestos sejam ruins, muito pelo contrário: eles quebraram a inércia do nosso povo num momento crucial. O problema é que esses manifestos perderam o rumo e os protestos ganharam um caráter individualista, onde cada um protesta pelos seus próprios interesses pessoais.
O Movimento Passe Livre, que começou as manifestações pedindo a redução das passagens, já teve a sua reivindicação atendida. O que restou agora foi um monte de jovens, apartidários em sua maioria, querendo mudanças a todo custo na base do grito. O problema é que não se resolvem mazelas sociais dessa maneira. É preciso primeiro ter foco, depois é preciso ter um porta-voz e, por fim, é preciso saber propor soluções. Todo mundo está indignado com a situação do país, mas quantos estão indicando as formas de resolver os problemas? É preciso saber propor soluções para os problemas do país. Se quisermos melhoria nos transportes públicos, então quais são as nossas propostas objetivas neste aspecto? Onde estão os nossos representantes? É preciso organização para poder dialogar com o Governo e exigir mudanças.

Apatia política
Uma coisa que me chama atenção é que a maior parte desses manifestantes são jovens que cresceram numa época de relativa calmaria econômica. Desde a criação do Plano Real, lá em 1994, que a inflação se manteve razoavelmente controlada. Essa geração atual não viveu grandes turbulências econômicas, não viu nenhuma ditadura e se acostumou com a relativa calmaria da era pós-Collor. Creio eu que essa 'calmaria' toda acabou acomodando as pessoas, mantendo-as longe do interesse pela política, afinal, se está tudo ok, para que se interessar por política, né? Some a isso os escândalos que ocorreram na nossa política ao longo dessas duas últimas décadas que temos o fortalecimento daquela ideia de que a política é algo "asqueroso" ou então uma coisa "sem tanta importância". Devido a tudo isso, talvez, a maior parte dessa geração dos videogames e da internet tenha se mantido alheia à conjuntura política. O resultado disso se reflete nas ruas com uma classe média revoltada, desorganizada e antipartidária. Aliás, este "apartidarismo" tem sido um dos maiores problemas dessas manifestações, porque as pessoas estão hostilizando os partidos políticos e apoiando um totalitarismo apartidário sem perceber. Que raios de democracia é essa?

Jeitinho brasileiro
Engana-se quem pensa que corrupção é algo exclusivo dos políticos. Que moral temos para exigir o fim da corrupção dos parlamentares se nós não largamos o nosso "jeitinho brasileiro"? Enquanto nós continuarmos sonegando impostos, subornando guardas de trânsito e aceitando propinas para burlar as leis, não teremos moral alguma para exigir o fim da corrupção. Para mudarmos o mundo, temos que começar mudando a nós mesmos para dar o exemplo. Precisamos dar um fim a essa hipocrisia, senão as coisas não vão para frente.

Ideias insanas
Durante os manifestos surgiram pessoas reivindicando todo tipo de coisa. Mas o que me preocupou foi que havia uma pequena fatia de pessoas querendo a dissolução do Congresso Nacional. Porem, o que poucos se dão ao trabalho de saber é que a culpa por existirem corruptos dentro do congresso se deve basicamente a três coisas: a cultura do jeitinho brasileiro, a impunidade e a alienação política da imensa maioria da população. Junte tudo isso e temos todos esses parasitas no congresso. Mas a solução definitivamente NÃO é fechar o Congresso. É preciso saber votar direito, combater a impunidade e abandonar essa cultura ridícula cheia de "jeitinhos".

Outra coisa que me deixou apreensivo foi uma pequena fatia de pessoas que protestaram pedindo a volta dos militares ao poder, como ocorre, por exemplo, nesta página aqui do Facebook. É inacreditável que após todas as lutas para derrubar um regime militar ainda exista gente que se opõe à democracia exigindo uma ditadura. Isso é simplesmente irresponsável: uma alienação política de nível colossal. Se houvesse uma nova ditadura, não haveria passeatas, protestos, liberdade de expressão e nem mesmo a internet. A internet teria que ser cerceada ou proibida no Brasil por ela ser uma arma poderosa contra qualquer regime. E qualquer um que tentasse se opor à ditadura seria perseguido, torturado e executado. Será que é disso mesmo que nós precisamos? Vão conhecer primeiro a história desse país antes de defender uma coisa tão sanguinária e repugnante quanto uma ditadura.

Possíveis desfechos
Eu vejo quatro possíveis desfechos para esses protestos, que são os seguintes:

1º - Fogo de palha
Se os manifestantes se calarem e voltarem à velha apatia política de sempre, então essa luta não terá servido para muita coisa. Esses protestos precisam de organização, de liderança e também de saber a hora de parar. Se houver protestos desorganizados todos os dias, as pessoas vão se cansar e o vandalismo vai comer solto. É preciso saber perseverar, mas de forma organizada e com foco em questões específicas em cada manifesto.

2º - Mudanças progressivas
Este é o melhor cenário possível. Aqui passarão a ocorrer protestos organizados e com foco, mantendo um diálogo entre o Estado e os manifestantes. Sempre que o povo quiser se manifestar contra ou a favor de algo, terá este direito.

3º - Golpe de Estado
Apesar de me parecer pouco provável, é possível que essas manifestações criem um grande caos nas ruas e a ordem então precise ser restabelecida. Num cenário de desordem total, vandalismos generalizados, saques e depredações que fujam do controle da polícia, poderemos entrar em um Estado de Sítio que culmine numa Lei Marcial: ambiente este muito favorável para um Golpe de Estado. Possivelmente teremos, neste cenário, algum conservador de direita surgindo com o intuito de colocar o país nos eixos através de uma ditadura asquerosa.

4º - Guerra civil
Este é o desfecho mais improvável, porque precisaríamos de pelo menos dois grandes grupos se enfrentando, e eu não vejo nada disso. O que eu vejo são marginais infiltrados nesses movimentos querendo arrumar encrenca à toa. Um passarinho me contou nesses dias que esses vândalos são radicais de direita que querem causar um caos nas ruas para forçar o fim do movimento. Eu, particularmente, não consigo ver a coisa por esse lado. Na minha opinião, esses vândalos são pessoas exaltadas ou apenas bandidos infiltrados querendo jogar mais lenha na fogueira.

5º - Regime totalitário
Se surgir um líder carismático que esteja disposto a atender aos desejos dos manifestantes e que seja "apartidário", é bem possível que este líder queira iniciar uma revolução com o aval popular. Neste caso poderemos cair num regime totalitário apoiado pelo próprio povo. Esses protestos genéricos e sem metas definidas se degeneram facilmente em "vamos derrubar o governo e acabar com os políticos": o que só é bom para golpistas e ditadores.

Terminando...
Pela primeira vez na história as pessoas estão recusando o "pão e circo" para protestar a favor da educação e da saúde. Isso, por si só, já é um feito incrível. Mas essa insatisfação generalizada precisa de foco, organização e liderança. Se não houver isso, correremos o risco de lidar com consequências que tornem as coisas piores do que já estão.
Outro fator é que o povo precisa aprender a votar, especialmente para o legislativo. Um país que escolhe um palhaço (com todo respeito ao Tiririca) para a câmara não possui qualquer cultura política.
Chega de alienação política.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A revolução dos 20 centavos


Desde o movimento dos caras-pintadas, lá em 1992, que eu não vejo o povo se unir em prol de uma causa com tamanha adesão popular. Agora, em 2013, os protestos que começaram contra os abusos nos aumentos das passagens acabaram virando um motim (no bom sentido) geral. Apesar de não ter participado diretamente desses protestos, eu apoio integralmente o movimento. As pessoas que aderiram ao movimento e foram para as ruas me deram orgulho de viver num país onde há cidadãos conscientes do poder que têm em suas mãos. Este é um momento histórico onde deixamos de ser acomodados e passamos a tomar uma atitude coletiva, ainda que meio desengonçada.

Que país é esse?
O Brasil vive um momento onde há muita porcaria junta acontecendo de uma vez só: PEC 37, "cura gay" sendo aprovada pela CDH, políticos roubando descaradamente, superfaturamento na construção dos estádios, transporte público caro e ruim, hospitais públicos caindo aos pedaços, escolas públicas com péssimo ensino... Foi tanta purulência junta, que uma hora esse abscesso social acabou estourando. A gota d'água foi esse aumento abusivo das tarifas de ônibus que deflagraram os protestos nas ruas das principais cidades do país. Finalmente as pessoas tomaram uma atitude e resolveram peitar o sistema para tentar mudar as regras do jogo. Depois de sermos alvos de chacota no exterior por sermos "passivos, preguiçosos e acomodados", agora resolvemos mostrar a força que o povo unido possui. Isso é mais do que parece à primeira vista, pois trata-se de um marco histórico. As futuras gerações hão de lembrar deste 17 de junho de 2013 como o dia que nos indignamos com a situação do país e resolvemos mudar.

20 centavos: você ainda acha pouco?
Não é brincadeira ter que pagar uma passagem cara e ter um transporte de péssima qualidade. Apesar de 20 centavos não parecerem muita coisa, um trabalhador que precise fazer várias viagens por dia vai desembolsar valores superiores a R$ 100 por mês apenas com passagens. Quem recebe um salário mínimo de 670 pratas vai gastar mais de 15% do seu salário com um transporte ruim. E para quem acha que o transporte público está uma maravilha, basta ver que a maioria ônibus não possui locais para cadeirantes, não possui ar-condicionado, não possui assentos confortáveis e nem segurança. Fora os diversos problemas de projeto, acessibilidade, ergonomia e até estética nesses veículos que quase sempre vivem lotados. E, para piorar, ainda há o descaso com os motoristas e cobradores que trabalham em turnos estressantes e ganham mal. O transporte público está uma porcaria sim senhor!

Críticas aos protestos
Existem três pontos que eu preciso criticar nessas manifestações. O primeiro deles são os atos de vandalismo isolados que ocorrem no meio dos protestos. Soltar coquetéis molotov, destruir, depredar e pichar NÃO são atitudes de pessoas que querem mudar algo: isto são atitudes de marginais. A sorte é que estes vândalos são minoria e costumam ser hostilizados pelos próprios participantes das manifestações.
O segundo ponto que me incomoda nesses protestos é ausência de um foco. Quer protestar contra o aumento das passagens, ok. Quer protestar contra a má qualidade do transporte, ok. Mas misturar esses reivindicações com ideias de "passe livre", ou de "luta contra a corrupção", ou de "protestos contra a Copa do Mundo", ou de "luta por um país melhor", aí eu discordo. É preciso uma manifestação diferente para cada uma dessas causas. Misturar tudo no mesmo balaio não resolve nada. É preciso saber o que está sendo reivindicado para poder cobrar mudanças depois.
O último ponto a ser criticado é a realização de passeatas em locais próximos a hospitais. Pessoas que estão morrendo dentro de ambulâncias não podem esperar acabar a passeata para serem atendidas. Se quer protestar, faça isso com responsabilidade. Ambulâncias com sirene ligada devem ter passagem livre em qualquer tipo de manifestação.
E lembrem-se que há uma Copa das Confederações ocorrendo aqui. Atrapalhar um evento internacional com protestos sem um propósito definido só serve para queimar o filme do Brasil no exterior e assustar os turistas que só vieram para cá assistir aos jogos. Falta mais organização e disciplina nesses protestos.

Protesto sem causa
Uma coisa que eu notei nesses manifestos foi que muitas pessoas estavam ali sem nem saber ao certo o que estava acontecendo. Tive a nítida impressão que muita gente compareceu aos protestos encarando a coisa como se fosse um convite para uma grande festa pública promovida pelas redes sociais. Alie isso ao espírito transgressor, a rebeldia sem causa e temos um bando de jovens fazendo barulho para exigir algo que não possuía uma causa bem definida. Patriotismo, sim, niilismo, não. Saiba pelo que está lutando para não ser um alienado.

A raiz do problema
A verdadeira causa do péssimo transporte público e das passagens caras não é o Estado e nem as empresas de ônibus, como muitos pensam. Claro que estes têm também a sua parcela de culpa, mas eles não são os únicos e nem os principais. Querer baixar os preços das passagens debaixo de gritos sem saber o que de fato está acontecendo não vai resolver o epicentro do problema. A causa de todo esse furdunço está na própria estrutura do sistema. É preciso baratear o custo de produção dos ônibus, desenvolver novas tecnologias, contratar pessoal qualificado, buscar fontes de energia alternativa, consertar as estradas e permitir a livre concorrência e/ou o open source. Esse conjunto de fatores é que vai fazer com que os ônibus tenham um menor custo de produção e manutenção, baixando o preço das passagens. É simplista querer apenas reduzir a carga tributária, porque se o Estado reduz os impostos dos transportes, vai ter que criar outros impostos para compensar essa perda.

Outra coisa que precisa ser feita é um investimento correto do dinheiro público, coisa que parece-me quase utópica, mas que também precisa-se de uma luta a esse favor.

Para terminar
Todas as pessoas que protestaram PACIFICAMENTE nas ruas do Brasil estão de parabéns pela iniciativa, pela coragem, pela determinação, pela organização e pela consciência. Porém, como mencionei, é preciso FOCO nessas questões e saber propor SOLUÇÕES. Só assim poderemos construir um futuro melhor para nós e para as futuras gerações. Espero que esse seja só o começo.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Irreligiosos (pessoas sem religião)


No mundo existem basicamente três grandes grupos de pessoas: os religiosos, os irreligiosos e os falsos religiosos. Os religiosos são aqueles que creem no deus das suas religiões e seguem os seus preceitos. Os irreligiosos são as pessoas que não possuem religião, mas podem ou não crer em algum deus. E, por fim, temos os falsos religiosos, ou religiosos fracos, que são aqueles que creem no deus da sua doutrina, mas não seguem a religião e nem praticam os seus rituais (ex: católicos não praticantes). O foco desta postagem serão os irreligiosos, pois este é o grupo ao qual eu pertenço e sei que tem crescido bastante no mundo principalmente com a chegada da internet.
O que acontece hoje em dia é que muitas pessoas irreligiosas têm dúvidas com relação ao que são, pois muitas delas abandonaram as religiões que seguiam e ficaram à deriva sem saber definir o que realmente são.
Abaixo eu colei um fluxograma contendo uma série de perguntas curtas que podem ajudar a dizer o que cada um pode ser:

Teste irreligioso (clique para ampliar)

Eu tentei desenvolver um questionário para que as pessoas pudessem determinar o que são. Porém, o problema do questionário é que ele é muito objetivo, e não tem como ser exato com relação às nossas posições ideológicas – ainda mais com relação a algo tão vago quanto a não-crença. É possível, por exemplo, alguém ser agnóstico, ignóstico, ateu e apateísta ao mesmo tempo. Por isso, eu resolvi deixar a seguir todas as definições que eu conheço e que são comumente atribuídas aos irreligiosos para que cada um encontre a sua própria definição.

Categoria 1 - Irreligiosos que creem em algum deus
Nesta categoria estão listadas as principais posições filosóficas das pessoas que não têm religião, mas que acreditam em algum tipo de divindade. Veja o que cada crença ou posicionamento ideológico tem a dizer sobre deus:

Deísmo pessoal
Deus é um ser consciente que projetou o universo. Porém, após ser criado, o universo passou funcionar sozinho a partir das suas próprias leis. A existência desse deus pode ser compreendida por intermédio da razão. Também não é necessária fé para cogitar a sua existência e nem é necessário adorá-lo.

Deísmo impessoal
Deus é uma entidade amorfa, atemporal e criadora do cosmo. Este deus não se revela aos homens e nem interfere na realidade objetiva. Deus é, portanto, um fenômeno incognoscível que está além da compreensão humana.

Panteísmo tradicional
Tudo que há no universo possui uma origem e uma essência em comum – e essa essência que está presente em todas as coisas é responsável por toda a criação do universo. Se existe algo que merece ser chamado de deus, esse algo é justamente essa energia criadora que está em todas as coisas. Neste contexto, o universo inteiro é o próprio deus, pois deus e a natureza são indistinguíveis.

Panteísmo romântico
Deus está na harmonia e na ordem da natureza, está nas leis da física, nas constantes cosmológicas e na perfeição da matemática. Deus é o equilíbrio que rege todo o universo.

Panenteísmo
O universo sozinho não explica a si mesmo e nem a sua própria origem. O universo está contido em deus, porque deus, em sua totalidade, está além do que podemos perceber. O universo é apenas uma parte visível de deus, pois deus é muito maior que o próprio universo. Se deus fosse um iceberg, por exemplo, o universo seria apenas a ponta dele.

Pandeísmo
Deus passou a integrar o próprio universo ao criá-lo. O universo (e tudo que há nele) é como se fosse um sonho que se passa na mente de deus. O sonho (universo) é criado por deus e ao mesmo tempo também faz parte dele.

Teísmo irreligioso

Deus é uma entidade dotada de vontade própria, capaz de interferir na realidade objetiva e que se preocupa com as ações das pessoas aqui na Terra. Geralmente este tipo de teísta acredita no deus de alguma religião, mas não participa de rituais.

Agnóstico teísta
Para este tipo de agnóstico, é mais fácil encontrar Deus fora dos templos religiosos do que dentro deles. Se há mesmo um deus, cada um deve encontrá-lo à sua maneira – e não de maneira imposta pelas religiões dogmáticas. Sem dúvida as religiões servem mais para afastar as pessoas de Deus do que para aproximá-las Dele.
Se realmente houver um Deus, Ele está muito além do que nós humanos, em nossa infinita falta de humildade, podemos imaginar.


Categoria 2 - Irreligiosos agnósticos
Nesta segunda categoria estão listadas as posições filosóficas das pessoas que não têm religião e que não necessariamente creem num deus. Essas pessoas podem se identificar com as seguintes linhas de pensamento:

Agnosticismo
O agnóstico é alguém que não acredita e nem desacredita em deus. De modo mais amplo, o agnóstico é uma pessoa que não sabe se deus existe.

Ignosticismo
Um ignóstico acredita que existem conceitos demais conflitantes entre si para definir o que é deus. Para o ignóstico, antes discutir se existe ou não um deus, é preciso primeiro chegar a um consenso para definir o que vem a ser deus.

Apateísmo
O apateísta é indiferente à existência de algum deus. Vive a sua vida sem se preocupar com qualquer tipo de intenção divina por trás da existência do universo. A existência ou não de um deus não muda em nada a vida de uma pessoa apateísta.

Ateísmo fraco agnóstico
Este tipo de ateu não acredita em divindades, mas também não exclui a possibilidade de existir algum tipo de deus: incluindo aí os deuses pessoais das religiões. Esta é a forma mais branda de ateísmo, que apesar de não crer em divindades por falta de evidências, geralmente também defende que essa mesma falta de evidências não é a prova da inexistência de deus.

Ateismo forte agnóstico
Este ateu tem plena convicção de que os deuses das religiões não existem, mas considera teoricamente possível que possa haver alguma intenção por trás do cosmo e da natureza.

Ateísmo gnóstico
Um ateu gnóstico é uma pessoa que tem certeza de que não há deuses de nenhum tipo. Para este tipo de pessoa, os deuses certamente não passam de uma criação humana para explicar o universo e trazer significado para a vida das pessoas.

Eis o risco de ser religioso

Concluindo
É possível que alguém seja irreligioso e não se encaixe em nenhum dos conceitos listados anteriormente. Por isso acho uma bobagem que alguém tente se definir. Não é necessário buscar um rótulo para se definir. Qualquer um que se denomine cético ou livre pensador já pode se considerar um irreligioso.

"Deus está dentro de você e ao seu redor, e não em castelos de pedra ou em mansões de madeira. Levante uma pedra e encontrará Deus. Quebre um pedaço de madeira e Ele estará ali. Quem souber o significado dessas palavras jamais conhecerá a morte"  
(Jesus de Nazaré)

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Namorada imaginária


O dia 12 de junho se foi e muita gente passou a data em branco. Realmente é meio incômodo você andar pelas ruas e vê um monte de casaizinhos andando de mãos dadas, um monte de publicidade sobre o dia dos namorados, um monte de gente feliz com a sua cara-metade e você lá sozinho no sofá da sua casa, assistindo a uma comédia romântica numa tarde chuvosa...
Pois bem, tem muita gente por aí que não se dá por vencido(a) e resolve esse problema sozinho(a) (afinal, não é só homem que sofre de carência). Ao invés de ter o trabalho de criar perfis em sites de relacionamentos, ou de correr o risco de levar uns foras nas balada da vida, ou de arrumar companhia virtual no game The Sims, tem uma galerinha que prefere botar a imaginação para funcionar. É justamente aí que entra a figura da namorada imaginária.

Retrato falado de uma namorada imaginária

Dê asas à imaginação!
Acho que quase todo mundo normal já teve um amigo imaginário. Amigos imaginários, para quem não sabe, são aquelas pessoas invisíveis que você faz de conta que existem. Eu mesmo tive uma legião de amigos imaginários durante a minha infância e até parte da minha adolescência. O bacana do amigo imaginário é que eles estão sempre ali para o que der e vier e nunca vão te sacanear. Realmente é muito bacana ter alguém ali para desabafar, para contar os seus segredos, para rir das suas piadas ruins, para comentar sobre coisas insólitas... Os amigos imaginários são companheiros dos folguedos que levantam a sua autoestima e fazem com que você se sinta menos sozinho e carente nesse mundo frio e cruel.
Porém, quando a carência afetiva chega a um nível impossível de se suportar, bate em muitas pessoas aquele sentimento sorumbático que afligiu o Tom Hanks no filme Náufrago, nos obrigando a fazer uma amizade colorida com coisas inusitadas, seja com uma bola de vôlei ou com um porquinho da índia (salve, salve, Manuel Bandeira!). E é neste contexto que surgem as namoradas e namorados imaginários.

Bambam e Maria Eugênia: caso clássico de carência afetiva

Mas o que raios é uma namorada imaginária?
Namoradas imaginárias, segundo a fria concepção lógica, nada mais são que um produto da imaginação fértil de algumas pessoas que sofrem de carência afetiva aguda. Mas para quem tem uma namorada imaginária, ela é simplesmente tudo aquilo que sempre sonhamos, literalmente. Similar a um amigo imaginário, a namorada imaginária tem uma função bem semelhante, que é a de entreter, distrair, alegrar, trocar ideias (e até mesmo carícias). Sei que pode parecer loucura total, mas tem gente por aí que chega até mesmo a ter relações sexuais com as suas namoradas imaginárias. Acho que deve ser muito engraçado perder a virgindade fazendo sexo imaginário. Ou seria uma virgindade imaginária?
É bom que se diga também que uma namorada imaginária traz uma afetividade mais profunda do que podemos obter com um mero amigo imaginário. Com ela você pode ser romântico, carinhoso, cordial e ter intimidades a mais. O que importa, neste caso, não é se ela existe ou não. O que importa é o sentimento que você sente por ela e em quem você se transforma quando ela está do seu lado! Entende?

No que eu me transformo quando estou amando alguém

Tipos de namorada imaginária
Ao contrário do que alguns pensam, não existe apenas um tipo de namorada imaginária. Existe desde aquela criatura invisível, sem nome e sem rosto; indo até alguém que realmente exista de verdade, mas que não sabe nem que você existe.
Abaixo vou listar os tipos mais comuns de namoradas imaginárias:


Tipo 1 - Mulher invisível
Esse é o tipo mais tosco que existe. O cidadão carente devaneia que tem uma namorada e namora com ela na imaginação sem nem ao menos dar nome ou definir as características físicas dela. Esta namorada é uma espécie de entidade extracorpórea com quem o cara fala sozinho e finge estar apaixonado.


Tipo 2 - Mulher fantasma
Essa mulher aqui é uma espécie de poltergeist que só o criador dela consegue enxergar. Diferentemente do primeiro tipo, ela tem nome, identidade, rosto, personalidade, nacionalidade, altura, peso, voz e torce para algum time: todas essas características inventadas pela imaginação do rapaz carente. Essa namorada nada mais é do que uma personagem construída pela imaginação do seu criador. O relacionamento com ela geralmente ocorre em segredo e se limita a sua imaginação.


Tipo 3 - Relacionamento imaginário
Este terceiro tipo é semelhante ao tipo 2, só que com uma diferença: esta mulher realmente existe! O que não existe é o relacionamento entre você e ela! Aqui você escolhe uma guria interessante do mundo real (ou da ficção) com quem você não pode relacionar e namora com ela na sua imaginação. Creio que esse seja o tipo mais comum de namorada imaginária, principalmente de pré-adolescentes leitores da revista Capricho ou fãs de Boy Bands.


Tipo 4 - Namoro unilateral
Este caso é idêntico ao tipo 3, só que com um agravante: a pessoa finge que está namorando de verdade a pessoa em questão. Esse tipo acontece muito com aqueles guris que dizem estar "namorando" com a professora ou então com aquele fanfarrão que se vangloria de ter "traçado" a Cléo Pires. Em 100% dos casos a tal "namorada" (de quem você tanto se orgulha em falar para os parentes e amigos) sequer sabe da sua existência ou do relacionamento entre vocês. Esse caso ocorre muito quando um sujeito tem uma amiga por quem ele é apaixonado e ela não corresponde. Daí que o sujeito inventa um namoro só para dizer que não está solteiro.

Sonho de todo namorador imaginário

Como se namora com uma namorada imaginária?
Eu sei que parece papo de maluco, mas existem muitas formas de interagir com uma namorada imaginária. Vamos a alguns exemplos:

Caso 1 - Interação imaginária
Esse é o caso mais comum. Aqui toda a interação com a suposta namorada acontece na imaginação. Dos diálogos até as carícias, tudo ocorre apenas dentro da cabeça do criador. Tem gente que gosta de abusar da criatividade e consegue brigar com a namorada imaginária, discutir a relação e chega ao ponto de imaginar sogras imaginárias, filhos imaginários... Mas esses casos fogem à regra.


Caso 2 - Interação real
Este caso se aplica a seres inanimados (bonecas infláveis, bolas de vôlei, porquinhos da índia e coisas do gênero). Aqui você escolhe um objeto real e tangível qualquer para interagir e finge que ele é a sua namorada. Tem gente que leva isso tão a sério, que já vi pessoas tentando se casar com videogames, com árvores e até mesmo com a própria mão esquerda.


Caso 3 - Relacionamento dadaísta
Este caso, na minha opinião, é patológico. Aqui o sujeito realmente acredita que a sua namorada imaginária existe e sai por aí de mãos dadas com o nada, abraçando o nada, beijando o nada, tirando fotos com o nada. Se alguém com o juízo perfeito faz isso, creio que seja apenas uma arte performática do dadaísmo pós-moderno. Ou não.

Sasha já namorou na imaginação de muita gente

Fechando esse assunto
Ter uma namorada imaginária nunca foi e nunca será um problema. O problema é você misturar ficção com realidade, senão vai parecer que você é um doido varrido. Penso que o namoro imaginário seja algo até importante para o desenvolvimento de algumas pessoas, mas insistir nele durante a vida inteira talvez não seja a melhor opção para quem quer levar a sua loucura a sério, afinal: amar é coisa de gente doida mesmo.

terça-feira, 11 de junho de 2013

O Rio de Janeiro continua lindo...


Para provocar um pouquinho os mal humorados que vivem dizendo que o Rio de Janeiro é uma cidade feia, suja, fedorenta e cheia de gente mal-educada, aí vão algumas imagens desse lugar "horrível":














Imagens do fórum MeteoPT.