quarta-feira, 24 de dezembro de 2014
Ser criança em 1994
Há 20 primaveras atrás chegava ao fim um dos anos mais divertidos e importantes da década de 1990, que foi o "anão" (ou seria anaço?) de 1994. Quem foi criança nesse ano certamente deve ter tido muitos motivos para não ter se esquecido dele - isso tanto é verdade que eu tive que dedicar um post inteiro só para falar sobre ele.
Pois bem, eu comecei o ano de 1994 com 10 anos de idade e o fechei com 11, portanto, esse ano marcou praticamente o início do fim da minha inesquecível infância. A transição da infância para a adolescência começou a se dar nessa época para mim. Isso, por si só, ajudou a tornar o ano de 1994 mais relevante para mim - mas para esse ano ter sido tão especial, muito mais precisou ocorrer durante os seus 365 dias. Para começo de história, vimos o controle da inflação no país com a chegada do Plano Real no Governo Itamar Franco. Isso mudou radicalmente a forma com que víamos o dinheiro. A nossa mesada passou a ter um valor estável e passamos a viver numa das eras de maior estabilidade econômica do país.
Porém, nem tudo foram flores, pois tivemos a morte do ídolo Ayrton Senna, que foi homenageado posteriormente pelos jogadores da seleção brasileira ao conquistar o tetracampeonato de futebol. E falando em futebol, o Brasil finalmente havia vencido uma Copa após 24 longos anos de jejum. A festa pelo título foi inédita para muita gente e aumentou ainda mais a euforia pelo esporte, pelo menos para mim. Foi a partir de 1994 que eu comecei a me interessar de verdade por futebol e comecei a jogar futebol de botão, a jogar pelada na escola, a colecionar álbuns de figurinha e a acompanhar os campeonatos nacionais com mais atenção.
Tivemos também a eleição presidencial, onde FHC venceu no primeiro turno e conhecemos um tal de Eneas, candidato que ganhou milhões de votos apenas falando o próprio nome na televisão.
Quem foi criança nesse ano também teve muito o que assistir, como a estreia dos Cavaleiros do Zodíacos na TV Manchete, a TV Colosso e o clássico eterno da Disney: O Rei Leão. Brinquedos, jogos e videogames também faziam sucesso mais ou menos na mesma proporção. Naquela época, as crianças ainda tinham vontade de ter um Super Nintendo e um brinquedo não eletrônico, como um autorama, por exemplo - diferentemente de hoje, onde os aparelhos eletrônicos jogaram para escanteio brinquedos como Lego, Playmobil, Comandos em Ação e Barbie. E falando em videogames, games como Sonic 3 & Knuckles, Donkey Kong Country, Doom 2, Warcraft, Streets of Rage 3, Mortal Kombat 2, King of Fighter '94 e Killer Instinct foram lançados também neste mesmo ano, sendo imortalizados décadas depois. Os computadores pessoais estavam começando a se tornar acessíveis para a classe média e a internet estava começando a dar os seus primeiros passos importantes no Brasil.
Em 1994 também tivemos outras coisas bacanas, como aquele comercial da Sadia de 50 anos, os comerciais toscos do Tele Amizade, as Olimpíadas do Faustão e a estreia de filmes como O Máscara e Debi & Loide, que fizeram a alegria da criançada. Enfim, 1994 foi um ano inesquecível. E como não podemos voltar no tempo para reviver aquela época incrível, nos restam as histórias e a saudade que aquele ano deixou.
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