domingo, 4 de dezembro de 2016

Capitalistas sem capital acham que ainda estamos nos anos 60

Marcha da família com Deus pela liberdade de 2016 1964

Apesar da Guerra Fria ter terminado há mais de duas décadas, ainda há pessoas na classe média brasileira que têm tanto medo do "comunismo", que transformaram o macarthismo numa verdadeira religião em pleno século XXI. O ódio exteriorizado contra Fidel, contra Che e contra Cuba por parte da direita hidrófoba e da esquerda pós-moderna é um exemplo corriqueiro disso. Porém, aceitem, amiguinhos: Fidel, Che e Raul foram personagens históricos que serviram de inspiração não só para os socialistas, mas para os capitalistas também. Basta ver a quantidade de camisetas e de outros produtos do capitalismo que estampam sem o menor pudor o rosto de Che Guevara. Che virou um ícone, uma referência, quando se fala de revoluções de qualquer tipo, por isso sua imagem acabou "viralizando". Ainda que muitos sequer saibam quem foi Che Guevara, o seu rosto tornou-se uma figura pop no capitalismo.
Quer ver mais outra prova de que o capitalismo se inspira nos revolucionários cubanos? Pois a seguir vou deixar dois comerciais capitalistas que têm a revolução cubana como tema. O primeiro é do Habib's e o segundo é da Dacia (atualmente pertencente à Renault).




Porém, se observarmos melhor, na verdade, esse ódio não é bem contra a esquerda. O ódio é contra a possibilidade dos pobres ascenderem à classe média: classe média esta que abraçou um moralismo reacionário como forma de disfarçar seu cunho fascista. Essa classe media fascitoide que idolatra Moro, que não dá a mínima para a miséria do próprio país, que acha que pobre é preguiçoso, que acha que tem capital e que se informa através da Veja e de memes da internet (ao invés de livros de historia, de sociologia e de antropologia) tem que ser mesmo preconceituosa, elitista e ignorante. E como a internet é um instrumento dominado pela classe média, não é de se admirar que tanto ódio, burrice e elitismo estejam sendo difundidos impunemente pela web contra qualquer coisa "vermelha". Políticas de inclusão social, de assistencialismo e de redução das desigualdades são veementemente repudiadas por essa gente que fala mal de Cuba, de Fidel, do PT e da Venezuela como se fosse um mantra sagrado. Quando vejo alguém vociferar contra políticas de bem-estar social, sei exatamente que tipo de pessoa há por trás desse ódio todo. Gente que só pensa em si mesma, no mercado e em dinheiro nunca vai entender o verdadeiro significado de amar os seus semelhantes.


Ninguém quer saber porque um país pobre como Cuba erradicou a miséria e o analfabetismo, enquanto que um país rico como o Brasil ainda é cheio de pessoas passando fome e com grau de escolaridade baixíssimo. A única coisa que essa manada de mentecaptos da classe média reacionária sabe fazer é repetir frases inúteis como "vai pra Cuba" e "comunista de iPhone". Esse individualismo porco que só liga para as próprias necessidades e ignora as dos mais necessitados é a maior prova que o Brasil falhou como nação. A aversão ao bem-estar coletivo é o maior sintoma de que fracassamos como sociedade e como democracia. A intolerância e o ódio venceram a esperança, mas apenas por enquanto, eu espero.

3 comentários:

  1. Nenhum ditador merece ser admirado, e sim jogado na lata de lixo da história, seja ele quem for

    de mussolini a fidel castro, de franco a kim jong un, de pinochet a mao tse tung, de stalin a hitler, etc.

    Ditadores não podem ter respeito algum

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    1. Se você não for anarquista, precisa admitir que toda ditadura - apesar de ser objetivamente ruim - teve o seu lado bom também. Ou vai fingir que não se lembra das leis trabalhistas implementadas pelo "ditador" Getúlio Vargas?
      Vargas merece, sim, o nosso respeito, apesar do seu autoritarismo.

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    2. Ditadores não merecem, e ponto final, ou vai me dizer q qualquer um desses q eu citei:

      hitler, mussolini, franco, kim jong, mao, pinochet, stalin, fidel

      Merecem ser louvados? NUNCA

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