Apesar de muita gente considerar que o Super Mario 64 foi o melhor jogo de plataforma 3D criado nos anos 1990, eu abro divergência com essas pessoas para citar um game que, na minha opinião, superou com folga o jogo do bigodudo. Sim, o Banjo Kazooie, lançado em 1998 pela Rare para o Nintendo 64, foi o mais incrível jogo de plataforma/aventura que joguei na vida. Diferentemente dos outros games desta série "Jogos da Minha Vida", eu não me lembro quando foi a primeira vez que joguei este clássico. O que eu me lembro foi que este jogo me encantou do início ao fim. Apesar de ser fã do Mario 64 e de ter completado 100% dele, eu tinha alguns problemas com o game, especialmente com relação à camera. Aquela câmera do Mario 64 controlada pelo Lakitu era muito irritante, porque movia-se sozinha o tempo inteiro, bugava, não enquadrava bem e às vezes ficava travada em alguns locais. No Banjo Kazzoie, os problemas com a câmera eram praticamente inexistentes. E só isso já trouxe uma melhora incrível na experiência com o game. Fora as fases do Banjo Kazooie que juntamente com as músicas deram um show à parte. A parceria do Urso Banjo com a pássara Kazooie era divertida e trazia a possibilidade de usar truques e power ups que eu nunca tinha visto até então. Este jogo foi, sem dúvidas, um dos maiores acertos da Rare.
Voar nessa fase era pura diversão. |
Cansei de ouvir das mais variadas línguas, desde os anos 90, que o Banjo Kazooie não passava de uma cópia mal feita do Mario 64, mas eu sempre discordei totalmente disso. Na verdade, Banjo era a evolução natural do Mario 64, uma espécie de sucesso espiritual. É verdade que a fórmula era a mesma, mas a dinâmica, o visual e a interação tinham uma personalidade própria. Era muito divertido procurar os jiggies (peças de quebra-cabeça) naquelas fases de temas variados (praia, neve, deserto, pântano, halloween) e usá-los para abrir as fases e acessar pontos novos do Castelo da Gruntilda através das notas musicais. Quando comecei a jogar o game, eu já devia ter uns 15 anos de idade e mesmo não sendo mais criança, o jogo fez eu me sentir criança de novo, porque era muito divertido, musical, colorido e bem produzido. O game, como citei, tinha uma personalidade própria. Tinham os jinjos coloridos para encontrar, tinham as transformações hilárias do Mumbo Jumbo, os desafios engraçados dos mini games, as habilidades lúdicas aprendidas com o Bottles, os personagens que falavam pelas orelhas e as trapaças através das páginas do Cheato. A sensação de imersão era maravilhosa, até porque o game reunia alguns elementos de RPG e fazia a gente se sentir parte do jogo, envolvido na história.
Não tinha como não amar essa dupla. |
Banjo Kazooie era uma obra de arte em formato de jogo de videogame. Apesar do enredo ser meio bobinho com aquela coisa meia nada a ver da Bruxa Gruntilda querer roubar a beleza da irmã do Banjo, o desafio que o game trazia era bacana. Fora que o game era longo e conseguia nos manter entretidos por bastante tempo. O grande destaque do game foi a última fase do jogo, a inesquecível Click Clock Wood, que era um bosque ao redor de uma árvore gigante onde se passavam as quatro estações. Cada estação tinha a sua entrada própria e o que você fazia em uma, alternava o futuro na estação seguinte. E você meio que podia voltar no tempo para resolver alguns puzzles no futuro. Achei maravilhosa a ideia.
O único ponto negativo do Banjo Kazooie era que a dificuldade da boss final, a Bruxa Gruntilda, era muito alta, fora que também era uma batalha demorada e cheia de etapas. Eu nunca consegui zerar o game no console por isso (só nos emuladores). Aquele mini game de perguntas e respostas no final, apesar de divertido, me deu muito trabalho também, porque meu inglês era (e ainda é) horroroso.
Essa fase era realmente incrível. |
O game teve uma continuação, que foi o Banjo Tooie que, diga-se de passagem, era muito mais longo, difícil, desafiador e complexo. Não achei o Banjo Tooie tão divertido quanto o primeiro, mas o jogo também era muito bom, especialmente por trazer inovações como ovos de múltiplos efeito, fases interligadas, mais truques e habilidades, a possibilidade de montar os quebra-cabeças num palácio e um enredo melhorzinho. O fato é que em matéria de jogos de plataforma 3D, Banjo Kazooie continua imbatível para mim até hoje.
PS: Algum fã resolveu fazer o projeto de um remake completo do game e divulgou o resultado no YouTube. O trabalho ficou bastante impressionante. Vou deixar o vídeo abaixo para quem ainda não conferiu.
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