A Via Lácte vista sob a perspetiva da Terra |
Em 24 de Abril de 2007, astrônomos da França, Portugal e Suíça anunciaram a descoberta de um planeta extrassolar chamado Gliese 581 c. Este planeta fica na zona habitável (goldilock) da estrela anã vermelha Gliese 581, localizada a 20,3 anos-luz da Terra. Houve uma grande euforia com relação a essa descoberta, porque o planeta Gliese 581 c é rochoso e pode suportar a vida como conhecemos. Porém, há uma série de razões para acreditar-se que não há vida neste planeta. Primeiro, porque não conhecemos a sua atmosfera, nem a sua composição química, nem se a sua magnetosfera está ativa. São muitas exigências necessárias para a existência da vida. Sem falar que a zona habitável de estrelas pequenas, como a Gliese 581, costuma receber muito mais radiação por estar muito próxima da estrela. Além das constantes emissões de raios x por parte da estrela, que são suficientes para exterminar boa parte da vida de um planeta próximo, também há ventos solares que podem 'arrancar' a atmosfera. Logo, Gliese 581 c pode ser um planeta totalmente inabitável.
Posteriormente, descobriu-se que os planetas Gliese 581 g e Gliese 581 d, que orbitam essa mesma estrela, também podem ter vida por estarem na zona habitável. Porém, as emissões de raios x, raios ultravioleta e explosões solares por parte da estrela podem ser suficientes para inviabilizar a vida em qualquer um deles. O infográfico abaixo exemplifica melhor a zona habitável e seus planetas.
Posteriormente, descobriu-se que os planetas Gliese 581 g e Gliese 581 d, que orbitam essa mesma estrela, também podem ter vida por estarem na zona habitável. Porém, as emissões de raios x, raios ultravioleta e explosões solares por parte da estrela podem ser suficientes para inviabilizar a vida em qualquer um deles. O infográfico abaixo exemplifica melhor a zona habitável e seus planetas.
Comparação entre as zonas habitáveis do Sol e da Gliese 581 |
Os astrônomos Frank Drake e Carl Sagan desenvolveram uma equação intitulada de Equação de Drake. Essa equação nos mostra a quantidade de civilizações tecnologicamente avançadas na galáxia com as quais podemos fazer contato. É uma bela equação, mas ela é muito generalizada e apresenta alguns problemas, como, por exemplo, considerar que a chance de haver planetas habitáveis é igual para todos os tipos de estrelas. Além disso, desconhece-se as variáveis, como o número de planetas que possui satélites grandes, por exemplo. Se preenchermos esta equação com dados baseados em insights de astrônomos otimistas, concluímos que pode haver milhares de civilizações na galáxia neste momento. Mas isso nos leva ao Paradoxo de Fermi: se há tantas civilizações por aí, então por que nenhuma nos visita ou entra em contato conosco? O projeto SETI, que rastreia o universo à procura de sinais de rádio, nunca encontrou um único sinal de vida inteligente. Isso nos leva a crer que planetas como a Terra são extremamente raros e que a vida inteligente é ainda mais rara.
Estrelas pequenas, como a Gliese 581 são as mais comuns na galáxia. E estrelas pequenas, como já foi exemplificado, são instáveis e a sua zona habitável recebe muita radiação – o que pode inviabilizar a vida em planetas que a orbitam em sua goldilock. Além disso, há muitas estrelas anãs brancas, que também têm pouca probabilidade de suportar a vida por serem resquícios de gigantes vermelhas que colapsaram. Já as estrelas gigantes e super gigantes duram apenas algumas centenas milhões de anos até explodirem numa supernova. Ou seja, não há tempo suficiente para que a vida se desenvolva em, no máximo, alguns milhões de anos, tendo em vista que a vida na Terra só começou a surgir depois de 700 milhões de anos da sua formação. Além disso, para que um planeta como a Terra abrigue a vida, é necessário a existência de planetas gigantes gasosos no mesmo sistema solar. Isso é necessário para que os planetas gigantes, como Júpiter, por exemplo, atraiam gravitacionalmente os asteróides, impedindo que eles se choquem frequentemente com o planeta habitável.
E também há a questão da localização das estrelas na galáxia. Estrelas muito próximas, ou muito distantes, do núcleo galáctico dificilmente apresentarão planetas com vida por estarem em “zonas mortas”. Próximo do núcleo há muita instabilidade, radiação e perturbações gravitacionais imprevisíveis devido à proximidade das estrelas uma das outras. E longe demais do centro galáctico, os planetas que orbitam as estrelas são muito pobres em material rochoso devido à escassez de supernovas nas proximidades para gerar átomos pesados.
Outro problema é que a órbita das estrelas ao redor do núcleo da galáxia não deve se aproximar demais das “zonas mortas” sob pena de receber uma dose letal de radiação, que eliminaria toda a vida em seus planetas.
Se formos considerar todas essas possibilidades, chegamos à conclusão que planetas com vida inteligente como a Terra são extremamente raros. Isso sem levar em consideração o fato de que a vida inteligente surgiu de vários acasos. Se não fosse aquela extinção em massa que eliminou os dinossauros no final do mesozóico, por exemplo, possivelmente, os pequenos mamíferos não teriam atingido o topo da cadeia alimentar e evoluído até nós.
As estrelas com mais chances de suportar a vida são as anãs amarelas, como o Sol, e as anãs laranjas. As anãs laranjas são as mais promissoras para suportar a vida, porque elas são as mais estáveis e duram até vinte bilhões de anos a mais que as anãs amarelas. Mas ainda assim, essas estrelas não podem fazer parte de sistemas binários, porque um sistema composto por mais de uma estrela pode comprometer a formação de planetas.
Estrelas do tipo espectral K (anã laranja) e G (anã amarela) são as mais promissoras para abrigar planetas com vida |
A conclusão que chegamos é que apenas uma fração minúscula dos planetas da galáxia possuem vida. E uma fração ainda menor representa os planetas com vida inteligente. Isso nos leva a crer que a hipótese da Terra Rara está correta – o que resolve o Paradoxo de Fermi, que diz "Se seres extraterrestres são comuns, por que não os vemos ou detectamos?". Pode parecer até um retrocesso ao antropocentrismo, mas todas essas evidências nos levam a crer que além de raros, podemos ser únicos em toda a galáxia.
Recalculei a Equação de Drake, levando em consideração as evidências levantadas aqui. Dessa forma, cheguei ao resultado de 2,475. Com relação a esse resultado, conclui-se que temos por volta de duas civilizações inteligentes na nossa galáxia inteira. Isso nos dá uma notícia boa e outra má. A boa notícia é que, provavelmente, não estamos sós no universo. Considerando que existem por volta de 120 bilhões de galáxias, então podemos ter bilhões de seres inteligentes no universo. A notícia ruim é que dificilmente conseguiremos fazer contato com eles.
Mas enfim, há muito o que ser descoberto.
Fontes:
Classificação Estelar
Gliese 581
Anãs vermelhas ameaçam a vida alienígena
Anãs laranjas são verdadeiros oásis
Zona habitável
Zona habitável da galáxia
Projeto SETI
Fontes:
Classificação Estelar
Gliese 581
Anãs vermelhas ameaçam a vida alienígena
Anãs laranjas são verdadeiros oásis
Zona habitável
Zona habitável da galáxia
Projeto SETI
kkkkkkkkkkkk tu nao acredita em DEUS
ResponderExcluirMAS NOS ETS...[EPRECISO MAIS FE PARA CRER EM ET DO QUE EM DEUS
EVADRO SOUZA
www.manausnetv.com.br
Depende do que vc entende por Deus. Se deus for um velho barbado que mora em cima das nuvens e se preocupa com as ações das pessoas aqui na Terra, bom, neste deus eu realmente não acredito. Mas se vc se refere a um deus impessoal e panteísta, aí a coisa muda completamente.
ExcluirPessoal, qualquer vida fora da Terra são extraterrestres! E, espero que existam civilizações universo a fora.
ResponderExcluirAliás, teu blog é muito bom.
Valeu pelo up, cara. Abraço.
Excluir