sábado, 6 de agosto de 2011
Castração feminina
Há, atualmente, um grande movimento dos países ocidentais - e até mesmo de várias nações do oriente - para combater uma prática milenar que ocorre majoritariamente em países africanos. Essa prática tão repudiada é a MGF, a mutilação genital feminina, que consiste na amputação do clitóris, de modo que a mulher não sinta mais prazer sexual. Tal prática é realizada em condições precárias de higiene, sem anestesia e coloca em risco a vida da garota que passa por esse doloroso processo. Em alguns casos, além da amputação do clitóris, há também a infibulação, que consiste na costura dos lábios vaginais. A justificativa dos países que praticam esse ritual são baseadas em conceitos errados ou puramente supersticiosos, como para evitar que a mulher perca a sua docilidade, para ela arrumar um marido, para ela parecer 'pura' e para 'facilitar' o parto. Mulheres não mutiladas são consideradas prostitutas e impuras e acabam sendo mal vistas nas culturas que conservam esse ritual.
Para a nossa legislação, uma prática dessa natureza é considerada uma lesão corporal grave, uma ofensa aos direitos humanos, um ato de tortura, um abuso sexual e uma séria questão de saúde pública. Por essa razão, têm-se promulgado leis para ilegalizar e criminalizar esse costume.
Porém, há de lembrar que a cultura ocidental, apesar de abominar a excisão feminina, também faz algo parecido. A nossa cultura faz exatamente a mesma coisa, porém de forma psicológica. Ao invés de usar giletes enferrujadas para mutilar a vulva, a sociedade proíbe as meninas de tocarem o próprio corpo, alegando que seus genitais são feios, sujos, pecaminosos e imorais. Isso também é uma forma de mutilação genital, porque coloca a culpa e a vergonha nas mulheres que sentem prazer sexual. Sem dúvida, isso é uma hipocrisia absurda. Como condenar a mutilação física, se nós praticamos a mutilação psicológica? Tanto uma quanto a outra impedem o desenvolvimento correto da sexualidade humana e é apoiada por tabus e preconceitos atrelados a cultura e a religião. Como alguém pode ser feliz indo contra a sua própria natureza? E a castração psicológica também pode trazer danos físicos irreversíveis, como o atrofiamento dos músculos pubococcígeos e circunvaginais, devido ao seu não uso. Basta ver que boa parte das mulheres têm esses músculos atrofiados. E o exercício mais indicado para exercitar esse músculo é o pompoarismo, que melhora o prazer sexual e previne a incontinência urinária.
Excisão, cintos de castidade, castração psicológica: todas são formas horripilantes de se diminuir e manipular as mulheres. É hora de dar um basta a toda e qualquer forma de mutilação.
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