quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Deus e os dinossauros

E Deus criou os dinossauros...

ma das muitas razões que me levou a descrer na mitologia judaico-cristã foi a existência dos dinossauros. Para mim, era simplesmente impossível de conciliar a existência dos dinossauros – comprovada por fortes evidências – com a versão narrada na Bíblia. Ora, basta ver que, segundo o Gênesis, Javé concluiu a sua criação em seis dias e o homem foi "feito" no sexto dia. Porém, já foi comprovada de muitas maneiras que homens e dinossauros NÃO COEXISTIRAM, pois o primeiro ser humano surgiu na Terra milhões de anos após o desaparecimento do último dinossauro. E, para mim, é bizarrice pura tentar encontrar lacunas na Bíblia que justifiquem – através de uma rocambolesca exegese – que dinos e sapiens tenham convivido lado a lado. E a maior sem-noçãozice de todas é dizer que a Terra tem poucos milhares de anos e que os dinossauros morreram no dilúvio. Haja ignorância para aguentar tantas asneiras...
E se você duvida que há gente que diga tais absurdos, veja o que esse criacionista diz no vídeo abaixo:




Para que serviram os dinossauros então?
Sempre que pergunto aos crentes para que Deus fez os dinossauros, acabo recebendo respostas absurdas e contraditórias. E quando não ocorrem contradições, vem aquela história sem noção de dizer que Deus fez os dinossauros para que os restos mortais deles servissem de petróleo para nós hoje. Eu não sei se rio ou se choro com tanta teleologia de baixo nível. E o pior é que mesmo no século 21 ainda existem escolas que insistem em ensinar o criacionismo, como algumas escolas adventistas, por exemplo, que distorcem informações envolvendo a idade da Terra, os fósseis e os animais pré-históricos. Na minha opinião, esse tipo de coisa feita nas escolas criacionistas deveria ser considerada um crime, pois não passa de uma enganação que pode prejudicar os alunos no futuro.


Dinossauros versus Deus
Lembro que conheci os dinossauros um pouco antes de ouvir falar sobre Deus. Quando eu era bem pequenininho, ficava com os olhos brilhando diante das ilustrações, desenhos animados e filmes daqueles répteis gigantescos. Lembro que eu até colecionava revistas, cartões e álbuns sobre eles. E essa paixão por dinossauros me fez sonhar, durante boa parte da minha infância, que um dia eu seria um estudioso de dinossauros. E, realmente, era fascinante ver aquelas ossadas e fósseis que mostravam todo o encanto do mundo dos répteis jurássicos. Já esse tal de Deus, além de nunca ter o visto, sempre achei o seu conceito muito abstrato, nebuloso, confuso e chato. Apesar de tanto os deuses quanto os dinossauros não existirem mais, os dinos sempre me pareceram bem mais interessantes.


O que me deixa curioso é tentar imaginar o que Deus esteve fazendo durante todo o período que antecedeu a existência humana. Deve ter sido muito frustrante para Deus ter que aguentar um bando de répteis selvagens que cagavam e andavam para sua existência, literalmente.


Tirinhas tiradas do site Um Sábado Qualquer.

5 comentários:

  1. Wellington,

    A luta contra o obscurantismo religioso é uma faina exaustiva e sabidamente perdida. A ignorância alimenta-se de si mesma, e não aceita outros nutrientes.

    Na época em que eu ainda era ateu e estava prestes a evoluir ao agnosticismo, fiz um cálculo e descobri, surpreso, que Adão tinha acabado de morrer quando houve o tal dilúvio.

    Soube de dois que "andaram com Deus" e sumiram. A mesma mítica se repete mais tarde com Jesus.

    Ontem assisti um filme explêndido, que recomendo aos que ainda não viram: "As histórias de Pi". Quando menino, Pi ia descobrindo e aderindo à várias religiões. Chegou ao ponto do pai dele lhe dizer: "Se voce aceitar mais umas três religiões, vai passar o ano todo em feriados..." rss...e depois: "Voce já não tem culpa suficiente para carregar?" kkkkk Essa foi demais!

    Abraço.

    Eudyr

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    1. Eudyr, eu discordo que a luta contra o obscurantismo religioso não possa ser vencida. Carl Sagan também pensava assim, mas eu não concordo porque a religião não se baseia em evidências e também sucumbe diante de simples questionamentos. Não sou um "religiofóbico" como alguns já me rotularam, pois aprecio os aspectos positivos da religião. A minha luta é contra esses absurdos que levam mentiras descaradas para a mente dos fiéis mais incautos. Se as pessoas querem ter religião, ótimo, que tenham; mas que não descartem fatos fundamentados em toneladas de evidências.

      Nunca ouvi falar nesse filme, mas já o adicionei na minha longa lista de filmes que pretendo assistir em breve.

      Abraço.

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  2. Wellington,

    Não tenho nada contra a religiosidade individual; e digo que, no momento, combato o sacerdócio profissional, (mais tarde também o "sem fins lucrativos").

    O caso é que se levarmos à sério demais essa guerra, acabaremos por nos transformar naquilo que combatemos: Sacerdotes do NÃO-SACERDÓCIO.

    É delicado isso.

    A princípio não afronto ninguém que também não queira me converter; penso ser uma questão básica de urbanidade; por isso perco completamente o respeito pelos dizimistas e pelos conversores, que me incomodam deverasmente.

    Mas se aparece uma oportunidade para eu mortificar e desmoralizar um sacerdote, mediante a lógica científica (ou o simples bom senso), quase nunca a perco.

    Abraço.

    Eudyr

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    1. Eudyr, assistir quieto as pessoas sendo enganadas por histórias da Carochinha não faz bem o meu estilo. Vejo pessoas desperdiçando a única vida que de fato temos para serem felizes num paraíso imaginário após a morte - e isso me incomoda muito. Sem falar nos absurdos realizados em nome de uma fé cega que não leva a nada a não ser ao fanatismo e ao masoquismo.
      A própria ciência já desmascarou muitas mentiras, como o dilúvio global e o éter universal. Mas tais ideias continuam sendo ensinadas como verdades absolutas por aí.

      Não culpo ninguém por sua fé, mas acho que a religião precisa de limites bem definidos para evitar que ela gere o oposto do que pretende oferecer: a paz espiritual.

      Abraço.

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