segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Bairros do Recife – Parte 2


Na primeira parte desta série foram apresentados alguns dos principais bairros do Recife, a maioria deles próximos ao centro da cidade. Dando continuidade a esta série, vamos ver neste post sobre os bairros mais famosos da zona norte e da zona oeste.
Antes de prosseguir é interessante ressaltar que os bairros citados nesta segunda parte – apesar de serem bairros nobres – não costumam ganhar destaque nos roteiros turísticos, pois não possuem o mesmo apelo turístico de Boa Viagem e do Centro.



O bairro da Jaqueira é um dos menores da cidade, limitando-se às redondezas do Parque da Jaqueira. Este bairro é também o mais rico do Recife, possivelmente por possuir o maior IDH e o maior nível de escolaridade entre os seus moradores. Outro fato sobre a Jaqueira é que o seu metro quadrado é o mais caro da região. Aliás, a zona norte do Recife, principalmente nas proximidades do Rio Capibaribe, é onde se encontram os bairros mais nobres. Numa comparação com o Rio, a zona norte representa para o Recife o que a zona sul representa para a cidade do Rio de Janeiro, pois nessas regiões é onde ficam os bairros nobres mais famosos. Há até quem compare as duas cidades, dizendo que a zona norte é a nossa zona sul.

Rio Capibaribe visto da Jaqueira
Vista aérea da Jaqueira

Parque da Jaqueira à noite

Capela da Jaqueira


Parnamirim

O Parnamirim teve o seu nome tirado do Riacho Parnamirim, que corta parte do bairro. Apesar de ser um mini-bairro, o Parnamirim é um dos mais limpos e bem conservados do Recife. Além disso, o IDH e o grau de escolaridade dos seus moradores também é um dos mais elevados.

Praça do Parnamirim

Clube Alemão de Pernambuco

Templo Mórmon do Recife



Bairro residencial de classe média, bastante arborizado e com alguns moradores ilustres, como o escritor Ariano Suassuna. Não foi à toa que o bairro ganhou uma referência na música Leão do Norte, do cantor e compositor Lenine. O seu ponto de referência mais antigo e famoso é a Praça da Vitória Régia, ou Praça de Casa Forte, que possui alguns exemplares da planta aquática vitória régia em seus tanques.
A espinha dorsal do bairro é a Avenida 17 de Agosto, cujo nome refere-se à data em que terminou a Batalha de Casa Forte contra o domínio holandês no Engenho Casa Forte no século XVII.

Plaza Shopping de Casa Forte

Matriz de Casa Forte

Praça de Casa Forte

Museu do Homem do Nordeste

Fachada do CPOR do Recife



Em 1630, o general Matias de Albuquerque levantou o Forte Real do Bom Jesus para proteger o "interior" de Pernambuco contra os holandeses num bairro chamado "Arraial". Ao redor da fortaleza formou-se um povoado onde acampou todo o exército e a população de Olinda e do Recife que havia abandonado suas casas por ocasião da invasão holandesa. Este arraial, o Arraial do Bom Jesus (atual Sítio da Trindade), é o núcleo mais antigo de Casa Amarela.
O nome do bairro de Casa Amarela só veio bem depois e se deve, segundo a tradição, a uma casa sempre pintada de amarelo que existia próximo ao terminal da estrada de ferro e que servia de referência na região. A casa pertencia a um português rico, o comendador Joaquim dos Santos Oliveira, que, por estar tuberculoso, foi aconselhado pelos médicos como terapia a mudar-se para o Arraial por conta da excelência do seu clima. Por milagre ou não, o comendador ficou curado e, então, mandou construir uma casa quadrada, a uns 300 metros do antigo Arraial do Bom Jesus, mandando pintá-la de ocre. Foi essa casa que ficou conhecida como Casa Amarela. Já a ocupação dos morros da região começou no início do século XX, a partir do aluguel do chão feito por algumas famílias que eram grandes proprietárias de terras no local.
Hoje, Casa Amarela é um bairro popular com uma das maiores densidades demográficas do Recife, com muito comércio e grande movimento, principalmente próximo ao seu mercado público.
Um dos moradores ilustres do bairro foi o cantor Djavan.


Sítio da Trindade

Mercado de Casa Amarela

Biblioteca de Casa Amarela




O Poço da Panela surgiu por volta do século XVIII, pertencendo às terras do Engenho Casa Forte. No início era um simples povoado em meio às grandes plantações de cana-de-açúcar, sendo um bairro predominantemente rural até o início da década de 1970, quando foi dividido em lotes, onde a classe-média comprou-os, construiu as suas casas e passou a morar. Por essa razão, o Poço da Panela é hoje um bairro tranquilo, silencioso, bucólico e cheio de casarões que nos faz ter a sensação de que estamos viajando no tempo ao caminhar por suas ruas.
Conta-se que no início do século XVIII, por não ter água potável nessa região, os moradores necessitavam buscar água em outras localidades, o que era um transtorno para quem vivia na época das carroças. Felizmente, uma nascente foi encontrada no vilarejo e logo começaram a escavar. A fim de melhor aproveitar a água e para sustentar as paredes do poço foi posta uma panela de barro com o fundo aberto no fundo da escavação. O local ficou conhecido então como Poço da Panela.
O bairro do Poço possui a proibição de construção de arranha-céus, pois é uma área tombada pela prefeitura do Recife, sendo uma Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.
O bairro possui uma lenda envolvendo o famoso casarão mal-assombrado do Poço, onde muitos populares disseram ter visto assombrações circulando por lá.

Igreja de Nossa Senhora da Saúde (Igrejinha do Poço)

A Estrada Real do Poço

Pracinha do Poço

Casas antigas ressaltam ambiente bucólico do bairro



Apipucos é um nome de origem tupi (Apé-Puc) que significa, "caminho longo". A região fez parte do antigo Engenho Apipucos, que juntamente com o Engenho Casa Forte foi saqueado e danificado pelos holandeses no século XVII, mas sendo restaurado logo depois da expulsão dos mesmos.
No século XX, o bairro ganhou uma nova configuração urbana: foi escolhido como local de residência pelos ingleses, que introduziram o hábito de construir casarões com jardins e a utilizar a água como recurso paisagístico. A antiga Fábrica de Tecidos, a Fábrica da Macaxeira, construída no início do século XX, foi loteada e ocupada juntamente com os morros nas margens do seu famoso açude.
Hoje, o bairro de Apipucos reflete muito bem a sua história através das suas edificações e paisagens.

O Açude de Apipucos

A Paróquia Nossa Senhora das Dores

A pracinha em Apipucos

As casas coloridas do bairro

Casa-Museu Magdalena e Gilberto Freyre

O Parque de Apipucos Maximiano Campos




Na primeira metade do século XIX, o atual bairro de Dois irmãos pertencia ao Engenho Apipucos, cujos proprietários eram os irmãos Antônio Lins Caldas e Tomás Lins Caldas, apelidados, respectivamente de Capitão Coló e Seu Toné. Como eles demonstravam muito amor um pelo outro e viviam sempre em harmonia, chamavam a propriedade de Engenho dos Dois Irmãos.
O bairro possui muito verde, sendo possivelmente o bairro mais arborizado do Recife. É aqui onde fica o Horto Florestal de Dois Irmãos (ou o Jardim Zoo-Botânico de Dois Irmãos), que costuma servir de recreação para crianças e adultos. Também temos em Dois Irmãos uma importante empresa responsável pela fabricação de uma extensa variedade de produtos e remédios: o Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe). Dois Irmãos também é cortado pela BR 101.

Entrada do Horto Zoobotânico de Dois Irmãos

Campo de futebol na fachada da UFRPE

Praça Faria Neves, na frente do Horto de Dois Irmãos




A Várzea é um dos mais extensos bairros da periferia da zona oeste do Recife. A sua igreja matriz, dedicada a Nossa Senhora do Rosário, abrigou a primeira freguesia suburbana do município do Recife. No final da primeira metade do século XVII, os três principais engenhos da Várzea – São João, do Meio e Santo Antônio – tinham como proprietário João Fernandes Vieira, principal chefe da Insurreição Pernambucana (1645-1654). Foi na Várzea que se estabeleceu, a partir de 1645, o novo Governo de Pernambuco, tendo ali funcionado a Santa Casa de Misericórdia de Olinda, o Hospital Militar e o Senado da Câmara de Olinda.
Hoje, a Várzea é um bairro bastante privilegiado pelo fato de situar-se próximo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), bem como do Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco (CEFET-PE) e do Instituto Ricardo Brennand. O bairro fica também a apenas 8 minutos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
A Várzea é muito bem suprida pelo transporte público, uma vez que está localizada entre grandes terminais integrados (TI) de passageiros da região metropolitana do Recife.
Por ser um bairro popular, possui poucos supermercados, sendo o seu comércio formado predominantemente por feirinhas, pequenos varejos e mercadinhos.


Calçada do Instituto Ricardo Brennand
Jardim do Instituto Ricardo Brennand
O Castelo do Instituto Ricardo Brennand

O prédio do CFCH da UFPE

Secretaria de Educação de Pernambuco

Igreja de Nossa Senhora do Rosário

A praça da Várzea

Para quem perdeu a primeira parte desta série sobre os bairros do Recife, o link dela segue abaixo:

Para saber mais sobre os bairros do Recife, deixo como sugestão o site da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), que serviu de referência para fazer estas duas postagens. O link da Fundaj sobre os bairros está logo abaixo:


2 comentários:

  1. Faltou a Oficina de Francisco Brennand aí na Varzea... lugar mais sensacional ever! Pena que não deu tempo de ir dessa vez (estou em Recife até amanhã...)

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    1. Rê, eu precisaria de uma postagem inteira só para falar da Oficina de Brennand: é um endereço imperdível no Recife. Isso sem falar no Parque das Esculturas próximo ao Marco Zero e em todas as obras que Francisco Brennand produziu.

      Abraço.

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