Não é novidade para ninguém que os jogos de videogames sempre tenham sido alvo de críticas, perseguições e censuras desde que o primeiro tele-jogo foi colocado para uso comercial. Talvez o game GTA tenha sido o campeão de ameaças e críticas devido ao seu conteúdo "politicamente incorreto". Acontece que, ultimamente, uma crítica específica aos games tem ganhado muita força: esta crítica refere-se ao machismo nos videogames.
Anita Sarkeesian: crítica aos estereótipos machistas |
Críticas aos games
Segundo o site Midiatismo, a blogueira e ativista feminista Anita Sarkeesian começou em 2012, através do Kickstarter, o seu projeto “Tropes Vs Women: Video Games” (Tropo vs Mulheres: Video Games, em tradução literal, o termo “tropo” se refere, basicamente, ao clichê que não é popular). O projeto apresentado no site de Crowdfunding é inspirado em seus trabalhos anteriores no Youtube, onde já lançou diversas pequenas séries sobre o papel da mulher dentro da cultura pop, como em filmes, livros, jogos etc. Segundo o seu vídeo de apresentação, o objetivo é mostrar o papel da mulher dentro dos jogos de videogame.
Mulher sendo morta no GTA |
Não é só mulher que sofre violência nos games |
O grande problema dessa história foram as reações desproporcionais e agressivas de muitos gamers que tentaram censurar a Anita com ameaças pessoais e com denúncias de seus trabalhos. Eu sei que o público gamer é bastante conservador, mas às vezes é preciso saber ouvir críticas para que os games possam se tornar ainda melhores.
As mulheres em GTA são bastante artificiais, segundo críticas |
Reflexo da realidade
Eu, particularmente, acho que de fato há muito machismo e misoginia em alguns games. Mas há de lembrar que os games muitas vezes são um reflexo da nossa cultura – cultura esta que banaliza a violência e que ainda é permeada por muito machismo. E mesmo que os games mostrassem algo não condizente com a realidade, estamos falando de entretenimento. Uma das propostas do entretenimento é a catarse, ou seja: a possibilidade de realizar aquilo que é proibido socialmente em um ambiente simulado. Isso não apenas libera o stress como também serve de "válvula de escape". Quem espanca um inimigo num jogo de luta ou libera o seu stress de forma saudável num simulador, ao invés de ir para a rua espancar as pessoas ou promover a delinquência, essa pessoa "sacia" sua sede de revolta no próprio game. Se alguém for ingênuo demais para não saber, a violência sempre fez parte da história humana, desde os primórdios. E esse resquício de violência ancestral não vai sumir da noite para o dia, pois ele está gravado nos nossos genes. A melhor forma de lidar com isso é através da catarse. Por esta razão eu não sou contra a violência nos games e nem no cinema, desde que, claro, ela seja apenas uma simulação. O que eu acho que precisa ocorrer é uma maior diversificação e a criação de games que mostrem as mulheres de uma forma menos estereotipada. Acho que os games voltados para o público feminino poderiam explorar mais esse aspecto para que as garotas possam se identificar com as personagens. Acontece que, para isso, é necessário que mais mulheres participem da indústria dos games. Hoje, os números indicam que as equipes produtoras de games são compostas quase que exclusivamente por homens. São homens criando jogos para homens. Ainda existe muito preconceito e machismo por parte da própria indústria de games, que muitas vezes insiste em contratar apenas homens para compor a equipe. Então a melhor forma de corrigir isso é cortando o mal pela raiz, ou seja: combatendo o preconceito e o machismo FORA dos games, já que os games são um reflexo da realidade aqui fora.
Quem disse que videogame não é coisa para meninas? |
Leituras externas sobre o tema:
Midiatismo: o machismo dentro dos games
Críticas ao machismo do GTA 5 (Portal Terra)
Os motivos do sexismo na indústria dos games
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