sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Violência doméstica contra o homem


Alguém pode estar estranhando o título desta postagem e pensando algo do tipo: "Como assim violência contra o homem?", ou: "Mas não são sempre os homens que agridem as mulheres?", ou ainda: "Ah, mas os homens que apanham das mulheres são minoria". Pois bem, se você, caro(a) leitor(a) possui algum tabu sexista ou algum preconceito baseado em gênero, acho bom rever os seus conceitos antes de começar a ler esta postagem. O que vou mostrar agora é um conjunto de evidências que desmentem o mito de que apenas os homens são agressivos e violentos. Mulheres podem ser tão agressivas e perigosas quanto qualquer homem, especialmente em uniões "estáveis".

O mito da testosterona
Haja testosterona...
Existe um argumento "biológico" muito usado em debates para tentar explicar o alto número de mulheres que sofrem agressões físicas dos seus maridos. Este argumento nada mais é que a maior presença de testosterona no organismo masculino em comparação com o feminino. É verdade que a testosterona é um hormônio responsável pela libido, pela agressividade e pelo crescimento da massa muscular – porém, a quantidade de testosterona não define se alguém será agressivo ou não. A agressividade é construída por uma penca de influências que vão desde a herança genética, passando pelo estado emocional e indo até o ambiente em que o indivíduo vive. Apesar de possuírem menos testosterona em seu organismo, as mulheres também são mais sensíveis às variações deste hormônio. Uma dose idêntica de testosterona aplicada em homens e mulheres causa efeitos diferentes. Isso é notável em pessoas que fazem reposição hormonal. É muito comum mulheres se sentirem muito mais agressivas e dispostas fisicamente que os homens após receber doses iguais deste hormônio (coisa que ocorre muito, por exemplo, nos esportes em casos de doping). Isso destrói o mito de que ter mais testosterona torna os homens mais agressivos. Portanto, a violência é inerente a todos os seres humanos, independente de sexo.

"Nosso código genético carrega instintos egoístas e agressivos que foram vantagens necessárias para a sobrevivência no passado." 
(Stephen Hawking)

Elize Matsunaga: mulheres também matam

A parcialidade dos números da violência doméstica
Isso não é engraçado
Em um dia qualquer, eu estava lendo em um famoso blog feminista que a violência doméstica só ocorre de homens contra mulheres, porque o contrário não seria possível, já que a mulher é mais fraca fisicamente que o homem (ideia do sexo frágil). Segundo essa inferência, um soco ou um chute de uma mulher não são tão fortes a ponto de machucar um homem. Ok, eu vou considerar que isso é uma generalização positiva, afinal, de fato, a maioria dos homens é fisicamente mais forte que as mulheres. Porém, a maioria das agressões domésticas das mulheres contra os homens não são através de socos ou pontapés, como algumas pessoas sugerem. Na maioria dos casos, as mulheres usam instrumentos cortantes (facas, talheres e facões), arremessam objetos (copos de vidro, ferro de passar roupa quente, cinzeiros, vasos de porcelana, louças) e usam utensílios domésticos para golpear seus companheiros (garrafas, vassouras, panelas). E para piorar, grande parte dos homens que sofrem agressões de suas companheiras não denunciam por medo do ridículo, já que somos condicionados a ver o homem como o "sexo forte". Fora que o homem que apanha de mulher é "covarde", "frouxo" e vira motivo de piada na delegacia. Adicione a isso o fato de que muitos homens não reagem à violência da mulher justamente porque eles sabem que vão perder a razão se forem enquadrados na Lei Maria da Penha. Isso sem falar nas mulheres que agridem verbalmente e que destroem objetos ou utensílios (automóveis, computadores, celulares) dos maridos. A psicóloga Simone Alvim, que pesquisa sobre este tema, aborda o assunto em detalhes no vídeo abaixo. O vídeo é longo, mas vale a pena conferir:



Outro problema é a manipulação de números com relação à violência doméstica. Muitos casos de agressões são omitidos e acabam se contradizendo nas próprias estatísticas. O vlogueiro Clarion de Laffalot mostra esse aspecto em um de seus vídeos:



Ainda sobre os números envolvendo violência contra o homem, em uma pesquisa feita em oito países europeus, apenas em Portugal a violência sobre mulheres é sempre maior. Outra pesquisa realizada pela Unifest aponta que as mulheres são mais agentes de casos de violência doméstica do que vítimas. Os links dessas notícias seguem abaixo:
Violência doméstica sobre homens revelada em estudo
Mulheres agridem mais do que homens, diz estudo

Que lei protege os homens da violência doméstica?

Justiça sem sexismo
Existe muita parcialidade em pesquisas sobre a violência doméstica, por isso mesmo que estatísticas neste sentido não são confiáveis. É por esta razão que as leis deveriam ser iguais para todos. Quero que fique bem claro que eu não sou contra a Lei Maria da Penha, muito pelo contrário – eu sou a favor do fim de qualquer tipo de violência doméstica. Mas para isso é preciso combater a parcialidade e o sexismo nas leis para que TODAS as pessoas estejam protegidas contra a violência. A Lei Maria da Penha, apesar do sua importância fundamental, é uma lei parcial, pois foca apenas nos casos de violência do homem contra a mulher, quando, na verdade, deveria abranger violência doméstica de qualquer tipo (casais homossexuais que o digam). Se houver discordância com relação a isso, há um vídeo do vlogueiro Bernardo (abaixo) citando um exemplo onde tanto a Delegacia da Mulher quanto a Lei Maria da Penha desconsideraram o sofrimento de uma mulher que era agredida por sua companheira:




E há outro vídeo do Clarion mostrando a parcialidade da Lei Maria da Penha:



Creio que deveria existir uma Delegacia da Família (ao invés de apenas delegacia da mulher) e uma lei imparcial que condenasse a violência doméstica vinda tanto de homens quanto de mulheres (incluindo casais héteros e homos). Quem se posiciona contra isso está apenas dando munição para blogs misóginos atacarem as feministas. Homens e mulheres não podem se enxergar como inimigos e lutar para ver quem tem mais direitos que o outro. Isso não apenas é infantil, como acaba alimentando a uma guerrinha desnecessária e sem vencedores que apenas estimula desejos de vingaça. O que as pessoas deveriam exigir era tão somente a IGUALDADE.

Para terminar, um vídeo do próprio Clarion em que ele elogia uma lei contra a violência doméstica colocada recentemente em pauta pelo senado:


Mais sobre o assunto em:
Mulheres agridem seus parceiros impunemente
Mulheres que batem e homens que calam

3 comentários:

  1. Quando se tenta combater a violência infantil, vem sempre um monte de gente defender o tapinha na bunda, um puxãozinho de cabelo..., os "corretivos" tão necessários no processo de educação de uma criança..rss São os mesmos que se sentem pais de suas mulheres, ou mães de seus homens (haja neura num relacionamento!!!!), e consequentemente entendem normalíssimo castigar "educativamente", num processo de adaptação do casal, ou salvação de um relacionamento.
    Wellington, relacionamentos humanos são mais doentios do que pode supor a nossa vã filosofia.
    Tudo, menos a solidão! Filhos, mulheres e maridos espancados, menos a solidão!
    Lamentável!

    Beijos meus

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    1. Taí mais um bom motivo para eu detestar relacionamentos! rss
      Eu acho qualquer forma de violência doméstica o fim da picada. É uma tremenda covardia um adulto bater numa criança, mesmo que como corretivo. Por isso sou a favor de uma delegacia e de leis contra todos os tipos de violência doméstica. Sem isso, esses nossos relacionamentos doentios estarão livres para impor a sua morbidez sanguinária por aí.
      Sorte de quem prefere estar só do que (mal) acompanhado!

      Bye!

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  2. Eu costumava apanhar de chinelo da minha mulher sempre na bunda pelada, agora ela viu uns sites americanos e tá me batendo com a escova de cabelo, meus deus fico até sem sentar

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