terça-feira, 2 de junho de 2015

Só falo de feminismo (SQN)

Charles Xavier mostra a importância de lutarmos lado a lado

Algumas pessoas me perguntam porque eu tenho falado tanto sobre feminismo neste blog, já que esse assunto nunca foi considerado como relevante num blog que tinha como foco, até pouco tempo atrás, temas como ciência, tecnologia, religião/ateísmo e política. O que causou essa mudança de foco foi a quantidade de coisas absurdas que vi, li e ouvi vindo da boca de pessoas (homens e mulheres) que se diziam feministas. Eu nunca me considerei um feminista propriamente dito, mas sempre fui a favor da igualdade e do respeito mútuo entre homens e mulheres. Fora que eu mesmo já fiz muita militância na internet em defesa dos direitos das mulheres (assim como de outras minorias). O meu problema todo com o feminismo surgiu quando ouvi aberrações ideológicas saindo da boca de feministas e também quando comecei a receber ataques por defender direitos iguais para ambos os sexos - sim: fui atacado por feministas por militar contra a cultura do estupro, por atacar a misoginia e por exigir igualdade "de verdade". E o argumento para me refutarem foram sempre os mesmos: que "eu sou homem, e homem não pode ser feminista"; que "eu sou um opressor caga-regra" e que "homem morto não estupra ninguém". Imagine que loucura é você defender um movimento e ser hostilizado por suas próprias integrantes. Só que a coisa não parou por aí, eu li tantos absurdos e exageros sem noção (especialmente nas redes sociais), que precisei fazer algumas críticas duras ao movimento. E se muitas feministas já me odiavam antes por eu defender as mulheres, quando comecei a criticar o movimento então foi que passei a ser achincalhado de vez, afinal, o movimento feminista "não pode ser criticado" - e muito menos por um homem (ou piroco, como elas rotulam). Sentiu o drama?

Olha aí que "belo" exemplo

É bom que se diga que eu nunca fui hostilizado pelo movimento LGBT por defender seus direitos, mesmo sendo hétero; nunca fui hostilizado pelo movimento negro por lutar com unhas e dentes contra o racismo, mesmo sendo "branco" e também nunca fui hostilizado nem por religiosos quando eu os defendi de ataques extremistas de alguns ateus, mesmo eu também sendo ateu. Mas com o feminismo, as coisas começaravam a sair dos eixos quando descobriam que eu não sou mulher. A sorte foi que, para minha felicidade, eu descobri que não são as feministas que me hostilizam, mas sim as extremistas dentro do feminismo, conhecidas por 'Radfems' (ou simplesmente Rads), também conhecidas pelos mais gaiatos como feminazis. Foi aí que comecei então a separar o joio do trigo.

Sempre há aliados entre os "opressores"

Radfems são mulheres separatistas, segregacionistas, revanchistas, maniqueístas, heterofóbicas, transfóbicas, antissexo, misândricas, antilibertárias e fascistóides que infectaram parte do movimento feminista. Elas são minhas inimigas ideológicas porque é delas que vem todo o discurso rancoroso de colocar tudo que tem pênis como sendo mau, opressor e estuprador. Não tenho nenhuma tolerância com essas imbecis e também não dialogo com elas por serem extremistas, patológicas e irracionais. O Radfem é um câncer que precisa ser extirpado do feminismo, porque ele só serve para aumentar o famigerado pelotão antifeminista.
E o mais podre é que ao invés de usarem aquele argumento biológico e determinista de que os homens são biologicamente maus (o que seria absurdo), elas justificam o separatismo delas com o argumento da "construção social do macho" como forma de justificar que apenas os homens são maus e também para camuflar a misandria disfarçada (que apesar de ser muito mais branda que a misoginia, também é nociva). Elas dizem que a razão dos homens serem "todos uns bostas" é social, mas, estranhamente, elas não atacam essa "construção social" que elas dizem ser a origem do mau nos homens e nem o machismo: ao invés disso, elas atacam os próprios homens apenas pelo fato de serem homens. Não há coerência. Pode perceber que os masculinistas fazem o mesmo que elas, só que ao invés de lerem Nessahan Alita, elas leem Valerie Solanas e Sheila Jeffreys, que são faces diferentes da mesma moeda.


Uma coisa é exigir respeito, igualdade, justiça social, fim do feminicídio, fim da violência de gênero e o fim do controle social, político e religioso sobre as mulheres. Outra coisa é se comportar como um grupo extremista que dissemina divisão social, vingança e lesbianismo político (como se orientação sexual fosse uma escolha). É insano que eu seja xingado constantemente pelos masculinistas (se eu ganhasse 1 dólar para cada vez que me chamam de mangina, eu não precisaria mais trabalhar para sobreviver) - e ao mesmo tempo seja tão odiado por essas feministas. Se você acha que eu estou exagerando quando falo das radicais, dê uma sacada nesta página, por exemplo, para você a que ponto as coisas chegam. O que eu noto é que essas Radfems são uma espécie de torcida organizada dentro do feminismo, que fazem muito barulho, muita confusão e não raro dizem coisas totalmente insanas e até perigosas.


Minhas críticas a partir de agora não serão mais às feministas, mas sim às Radfems, que para mim são a escória, ou, se preferir, a versão feminina dos masculinistas. Diferentemente das Radfems, que colocam todos os homens no mesmo balaio, machistas ou não, eu vejo diferenças claras entre os grupos e entre as pessoas. Enxergar as pessoas como blocos, como grupo, como classe apenas, é uma coisa meio perigosa, porque você julga um todo baseado na posição de alguns. Isso aí está errado.
E eu também já estou de saco cheio de falar sobre esse assunto. Mas, felizmente, para o terror das recalcadas, das radicais e dos masculinistas, sim, eu continuo apoiando o feminismo e defendendo os direitos das mulheres, porque eu não faço separação entre pessoas com pênis e pessoas com vagina: para mim todos os seres humanos pertencem a uma só espécie e não aceito que um grupo tenha mais direitos que o outro. Defenderei a igualdade e a justiça social até o fim. Sou igualitarista e ponto.

Resumo da ópera

Mas é claro que eu não poderia terminar este post sem citar duas páginas do Facebook de feministas que criticam essas radicais sem noção. As páginas chama-se Feminismo sem Misandria e Igualitarismo, por uma internet sem sexismo ela está aí para abrir a mente dessas pessoas que insistem em cuspir para cima.

Ué, não gostou?

Hummm! Ai que delícia de feminazi tears!

8 comentários:

  1. Esse assunto vai morrer na praia igual ateísmo x religião. Antigamente, o que dominava a internet era a discussão entre ateus e religiosos, agora que o assunto praticamente se esgotou, é política (direita x esquerda) e feminismo. Como de costume, tudo sendo abordado de maneira superficial e rasa (pelos dois lados). Depois, o assunto morre e aos poucos, outro tema modinha entra.
    Tomara que o próximo não seja política internacional, geopolítica e geoestratégia. Torço todos os dias para que deixem esses temas livres da doença da superficialidade das páginas do Facebook e dos vlogs do YouTube.

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    1. O que seria uma "abordagem profunda" na sua opinião?

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    2. "Abordagem profunda" não é questão de opinião. Abordar profundamente é considerar a abundância de um tema, fazendo contrapontos calculados, minimizando generalizações grosseiras, articulando ideias, concatenando conceitos e identificando seus próprios erros e acertos através da autocrítica. Ninguém precisa de uma academia para fazer isso. Os espaços do universo virtual possibilitam esse tipo de abordagem, mas o que geralmente predomina é a superficialidade, a paixão e os palpites. Lembra das páginas Orgulho Hétero e ATEA? Elas costumavam ser a materialização da pobreza do debate no Facebook. Outros fazem vídeos de 40 minutos e não dizem nada, só vomitam um roteiro falando um monte de coisas que não se verificam na realidade. Claro, há também páginas e canais proporcionalmente excelentes, um deles é o do Pirulla, apesar de eu não gostar muito dos seus vídeos mais antigos, ele é um excelente opinador e informador. O que eu digo é: quando um assunto explode, ele será contaminado pela superficialidade e pela pobreza de conteúdo. Assim como a discussão entre ateus e religiosos morreu, essa discussão de machismo x feminismo, direita x esquerda, monogamia x poligamia também vai morrer se continuar nessa linha de argumentação atual.
      Isso não é um ataque ao seu blog, nem a você, mas é uma crítica à estrutura e ao formato vital das discussões que estão sendo feitas hoje em dia. Estou criticando como costuma-se discutir determinados assuntos de maneira global. Não estou fazendo isso porque sou contra os debates, mas porque quero que eles se expandam e causem maior impacto.


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    3. Muito bem, obrigado por sua explanação. Eu creio que a maioria das pessoas não possui tempo e nem paciência para sair da superficialidade. O problema é que nos tempos de inclusão digital todo mundo quer opinar sem se preocupar com a prolixidade do próprio discurso e sem fazer uma pesquisa mais detalhada sobre o tema. Mas ao menos a tal superficialidade faz com que as pessoas pensem sobre determinado assunto. A onda do ateísmo na internet, por exemplo, ajudou - ainda que superficialmente - a desconstruir aquela visão de que os ateus não possuem caráter.

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    4. "A onda do ateísmo na internet, por exemplo, ajudou - ainda que superficialmente - a desconstruir aquela visão de que os ateus não possuem caráter." Boa observação. Essa nova explosão política nas redes sociais está ajudando em certos aspectos também, mas acho que ainda faltam outros. Por isso a crítica.

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    5. Na época, em 2010, eu estava vivo e ativo. Você estava na adolescência.
      Eu lembro dele, eu quero que ele

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  2. Eu em 2011: vivo, ativo, Facebook e tudo
    Você em 2011: escola, casa, adolescência
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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  3. Judith Butler também diz que sexo é construção social.

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