quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Por que sou de esquerda?
Se você perguntar para qualquer político elegível num debate se ele é de esquerda ou de direita, a resposta vai ser sempre a mesma. Ele não vai se assumir de esquerda, direita ou centro para não criar repulsa de nenhum lado opositor e vai usar aquele discurso mais batido que bengala de cego de que não existe mais esquerda e direita, que o importante é cuidar das pessoas, que o importante é melhorar a saúde, a educação e a segurança pública e fazer o país crescer, e toda aquela conversa demagoga de sempre. Como eu não sou político e não tenho rabo preso com ninguém, estou livre, como cidadão, para revelar minha posição política, que é de esquerda. Mas por que eu me considero de esquerda? Vamos refletir antes sobre o básico.
O Brasil é um país em desenvolvimento com um alto índice de desigualdade social e econômica, fato. A esquerda (moderada) é a favor da redução dessas desigualdades e de uma política econômica baseada no keynesianismo, promovendo um crescimento econômico igualitário e dando o devido valor à classe trabalhadora. Já a direita é justamente o oposto: é individualista, elitista, neoliberal e concentradora de renda na mão de minorias. Querem enriquecer os patrões às custas do suor dos trabalhadores e fazer privatizações em massa. A ideia de "Estado mínimo" defendida por eles só serve para beneficiar os abastados e manter os ricos ainda mais ricos e os pobres ainda mais pobres. Só isso já explica o porquê da minha inclinação à esquerda.
É muito fácil defender o status quo e o liberalismo econômico quando você faz três refeições por dia, quando tem casa própria, quando tem um bom salário e uma boa perspectiva de futuro. Mas e as outras pessoas? E os mais pobres? E os que NASCERAM mais pobres? Pessoas pobres têm sonhos, têm necessidades básicas que precisam ser supridas, têm desejos e têm a mesma vontade de vencer na vida como qualquer outro ser humano. O problema é que as barreiras sociais e econômicas impostas a eles desde o nascimento são completamente atrozes se comparadas às da classe média e às da alta burguesia. As desigualdades econômicas e de classe nesse país (e em boa parte do mundo também) são absolutamente desproporcionais e aterradoras. Enquanto uma doméstica ganha um salário mínimo (que mal chega aos R$ 800) a duras penas, um banqueiro ganha milhões (e até bilhões em alguns casos) sem maiores esforços. A distribuição de renda é completamente injusta, porque você superconcentra o dinheiro da nação na mão de uma meia dúzia de indivíduos e a esmagadora maioria da população é que precisa repartir o resto que sobra. Eu não estou dizendo que o Estado tem que roubar do rico para dar para o pobre, o que eu defendo é uma distribuição de renda justa. Um banqueiro, por melhor e mais competente que seja, não merece receber um rendimento mensal 500 mil vezes maior que um proletário que tem uma carga e uma jornada de trabalho muitas vezes maior que a do banqueiro.
Aí vem um gaiato dizer que eu sou "esquerda caviar". Primeiro que eu nunca comi caviar, segundo que não preciso passar fome para ter empatia pelos mais pobres e terceiro que eu sei que é uma questão de justiça e bem-estar social cuidar das pessoas menos favorecidas economicamente. Aí vem outro gaiato e diz para eu "ir para Cuba". Ora, Cuba é um país que está em situação precária há décadas por causa de um embargo econômico totalmente covarde e desumano protagonizado pelos EUA. Isso sem falar na queda de países "socialistas" parceiros de Cuba que desapareceram com a extinção da URSS, deixando Cuba em situação de calamidade total. Fora que Cuba nem socialista é. O que ocorre em Cuba é um capitalismo de Estado no pior sentido que essa expressão puder ter. Então mandar alguém para Cuba é uma forma desonesta de argumentação.
Eu não me considero um socialista propriamente dito, porque o socialismo tem o problema de rejeitar e oprimir a natureza gananciosa do ser humano, o que só torna esse sistema possível através de ditaduras. Além do fato do socialismo não dar o incentivo capital necessário para gerar mais inovações - já que o capitalismo premia as ideias mais inovadoras, fazendo as pessoas encontrarem as melhores soluções mais rapidamente, estimulando, assim, o rápido avanço tecnológico. Eu me considero um social democrata, que mantém o capitalismo com regulação estatal de modo a preservar o próprio capitalismo, já que o mercado é predatório e naturalmente gera cartéis, monopólios e oligopólios. Os anarcocapitalistas que me desculpem, mas o capitalismo só funcionaria sem Estado se os seres humanos tivessem um comportamento exemplar e se os recursos naturais fossem infinitos.
Por que a direita no Brasil ainda é tão forte?
O Brasil, atualmente, está se tornando cada vez mais de direita. Basta ver a quantidade de gente "liberal" nessas manifestações anti-PT e todo o persistente e contagioso discurso rancoroso de gente de direita na internet e na mídia em geral. A falsa ideia de liberdade transmitida pela direita é um ponto que tem convencido muita gente, especialmente da classe média, de que "menos Estado" é a solução para o crescimento econômico e também para combater a corrupção. A classe média, que sustenta o país com seus impostos, se sente roubada pelo PT devido aos sucessivos escândalos de corrupção - daí que os intelectuais da direita aproveitam e soltam a armadilha: "Sua vida está ruim porque o governo é de esquerda, porque o PT é de esquerda" e "A esquerda te rouba através de impostos e da corrupção". E assim a esquerda vira um verdadeiro câncer para essas pobres pessoas que sofreram uma lavagem cerebral gratuita e maniqueísta dos reacionários neoliberais. O problema aí é que o PT, apesar de ainda ter um estatuto progressista e ter raízes sindicais, não é mais um partido de esquerda propriamente dito. O PT hoje é centro-esquerda e cada vez mais está aderindo a agenda neoliberalóide para se manter no poder. Isso tanto é verdade que até banqueiros estão saindo em defesa do Partido dos Trabalhadores. Mas a lavagem cerebral da direita reacionária é tão eficaz, que cega as pessoas politicamente indecisas ou levemente orientadas à direita com exemplos como esses aqui. Aí o resto é consequência.
Devido ao passado colonial, aristocrata, escravocrata, conservador, monárquico, militarista e pela forte presença dos EUA, o Brasil é, desde 1500, uma nação governada e planejada pelas elites. As ditaduras pelas quais passamos e os golpes de Estado mostram que a inclinação antiesquerdista foi predominante na nossa história. Os governos, mesmo os mais à esquerda, precisam passar pela aprovação das elites para terem suas campanhas financiadas e se elegerem. Não há escapatória a não ser fazer o jogo da direita, de modo que mudanças sociais são lentas e difíceis. E o grande desafio de ser de esquerda hoje em dia é lutar contra toda essa dominação elitista que o Brasil sempre teve sem ter que apelar para uma revolução brasileira à francesa.
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O meu problema com a "esquerda" não é a questão econômica ou do excesso de poder ao Estado contra o liberalismo econômico. O meu problema com a "esquerda" se deve ao seu apoio e promoção de movimentos que visam minar os valores familiares e éticos. Não é só a questão do casamento gay, é a libertinagem feminina, é a busca infindável de prazeres nesse mundo ( o que é bom para os capitalistas ), é a divisão criada pelos mesmos para defender minorias... Para um esquerdista para atingir seus objetivos ele precisa se anexar a qualquer movimento, mesmo que ele seja contra, porque isso vai ajudar a desestabilizar o Estado. Hoje a moda é apoiar os árabes (muçulmanos), apoiar a cultura persa e seus costumes... Mas alguém acha que eles se preocupam com os costumes persas que se fosse instalados aqui no Ocidente seria logo taxado por eles de chauvinista? Eles não se preocupam com eles, eles visam apenas seus interesses, eles estão apenas seguindo a agenda política do marxismo cultural, de chocar a sociedade e de agir contra qualquer e todo o status quo, sou contra essa "esquerda".
ResponderExcluirOlá, Lux Noahide.
ExcluirPrimeiramente, é bom que se diga que há, sim, muitas pessoas de esquerda que são conservadoras no que se diz respeito aos costumes. Porém, pelo fato da esquerda ser normalmente progressista e igualitarista, ela tende a extrapolar as questões econômicas e a defender também a igualdade em outros aspectos, como a igualdade racial, igualdade de gênero e igualdade de direitos como um todo.
E também há o oposto: pessoas que são economicamente de direita (a favor da liberdade econômica e da livre concorrência), mas que apoiam gays, feministas e outros grupos de minoria. O anarcocapitalismo é um exemplo dessa direita liberal e libertária.
E, me desculpe a discordância, mas o que destrói a família não é a homossexualidade, o feminismo ou a regulamentação das drogas. O que destrói a família, como mencionei neste post, é a falta de amor, a falta de educação, a falta de empregos, a violência doméstica e o fanatismo religioso. E também discordo inteiramente que valores éticos sejam "destruídos" com o libertarianismo. No máximo, valores morais individuais são feridos. Antiético é manter, por exemplo, os homossexuais sem os mesmos direitos civis dos heterossexuais.
Já se aliar a muçulmanos, eu não vejo problema algum nisso. Pois devemos ter uma postura diplomática diante das diferenças. E o tal "marxismo cultural" como sendo a "ciência da destruição da família" é uma ideia totalmente reacionária e medrosa diante das mudanças inevitáveis que cedo ou tarde chegarão no mundo civilizado.
Uma crítica interessante. Parabéns.
ExcluirInteressante... Libertinagem só a é, se for feminina...
ExcluirSei...
O atual problema majoritário em nosso país é a falta de educação. Não digo educação no quesito de pudor, mas sim da falta de aptidão cultural que nosso povo possui.
ResponderExcluirComo tu bem mencionaste, não só na ideia acima, mas também em outros artigos, a questão de conhecimento é o básico para a visualização dos problemas de nosso país. Com conhecimento vem a compreensão de grupos diferentes, o entendimento das situações políticas e assim um posicionamento correto, sem a interferência de "intelectuais" de direita ou esquerda. Com o conhecimento podemos compreender até mesmo que sentimentos como amor são essenciais para o desenvolvimento de uma nação, aqui posso citar o patriotismo, ou amor a Pátria, que vários países desenvolvidos possuem.
A educação é base para tudo, até mesmo para constituir a riqueza, porém ela não é valorizada em nosso país. Seja políticos ou mesmo o povo, pensam apenas em ganhar dinheiro e no tempo presente, não refletindo sobre o futuro, assim, nosso país cada vez mais se torna decadente. Esse problema atinge a todos, seja os políticos e ricos de nosso país, seja nossa decadente classe média e camada popular. Ler é chato, escrever é ruim, estudar é besteira. Como um povo pode ascender para às luzes do saber, se existe uma minoria absoluta que leva o conhecimento a sério? Como é possível educar assim?
Em minha opinião, caro Wellington, só através de uma revolução para haver mudanças reais, pois, sou educador a 10 anos e vejo poucos colegas de profissão que podem mudar a situação através da educação, pois existem aqueles que apenas querem seu salário no final do mês e outros que embora possuam boa vontade, falta o conhecimento, dando aulas tendenciosas de um partido ou outro. Para haver mudanças educacionais é necessário usar a educação como instrumento libertador, coisa, infelizmente, difícil de acontecer em salas de aula.
Pois é, mas como o próprio Paulo Freire já dizia: "Seria uma atitude muito ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que permitisse às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica". Aprendemos, normalmente, de forma robótica, na base do decoreba, sobre os males sociais: isso não estimula as pessoas pensarem sobre o sistema que as domina. Fora que há muita parcialidade no ensino e pouca preocupação política em resolver os seus problemas, até porque, os políticos lucram mantendo o povo deseducado.
ExcluirÉ um ciclo vicioso, se verificarmos as mudanças que a Índia está tendo, estão todas baseadas na educação, a China foi assim. É um problema simples de resolver, se olharmos clinicamente a situação histórico mundial. Porém, somos um país acostumado com a elite no comando. Desde os primórdios de nossa colonização quem sobrevivia era o rico e o malandro, o rico na pele do capitão geral da província e o malandro, aquele meio índio meio degredado português que servia de elo entre os portugueses e as tribos tupis.
ExcluirConhecimento nunca foi nosso forte, afinal nossa elite veio de negociantes fracassados lusitanos e fidalgos a beira da falência, os únicos mais sedentos pelo saber eram os índios charruas do sul e as missões jesuíticas que tinham como ambição "salvar a alma" dos povos tupis, tendo de usar o conhecimento para isso.
Aí é natural um governo com dezenas de partidos e com vários cabidais, onde um auxilia o outro em troca de propina por votos de leis ou favores legislativos. Não mudou muito se formos ver, o malandro e o rico proprietário. Tudo na base do agora, sem refletir no futuro, aí a queda do sistema, pois não se pensa em um futuro, olha o caso do RS, que não tem dinheiro para pagar nem mais os funcionários do Estado.
Infelizmente foi assim, não vou me abraçar na teoria do tropicalismo, onde tudo nasce fácil e tudo se consegue fácil para explicar as desventuras de nosso país, aliás, ser de esquerda é trabalhoso Wellington, tu tem de pensar no futuro, em coisas de investimento a longo prazo (educação), por que ser de esquerda então? Como falaste mesmo os esquerdistas brasileiros se tornam direitistas, lembra do Lula na primeira candidatura à eleição? Camisa surrada, barba desgrenhada, mas só se elegeu quando vestiu o terno e se aprumou, se mostrou próximo da direita. Acho que meus alunos diriam, quando "ostentou", que é o que o brasileiro gosta, o imediato em tudo.
Poucos são aqueles que pensam ainda em ser de esquerda com metas, pois muitos se dizem de esquerda e nem sabem o que isso significa, população? Não falo de professores assim.
Desculpe o mar de falácias caro Wellingon, é só um desabafo, mas, por favor, me diga que estou errado.
Como eu gostaria de dizer que você está errado, camarada... Infelizmente, como você bem disse, só se pensam em soluções a curto prazo, o que gera uma bola de neve de problemas para o futuro. Ou a educação neste país passa por uma revolução, ou talvez nem futuro tenhamos mais.
ExcluirAbraço.
Camarada?
ExcluirWellington, sua critica sobre Olavo de carvalho me fez conhecê-lo. Percebi que ele (Olavo) fundamenta muito melhor suas opiniões do que você. Obrigado por me apresentá-lo.
ResponderExcluirQue bom. Fico feliz em ajudar as ovelhas a encontrarem o seu pastor.
ExcluirSó toma cuidado para não virar um abortista terceirizado tomando Pepsi ou achar que Newton era burro por provar que a Terra gira em torno do Sol.
Wellington, eu sei que você é ateu, mau eu sou cristão e digo e afirmo, com a graça de Deus, que a solução para o mundo eis que é o Cristianismo contra os males do Capitalismo e do Socialismo. Segundo o Cristianismo a graça seria o favor imerecido de Deus às suas criaturas desde que as tirou do nada quando as criou, ou seja, para os cristãos tudo é graça, pois a natureza não se fez a si mesma, não teria por princípio a si mesma e a graça sustenta a natueza aperfeiçoando-a. Porque eu acredito que só o homem aderindo à essa tal idéia da graça divina, ele pode ser mais realista diante da arte do possível sempre precária humana que é a essência do que seja a Política. E mesmo com a graça, por ser também antes uma outra idéia, tanto quanto a Social Democracia, o Capitalismo, o Socialismo e o próprio Cristianismo, por serem idéias, a Política mostrará sua miséria em aplicar na práxis tais ideais, pois eis que a Política é sempre o coveiro dos ideais. Mas ao menos confiando-nos na idéia, ou seja, a imagem do mundo, a meu ver, mais lúcida do que seria o mundo que seria a idéia cristã da graça, as nações saberão bem ao certo a miserávelmente exata medida humana e desconfiarão sempre da pobre Política como solução de todos os problemas humanos.
ResponderExcluirVisite o meu blog https://joaoemilianoneto.blogspot.com.br
O Cristianismo vai salvar o mundo como? Desviou-se da verdade do Evangelho desde que Constantino decretou-a como religião oficial do império romano. Torturou, matou e, historicamente, sempre aliou-se aos poderosos, que oprimem os pobres, como avalista religiosa de uma estrutura social injusta. Perpetrou as maiores atrocidades da História como as Cruzadas e a Inquisição. Depois aliou-se ao fascismo de Mussolini e o nazismo de Hitler. O banco do Vaticano não passa de uma lavanderia de dinneiro sujo. E o que dizer dos evangélicos? Basta dar uma olhada na bancada evangélica no Congresso: um monte de picaretas que livraram a cara de Temer duas vezes, votam sempre contra o interesse dos trabalhadores, a favor das elites. Ficam com esse papo furado de defesa da família e dos bons costumes, incitando o ódio contra os gays. Típicos fariseus modernos.
ExcluirWellignton, só para complementar o pensamento, pois fiz, acima, a que seria a crítica do Cristianismo às idéias de esquerda como o Socialismo e a Social Democracia, note que a crítica cristã ao Capitalismo seria à ganância e ao individualismo típico dos direitistas. Ou seja, parece haver uma doença infantil na Direita que é o que eu chamo de "burguesismo", ou seja, ao menos no Brasil que é um país esmagadoramente conservador, profundamente de direita, o que vemos em sociedades de direita é um mergulho total do indivíduo no cotidiano, na mesmice, não há reflexão, não há Filosofia, não há o maravilhar-se diante do comum. O comum para essas pessoas deixam-nas em um como quarto fechado sem janelas. O pessoal de direita, ou ao menos uma direita liberal, só pensa em enche-se de dinheiro, em viverem suas vidinhas individualistas e sem um vínculo orgânico com a sociedade em que vivem como nem Robson Crusoé ousaria, pois esse personagem de ficção soube bem como sofreu por ter se encontrado isolado em uma ilha e ter ali de se virar para sobreviver.
ResponderExcluirEnfim, a postura comum da direita tanto quanto a postura comum da esquerda carecem de vida interior urgentemente, a meu ver, pois só a imagem de mundo hiper-realista que o Cristianismo poder dar, é capaz de curar os males da crença cega no Estado e da crença cega no dinheiro capitalista.
Post Scriptum: A melhor imagem para ilustrar a, na minha opinião, única cura para os males do mundo, eis que uma imagem em pedra branca em alto relevo situada no pórtico da arquidiocese de minha cidade (Belém, capital do Pará) em que retrata Cristo ao meio de pessoas à direita e à esquerda. Ou seja, a idéia da graça poderia muito bem moderar os conflitos dos homens a fim de que eles se não iludam com a sedução propociada pelo bem-estar mundano vindo do Estado (esquerda) ou do dinheiro (direita).
ResponderExcluirBom dia, João.
ExcluirO grande problema das ideologias políticas hoje é que elas estão sendo tratadas como religião. Noto que há uma idolatria beirando o fanatismo com relação tanto à esquerda quanto à direita política. A esquerda idolatra Marx ou o Deus Estado em sua utopia anticapitalista. Já a direita adora von Mises e o Deus Mercado em sua ânsia por dinheiro.
Não creio que a solução para isso seja o cristianismo e nem qualquer outra religião. Acho que precisamos mesmo é de evitar extremismos procurando posições mais moderadas e evitando segregar quem pensa diferente. E o melhor jeito de se conseguir este equilíbrio é tendo uma educação de melhor qualidade.
Abraço.
Bom dia, caríssimo Wellington.
ExcluirNote que a idéia da educação para resolver os males humanos e da sociedade, pelo que eu sei, remonta ao Iluminismo, por isso a idéia dos chamados philosophes franceses como Denis Diderot, Jean-Jacques Rousseau ou Voltaire de editarem as chamadas enciclopédias. Eis que essa é uma idéia otimista, ingênua, perante a maldade humana, bem diferente da antropologia pessimista cristã, porque para os philosophes o homem seria perfectível, poder-se-ia tornar melhor por suas próprias forças. Para nós, os cristãos é a heresia do pelagianismo tal idéia. O que proponho para o mundo é o Cristianismo como a idéia mais próxima mais próxima da realidade humana precária, de fato, gananciosa, ruim, ferida pelo pecado original e que deve confiar na graça e não no seu próprio braço para melhorar a sua situação.
Bom, por outro lado, a individualidade (a individuação, como queira) -- que e não tem nada a ver com o in-d-di-dual-ismo --, é muito bom positivo e bom sim.
ResponderExcluirEis para refletir:
Winston, herói de ‘1984’, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que ‘só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade – só o poder pelo poder, poder puro.’
As grandes casas de prostituição no Brasil são alimentadas pelos grandes executivos, empresários etc, etc... Classe essa que luta pela moral cristã mas não medem esforços na hora de contratar uma puta como acompanhante nas suas viagens de negócios ok! Cristianismo é a maior furada, o cristão pode tudo, no final das contas, ele será perdoado. Discrepância total!
ResponderExcluir"á a direita é justamente o oposto: é individualista, elitista, neoliberal e concentradora de renda na mão de minorias. Querem enriquecer os patrões às custas do suor dos trabalhadores e fazer privatizações em massa. A ideia de "Estado mínimo" defendida por eles só serve para beneficiar os abastados e manter os ricos ainda mais ricos e os pobres ainda mais pobres. Só isso já explica o porquê da minha inclinação à esquerda."
ResponderExcluirVocê realmente não faz a menor ideia do que é liberalismo ou libertarianismo!
Quando você entender que a revolução francesa foi o explorado contra o Estado, vai entender que hoje é a mesma coisa!
Uma classe isolada que se alia a um grupo que faz o estado e mantem todo o país como escravos e com impostos!
A Revolução Francesa foi, na verdade, a revolta do 3º estado (o povo) contra o clero e a nobreza. Hoje a mídia equivale ao clero e a elite plutocrata equivale a nobreza. Políticos são marionetes, fantoches, da plutocracia.
ExcluirMas não consegue perceber a diferença clara do livre mercado para o corporativismo??
ExcluirEu defendo o primeiro, que foi o grande motivo da revolução Francesa, as pessoas queriam ter dignidade de trabalhar e trocar por livre e espontânea vontade ( o dinheiro é só a moeda de troca).
O capitalismo é algo que proporcionou uma diminuição da extrema pobreza de forma absurda!
Defender o estado é defender Bancos, políticos, mídia e inclusive essas mega empresas que se beneficiam do pequenos e médios empresários e dos trabalhadores. Não tem como fugir dessa realidade!
Mas é justamente aí que está o problema, porque o livre mercado gera naturalmente monopólios, oligopólios e cartéis. O Estado precisa ser imponente para combater essas práticas e garantir uma competição justa e leal sem que as empresas grandes destruam as pequenas. E se defender o Estado é defender bancos e mega empresas, então como explicar o que acontece em Cuba? Lá os bancos privados e corporações não mandam em nada.
ExcluirE o capitalismo só serve para combater a extrema pobreza quando há uma taxa baixa de desemprego e um alto investimento em saúde, mordia e educação, ou seja: uma social democracia avançada.
Novamente você está confundindo livre mercado com corporativismo! Não existe monopólios e oligopólios sem benefícios únicos que só podem ser dados por algum órgão ditador, esse órgão é o Estado, te falo isso pois a principal forma de arrecadação dele é via imposição, se fosse de forma opcional poderia ater dar um crédito para o modelo!
ResponderExcluirFalar sobre Cuba e Venezuela são exemplos clássicos para entender como é falho centralizar o poder! Você tira o direito das pessoas decidirem e transferem ele para 6 duzia de burocratas!
Pense comigo caso entrar um Bolsonaro da vida no governo e ferrar tudo você vai achar bom???
Então por isso acho que devemos devolver o direito individual de escolha de cada um!
Não tem como você não olhar para historia do antes e depois da revolução francesa(que para mim foi realmente quando apareceu o capitalismo), antes era apenas formas de estados aristocráticos e era uma completa pobreza no mundo todo, essa realidade hoje em dia é muito menor pela liberdade.
Se você realmente que avaliar se um lugar é bom ou não é só fazer uma simples pergunta: - as pessoas fogem de lá ?? Ou fogem para lá??
Liberdade deveria ser a coisa mais respeitada em todo mundo.
Um abraço e é um prazer conversar com alguém que diverge do meu pensamento mas tem respeito ( apesar que você classificou quem é direita como se fosse um monstro que quer transformar todos em escravos!)
Igor, estou gostando da nossa conversa, mas infelizmente não estou com tempo para poder continuá-la. Respeito o seu ponto de vista, porém discordo.
ExcluirAgradeço por sua educação por sua paciência em dialogar comigo de maneira tão cordial e civilizada.
Um grande abraço.
PS: lembrei de um vídeo do professor de história Humberto Mattos que trata sobre monopólios e ilustra bem o meu ponto de vista sobre esse assunto.
ExcluirO link é este abaixo:
Como se formam os monopólios. (#Matrix 84
Abraço.
achei meio pesado você ter citado a monarquia nos motivos ate porque as elites se tornaram dominantes depois da proclamação da republica
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