sábado, 4 de julho de 2015

A fragilidade da família tradicional


A família tradicional (papai, mamãe e filhinhos) é realmente muito frágil. Todas as pessoas que são a favor da exclusividade desse tipo de família são medrosas e intolerantes com todos os outros tipos de família. Basta ver as reações exacerbadas dos reacionários toda vez que assuntos como a homossexualidade e a regulamentação das drogas são colocadas em discussão. E antigamente não era diferente, porque os reacionários de outrora tinha reações parecidas diante de eventos como o fim da escravidão, o direito da mulher votar, o direito da mulher trabalhar fora, o divórcio e até o fato da mulher não se casar virgem. Esse medo irracional da "destruição" da família nuclear mostra-se apenas como uma falácia de apelo ao medo diante das mudanças sociais inevitáveis.


O que esses reacionários espalhafatosos defensores da moral e dos bons costumes temem é a própria extinção - ou melhor: a extinção dos seus próprios preconceitos que cada dia mais são rejeitados pela sociedade. Muitos desses preconceitos são, na verdade, resistências alimentadas por discurso religioso retrógrado e esquerdofobia - já que muitos alegam que tais coisas são "marxismo cultural", uma vez que a família tradicional não era lá muito bem vista por Marx.

Raciocínio homofóbico

O que é preciso ser avisado a esses medrosos é que famílias heterossexuais vão continuar existindo e que a espécie humana não vai entrar em extinção. O que as pessoas favoráveis à união homoafetiva (e qualquer outro tipo de união) querem é expandir o conceito de família para que todos possam ser felizes. É retrógrado e covarde querer proibir que outros tipos de família possam existir - ainda mais mentindo ao dizer que a família heterossexual será destruída. O que destrói as famílias é a falta de amor, a falta de educação, a falta de empregos, a violência doméstica e o fanatismo religioso. Abra a sua mente antes de abrir a sua boca.

Paz para todos.

7 comentários:

  1. Amigo, em alguns pontos eu também sou como você, não acho que o molde tradicional da família como sempre conhecemos seja uma fonte plena de felicidade, também gosto muito de prostitutas rsrsrs, e sou ateu. Mas acho que sua análise foi um pouco simplista e se focou apenas em um único lado da questão.
    Você já parou pra pensar quais foram as consequências de dar essa total liberdade exagerada e privilégios para as mulheres? Viu no que a nossa sociedade se tornou com o fracasso da família tradicional? Quais foram os efeitos colaterais disso? Será que foi tudo de bom mesmo?
    Um dos aspectos ruins que eu observei foi que essa liberdade feminina e a desestruturação das famílias fez com que surgisse maus cidadãos em nossa época contemporânea.
    A liberdade feminina fez com que as mulheres tivessem o poder de decisão para desobedecer os pais, seguir seus próprios caminhos e fazer suas próprias escolhas, mas já é sabido desde tempos antigos que as escolhas das mulheres não são pelas melhores coisas, principalmente em se tratando de escolher um homem. Então o que foi que aconteceu? As mulheres começaram a se envolver com os tipos de homens que os instintos delas acham que são bons para reprodução. E quais são esses tipos de homens? São os cafajestes, os bandidos e outros tipos de homens com personalidades ruins, perceba que o homem bom e honesto raramente é escolhido, só que esse tipo de homem escolhido por elas não tem bons valores pra passar pra um filho, na maioria das vezes o homem escolhido quando sabe que a mulher engravidou simplesmente desaparece sem deixar rastro, e deixa a mãe sem dinheiro, sem apoio e sem estrutura nenhuma pra dar suporte ao desenvolvimento de uma criança. Então o que acontece? É essa explosão de criminalidade que vemos hoje na nossa sociedade, nos transformamos em uma fábrica de construir bandidos.
    Não há como contra-argumentar, uma criança que cresce em um ambiente desestruturado dificilmente se tornará um bom cidadão, isso é fato, e querendo ou não o melhor ambiente pra uma criança crescer ainda é dentro de uma família nuclear.
    Não sou contra a liberdade dada às mulheres, cada ser humano deve fazer o que bem entender com sua própria vida, não há como controlar as pessoas, mas acho que se querem colocar filho no mundo que seja dentro de um arranjo familiar porque se não for o resultados futuros serão desastrosos, é isso que tenho observado no ambiente que me cerca.
    Pra você ter uma ideia, a maioria dos detentos cresceram em um ambiente sem a presença de um pai. Aqui na favela onde moro 90% das mulheres engravidam de marginais e traficantes que não assumem os filhos, observo os meninos crescendo e olhando para o tráfico de drogas como se fosse um grande emprego, uma grande conquista fazer parte daquele movimento, é lamentável mas é a verdade da vida real, o garoto da favela não cresce pensando em estudar, ele deposita seu futuro tráfico, e as meninas vão crescendo tendo como sonho de consumo ter um filho de um traficante, o traficante aqui é perseguido pelas mulheres como se fosse um prêmio, só como exemplo teve um traficante aqui que foi morto pela polícia e deixou 8 mulheres grávidas.
    Na minha opinião, nós ainda não estávamos preparados pra receber essa liberdade, isso era pra ser feito quando tivéssemos atingido um alto nível de educação, consciência política e também de infraestrutura, pra min o caminho deveria ser bastante preparado antes disso acontecer, mas na favela a maioria é analfabeto ou só estudou até o ensino fundamental, nem os homens nem as mulheres souberam lidar com a tal liberdade, com certeza eles ainda precisam de orientação, precisam de alguém que os guie, mas o estado que deveria fazer isso é omisso nessa questão e devido a isso estamos presenciando o caos social, então eu acho que poderíamos esperar mais um pouco, ainda não era hora de tornar o povo "livre".

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  2. Olá.
    Sim, a minha abordagem foi superficial por ser mais uma crítica rápida do que uma análise propriamente dita. Por isso que a participação dos leitores é fundamental para complementar certos pontos.
    Sobre a liberdade da mulher, eu discordo disso porque esse tipo de coisa só acontece se a mulher for irresponsável e não usar métodos contraceptivos para evitar gravidez indesejada. Não é porque uma parte das mulheres se entrega pra qualquer um que a liberdade delas deve ser cerceada. E o homem deveria ser obrigado por lei a assumir a paternidade (ou pelo menos pagar pensão).
    Na minha opinião, o que leva as pessoas para a criminalidade não é isoladamente a ausência do pai, há muitos e muitos fatores envolvidos nisso. Um desses fatores é a desigualdade social e a péssima educação pública. Jovens mais abastados filhos de mães solteiras, por exemplo, não viram marginais facilmente, por que será?
    O problema maior, como você bem disse, é a falta de políticas sociais que propiciem melhores condições de vida para os mais pobres.

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    1. Não adianta colocar a culpa apenas nas políticas sociais, fazendo isso você se torna superficial novamente em sua abordagem, você precisa mergulhar mais profundo do que isto nesta questão, não é possível ignorar o comportamento humano no processo de formação de um ser humano, o Estado pode até contribuir em se tratando da cidadania, mas o caráter é formado dentro da família, é algo passado de pai pra filho, entendeu?
      Em países de primeiro mundo onde as políticas sociais funcionam também acontece o mesmo, a maioria dos presidiários de lá também foram frutos de uma família sem a presença de um pai. Você tentou me responder essa questão com exceções, jovens abastados sem pai que não se tornam marginais são exceções não são a regra, eles não são maioria são a minoria.
      A mulher sozinha não tem força, pulso ou rédeas para impor limites e educar uma criança principalmente se for um homem, não foi necessário eu fazer nenhum estudo pra chegar a essa conclusão, isso foi fruto do que eu vi acontecer na vida e no ambiente que me cerca, não há pesquisa que possa contradizer ou ser mais eficiente do que a observação em tempo real, ou você é daqueles que acha que não se deve impor limites sobre uma criança? Sendo você de esquerda não duvido nada que acredite nisso rsrs, vide lei da palmada.

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    2. Sim, o caráter vem em grande parte de uma boa formação familiar. Mas quem disse que é preciso de uma figura paterna para isso? O que tem de pais (homens) que espancam a mulher, os filhos e que cagam e andam para educação da própria família não está no gibi. Não é a presença de um homem ou de uma mulher que torna uma família digna. O que torna uma família um baluarte para as pessoas é o amor e a educação - independente de quem cria quem.
      E essa história de que mulher não tem pulso para para impor limites... De onde foi que você tirou isso? Você precisa abrir mais a sua visão de mundo para entender que as coisas não são tão binárias quanto parecem. Há sempre um degradê de cinza enorme entre o preto e o branco assim como há um degradê enorme nos tipos de família. Crianças precisam sim de pulso firme e de limites, mas a família nuclear não é a única que pode oferecer isso.
      O seu comentário é uma ofensa a todas as pessoas criadas só pela mãe, pelos avós, tias, tios, casais gays, lésbicos ou pessoas que viram nos seus amigos do orfanato uma família. Eu entendo a sua opinião por tudo que você viu na vida, mas só podemos enxergar a imensidão do que nos cerca depois de escalar toda a montanha e chegar ao seu cume. Abra a sua mente e termine a sua escalada.

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    3. Olha cara, vou te dizer uma coisa, eu sou um anarquista, ou seja, sou apolítico, sou totalmente contra a qualquer modelo de sistema seja ele de direita ou de esquerda, mas tenho que confessar que debater com um esquerdista é um pé no saco, o politicamente correto atual me da asco.
      Você quer porque quer me enfiar goela abaixo a ideia de que famílias sem pai são tão boas ou competentes em formar um ser humano quanto uma família estruturada nos preceitos tradicionais contendo um pai e uma mãe. Só tenho uma coisa pra te dizer: não é isso que acontece na vida real não viu, te chamo pra dar um passeio aqui no morro e te mostro ao vivo e a cores o que é que realmente acontece, te mostro numa proporção de que para cada família com pai sem filhos criminosos existem 1000 outras sem pai com filhos criminosos, já te falei que isso acontece em países de primeiro mundo também, como é que tu quer contradizer isso? O que eu estou falando também já foi objeto de estudo e está provado através de estatísticas, se você se der o trabalho de procurar e pesquisar você vai encontrar, com base em que você quer contra-argumentar? Os casos que você postou de sucessos em famílias sem pai não passam de exceções somente isso, a regra é outra.
      Um fato que você está ignorando é a questão do comportamento humano como eu citei anteriormente, os humanos não são 100% racionais nós ainda agimos por instintos, e é isso que você não está levando em conta, estude psicologia evolutiva, evolução das espécies e veja o porque da grande probabilidade de um homo-sapiens macho não respeitar a fêmea mesmo que ela seja sua mãe. Não estou rebaixando a mulher em momento algum, reconheço sim o importante papel de uma mãe no processo de criação, só que infelizmente a mulher jamais será capaz de substituir a presença masculina dentro da família. É a lei da natureza colega.
      No arranjo familiar cada célula tem o seu papel e quando uma dessas células falta surgem problemas.
      Enfim continuo com minha opinião de que uma família sem pai tem muito mais chances de produzir um indivíduo ruim do que uma família com pai, mas se alguém quiser arriscar fique à vontade.

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  3. Qual o modelo econômico atual do Brasil em sua opinião? Como estudante do ensino médio me sinto de certa forma meio perdido em relação a isso vejo pessoas falando que estamos em um governo de esquerda (particularmente o que faz menos sentido em minha opinião), liberal, neoliberal, estado de bem-estar e etc.
    obs: leio a pouco tempo seus textos, porém já me identifico bastante com alguns de seus pontos de vista.

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    1. O modelo econômico atual é um keynesianismo difuso. Já o PT é um partido de centro-esquerda. No passado, bem antes de chegar ao poder, o PT foi um partido de esquerda sindical, com pautas notavelmente voltadas para a classe trabalhadora. O PT aventurou-se em águas centristas ao tentar uma política de conciliação de classes onde conseguiu agradar, enquanto durou, tanto a elite quanto o povão.
      Para saber melhor sobre o assunto, aconselho que busque essas respostas com seus professores ou em livros. Porque a internet costuma trazer muitas opiniões divergentes que acabam causando dúvidas nos que estão em busca de conhecimento.
      Obrigado pela visita.

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