terça-feira, 28 de março de 2017

A direita não tem moral para criticar Che


Hoje pela manhã, ao procurar no Google fotos para ilustrar um post, acabei me deparando com um blog de direita qualquer que comparava Che Guevara a um marginal, a um bandido digno de morte. A postagem que li salientava "dez frases que a esquerda esconde" sobre Che, mostrando todo o lado "assassino e psicopata" do guerrilheiro (as frases foram tiradas de contexto, mas, enfim, isso não importa pra eles). Daí que fui olhar os outros posts desse blog e me deparei com campanha pró-armamento e com apologia ao assassinato de bandidos regada pela velha frase "bandido bom é bandido morto". Eu não sei que moral essa direita acha que tem para criticar Che, sendo que ela própria defende o assassinato de bandidos tal como Che fez durante a revolução.

Che mandou muito bandido pra vala

Muita gente foi morta durante a revolução, é verdade. Porém, é bom que se diga que é impossível fazer uma revolução com flores, versos e luvas de seda – ainda mais quando se está numa guerra civil enfrentado uma ditadura: como era o caso da ditadura de Fulgencio Batista. A direita está certa quando diz que Che matou várias pessoas, porém, ela se esquece de descrever o tipo de gente que era morta e em que circunstâncias foram mortas. Todo tipo de gente perigosa, desprezível e criminosa foi executada no tribunal revolucionário. Gente que torturava, estuprava e matava inocentes a rodo em Cuba foi morta durante a revolução cubana. Eu, particularmente, abomino todos esses assassinatos que ocorreram durante a revolução – coisa que, por coerência, a direita não deveria fazer, porque ela defende o extermínio dos mesmos tipos de bandidos que foram ao paredón em Cuba. Che Guevara deveria servir de modelo para eles, isso sim.

Os reaças e Che não são tão diferentes entre si quanto eu imaginava...

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