quinta-feira, 12 de março de 2020
E se fosse Jesus?
Muito já foi falado e debatido a respeito do caso da detenta transexual que recebeu um abraço do doutor Drauzio Varella, mas um coisa não para de me incomodar neste caso. Eu fico aqui imaginando o que teria acontecido se no lugar do doutor Drauzio estivesse um cara chamado Jesus Cristo diante daquela trans. Será que Jesus a hostilizaria e a condenaria? Ou será que esse cara chamado Jesus teria compaixão, amor e solidariedade diante de uma pessoa condenada que amarga uma profunda solidão e abandono há anos?
É incrível como temos cristãos hipócritas que desconhecem o próprio Cristo. Jesus andou com todo tipo de gente "desprezível" para a sua época: ladrões, marginais, pecadores, leprosos, prostitutas, cobradores de impostos... E ele estendeu a mão a todos eles. Enquanto isso, muitos "cristãos" de hoje – que deviam dar a outra face e perdoar setenta vezes sete – se mostram rancorosos, violentos e incapazes de tolerar um gesto de afeto. É uma ironia que um ateu como o Drauzio Varella tenha um gesto de grandeza maior que muitos "cristãos" que se consideram o bastião da moralidade da raça humana.
Eu não preciso me estender falando que a ética médica exige que os profissionais formados em medicina cuidem das pessoas independentemente do caráter delas, até porque o que ocorreu vai além disso por ter sido um gesto de solidariedade espontâneo. Também é desnecessário dizer que abomino crimes hediondos como o cometido pela detenta. Mas o que este evento mostrou é que o neofascismo não está em alta à toa no Brasil. Uma população "cristã" que apoia preconceito, vingança, ódio e linchamentos deveria sentir vergonha da própria existência.
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SE fosse em outro pais esse assassino iria para cadeira eletríca gás letal ou fuzilado ...antes de vomitar demagogia voçe se informou do tipo de crime que ele cometeu...deve ser uma ótima pessoa né.
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