Institucionalmente falando, nós temos três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Porém, em nossa semidemocracia representativa burguesa há mais poderes que esses. Temos também os poderes dos militares, da plutocracia, da imprensa, das igrejas e das milícias. O que mais tem crescido no Brasil nos últimos anos tem sido o poder das igrejas, especialmente das igrejas evangélicas. O curral eleitoral que uma igreja representa hoje pode decidir uma eleição. É por isso que tantos políticos, mesmo os progressistas, acabam cedendo certas pautas em troca de apoio dos (pastores) evangélicos. E os pastores são muito eficientes em demonizar uns candidatos e partidos e endeusar outros. Infelizmente, muitas igrejas evangélicas deixaram de focar na fé e no amor cristão para virar um balcão de negócios. Também é cada vez mais comum o envolvimento de muitas igrejas com o crime organizado e as milícias, formando uma base de apoio poderosa para muitos políticos pilantras bem conhecidos.
Por tudo isso, a tendência é que a laicidade do Estado seja cada vez mais depenada e a política vire cada vez mais refém de pastores com retórica ultraconservadora e autoritária. Se as forças democráticas não reagirem a isso, o Brasil irá virar a médio prazo um Talibã neopentecostal, ou se preferir, um Evanjeguestão.
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