Sempre achei a existência do nada um grande paradoxo. Honestamente falando, acredito que o "nada" não existe da forma como costumamos pensar. Não há como a 'não existência' existir do ponto de vista da evidência empírica. A ausência absoluta de qualquer coisa (de tempo, espaço e matéria) é uma contradição teórica, porque essa ausência é, de certa forma, alguma coisa também. É como tentar imaginar o que é um metro cúbico de nada. Se há espaço, conceitualmente, há algo, mesmo que este algo seja um vazio perfeito. Acho que o cosmo é apenas um dos infinitos estados transitórios que o universo ocupa a cada ciclo que atravessa durante a eternidade. O nada é algo meramente teórico, já que a existência dele anularia qualquer possibilidade de coisas existirem do ponto de vista da relação de causa e efeito. A menos, claro, que o nada seja imperfeito e possa gerar flutuações quânticas de vácuo capazes de produzir instabilidades existenciais espontâneas. Eis aí o paradoxo. Será que isso não teria sido a causa do que chamamos de Big Bang?
Claro que esse raciocínio pode parecer apenas uma variação panteísta do argumento cosmológico ou do princípio antrópico. Mas o fato é que o universo mostra através de suas leis e constantes que independentemente de existirem multiversos ou da nossa realidade ser uma simulação de uma super inteligência artificial futurista, há algo que sempre existiu e que coloca a hipótese do nada como algo paradoxal e talvez até mesmo impossível. Afinal, como o nada pode gerar outra coisa a não ser ele mesmo sem deixar de ser um nada?
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