A Baía de Guanabara que as pessoas fingem não existir |
A maioria das pessoas, mesmo que nunca tenha ido ao Rio de Janeiro, certamente já deve ter visto em fotografias ou pelo menos ouvido falar na Baía de Guanabara. Esta baía, que engloba toda a região metropolitana do Rio e alguns municípios próximos, só perde em fama e em tamanho para a Baía de Todos-os-Santos, em Salvador (e talvez também para a Baía da Ilha Grande, também no RJ). Uma baía, para quem não sabe, é uma porção de mar ou oceano rodeada por terra por onde o mar avança para o interior do continente, formando uma reentrância na costa. No caso da Baía de Guanabara, apesar da sua relevância histórica e do seu apelo turístico, ela se transformou num verdadeiro lixão aquático. O problema da poluição nessa baía tomou proporções tão graves que todo o ecossistema em seu entorno está ameaçado, desde de espécies que sumiram da região até a destruição da vegetação costeira. Além da longa lista de problemas ambientais, temos também impactos negativos na economia, no turismo, no lazer e no dia a dia dos habitantes. Vai ser necessário um grande esforço coletivo para reduzir a poluição de um dos maiores cartões postais da Cidade Maravilhosa.
Vista panorâmica da Baía de Guanabara |
Um pouco sobre a Baía de Guanabara
História
Mapa do século 16 |
Características
Entrada da baía |
Transportes
Estação das barcas no Rio |
Fonte: Wikipedia
Baía de Guanabara vista de um satélite |
Poluição sem fim
O maior problema da Baía de Guanabara é, de longe, a sua poluição criminosa. Alguns gaiatos chegaram a apelidá-la de "Bacia de Guanabara" por conta do descaso com a questão ambiental e do mau cheiro.
Segundo a Wikipedia, cerca de 400 indústrias são responsáveis pelo lançamento de quantidades expressivas de poluentes na Baía de Guanabara e nos rios da sua bacia, incluindo aí resíduos orgânicos, esgoto doméstico e até metais pesados como chumbo e mercúrio (isso sem incluir os vazamentos de óleo). Uma estimativa é que atualmente são despejados por segundo cerca de 18 mil litros de esgoto sem tratamento na baía. Como se não bastasse o despejo irregular de esgoto, atualmente a baía recebe mais de 1000 toneladas de resíduos sólidos por dia. Em outras palavras, flutua na baía lixo urbano, que vai desde garrafas PET e pneus até móveis e eletrodomésticos. Essa poluição mórbida trouxe a extinção de diversas espécies de animais que habitavam a baía e praticamente impossibilitou banhos de mar nas suas mais de 50 praias, entre elas as famigeradas praias de Botafogo, do Flamengo e a de Ramos. No caso da Praia de Ramos, foi necessário que em 2001 o Governo do Estado tivesse criado o Piscinão de Ramos para atender a população da Zona Norte e da Baixada Fluminense, já que a água da praia é praticamente inacessível devido ao excesso de sujeira.
Piscinão de Ramos: alternativa à praia |
Existem dezenas de espécies botânicas, zoológicas e ictiológicas que habitam ou procuram a baía de Guanabara para se alimentar ou se reproduzir, tais como golfinhos, tartarugas-marinhas, bagres e sardinhas. Muitas dessas espécies que fazem parte do ecossistema da baía acabaram sumindo ou morrendo, o que afeta diretamente os pescadores, os manguezais e todo o equilíbrio ecológico.
Todo mundo sabe que o Rio de Janeiro é uma cidade cheia de problemas, mas a poluição que a cidade enfrenta está trazendo o risco de piorar ainda mais as coisas, já que afeta a qualidade de vida dos seus habitantes e afasta os turistas. Deixar de cuidar dos aspectos ambientais não é apenas um descaso ecológico: é perda de dinheiro e de tempo também. Já passou da hora de reunirem esforços para acabar com essa pouca vergonha. O problema é monstruoso, por isso certamente vai levar décadas para consertar. Mas o que não podemos é tratar com desdém esse problema que é de todos.
Mais informações em:
Baía de Guanabara continua poluída depois de 20 anos de investimento
10 anos depois do acidente, Baía de Guanabara continua poluída
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