sábado, 12 de julho de 2014

Animes da TV Manchete: Cavaleiros do Zodíaco


Há vinte anos, em meados de 1994, a TV Manchete exibia pela primeira vez na televisão brasileira um desenho animado japonês adaptado dos mangás (também conhecido como anime). Esse desenho se chamava, nada mais, nada menos, que Cavaleiros do Zodíaco (ou CDZ). Foi o início da animemania no país – fato que criou uma verdadeira revolução na cultura jovem da época. O desenho fez tanto sucesso, mas tanto sucesso, que alavancou a venda de todos os tipos de produtos ligados aos Cavaleiros, desde chicletes até brinquedos. O sucesso dos defensores de Atena reinou absoluto até 1996, quando chegou o segundo anime no Brasil pelo SBT: o Dragon Ball. E nem mesmo a chegada de Dragon Ball conseguiu criar uma concorrência relevante frente aos CDZ.

Da esquerda para direita: Ikki, Shiryu, Seiya, Shun, Hyoga e Saori (Atena)

A fórmula para o sucesso
Os Cavaleiros do Zodíaco, conhecidos por Saint Seiya no Japão, fizeram sucesso no Brasil pelo pioneirismo e pela genialidade da série. Misturar armaduras (de ouro, prata e bronze), astrologia, mitologia grega, superpoderes absurdos e até um pouco de ciência foi uma receita espetacular para conquistar o público no país. Além disso, o anime sempre deu ênfase à lealdade e à amizade, ajudando a construir o caráter de muitos dos seus jovens espectadores. E o que não faltava também no desenho era o drama, a emoção, os sentimentos e a busca por ideais como a justiça e a paz. Já as músicas de fundo que tocavam durante o anime eram um espetáculo à parte por serem épicas, exuberantes e emocionantes, aumentando bastante a intensidade com que as emoções eram transmitidas nas cenas. Canções como Seven Senses, Sad Brothers, Kamus Death, Inside a Dream e Glide Pegasus estão entre as canções instrumentais mais belas que escutei em minha vida inteira.

Cavaleiros de Bronze com as armaduras de Ouro

As sagas do anime
Os CDZ tiveram diversas sagas. Na rede Manchete foram exibidas três delas: a Saga do Santuário, a Saga de Asgard e a Saga do Mar. A melhor delas, disparada em minha opinião, foi a Saga do Santuário, onde os cavaleiros de bronze atravessavam as 12 casas do zodíaco enfrentando os poderosos cavaleiros de ouro para salvar a vida da reencarnação da deusa Atena. Apesar da violência, nessa Saga do Santuário tivemos batalhas emocionantes, como a de Shiryu contra Algol de Perseu, de Hyoga contra Kamus de Aquário, de Ikki contra Shaka de Virgem e de Seiya contra Saga de Gêmeos. Tivemos ainda alguns longas metragens que fizeram grande sucesso nos cinemas do país e também em fitas de VHS. Posteriormente, por volta de 2010, a Saga de Hades (produzida em 2002) foi exibida também na TV, mas não teve a mesma visibilidade, principalmente devido à concorrência com a internet.

As 12 casas do Santuário

Como este anime marcou a minha vida
Sonho de infância...
Quando CDZ foi exibido pela primeira vez em 1994, eu devia ter uns 10 ou 11 anos. O primeiro episódio que assisti foi um em que os cavaleiros bronze enfrentavam os cavaleiros negros comandados por Ikki de Fênix. Já neste primeiro episódio que assisti eu fiquei curioso para entender a história do desenho e passei a assisti-lo diariamente – daí para virar fã foi um pulo. Eu fiquei tão fã do anime, que queria ter simplesmente todos os produtos relacionados aos cavaleiros. Aquelas propagandas dos bonecos dos cavaleiros da Bandai com suas armaduras me deixaram doidinho para ter pelo menos um deles, porém, como nessa época eu não recebia mesada e minha família andava meio sem grana, ter um brinquedo dos Cavaleiros do Zodíaco tornou-se um sonho impossível. Foi daí que tive uma das ideias mais maravilhosas da minha infância: resolvi criar os meus próprios brinquedos. Eu adorava desenhar e, graças a isso, eu desenhei os cavaleiros, as armaduras e até as casas do zodíaco, recortando-os e transformando-os em brinquedos. Aliás, ilustrações dos Cavaleiros do Zodíaco eram preciosidades naquela época sem internet. Quem sabia desenhar os personagens dos CDZ podia ganhar um dinheirinho vendendo os próprios desenhos.
Outra coisa bacana na época era a Revista Herói. Essa revistinha, como o próprio nome sugere, falava sobre heróis – e como a bola da vez na época eram os CDZ, então ela sempre dava preferência a eles em suas reportagens e matérias. Numa época onde não havia internet, o único meio de conhecer melhor os nossos heróis era através dessas revistas. Lembro-me que foi através da Herói que eu comecei a me interessar sobre os dubladores do anime numa reportagem que li sobre a Maralisi Tartarini (dubladora da Shina). Mal sabia eu que a série CDZ foi responsável por tornar os dubladores brasileiros mais conhecidos pelos fãs, dando uma maior relevância à dublagem no país.

Para finalizar, vou deixar abaixo um excelente vídeo do Canal Você Não Sabia contando diversas curiosidades sobre os CDZ.


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