terça-feira, 31 de janeiro de 2017
O Brasil precisa de uma reestruturação
Um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do país hoje é a superficialização grosseira das soluções para os problemas de ordem nacional. O que tem se destacado no país atualmente são as medidas imediatistas e pueris de combate à corrupção e à violência. Porém, corrupção e violência são, antes de tudo, sintomas – e não causas. As soluções fáceis tem nos levado à ilusão de que, com elas, estaremos rumando a um país melhor mais rápido. Portanto, é preciso se dizer que sem reformas estruturais – que são de longo prazo e exigem investimentos – o Brasil nunca irá mudar. Não se resolve o problema da corrupção, por exemplo, apenas prendendo alguns poucos corruptos ou culpabilizando um único partido. É preciso mudar o modo de operação do sistema através de uma grande reforma política – além de se combater a corrupção cultural que está enraizada em toda a sociedade. Não existe país no mundo com povo honesto e políticos corruptos e nem o inverso: com políticos honestos e povo corrupto.
Já o combate à violência não pode se dar com mais violência, mas sim com políticas de: inclusão social, de melhorias consistentes da educação, de reforma no sistema penitenciário e de combate a nossa cultura de violência. O que mais tem me preocupado neste aspecto é a consonância coletiva com aquele pensamento fascistoide que sintetiza todo o imediatismo, individualismo, elitismo e revanchismo de que "bandido bom é bandido morto". Vale lembrar que esse pensamento nunca resolveu problema algum, aliás, muito pelo contrário: sempre piorou mais ainda as coisas.
O dilema no fim das contas é bastante simples: ou cortamos o mal pela raiz, atacando as suas causas na origem; ou iremos passar a eternidade apenas podando, remediando com paliativos os nossos problemas para mascarar a nossa preguiça de resolver as nossas aflições com os remédios corretos. Não adianta achar que mudando os atores (presidentes, deputados, senadores e políticos em geral), a peça também irá mudar, porque o que precisamos mudar é o enredo. Não adianta ter bons atores interpretando uma peça mal escrita, porque o roteiro continua sendo ruim. A mudança precisa ser sistêmica.
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