segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Charlene


Prosseguindo com a sequência de poemas, este foi escrito há quase 15 anos quando o cupido por pouco não me tirou do sério. Nada mais justo que homenagear um certo alguém que por mais que o tempo passe, nunca sai da nossa memória.

CHARLENE     
Calda de caramelo na voz...
Nem precisava de adoçante.
Menina-nuvem!
Ela vai e vem
E eu aqui na terra.

Silhuetas hipnóticas
E curvas infinitas
Jogando pingue-pongue
Com os meus olhos.
Acho que ela é cega!
Ou sou eu pequeno demais?

Menina-avestruz!
Pernas intermináveis,
Pescoço comprido,
Só falta voar...
Mas avestruz não voa
...Não voava!

Soberana sobre seus saltos
A princesa parece flutuar.
Palavras não estão à altura
Para descrever tamanha
For-mo-su-ra.

Cabelo trigueiro e escorregadio
Só brilham menos que seus olhos.
Só harmonia (e tentação!)

Adeus, menina
Você vai para o céu (maldita!)
E eu vou para o hospício.

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