segunda-feira, 12 de março de 2018

Por que a maioria não se rebela contra a opressão?


Na manhã de hoje, eu estive pensando sobre um fato curioso. O fato é que boa parte dos grupos oprimidos e socialmente dominados têm duas características bem peculiares. A primeira é que muitos deles são maioria numérica. E a segunda é que eles também são mais fortes que os seus opressores. Veja o caso das mulheres, por exemplo. Elas são mais fortes que os homens por viverem mais, por enfrentarem a misoginia e o feminicídio, por serem geneticamente mais resistentes a doenças hereditárias e por sobreviverem a jornadas duplas. Mas a nossa cultura sexista ensina o contrário: que elas são o "sexo frágil". Outro grupo majoritário reprimido socialmente foi o de negros e pardos. Eles tiveram sua cultura, sua religião e até o seu fenótipo hostilizados e marginalizados pela sociedade racista que os coloca, frequentemente, como menos capazes que os brancos. E o grupo mais numeroso, o dos trabalhadores, aceita viver uma vida miserável apenas para sustentar os luxos dos parasitas que controlam o poder, que os roubam e os exploram. Daí eu me perguntei por que esses grupos oprimidos não se revoltam e fazem uma revolução. Após pensar um pouquinho, a resposta para essa indagação veio de modo preciso: eles não se revoltam porque não conhecem a força que têm. O que os mantém alienados sobre a própria força é justamente a prisão da ignorância perpetuada por séculos pelas classes dominantes.

Mulheres, negros e trabalhadores são 99% da população

Como explicou o vlogueiro Leandro Zayd em um dos seus melhores vídeos, as piores prisões são as invisíveis. Mulheres, negros e proletários sempre sofreram lavagem cerebral tanto da mídia quanto da cultura para acreditarem que são fracos, pouco inteligentes e dependentes. O racismo, o machismo e a inferiorizarão da classe proletária são armas poderosas de controle social. Quem acredita que é incapaz nunca terá coragem ou organização para se rebelar contra um sistema de opressão.
A solução para isso, como todos sabem, passa pela educação. É preciso uma pedagogia crítica que ensine as pessoas a questionarem e entenderem o seu lugar no mundo e na sociedade. Enquanto isso não ocorre de fato, o trabalho então recai sobre nós, os produtores de conteúdo para a web. Nós, blogueiros, vlogueiros e formadores de opinião em geral temos o dever de informar para as pessoas a verdadeira força que elas têm. Não é justo que a gente continue a viver num mundo onde existam exploradores e explorados, opressores e oprimidos, e ganhadores e perdedores. Temos que aprender a nos ver como uma só espécie, como irmãos, como filhos do mesmo cosmo feitos de poeira de estrelas.
Enquanto não houver uma equidade entre os seres humanos, não poderemos silenciar. Todos nós temos o poder. Todos nós temos totais de condições de mudar o mundo se nos unirmos. Essa mudança depende apenas de nós.

Um comentário:

  1. Um dia isso há de acontecer, até lá vamos fazendo nossa parte.

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