terça-feira, 11 de junho de 2019

Caiu a máscara do herói dos tolos


A essa altura do campeonato, creio que praticamente todo mundo já esteja sabendo das reportagens bombásticas do The Intercept Brasil sobre as conversas ilícitas envolvendo o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. As conversas mostraram que não apenas a Operação Lava Jato é uma farsa grotesca como também todo o processo envolvendo o Triplex do Guarujá foi completamente viciado. As provas apresentadas praticamente inocentaram o ex-presidente Lula, mostrando que ele é um preso político, e evidenciaram que a Lava Jato é um plano de poder. A coisa foi tão grave que até parte da direita concordou que a atitude dos envolvidos no escândalo não foi nada republicana, já que um juiz NÃO PODE manter esse tipo de contato com a acusação. Para os progressistas e para as pessoas que entendem o mínimo de ordenamento jurídico, não houve novidade alguma nessas reportagens, porque essas pessoas já vinham alertando há tempos sobre as falcatruas da Lava Jato.
E por mais que a Globo tenha tentado suavizar, distorcer e manipular os fatos no JN, não houve margem para dúvidas que ocorreram, sim, arbitrariedades, prevaricação e desvios de conduta. A esculhambação foi tão grande, que Moro e Dallagnol chegaram ao ponto de combinar em não investigar certos suspeitos para não criarem "inimigos demais". E o que é mais engraçado de tudo é que a defesa da Lava Jato estava mais preocupada com a forma como as conversas foram gravadas do que com o conteúdo gravíssimo delas. Como se o juiz Moro não tivesse feito algo muito pior ao grampear a presidenta Dilma sem autorização do STF e jogado a gravação nas mãos da Globo. E o mais tosco é que eles (Moro e Dallagnol) alegam que seus celulares foram hackeados recentemente, quando as conversas foram gravadas desde 2015 via Telegram.

Quem com o grampo fere, com o grampo será ferido.

Mas enfim, o fato é que o certo a se fazer diante de provas tão contundentes é a exigência legal do afastamento de suas funções tanto de Moro quanto do Dallagnol, que Lula seja solto imediatamente e que sejam convocadas novas eleições: já que a vitória do Bolsonaro ocorreu devido a essa ação direta da Lava Jato. Porém, como estamos em um país que se encontra em anarquia institucional, o mais provável é que tudo termine em pizza. Ora, a burguesia não iria armar toda essa cena durante anos envolvendo a Lava Jato para, no fim das contas, devolver o país a sua normalidade democrática. A nossa justiça ignorou completamente os depoimentos e provas avassaladoras do advogado Tacla Durán contra a Lava Jato. Por que então raios abriria uma exceção para as reportagens do The Intercept? O máximo que pode ocorrer, se o The Intercept trouxer mais provas ainda mais graves, é a troca de peças. A burguesia descartará Sérgio Moro e Dallagnol e os substituirá por outros da mesma laia. Afinal, quem condenou Lula não foi Moro, mas, sim, o poder real, a plutocracia. Moro foi apenas um despachante. Basta ver que tanto o TRF4 quanto o STJ concordaram com a sentença do juiz Moro mesmo ela estando lotada de absurdos. É tudo um jogo de cartas marcadas. Por isso que é importantíssimo que as pessoas minimamente politizadas e conscientes de seus direitos incluam o Lula Livre durante a Greve Geral do dia 14 de junho. Ser a favor da liberdade de Lula não é mais uma questão partidária, é uma questão de justiça.


Mas é claro que eu não poderia terminar esta postagem sem falar da atitude ridícula dos reaças, bolsominions e fascistoides em geral diante desses fatos. É incrível como o ceticismo dessa gente só vale para quando as denúncias são contra os heróis deles (Moro, Aécio, japonês da Federal, Cunha, etc.), mas quando as denúncias são contra o PT, a esquerda ou o Lula, eles acreditam em todo tipo de idiotice, desde mamadeiras fálicas até ditaduras comunistas. Só não dou risada dessa gente porque tenho medo que tenham alguma disfunção cerebral ou déficit cognitivo – fato que deve ser verdadeiro pelo nível retardado e constrangedor dos comentários deles que tenho lido no YouTube e no Facebook. A coisa é tão surreal que a "defesa" deles foi despejar ataques homofóbicos contra David Miranda (companheiro de Glenn Greenwald, um dos autores da reportagem). E depois me perguntam por que eu amo tanto Cuba... Amo Cuba porque lá os fascistas fugiram a nado da ilha caribenha para levarem seu ódio e intolerância para além da costa da Flórida.

Achei foi pouco

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