Permanecer vivo na disputa política para se tornar presidente da república é algo que exige estômago e sangue frio. E é exatamente isso que estamos vendo diante das recentes trocas de agressões entre Ciro Gomes e Partido dos Trabalhadores. O atual presidente da república já conta com mais de 50% de rejeição, o que praticamente o impossibilita de se reeleger. Isso significa que se o inominável não fizer a burrada de concorrer ao planalto outra vez, a missão então de ser o "anti-Lula" na próxima eleição será passada para o candidato com maior número potencial de votos numa eleição sem Bolsonaro. E esse candidato é o Ciro Gomes. Com os ataques ao PT, Ciro espera ganhar votos dos antipetistas e de parte dos Bolsonaristas para se garantir no segundo turno. Essa estratégia possivelmente irá alavancar sua candidatura, porém, mesmo que ele vença um eventual segundo turno, ele terá um problema: a governabilidade.
Sem apoio do PT, da esquerda, dos movimentos sociais e de boa parte dos progressistas, um Ciro Gomes antipetista presidente terá que governar junto com reaças, neoliberais e a parte mais fisiológica do centrão. E isso, na minha opinião, será muito ruim para o Brasil. Ainda que um eventual governo Ciro Gomes seja muito melhor que um governo Bolsonaro, ainda assim será complicado governar um país devastado pelo bolsonarismo sem apoio da ala progressista.
Mas o meu palpite é que o candidato petista vencerá a próxima eleição de qualquer jeito, porque nenhum outro candidato tem potencial para vencer numericamente o PT. Acho que a saída da burguesia brasileira será ou engolir novamente o PT, ou tentar caçar a chapa petista após a eleição para manter seu projeto neoliberal de pé através de um novo golpe brando.
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