Chefões são a causa de morte número um dos joysticks
Eu sempre tive um caso de amor e ódio com os chefões dos videogames. Isso porque os chefões sempre eram maus, fortes e tinham uma risada diabólica. Nesse aspecto, eu me via numa espécie de catarse, já que os chefões podiam fazer tudo que eu não podia e ainda eram respeitados por isso - o que me causava uma admiração incondicional pelos mesmos. Só que ao mesmo tempo que eu admirava os chefões, eu também os odiava. Isso porque eles costumavam dar muito trabalho para serem derrotados e me custavam muitas fichas no fliperama para obter um simples KO. Coincidência ou não, geralmente os chefões eram os últimos obstáculos a serem superados no final dos games. Para ver o final do game, antes tínhamos que passar por cima do cadáver desses personagens superpoderosos e de sangue frio.
Nada como uma família inteira de chefões para estragar o seu dia
O primeiro chefão que eu me lembro de ter enfrentado foi o Bowser (Rei Koopa) no Super Mario Bros do Phantom System. Tá certo que o Bowser não era um chefão típico, mas ele marcou a minha vida de gamer justamente pelo fato de eu nunca ter conseguido derrotá-lo no Mario Bros. Na verdade, eu até já consegui vencer o Bowser, o problema é que eu nunca consegui vencê-lo no último castelo - o que foi uma grande frustração até hoje para mim. Mas mudando o eixo da discussão, só fui enfrentar o primeiro chefão apelão mesmo no final do Sonic 2, do Mega Drive. Não era mole derrotar o Mecha Sonic e depois acertar mais 12 porradas no robozão do Dr. Robotinik sem nenhuma argola para servir de escudo. Mas esse, graças aos deuses dos videogames, eu consegui derrotar.
Um chefão fazendo aquilo que ele sabe fazer melhor: descendo a porrada!
Goenitz apelando
Os chefões mais apelões que eu enfrentei na vida foram os dos jogos de luta. No Mortal Kombat 3 tinha um tal de Motaro que era um sub-chefe que apelava mais que o chefão final do game (o Shao Kahn). Motaro era um centauro que rebatia todas as magias e um único golpe seu tirava mais sangue que dois ganchos do Jax (aquele carinha dos braços de aço). Outro chefão apelão pra burro era o Goenitz, do King of Fighters '96. Imagine você jogar com um time de três lutadores contra um único chefão sozinho. Eu, ingenuamente, pensei que seria moleza usar meus três lutadores contra o tal Goeniz, que lutava sozinho - ledo engano... Lembro que gastei mais de 50 créditos no emulador para derrotar o infeliz, que soltava especiais ao seu bel prazer e que, ainda por cima, não podiam ser bloqueados. Isso sem falar no furacão que o cara soltava e que cortava até o Ao Soboguen do Ryo com a energia piscando. O interessante é que a série KoF sempre foi abundante em chefões apelões, desde o Ômega Rugal do KoF '95 até o desgraçado do Igniz no Kof '2001.
O desgraçado apelão do Igniz fazendo mais uma vítima
De todos os jogos de luta que eu me lembro ter jogado até hoje, o chefão mais apelão que eu vi foi a Sissy, do jogo Matrimelee para Neo Geo. Apesar de sua aparência frágil, ela é o chefão - ou melhor, a chefona - mais apelona que eu vi em toda minha vida de jogador de videogame. Descobri que só é possível derrotá-la aproveitando um bug do jogo, ou então fazendo como eu fiz: usando uma trapaça para poder jogar com ela mesma e usando toda hora o ultra-mega-apelão 'golpe do gênio'. Claro que há muitos outros chefões apelões nos games de luta, tais como o Azazel, do Tekken 6; ou o Blaze, do Mortal Kombat Armageddon; ou mesmo o Seth, do Street Figher 4. Todos eles já tiveram suas mães muito xingadas pelos gamers de todo o mundo (se é que boss de videogame tem mãe). E para quem não conhece a Sissy, o video abaixo mostra o único modo de vencê-la:
Ainda sobre os chefões dos jogos de luta, há de lembrar dos guerreiros que conheci no editor de games de luta 2D chamado Mugen. No Mugen conheci um tal de Diobrando (do Jojo's Bizarre Adventure), que tinha um golpe demoníaco chamado Za Warudo onde o tempo congelava e trocavam as cores da tela. No Mugen também conheci o hilário Omega Tiger Woods e o mega-apelão Cheap Boss Type, que dava vários golpes diferentes de uma só vez. Além do guerreiro Dark Storm, que era uma espécie de Ryu Negão e tinha a capacidade de gerar clones infinitos de si mesmo durante o round.
Um chefão de mau humor
O chefão mais assustador que eu lembro de ter enfrentado foi a Hidra do primeiro God of War. O bicho era feio, enorme, barulhento e extremamente agressivo. Nem mesmo o minotauro de ferro ou o próprio deus da guerra do mesmo jogo pareceram tão assustadores quanto aquela Hidra gigantesca.
É preciso ser muito macho para encarar essa fera
Claro que eu não poderia encerrar esse post sem falar do jogo que mais me marcou em matéria de bosses: o Shadow of the Colossus. O criador desse game foi tão genial, que ele tirou todos aqueles capangas chatos e deixou apenas os chefões. Os chefões eram justamente os dezesseis colossus do game e todos eles eram gigantes e pareciam ter vida própria. Os colossus eram tão grandes que precisavam ser escalados para ser atingidos em seus pontos vitais. Esse game foi o que deu aos chefões o direito de ser, praticamente, os verdadeiros protagonistas do jogo.
Em Shadow of the Colossus tamanho é documento
Abaixo, uma canção em homenagem a todos os chefões dos games:
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