domingo, 21 de fevereiro de 2016

Leis Moralistas: onde religiosos e feministas brincam


Vivemos em uma época onde o moralismo está mais em moda do que nunca. Enquanto de um lado grupos reacionários querem a proibir amamentação em público por considerá-la imoral ou erótica; do outro, os grupos progressistas querem proibir a sensualidade feminina na publicidade. A mulher – e nunca o homem – é que é sempre o alvo das polêmicas e proibições, como não poderia deixar de ser numa sociedade machista e moralista como a nossa. Mas o que me impressiona nisso tudo é que com relação à censura da "sensualidade" feminina na publicidade, temos os dois extremos da ferradura – religiosos conservadores e feministas progressistas – exatamente com a mesma opinião.
Os primeiros a insistirem de forma legal na censura foi a bancada evangélica. Em 2001, o Pastor Daniel Marins lançou na Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei que proibia a exposição de modelos, masculinos ou femininos, despidos ou seminus em placas publicitárias instaladas em vias públicas. Segundo o Pastor Daniel, o projeto foi resultado da luta do povo evangélico contra a propaganda aberta e explícita de revistas, produtos e sites na internet destinados à exploração comercial da nudez e da pornografia. O projeto foi elaborado em conjunto com líderes de diversas denominações, comunidades e associações evangélicas de todo o Estado de São Paulo.
Já em 2015, foi a vez do lado "progressista" aprontar. A deputada baiana Luiza Maia, do PT, que já tinha criado a Lei Antibaixaria, resolveu investir também num projeto de lei que proíbe o uso de imagens sexuais ou eróticas na publicidade baiana. O projeto da deputada é apoiado por uma parcela significativa da ala feminista com o intuito de reafirmar que as mulheres não são "objeto sexual".

Revolucionários e reacionários: farinha do mesmo saco

Pois bem, é exatamente nessas leis que o moralismo se agarra e faz de religiosos e feministas dois extremos da mesma ferradura. E depois as pessoas ainda questionam o porquê de eu criticar feministas e religiosos quando o assunto envolve moralismo. Eu os critico porque apesar da ideologia deles ser oposta, eles têm o mesmo mal de querer ditar seus padrões morais para toda a sociedade. E doutrinação por doutrinação, eu não escolho nenhuma. Afinal de contas, onde está a tal liberdade que tantos falam da mulher fazer o que quer com o seu próprio corpo?

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