2018 vem aí: façam suas apostas! |
Na semana passada, eu estive observando uma pesquisa interna feita numa página de direita do Facebook sobre em quem as pessoas votariam para Presidente da República em 2018. O resultado não poderia ter sido mais sem noção: Jair Bolsonaro venceu com 85% dos votos, seguido de Aécio Neves com menos de 10% dos votos. É claro que essa pesquisa foi tendenciosa, mas pelo crescimento da direita e do conservadorismo no Brasil, eu não duvido nada que o próximo presidente possa ser alguém da ala "antiesquerdista". Por conta disso, a esquerda política terá que pensar numa solução estratégica para não ser derrotada antes mesmo das eleições começarem. Explico melhor a seguir.
Sim, os tucanos estarão de volta |
Atual conjuntura política
Os partidos de esquerda "de verdade" no Brasil são todos pequenos e inexpressivos: PCB, PSTU, PCO, PSOL e até PC do B. Nenhum deles têm chance alguma de vencer qualquer eleição presidencial. Porém, temos os de centro-esquerda, de mentalidade mais keynesiana, como o PT, PDT e PSB, que são mais fortes. Temos também os de centro-direita, como o DEM, PSDB, PPS e PSC, que são um bloco bem heterogêneo. Já o PMDB, REDE e o PV são indefiníveis. O ponto central aqui é que a esquerda terá que se unir a algum partido keynesiano caso não queira que o Brasil fique em cima do muro entre privateiros e indefiníveis. É preciso que a esquerda se foque em um único nome para que não tenhamos o risco de ter a centro-direita disputando o segundo turno com a extrema-direita de Jair Bolsonaro. A direita liberal já tem o seu candidato: Aécio Neves. O ex-governador de Minas teve seu nome citado em diversos escândalos, mas ninguém investiga, ninguém quer saber e ninguém dá destaque por uma razão óbvia: para preservar a sua imagem. Enquanto isso, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, já começou a ser achincalhado pela direita justamente como prova de que ele não deverá concorrer em 2018, afinal, como a direita vai apoiar para presidente alguém que ela mesma chama de "ditador"? Já os indefiníveis estão aí apenas atrás de visibilidade, ministérios e regalias, porque sabem que não irão vencer. Então a questão aqui é clara: quem vai concorrer contra Aécio Neves em 2018?
Quem será o próximo dessa turma? |
Lula não deveria ser candidato
O PT está diante de uma situação difícil, porque não há candidatos pelo Partido dos Trabalhadores que tenham chances de alguma coisa fora o próprio Lula. Jaques Wagner, Fernando Pimentel, Tarso Genro ou mesmo Fernando Haddad não possuem relevância nacional, carisma ou simpatia popular comparável com a do Lula. O único que realmente toca o coração do povo é o próprio Lula. Mas levando em consideração toda a campanha difamatória da mídia, o péssimo governo do PT, os escândalos, o antipetismo e o crescimento alucinante de jovens conservadores, mesmo que Lula se candidatasse, certamente perderia a eleição. E mesmo que ele vencesse, as forças oposicionistas com certeza absoluta o tirariam do poder através de algum impeachment ou golpe de Estado qualquer. O fato é que Lula não vai servir para outra coisa a não ser atrapalhar a própria esquerda. Com Lula candidato, nomes relevantes entre os keynesianos, como Ciro Gomes, por exemplo, não iriam ao segundo turno e Aécio Neves venceria facilmente um segundo turno contra o PT. Então, para o bem do país, Lula – por melhor que ela tenha sido para o povão – não deveria concorrer à presidência. Ao invés disso, ele deve apoiar outro partido progressista que dê sangue novo à política: sangue novo este que não pode deixar a população mais desfavorecida entregue à própria sorte nas mãos de políticas neoliberais.
Ciro parece isolado |
Quem vai ser então?
O único nome do lado progressista que eu considero preparado, honesto e relevante é o do Ciro Gomes do PDT. Numa eleição sem o PT, os votos da esquerda moderada se concentrariam no Ciro Gomes e dariam a ele a chance de ficar na frente de um dos indefiníveis (Marina Silva, por exemplo) para disputar o segundo turno com o senador Aécio Neves. Eu não vejo outra solução. Apesar disso, ainda acho que Aécio venceria mesmo assim e seria presidente. E mesmo se Bolsonaro se candidatasse (o que ajudaria a dividir os votos dos reacionários no primeiro turno), no segundo turno, Aécio Neves provavelmente venceria devido ao apoio massivo da grande mídia, dos jovens reacionários e da ralé subintelecutalizada que faz tudo que um tal de Olavo diz.
O maior problema que pode acontecer é se Jair Bolsonaro se converter ao neoliberalismo e virar candidato do PSDB. Aí é game over na certa, porque o tal "mito" vai dar uma lavada histórica nas urnas contra qualquer adversário ainda no primeiro turno.
Já imaginou se eles vencem? |
Portanto, camaradas, o futuro do Brasil é mais sombrio do que se pode imaginar. As privatizações, o FMI, o neocolonialismo e todo o saudosismo reacionário dos tempos de FHC estarão de volta. Espero que as coisas mudem até lá.
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