terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Autocrítica: a palavra que falta ao PT


Uma das diferenças fundamentais entre uma crítica da esquerda e uma crítica da direita ao PT é aquilo que é criticado. A direita normalmente critica o PT pelo que o partido fez, enquanto que a esquerda normalmente o critica pelo que ele deixou de fazer. Enquanto a direita fala mal dos programas sociais, da expansão do crédito, das cotas e das políticas keynesianas; a esquerda costuma criticar a falta de reformas de base, a falta da regulação da mídia e a falta de um maior diálogo com as demais esquerdas. A direita quase sempre quer culpar o PT, enquanto que a esquerda quer corrigir o PT. Mas o ponto fundamental nem é quem critica e nem como critica, mas sim a autocrítica que o PT precisa fazer urgentemente de si.


Como partido, o PT precisa pensar sobre tudo que fez e deixou de fazer. Sendo o maior partido progressista do Brasil, o Partido dos Trabalhadores precisa refletir sobre as alianças que fez, sobre o diálogo com o povo, sobre as reformas, sobre os nomes para o STF, sobre a estratégia para se recuperar do golpe e sobre a forma como pretende administrar o país caso volte ao poder. O PT precisa de renovação, de investir melhor em comunicação e de trazer o povo para o seu lado. Sem pedir desculpas ao povo, sem falar a verdade sobre tudo que aconteceu e sem fazer as pazes com os verdadeiros aliados, a volta do PT não ocorrerá tão cedo. É preciso humildade para reconstruir o partido e fazê-lo renascer das próprias cinzas.
Nem tudo de errado que aconteceu entre 2003 e 2016 foi culpa do PT, mas é preciso que neste momento difícil o PT aprenda com seus erros para que tenhamos esperança de um dia ver este país voltar a crescer. Precisamos voltar a acreditar no Brasil e no futuro. E o PT sabe que é parte fundamental dessa mudança.

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