Ao dar uma olhada no mapa global de vacinação contra a Covid-19 (acima), dois pontos ficam bem claros. O primeiro é que os países ricos, os tais países de "primeiro mundo", lideram uma hierarquia hegemônica em relação ao resto do planeta. Essa hierarquia é um dos problemas estruturais do capitalismo, porque nesse sistema sempre haverá a falsa ideia de superioridade de pessoas e países supostamente mais "desenvolvidos". A hegemonia sistêmica leva, na prática, a privilégios injustos de certas populações, enquanto que o resto do mundo fica em segundo plano. O segundo ponto a ser observado é que países de moral conservadora, teocráticos, autoritários e politicamente instáveis (repúblicas bananeiras) possuem graves problemas na organização da estrutura básica da sua saúde pública. Não é por acaso que o aborto, por exemplo, é ilegal praticamente nos mesmos países em que não há calendário de vacinação contra o coronavírus. Inclusive, aproveito a oportunidade para deixar um mapa sobre o aborto no mundo logo abaixo, onde os países em azul possuem o aborto legalizado e as demais cores mostram países em variados graus de ilegalidade para a interrupção da gravidez.
Mapa do aborto |
No caso do Brasil, fica claro que um país que não respeita a laicidade do Estado, que possui um negacionista irresponsável na presidência da república e que é malogrado pelo imperialismo não tem a menor condição de ingressar no primeiro mundo. Mas saiba que você não é azarado por ter nascido no Brasil. Não é questão de sorte. Você e todas as pessoas desprivilegiadas do mundo foram condenadas propositalmente a viver sob um sistema que mantém privilegiados às custas dos excluídos. É por isso que insisto que o melhor jeito de resolver os problemas do mundo é mudando para um sistema melhor e mais justo que essa porcaria desigual baseada no acúmulo de capital. Ninguém deve depender de localização geográfica para ter acesso à saúde básica. Ou o mundo se torna mais justo através da nossa luta, ou seremos todos "azarados" para sempre.
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