Vamos à realidade dos fatos: o governo Bolsonaro é um governo militar. O atual presidente é apenas um para-raios: uma espécie de cavalo de Troia que serviu para trazer consigo milhares de militares para dentro do governo. Note que sempre que algo errado ocorre no governo, quem leva a culpa é o presidente, mas quem realmente é responsável e controla tudo nos bastidores são esses generais infiltrados nos cargos civis. Bolsonaro – diga-se de passagem – é apenas um representante do pensamento positivista, reacionário, fascistoide, macarthista e antinacionalista dos nossos generais. Eu me atrevo a dizer, inclusive, que não há mais generais legalistas e preocupados com a democracia. Isso porque para se chegar ao posto de general é preciso passar por toda uma lavagem cerebral fascistoide. Generais democratas foram presos, expulsos ou renunciaram a seus postos nas FFAA durante a ditadura de 1964. E de lá para cá é sempre aquele pensamento antiquado de Guerra Fria e de combater inimigos imaginários internos que prevalece. Então esse discurso golpista do presidente de que as urnas não são confiáveis é somente uma maneira de tentar legitimar a continuidade dos privilégios desses generais. Bolsonaro sozinho não tem força para nada. Ele só afronta a lei porque tem os generais na retaguarda dando suporte. Falando dos militares no governo, esses generais ainda ganham a aposentadoria, o salário dos cargos civis que ocupam e têm todas as mamatas e regalias regadas a leite condensado, vinho e Viagra. Enquanto isso, o povo passa fome e tem um dos custos de vida mais altos da história.
O presidente apenas serve a seus superiores. |
Claro que nem todo militar compartilha desse excremento ideológico que tomou as academias militares brasileiras. Existem grandes militares que merecem todo o nosso respeito. O problema é que nenhum deles faz parte da alta cúpula das FFAA. Bons militares estão entre os praças e o baixo oficialato, especialmente os tenentes, que ainda não concluíram o processo de lavagem cerebral. Aliás, no mundo inteiro há grandes exemplos de militares como Thomas Sankara, Hugo Chavez e Luis Carlos Prestes. O problema é que no Brasil as feridas deixadas pela ditadura nunca foram tratadas. Daí que os milicos acham que podem tutelar a democracia e até destruí-la na hora que bem entenderem. Ora, militar de qualquer patente é um funcionário público que deve se subordinar ao povo, ao poder civil – e não o contrário. Ou você vê militares ameaçando a democracia em países desenvolvidos?
Bolsonaro não age sozinho. |
Portanto, Bolsonaro é apenas um escudo, um saco de pancadas, uma marionete, para os verdadeiros mandantes do governo milicocrata. Para resolver esse problema não basta tirar o genocida miliciano: temos que mandar de volta para os quartéis (ou para a cadeia) todos esses generais que ameaçam a democracia e a soberania popular. O povo brasileiro e o Brasil merecem respeito. BASTA de sermos uma República das Bananas.
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