domingo, 3 de julho de 2022

Deus não joga dados, mas joga videogame


Quando Albert Einstein proferiu sua célebre frase "Deus não joga dados", ele quis dizer que o universo não é aleatório ou incerto ao lidar com as probabilidades impostas pela mecânica quântica. Porém, aleatório ou não, de uma coisa eu tenho me convencido cada vez mais: de que o nosso universo se parece bastante com um ambiente simulado. Eu diria até mais: que nós podemos estar, neste exato momento, sendo NPCs de um jogo de videogame construído para entreter nossos criadores.

Afirmo que podemos estar dentro de uma simulação digital por várias razões. Para começo de conversa, o universo é estruturalmente matemático e obedece a uma série de leis fundamentais e constantes que são obrigatórias para o seu funcionamento harmônico. Um exemplo disso é o limite para a velocidade das partículas (fótons) que é a velocidade da luz. Se a velocidade da luz não tivesse um limite, nosso universo simplesmente colapsaria. Aí temos também as quatro forças fundamentais da natureza: gravidade, eletromagnetismo, força nuclear fraca e forte. Elas não são chamadas de fundamentais à toa. Sem elas, o cosmo sequer existiria como ele é e não permitiria a existência da vida. Isso sem falar da sintonia fina entre os valores das constantes fundamentais dessas forças que são determinantes para que as coisas sejam como são. Só que esses pontos mencionados não indicam, sozinhos, que o universo seja simulado, já que eu estaria apelando para uma teleologia barata para tentar provar o meu ponto de vista. O que realmente deixa as coisas suspeitas é a maneira independente com que o universo funciona – como se ele fosse uma máquina programada para obedecer a algoritmos específicos. É como se houvesse instruções típicas de computadores determinando como as coisas precisam funcionar no universo.

 

Olhando do ponto de vista quântico, há fenômenos que se assemelham muito com o famigerado comando "Crtl+Z" que há na programação. Ou seja: coisas se desfazem espontaneamente como estivessem obedecendo a um código-fonte pré-programado. Pior que isso é que usamos equações e valores fundamentais para calcular até as coisas mais simples, tais como os cálculos trigonométricos e os valores atribuídos a pi (π = 3,14159), a constante de Euler-Mascheroni (γ = 2,71828) e o número de ouro da proporção áurea (φ = 1,61803). Além disso, o fluxo em escala logarítmica como se comportam os raios cósmicos e as interações gravitacionais trazidas por buracos negros remetem a modelos que podem ser emulados em computadores. Isso porque eu nem mencionei que os nossos cinco sentidos são apenas impressões geradas por impulsos elétricos que chegam de maneira sistemática aos nossos cérebros. Essa química cerebral é algo que, diga-se de passagem, pode sofrer interferência de mecanismos eletrônicos como vimos em experimentos neurológicos tais como o Capacete de Deus ou, indo mais fundo, como a realidade simulada em filmes como The Matrix.

 

Como podemos observar, o nosso universo é estruturalmente lógico – e como todo sistema lógico, ele pode ser traduzido em código binário (bits e bytes) para transcrever suas informações. O que eu quero dizer com toda essa conversa é que, hipoteticamente, o universo pode ser algo virtual. Trocando em miúdos: nós já podemos estar em uma espécie de metaverso do futuro. E se realmente assim for, talvez Deus não seja um bom velhinho sentado em cima das nuvens, mas sim um programador que nos trata como meros avatares em seu joguinho de videogame. Já pensou?

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