segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

O problema de um contato extraterrestre


Tenho quase certeza que uma visita alienígena ao nosso planeta faria com que os seres humanos se extinguissem. Isso por duas razões básicas. Primeiro, porque nós não nos sentiríamos mais únicos e especiais. E, segundo, porque não possuímos nossos conflitos internos bem resolvidos. A humanidade precisa se encontrar e se entender antes de tentar entrar em contato com o desconhecido. Nós, sapiens, somos muito presos aos nossos próprios conceitos de inteligência, vida e linguagem. Certamente, não estamos sozinhos neste universo inimaginavelmente grande, mas o que faríamos se descobríssemos que a vida existe em outros mundos? Como iríamos interagir com seres avançados que superaram a mortalidade, as leis da física e as ameaças de autodestruição? O que temos a dizer aos aliens? Como vamos explicar para eles o que fazemos com nós mesmos e com o nosso planeta? Como as religiões se comportariam diante de um contato extraterrestre?

Pode parecer uma conclusão covarde, mas eu acho que somos felizes por não sabermos se há vida lá fora ou não. Descobrir vida, especialmente vida inteligente, poderá ser o pontapé inicial para nossa extinção como espécie seja pela via da autodestruição, ou então pela via de um contato extraterrestre que causaria o mesmo impacto genocida que a colonização espanhola causou. Para ser honesto, dada as distâncias gigantescas entre as estrelas, a escala de tempo muito elevada para a vida inteligente surgir e a facilidade para ela desaparecer, possivelmente, não há nada com que possamos fazer contato na nossa galáxia. É por isso que acho que o único jeito seguro de sabermos se estamos sós ou não no cosmo é simulando o universo (ou parte dele) em supercomputadores. Mas aí temos as questões éticas de criar um universo e nos responsabilizar por todas as formas de vida que possam existir nele.

Enfim, em todo caso, eu e você certamente não estaremos mais vivos quando a humanidade (ou a espécie que evoluir dela) descobrir a resposta para essa grande pergunta existencial.

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