sábado, 9 de março de 2024

Descanse em paz, Akira Toriyama


Ontem foi um dia muito triste para a cultura pop mundial. Como todos já devem saber, foi anunciada a morte do grande mestre Akira Toriyama, criador da lendária série Dragon Ball. Não foi só o Japão e a cultura pop que perderam um grande gênio, mas o mundo inteiro perdeu uma das mais fantásticas mentes criativas. Só o anime Dragon Ball foi um sucesso absoluto em mais de 80 países, isso sem falar de outros mangás e jogos produzidos pelo Toriyama. O choque com a morte dele foi tão grande que chegou a ser anunciada até no Jornal Nacional. O mais louco é que eu voltei a assistir a série Dragon Ball Z no início deste mês após quase quinze anos sem assistir nenhum anime e, olhando com um olhar mais crítico, concluí que Dragon Ball foi o melhor anime que já assisti tecnicamente falando. As histórias criadas pelo Akira Toriyama eram muito criativas, imprevisíveis e cheias de expectativa. Sem falar dos personagens extremamente carismáticos que influenciaram gerações. Para se ter uma ideia, os criadores de Naruto, One Piece e até Sonic se basearam no Dragon Ball. Até eu me inspirei nos poderes do Goku para escrever uma das letras de uma das minhas músicas favoritas. Meu primeiro mangá foi um mangá do Dragon Ball, eu gastei incontáveis horas assistindo Dragon Ball no SBT e depois Dragon Ball Z na Band, no Cartoon Network e na Globo. Até o banner deste bloguinho tem uma referência ao meme da Igreja Universal do Reino de Goku. Isso sem falar dos inúmeros desenhos que fiz dos personagens do Dragon Ball durante a minha adolescência e dos jogos do anime que joguei no Playstation e no Super Nintendo. Enfim, não há como deixar passar algo que foi tão importante para minha vida e para a vida de milhões de outras pessoas.

Todo respeito e gratidão ao mestre. Descanse em paz, Akira Toriyama.

sábado, 24 de fevereiro de 2024

Sim, Lula está certo


Eu sempre critiquei a esquerda por suas posições equivocadas contra o Estado israelense, uma vez que a postura racista, assassina e colonialista dos sionistas vêm do governo da extrema-direita e não da oposição governista e nem do povo israelense. Aliás, parte da população israelense está contra esse governo genocida atual, porque ele está mais preocupado em se vingar do Hamas do que em resgatar os reféns. Tirando isso, eu concordo em gênero, número e grau que está ocorrendo, indiscutivelmente, uma carnificina com características de limpeza étnica em Gaza. O presidente Lula está correto ao criticar o genocídio de mulheres e crianças palestinas, porque é exatamente isso que ocorre lá. Ele não tem que pedir desculpas por isso, porque alguém no mundo precisa furar a bolha e mostrar que o governo de Netanyahu é incapaz de solucionar o conflito na região sem causar um massacre de civis. Claro que houve um exagero proposital ao comparar o genocídio em Gaza com o holocausto, porque isso mexe na ferida. Mas, em momento algum, a fala de Lula foi antissemita e, por isso mesmo, ele não deve se desculpar. Pedir desculpas seria se diminuir politicamente. Claro que ao optar por não pedir desculpas, o risco de um golpe capitaneado pela nossa direita aumenta, já que os pedidos de impeachment se acumulam sob a mesa do presidente da câmara. Mas esse é o preço que se paga por dizer a verdade num contexto onde a imprensa hegemônica é totalmente subordinada aos interesses dos Estados Unidos: principal aliado de Israel.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Ser Criança em 1994 (repost)


Como um genuíno integrante da geração millenials (a tal Geração Y), posso afirmar sem medo de errar que a década favorita da minha geração foram os anos 1990. E de cada um dos anos daquela saudosa década, o mais marcante, representativo e emblemático de todos foi o inesquecível ano de 1994. Aquele longínquo ano de 1994 (30 anos atrás!) trouxe elementos históricos para nossa geração que ficaram guardados para sempre nas nossas vidas. Foram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que a sensação que deu foi que 1994 foi, na verdade, vários anos em um só. Foi o ano de 1994 que deu a tônica dos anos 90, porque os anos anteriores pareciam meio que um "puxadinho" dos anos 80. Foi por isso que eu senti a necessidade de reescrever sobre aquele ano inesquecível nesta série "ser criança/adolescente em", já que quando escrevi sobre 1994 pela primeira vez, há dez anos atrás, fiz de maneira muito apressada e rasa. Nesta postagem, eu pretendo dar ao ano de 1994 toda a atenção que ele realmente merece.

Nada mais 1994 que Barrados no Baile.
  

Quem tem menos de 30 anos não teve o privilégio de ver em tempo real a seleção brasileira homenagear de forma emocionante o ex-piloto Ayton Senna na conquista do tetracampeonato, não viu a estreia do Rei Leão nos cinemas, não viu o início do fenômeno dos Cavaleiros do Zodíaco na Rede Manchete, não economizou o dinheiro do lanche na escola para comprar a revista Herói, não chegou a comprar aquele sacão com um quilo de doces com uma única cédula de um real (aquela verdinha do beija-flor), não teve a oportunidade de jogar na locadora Sonic 3 ou Donkey Kong Coutry logo que eles chegaram, não encheu o saco dos pais para ganhar um brinquedo da Estrela de presente, não viu Enéas esbravejar o próprio nome na hora do horário eleitoral, não cantou a música do Ratinho do Castelo Rá-Tim-Bum e muito menos ficou horas ensaiando as coreografias do GeraSamba. Isso tudo numa época em que ainda não existia a internet. Até existiam computadores, mas só pessoas muito privilegiadas é que tinham condições financeiras de ter um PC em casa. Enfim, vamos abordar 1994 por partes para mostrar quanto aquele ano foi importante para os anos noventa e para a nossa história.

FHC: o "pai" do Real.


Política
O fato político brasileiro mais importante da década de 90 ocorreu justamente em 1994, que foi a criação do Plano Real. Antes do Real, foram vários planos econômicos fracassados na tentativa de controlar a inflação. Mas foi só naquele ano, durante o governo Itamar Franco, que o Real veio para ficar. E o mais doido é que conseguiram equiparar 1 dólar a 1 real no início, o que deu ainda mais relevância à nova moeda. Apesar dos altos e baixos, o Real sobrevive até hoje e as novas gerações nem sonham a desgraceira que era a inflação galopante. Parecia um sonho, na época, ver a inflação controlada e não precisar levar um sacolão cheio de moedas toda vez que a gente ia comprar pão. 

Outro fato emblemático daquele ano foram as eleições para presidente da república que contaram com nomes como FHC, Lula, Brizola, Enéas e Espiridião Amim. A eleição foi vencida no primeiro turno por FHC graças ao seu trabalho na criação do Plano Real, mas quem realmente tornou-se icônico foi o Dr. Enéas que ganhou mais de 4 milhões de votos só vociferando o lendário "Meu nome é Enéas!".

Fora do Brasil, o fato mais marcante foi a eleição de Nelson Mandela como o primeiro presidente negro de um país onde o apartheid durou décadas.

Cavaleiros tornou-se o maior sucesso da história da TV Manchete.


Televisão
Entre as grandes emissoras, o grande destaque em 1994 foi, possivelmente, a TV Cultura. A programação para o público infanto-juvenil era simplesmente maravilhosa, talvez a melhor da história da nossa tevê. A TV Cultura nos presenteou naquele ano com programas como: Glub-Glub, os Bichos, O Professor, X-Tudo e foi o ano de estreia do Mundo de Beakman, das Aventuras de Tintin, do Castelo Rá-Tim-Bum, dos Anos Incríveis e do Confissões de Adolescente. 

No SBT, o destaque foi a novela Éramos Seis que foi até hoje uma das minhas favoritas de todos os tempos. As apresentadoras Eliana e Angélica faziam programas (no bom sentido) para as crianças no Bom Dia & Cia e Casa da Angélica, respectivamente. Ainda no SBT, tínhamos também Sérgio Mallandro, Chaves, Chapolim e o lendário Programa Livre com Serginho Groisman. Além, claro, do jornalistico Aqui Agora. Falando do Aqui Agora, muita gente na época, inclusive eu, imitava o repórter policial Gil Gomes, porque a maneira com que ele narrava os fatos era simplesmente instigante e original. 

Tintim foi meu herói de infância na época.


A Rede Manchete, em 94, se eternizou por ter nos apresentado o desenho de maior sucesso da história da TV aberta que foram os Cavaleiros do Zodíaco. A paixão trazida por este anime deu tão certo que vendeu uma onda de produtos dos Cavaleiros, trouxe filmes que lotaram os cinemas e fez a criançada cantar "Os guardiões do universo" em todas as escolas do país. Mas nem só de "Seiya e os outros" a emissora do Sr. Adolpho Bloch vivia, porque os tokusatsus e os desenhos do Clube da Criança com Mylla Chrsitie e Pat Beijo não deixavam as crianças saírem da frente da TV. É claro que tínhamos as tosquices maçantes dos comerciais do Teleshop (011)1406 e do título de capitalização do Papa-Tudo, mas até essas coisas viraram nostalgia para quem foi criança na época.

Já a Rede Globo atacava com os Trapalhões, Escolinha do Professor Raimundo e saudosa TV Colosso. As novelas de sucesso da época foram Sonho Meu e Tropicaliente na faixa das 18h; Olho no Olho, A Viagem e Quatro Por Quatro no horário das 19h e Fera Ferida e Pátria Minha nas 20h.  

Foi bom demais cantar Hakuna Matata em 1994.


Cinema
Para quem foi criança ou pré-adolescente na época, o ano de 1994 foi recheado com bons filmes para essa faixa etária. Alguns não eram exatamente "bons", mas marcaram época mesmo assim. Vou citar alguns deles:

O Rei Leão
O Máskara
Debi & Loide
Ace Ventura
Ninguém Segura Esse Bebê
Um Sonho de Liberdade
Forrest Gump
Pulp Fiction
True Lies
Street Fighter: O Filme
Pricila a Rainha do Deserto

Acústico MTV: despedida do Nirvana.


Música
Acho que o único ponto fraco de 94 foi a música. Isso porque os sucessos que tocavam nas rádios ou eram aquelas músicas gringas chatas que tocavam nas novelas da Globo, ou eram músicas repetidas dos anos anteriores. Mesmo a nível nacional, só fizeram sucesso mesmo artistas como Negritude Jr, Raça Negra, Cidade Negra e duplas sertanejas. Os destaques naquele ano foram para o Skank que começou a ganhar espaço nas rádios e na tevê e o lançamento do disco Da Lama ao Caos de Chico Science & Nação Zumbi. Mas, no geral, foi um ano fraco musicalmente. Parece que o suicídio do Kurt Cobain acabou não só com a era de ouro do rock como também com a era de artistas geniais. De memorável mesmo, só o show lendário de dois dias da Legião Urbana no Metropolitan, no Rio de Janeiro, que acabou virando, posteriormente, um disco duplo. 

A título de curiosidade, em maio daquele ano ocorreu o casamento entre o Rei do Pop Michael Jackson com a filha do Rei do Rock Lisa Marie Presley. O casamento não chegou a durar nem dois anos.

Sonic 3 teve participação musical do rei do pop Michael Jackson.


Games
1994 foi um ano de ouro para a era 16 bits, porque Super Nintendo e Mega Drive eram os dois principais consoles daquela geração. Apesar de ter sido também o ano de lançamento do Playstation 1 e do Sega Saturn, a grande relevância da época era para o duelo Sega versus Nintendo. Eu era do time Sega por ter um Mega Drive que havia ganhado dois anos antes. Lembro que ganhei no fim daquele ano o inesquecível Street Fighter Champion Edition e de ter o estreado no dia que estava passando o filme dos Kremilins na Globo. Acho que esse Street Fighter foi o game de luta que mais joguei na vida, apesar de, anos depois, ter o vendido e comprado o Super Street Fighter 2. Também ganhei no meio do ano o Sonic 3, numa tarde chuvosa de sábado, mas emperrei num barril maldito da Carnival Night Zone e, para piorar, o cartucho quebrou pouco tempo depois. E falando de Sonic, no fim do ano foi lançado o cartucho Sonic & Knuckles que vinha com um conector em cima (tecnologia Lock-on) para se acoplar aos Sonic 2 e 3. Quando uníamos o Sonic 3 ao Sonic & Knuckles, tínhamos o melhor jogo de aventura da era 16 bits com a inclusão do Hyper Sonic e do roubadíssimo Super Tails com bateria para salvar as aventuras.


Os títulos mais importantes daquele ano no mundo dos games foram os inesquecíveis:

Sonic The Hedgehog 3
Sonic & Knuckles
Donkey Kong Country
Mega Man X
Super Street Fighter 2
Streets of Rage 3
Mortal Kombat 2
DarkStalkers
Road Rash 3
O Rei Leão
The King of Fighters 94
Samurai Shodown 2
Super Metroid
Super Punch-Out
Wild Guns
Fifa Soccer

O tetra foi inesquecível.

Esportes
No dia primeiro de maio de 1994 ocorreu a trágica morte do do ex-piloto de fórmula 1 Ayton Senna no Grande Prêmio de San Marino. O Brasil inteiro acompanhava ao vivo a corrida quando ocorreu o acidente fatal. Foi um choque. A comoção foi total no país, com milhões de brasileiros de luto. Foi o fim do sonho do tetra com a perda de um dos maiores ídolos que já tivemos no esporte. Mas 1994 ainda nos traria alegrias para compensar.

Em 12 de junho, a Seleção Brasileira feminina de basquete conquistou seu primeiro e único título mundial na Austrália com um timaço que trazia nomes lendários como Hortência, Magic Paula e Janeth. A final foi contra a China e a nossa seleção venceu pelo placar de 96 a 87.

Em julho, o Brasil foi tetracampeão mundial de futebol ao conquistar a Copa dos Estados Unidos ao bater a Itália nos pênaltis. Foram 24 anos de jejum e o grito de tatracampeão veio junto com uma homenagem belíssima ao Ayrton Senna. Na volta para o Brasil, tivemos uma das maiores festas que já vi com os jogadores trazendo o troféu num desfile no carro do corpo de bombeiros.

1994 não foi inesquecível à toa.


Enfim, esta postagem encerra definitivamente a série "Ser criança" na década de 90. Escrevi sobre todos os anos, um por um, da última década do século XX. Também escrevi sobre alguns anos da década de 1980 e de 2000, mas nessa última já sob a perspectiva de um adolescente. Quem quiser ver as retrospectivas sobre os outros anos, os links das demais postagens seguem abaixo. Só é clicar e fazer uma viagem no tempo para a época desejada:

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1991
Ser criança em 1992
Ser criança em 1993
Ser criança em 1994
Ser criança em 1995
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998
Ser adolescente em 1999
Ser adolescente em 2000
Ser adolescente em 2001
Ser adolescente em 2002
Ser adolescente em 2003

domingo, 4 de fevereiro de 2024

A maioria dos homens não deveria se relacionar


Não é novidade para ninguém que a maioria dos homens heterossexuais é muito ignorante e egoísta se tratando de sexo. Mesmo sabendo que homens e mulheres percorrem caminhos diferentes para chegarem no mesmo lugar, o que prevalece na imensa maioria dos casais é o roteiro 1, 2, 3 e 4 vistos majoritariamente na pornografia mainstream que seriam: 1-"preliminar" apressada e mal feita, 2-penetração rápida, 3-orgasmo masculino e 4-fim do sexo. E aí eu pergunto: onde fica o prazer e o orgasmo femininos nessa aventura? A verdade é que a maioria dos caras só querem dar uma aliviada antes de dormir ou antes de tomar banho para ir ao trabalho. Eles têm preguiça ou má vontade de fazer o prazer ser mais democrático. É triste que tantos homens usem a própria mulher como uma boneca inflável e não se esforcem minimamente nem para fazer o básico sobre como excitar e seduzir a parceira.

Enquanto os homens não entenderem que o prazer da mulher é mais amplo, mais cinestésico, e a importância do protagonismo do clitóris na expressão da sexualidade humana, vamos ter casais infelizes, traições e a ideia equivocada de que mulher não gosta de sexo.

Isso sem falar de outros aspectos não sexuais que fazem homens e mulheres não se entenderem. Enquanto a mulher quer ir ao salão de beleza, fazer compras no shopping e ir ao chá de bebê da melhor amiga, os caras querem assistir jogo no estádio, ir a feira de automóveis, jogar uma pelada com os amigos e depois jogar conversa fora no bar. Homens héteros preferem estar com outros homens a maior parte do tempo fazendo "coisas de homem". A maioria não acha tão divertido acompanhar suas parceiras em programas tipicamente femininos. Isso é compreensível, mas relacionamento envolve sacrifícios e fazer coisas chatas em momentos que não estamos a fim. Se não for assim, a relação vai se desgastando com o tempo.

A sugestão que eu dou para os homens que são namorados ou maridos medíocres é que eles fiquem solteiros mesmo. Busque sexo pago ou casual e divirta-se com seus amigos de bar. Se quiser uma companheira, junte uma grana e compre uma Love Doll, porque ela vai dar tudo que você quer e precisa sem desejar nada em troca. Se você não está disposto a se doar, a se sacrificar e a dar o seu melhor, faça um favor a si mesmo e a todas as mulheres: fique sozinho.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Uma vida não é suficiente


Durante as minhas caminhadas diárias, eu estive a pensar em como a vida é curta ao saber que no dia anterior havia caído um avião monomotor no interior de Minas Gerais. Foram ao menos sete mortes naquele triste acidente. Duvido que algum dos ocupantes achasse que o avião cairia. Eles estavam pensando no trabalho, nos filhos, talvez nas férias ou em como seria o carnaval e... bum! O avião cai e morrem todos a bordo. A morte vem assim para muitos, sem aviso prévio, de repente. Chega ao fim, sem mais nem menos, toda uma história de um ser complexo que tinha sonhos, amores, desejos e uma mente consciente dotada de curiosidade, medos, recordações, segredos e conhecimento para ser transmitido. A morte veio e acabou com tudo instantaneamente. E assim será com todos os outros 8 bilhões de seres humanos que vivem simultaneamente neste pequeno planeta que circunavega a galáxia Via Láctea. 

Estamos preparados para o transumanismo?

Além da limitação das míseras décadas de vida que temos frente aos bilhões de anos do cosmo, ainda temos a limitação dos nossos cinco sentidos. Temos apenas cinco sentidos. E existem animais que possuem 11 sentidos! E mesmo nossos cinco sentidos são limitados, porque não escutamos todas as frequências sonoras e nem  enxergamos todo o espectro eletromagnético além daquilo que precisamos para sobreviver. Além disso, há muitas outras coisas que não vemos e não entendemos, como a matéria escura, a energia escura e o microcosmo das partículas subatômicas. Não sabemos sequer se há vida em outros lugares do universo. Aliás, nem sabemos o que é o universo ou se há outros como ele em dimensões paralelas. Até mesmo o nosso cérebro é limitado, porque há coisas que não conseguimos processar, tais como o infinito e os fenômenos quânticos que não respeitam a relação de causa e efeito. 

Quantos mistérios o universo esconde de nós? 

A única certeza que temos é que somos terrivelmente limitados e que em poucas décadas estaremos mortos assim como as vítimas fatais do acidente aéreo em Minas. Não há tempo suficiente para conhecermos mais sobre esse cosmo tão misterioso que nos cerca. É curioso como tudo me parece bonito e assustador ao mesmo tempo. Tínhamos que viver mais, muito mais, para começarmos a entender do que se trata a vida e o universo. É por isso que tantos acreditam em reencarnação, em almas e em céu e inferno. É o inconformismo diante da nossa fragilidade existencial e do nosso tempo de vida tão breve que nos faz delirar sobre essas crenças sem evidência. Mas apesar de sermos meros primatas inconformados com a incompletude da existência, essa é a única chance que temos de nos sentir vivos e de encher os pulmões de ar para afirmar em alto e bom tom: "Eu existo!" 

A hora é essa, porque não há amanhã.