segunda-feira, 30 de março de 2020

Genocídio não salva a economia


A histeria de parte da burguesia para "salvar" a economia é um escândalo burro e inútil. A economia vai sofrer uma depressão de qualquer jeito, seja lá qual for o cenário diante da atual pandemia. O grande problema que essa burguesia irresponsável não leva em conta é que nenhum país do mundo pode funcionar normalmente com mais de 20% da sua força de trabalho morta, de luto ou internada em estado grave. Ao contrário do que muitos irresponsáveis dizem por aí, a Covid-19 não mata só "velhinhos" e pessoas em grupos de risco. Muitos jovens perderam suas vidas com a doença e o pior de tudo não é isso. Quem mais vai morrer na pandemia do coronavírus serão pacientes vítimas de derrames, infartes, acidentes, câncer e outras enfermidades letais que não terão como ser atendidos devido à falta de vagas nas UTIs.

É impossível fazer uma economia funcionar normalmente com pilhas de corpos se amontoando nos necrotérios, com comboios militares levando corpos para serem cremados em outras cidades e com famílias desestruturadas pela perda de entes queridos. O que Bolsonaro quer com seu posicionamento irresponsável de isolamento vertical é agradar aos seus apoiadores que mais perdem com a quarentena: a burguesia varejista, parte do patronato da Fiesp e das igrejas neopentecostais. Isso mostra que o Bolsomostro não governa para os brasileiros, mas sim para os seus aliados. Já o gado bolsonarista aqui é somente massa de manobra que pasta fake news e as regurgita nas redes sociais por mero fanatismo ideológico.


O que os "salvadores da economia" querem nesse momento é adotar a estratégia suicida de seguir avançando no campo de batalha em um momento de grande desvantagem. Quem pensa estrategicamente sabe que nessas situações o que precisamos fazer é ser prudentes, dando 1 passo para trás para depois dar 2 passos para frente. Mas o que Bolsonéscio está fazendo é dando 1 passo para frente para depois dar 2 passos para trás, porque a quantidade de pessoas hospitalizadas em estado grave vai ser tão grande, que o sistema de saúde vai colapsar e isso causará um golpe muito mais letal na economia, que vai ter que parar a pulso lá na frente.


O que esses fascistoides safados querem é o de sempre: ver o povo pobre trabalhador morrer para manter a alimentação, o conforto e a diversão dos mais privilegiados no capitalismo. Enquanto isso, os mais abastados ficam em casa de quarentena vivendo de renda ou fazendo home office.
A hipótese do desemprego, da fome e do caos por causa da quarentena é uma falsa preocupação dos conspiracionistas. O governo tem que garantir alimentação e suprimentos da população urgentemente, seja através de uma renda básica universal ou de doações de cestas básicas para que o povo fique em casa e não sofra de fome ou de doenças.

Portanto, esqueça a economia: ela já era. A única coisa que podemos e devemos salvar agora são as vidas dos nossos familiares, amigos, colegas e compatriotas.


Para fechar, vou deixar um desabafo do economista Eduardo Moreira:

quarta-feira, 25 de março de 2020

Bolsomonstro é um genocida


Em um dos momentos mais difíceis da história humana, o presidente Jair Bolsonaro cometeu um crime contra a saúde pública e contra todos os brasileiros em seu pronunciamento de ontem, 24/03, onde ele defendeu o relaxamento das medidas contra a Covid-19. O presidente fez um discurso irresponsável, covarde e desconectado com a realidade diante da terrível pandemia do Coronavírus que já dizimou a vida de milhares de pessoas pelo mundo. Esse posicionamento abominável do bronco fascista só mostrou o lado psicopata e genocida de um homem que nunca teve qualquer empatia e que prefere ver os brasileiros morrerem aos milhões a dar o braço a torcer. Não sei o que esse monstro está maquinando com essa postura insana e canalha, mas os resultados dessa irresponsabilidade serão catastróficos se não forem corrigidos e combatidos com rigor. Se o número de pessoas circulando não for severamente reduzido e não forem tomadas as medidas preventivas indicadas pela OMS, o "resfriadinho" causará um verdadeira carnificina, especialmente entre os mais pobres.

Esse discurso criminoso do Bolsomonstro foi tão letal para o povo brasileiro quanto a detonação de uma arma de destruição em massa. E essa atitude desumana dele vai contra tudo o que o deus que ele diz acreditar defende: amor, caridade, altruísmo e generosidade.

Bolsonaro entrará para a história como um dos maiores genocidas que andaram sobre a face da Terra. Ele entrará para um grupo que possui nomes como Stroessner, Pinochet e Hitler: homens pelos quais ele nunca disfarçou a admiração.

domingo, 15 de março de 2020

O silêncio que precede a tempestade


Olhe a nossa volta e veja como está a situação do Brasil diante da pandemia do novo coronavírus: jovens com desdém diante da letalidade da doença para a sua faixa etária; a saúde pública em estado de falência; um governo totalmente irresponsável; fake news desinformadoras sendo disseminadas pelo WhatsApp; uma população sem o conhecimento mínimo sobre programas de saúde... Isso soa como o silêncio que antecede a tempestade.

Apesar da pirâmide etária do Brasil ser predominantemente jovem e do clima dificultar um pouco a propagação do coronavírus, se medidas drásticas não forem tomadas imediatamente, muito em breve teremos um pesadelo surrealista digno de cenários apocalípticos do Plague Inc: Evolved. Isso seria uma tragédia levando em consideração a população numerosa do nosso país.

Para que a nossa realidade não vire um filme de terror, é preciso atrasar o crescimento da curva de contaminação através de medidas de contenção: escolas terão que ser fechadas, eventos com aglomerações terão que ser adiados e medidas preventivas terão que ser postas em prática para ontem. Do contrário, o sistema de saúde não vai conseguir atender aos casos mais graves e nossos entes queridos irão morrer dentro de casa por falta de leitos nas UTIs. Portanto, tenha consciência e faça a sua parte. O vídeo abaixo traz uma explicação mais completa:


PS: Se você acha que tudo não passa de "alarmismo" e "exagero", pergunte para as famílias dos mais de 5 mil mortos pela doença a falta que cada ente querido faz.

quinta-feira, 12 de março de 2020

E se fosse Jesus?


Muito já foi falado e debatido a respeito do caso da detenta transexual que recebeu um abraço do doutor Drauzio Varella, mas um coisa não para de me incomodar neste caso. Eu fico aqui imaginando o que teria acontecido se no lugar do doutor Drauzio estivesse um cara chamado Jesus Cristo diante daquela trans. Será que Jesus a hostilizaria e a condenaria? Ou será que esse cara chamado Jesus teria compaixão, amor e solidariedade diante de uma pessoa condenada que amarga uma profunda solidão e abandono há anos?

É incrível como temos cristãos hipócritas que desconhecem o próprio Cristo. Jesus andou com todo tipo de gente "desprezível" para a sua época: ladrões, marginais, pecadores, leprosos, prostitutas, cobradores de impostos... E ele estendeu a mão a todos eles. Enquanto isso, muitos "cristãos" de hoje – que deviam dar a outra face e perdoar setenta vezes sete – se mostram rancorosos, violentos e incapazes de tolerar um gesto de afeto. É uma ironia que um ateu como o Drauzio Varella tenha um gesto de grandeza maior que muitos "cristãos" que se consideram o bastião da moralidade da raça humana.

Eu não preciso me estender falando que a ética médica exige que os profissionais formados em medicina cuidem das pessoas independentemente do caráter delas, até porque o que ocorreu vai além disso por ter sido um gesto de solidariedade espontâneo. Também é desnecessário dizer que abomino crimes hediondos como o cometido pela detenta. Mas o que este evento mostrou é que o neofascismo não está em alta à toa no Brasil. Uma população "cristã" que apoia preconceito, vingança, ódio e linchamentos deveria sentir vergonha da própria existência.

sábado, 7 de março de 2020

Machistas não passarão


O machista é, antes de tudo, um fraco, um covarde, que para disfarçar sua masculinidade frágil, precisa rebaixar as mulheres. Porém, o machista vai ter que aprender na marra que com as mulheres não se brinca. Ele vai aprender que elas nunca irão se calar e que denunciarão incansavelmente toda violência, toda injustiça e toda tentativa de dominação. E não tem chororô: o machismo e a misoginia um dia terão que acabar. Então não haverá mais espaço para a opressão, pelo menos não enquanto houver luta.

Se você, caro humano do sexo masculino, quer realmente um mundo melhor para as mulheres, não se limite a ser gentil no dia das mulheres. Seja atroz contra o machismo. E não apenas por um dia, mas para sempre. Machismo não se discute, machismo se destrói.