sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Homofobia vira crime em Pernambuco


Foi publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), no dia 27 de novembro de 2013, o Decreto nº 39.542, que dispõe sobre a violência contra homossexuais em Pernambuco. A partir de então, os casos de violência e discriminação contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT que forem motivados por homofobia deverão ser identificados como tal nos inquéritos policiais. Com isso, Pernambuco é o primeiro estado do país a identificar nos boletins de ocorrência casos de violência e discriminações motivados por homofobia. Sem dúvida, essa notícia veio para calar a boca de muitos pastores e políticos babacas que pensam que mandam no mundo.

Fontes:
Diário de Pernambuco
Paraíba.com.br

#chupafeliciano! Rarará!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

24 motivos pelos quais as mulheres não gostam de sexo (ou não)

Feminista satânica com inveja do pênis

Tem uns conspiradorzinhos por aí que querem destruir a moral e os bons costumes inventando essa história de que mulher gosta de sexo. Todo mundo sabe que todas as mulheres do mundo são frígidas e que essa historinha aí de ninfomania e clitóris é tudo teoria da conspiração. As mulheres tem mesmo é inveja do piru e por isso inventam essas teorias doidas como forma de querer igualdade, respeito, dignidade e blablablá...
Vou provar agora mesmo que as mulheres não gostam de sexo listando 24 motivos que confirmam o que todo mundo está careca de saber: (Por favor, ligue o seu detector de sarcasmo antes de prosseguir...)

1- Mulheres odeiam preliminares.  
2- Mulheres adoram homens com ejaculação precoce.  
3- Mulheres se masturbam sozinhas apenas para agradar o parceiro.  
4- Mulheres traem sexualmente seus maridos com outros homens porque elas não gostam de sexo.  
5- Os pontos erógenos dos corpos das mulheres só dão prazer imaginário.  
6- Os orgasmos das mulheres são imaginários (coisa de bruxas medievais histéricas).  
7- A palavra "siririca" foi inventada só para encher o dicionário.
8- A palavra "ninfomaníaca" também foi inventada só para encher o dicionário.
9- A sociedade nunca reprimiu a sexualidade feminina: foram as próprias mulheres que se reprimiram, afinal, ninguém gosta de sentir prazer.  
10- A lubrificação vaginal é só uma coriza no lugar errado. Afinal, ela não tem nada a ver com excitação, pois acontece quando a vagina está gripada.
11- Mulheres se masturbam pensando em dinheiro (meu amigo mascu confirmou isso num sonho que ele teve depois de ler Nessahan Alita por 72 horas seguidas).
12- Mulheres gostam mais de fingir orgasmo do que senti-lo (óbvio).  
13- Mulheres são as maiores frequentadoras de sex shops, mas só vão lá para comprar obras do Picasso.  
14- Os filmes pornôs direcionados para o público feminino custam mais caro que o mainstream porque mulher só pensa em dinheiro.  
15- Os orgasmos múltiplos das mulheres não são divisíveis por zero, logo, não existem.  
16- O tesão durante o período fértil feminino não passa de um tipo histeria coletiva arquitetada pelos comunistas (informação esta que consta nos anais astrológicos do Profeçor Olavo de Cavalo).
17- Mulheres exigem mais qualidade no sexo porque faz muito sentido exigir qualidade para algo que não nos interessa.
18- O clitóris é um pênis atrofiado, por isso não serve para nada. Afinal, o pênis só dá prazer quando está penetrando algo.
19- As mulheres têm menos testosterona, por isso elas não gostam de sexo - assim como ter menos massa muscular faz as mulheres também não gostarem de praticar esportes.
20- Se as mulheres gostassem de sexo, a população mundial seria mil vezes maior. Afinal, camisinha não existe e a mortalidade infantil também não.
21- Mulheres procuram atendimento médico se queixando de falta de desejo sexual exatamente porque elas adoram a frigidez.
22- Mulheres pedem bis quando o sexo é bem feito porque todo mundo adora repetir o que não gosta de fazer.
23- Há mulheres que pagam para fazer um sexo bem feito com garotos de programa porque é normal pagar para fazermos escondido algo que não gostamos.
24- A sexualidade feminina precisou ser reprimida exatamente porque as mulheres não gostam de sexo. Não, péra...

Teoria da conspiração

Papo sério agora: acho muito triste que muitas pessoas acreditem que as mulheres não gostem de sexo ou que elas não sintam prazer. É de partir o coração saber que muitas precisam se reprimir e levar uma vida inteira sem experimentar os prazeres que os nossos corpos são capazes de nos proporcionar. Todo mundo tem o direito de ter prazer e ser feliz sem culpa, como a velha babada do vídeo abaixo:



Quê?! Você ainda tá duvidando que elas só pensam naquilo? Pois vou deixar abaixo algumas imagens que provam isso, afinal imagens valem mais que mil palavras!

















E aí, vai me dizer que a mulherada não adora uma safadeza? Ou como já dizia uma amiga minha: "Só os homens gostam de sexo? Então eu sou homem e não sabia! ahahaha".

E viva o prazer feminino!

domingo, 24 de novembro de 2013

A social democracia e os partidos políticos


pós rever e analisar mais detalhadamente as minhas convicções políticas, econômicas e sociais, eu descobri que eu sou um social democrata. Ou seja: eu sou a favor de um sistema político que faça uma reforma gradual do sistema capitalista a fim de torná-lo mais igualitário e menos "selvagem". Para isso, é necessária uma intervenção firme do Estado para reformar o capitalismo democraticamente de forma que diminua ou elimine as injustiças sociais.
Daí que me lembrei que há um partido político muito conhecido no Brasil chamado de Partido da Social Democracia Brasileira, mais conhecido por PSDB. E aí que alguém deve estar pensando algo do tipo em relação a mim a essa altura: "A-ah! Esse cara é um tucano!". E a minha resposta é: nananinanão, negativo! O PSDB, apesar desse nome 'fofinho', de social democrata não tem nada. A social democracia do PSDB é apenas uma propaganda enganosa, uma fachada ideológica limitada à sigla. O PSDB, ao que pude constatar, é um partido elitista, burguês, neoliberal, mefistofélico (no sentido de que se vendeu ao poder) e que governa em causa própria. Ou seja, os tucanos são lobos em peles de cordeiro, pois fingem ser de esquerda, mas agem como direita. Como disse o teórico social Roberto Mangabeira Unger, a "social democracia" do PSDB é o neoliberalismo menos 10%.

Bah, tucanos...

O partido brasileiro que, ao meu ver, mais se aproxima da social democracia é o PT. Eu sei que o PT praticamente abandonou as suas bases sindicais, que está pendendo cada vez mais à direita e que é uma marionete dos 'mandantes do sistema' (megaempresários, banqueiros, grileiros, especuladores mobiliários, especuladores de mercado, etc) – mas esse partido, apesar disso, ainda é a melhor opção, pelo menos para mim. Um partido que implementou programas como o ProUni, o Bolsa Família, o Mais Médicos e o Minha Casa Minha Vida tem muito mais afinidades com os meus ideais políticos do que outro que foi responsável por crises energéticas, por aumentos ridículos do salário mínimo, que recorreu inúmeras vezes ao FMI e que tem um verdadeiro fetiche por privatizações. Além disso, depois de várias derrotas seguidas na tentativa de tomar a presidência, o PSDB perdeu o moral e está caminhando gradualmente para o fundo do poço. Apesar da minha maior identificação com o PT, eu não sou militante partidário e nem o defendo com unhas e dentes. Afinal, todos os grandes partidos são financiados por empreiteiras que exigem alguns "favores políticos" em caso de vitória nas urnas. Ou você acha que todo o dinheiro usado para financiar as campanhas eleitorais vem apenas dos cofres dos partidos? 

Todos os partidos são reféns de algo maior

Já o PMDB é a velha planície que hora pende para direita, hora pende para esquerda (é a famosa bosta n'água). Para quem não sabe, o PMDB é o sucessor do MDB: partido que fazia uma pseudo oposição a ARENA durante a Ditadura Militar. Protegidos por trás de um centrismo esquisito, o PMDB tem o mesmo problema do PSDB: governa em causa própria. A aliança forçada entre o PT e o PMDB nunca me cheirou muito bem, na verdade, ela mostra apenas como a política serve para ludibriar os mais incautos.
Quanto ao DEM, antigo Partido da Frente Liberal, a própria legenda já diz o que os seus membros são: liberais. E defender o liberalismo econômico num país com tantas desigualdades como o nosso é o mesmo que dar um tiro no próprio pé.
Quanto aos demais partidos políticos, eu não dou crédito a nenhum. Apesar de simpatizar ideologicamente com um ou outro de esquerda, como o PSOL, por exemplo, eu não coloco a mão no fogo por nenhum deles.

sábado, 23 de novembro de 2013

A objetificação realmente existe?


Aqui estou estou eu novamente falando sobre esse assunto chato, que é a tal da objetificação. Mas, o que seria exatamente a objetificação?

Essa palavrinha difícil de se definir chamada objetificação – também utilizada como 'objetização' ou 'coisificação' – surgiu como pretexto para se condenar as pessoas (ou uso delas) em situações onde elas se comportam como objetos. Aqui, no blog Ideias Embalsamadas, eu escrevi algumas postagens como esta e essa outra abordando esse tema, mas em nenhuma delas eu dei uma definição para a palavra. Portanto, a minha definição para objetificação é a seguinte:

'Objetizar (ou objetificar) é representar ou tratar o corpo humano como objeto, seja através de metáforas ou de analogias. Usar o corpo humano como um objeto ou compará-lo com tal é uma forma de objetizar'.

Delícia é a vovozinha!
Posta esta definição acima, agora vou para a parte mais interessante que é: para algumas pessoas, a objetização simplesmente não existe. Isso porque o termo objetificação está sendo muito generalizado e mal usado. Como foi colocada nesta postagem do blog Aquela Deborah: "...uma postura corporal, uma roupa, uma dança, nada, nem ninguém, se objetifica, porque acreditar nessa possibilidade é dizer que a culpa do alvo de preconceito é ele mesmo, igual fazem com gay que dá pinta". Eu tenho a impressão que o termo 'objetificação' se popularizou quando essa onda feminista do terceiro milênio começou a buscar bodes expiatórios que fossem responsáveis pelo machismo e pela degradação das mulheres. Diante disso, fica a sensação de que algumas feministas estão, na verdade, procurando pelo em ovo por se sentirem cerceadas, vigiadas, avaliadas e vistas como meros "pedaços de carne" ou "vaginas ambulantes" pelos homens. Só que esta visão 'objetificante' que muitos homens têm das mulheres é algo meramente instintivo e que, diga-se de passagem, mulheres também têm. Afinal, qual mulher nunca suspirou pelo colega de trabalho cheiroso? Qual mulher nunca disse pra si mesma “ô lá em casa!” para algum bonitão na rua? Qual mulher nunca tremeu na base quando o instrutor da academia chegou perto? Qual mulher nunca se imaginou numa cena quente com o galã da novela? Qual mulher nunca morreu de desejo pela barriguinha sarada do herói do filme? Enxergar alguém como objeto não é o problema: o problema é tratar uma pessoa como objeto.

Beleza, pose, roupa e decote não objetificam ninguém

Dentro do meu conceito de objetização, qualquer representação do corpo humano é, sim, uma objetificação. Porém, existem dois tipos de objetificação. Existe a objetificação 'boa', que é o uso ou a representação de pessoas sem o intuito de denegrir a imagem de ninguém. E existe a objetificação 'má', que é onde há um intuito de denegrir, ofender ou diminuir alguém. Aliás, a tal objetificação 'má' normalmente reforça estereótipos e preconceitos não apenas contra mulheres, mas contra todo mundo. O grande problema dessa história é que na maioria das vezes não é possível saber qual foi a real intenção com que a imagem de uma pessoa foi utilizada. Daí temos que aturar campanhas estapafúrdias como a do vídeo abaixo:



Os moralistas 'pira'!
Eu sou contra aquela visão moralista cristã de que somos seres que devemos buscar a pureza, a santidade e a castidade, não podendo, assim, desejar (ou cobiçar) o corpo, pois tal "malogro" enquadra-se no famigerado "pecado da carne". As campanhas feministas contra a tal "mídia machista" muitas vezes perdem o foco ao fazer protestos contra corpos femininos sensuais em revistas ou até mesmo contra analogias sexuais na publicidade, onde há sempre a velha desculpa da degradação misturada com a da objetificação e da exploração das "pobres mulheres". Esse, inclusive, é o mesmíssimo argumento usado por religiosos. Só que existem dois fatores que essas feministas e religiosos não consideram. O primeiro deles é que as mulheres têm o direito de usarem os seus corpos para o que bem entenderem. Por acaso mulheres não têm vontade própria e autonomia para decidirem fazer um comercial aparentemente "sexista"? E o segundo fator é que o critério para se julgar se há ou não machismo e objetização na publicidade é totalmente arbitrário e relativo a valores individuais. Como os adultos têm uma mente naturalmente poluída, é possível ver duplo sentido e sexismo em praticamente qualquer coisa. Este post aqui é um exemplo descarado disso.

Uma forma saudável de objetificar pessoas é criando ginoides

Agora vou rebater alguns argumentos frequentes utilizados contra a objetização:

1- O assédio contra as mulheres ocorre por causa da objetificação sexual das mesmas.
Errado. O assédio ocorre devido ao machismo, à cultura do estupro, à falta de educação e à impunidade. Você acha que a paniquete Nicole Bahls foi assediada por Gerald Thomas porque ela estava se objetificando (ou sendo objetificada)? Ou será que ela foi atacada porque o sujeito em questão era um machista que não sabia respeitá-la?

2- Mulheres bonitas são vistas como objetos para o deleite masculino.
Depende. Não é porque alguém te acha linda que está te reduzindo a um pedaço de carne. Desejar não é objetificar. E uma mulher que se veste sensualmente não está se objetificando, assim como um homem sem camisa também não está. Mas ainda assim, ver alguém como objeto não é errado. Errado é tratar alguém como objeto.

3- As mulheres não são apenas um corpo.
Primeiro: nós somos o nosso corpo. O corpo humano não é uma coisa à parte, o corpo humano é tudo aquilo que somos. Afinal, o que você era muito antes de você nascer, antes do seu corpo ser formado? Segundo: se não quer ser vista apenas como um rostinho bonito, procure destacar as suas outras qualidades, tais como caráter, competência, inteligência, carisma e personalidade. Ou será que mulheres como Ana Hickmann, Ana Paula Padrão e Gisele Bündchen são apenas rostinhos bonitos?

4- Roupas sensuais objetizam as mulheres.
Ter liberdade para se vestir como quiser não é objetização: é liberdade. Condenar uma pessoa pela forma com a qual ela se veste é slut-shaming, mesmo que haja uma desculpa tosca como: "Essa forma de se vestir está alimentando ainda mais o machismo, por isso temos que combatê-la".

5- A ditadura da beleza é uma forma de objetizar a mulher.
Determinar padrões de beleza não é objetização, é uma mera imposição cultural. Cada pessoa tem o direito e a liberdade de aceitar ou de rejeitar os padrões de beleza impostos culturalmente, afinal, não existe ninguém feio e ninguém bonito: tudo depende do ponto de vista de quem vê. Ninguém é vítima ou aproveitador por se enquadrar dentro de um padrão de beleza específico.

6- Os homens que consomem revistas masculinas estão ajudando a objetizar a mulher, porque mulheres não são produtos à venda.
Quer dizer que ao comprar uma revista, você está comprando a mulher da capa dela? Me poupe, né? Todo homem heterossexual normal e saudável sente atração e desejo por ver mulheres nuas. Revistas masculinas (e revistas gays) estão aí para atender esta demanda e vender aquilo que o seu público-alvo deseja ver. Consumir ou comercializar este tipo de material não objetifica, assim como desejar alguém também não. E as mulheres que posam nuas também não estão se objetizando, elas estão ganhando dinheiro em cima do uso autorizado de sua própria imagem.

7- As mulheres estão sendo tratadas como propriedade por causa da objetização.
Já respondi no primeiro item que o que causa assédios e desrespeitos contra as mulheres (e homens também) não é a objetização, é a falta de respeito e de educação. Achar que o fato de um homem passar a mão numa mulher na rua é causado pela objetização é o mesmo que afirmar que games violentos causam violência. Aliás, nem mesmo objetos são atacados por serem objetos. Ninguém entra numa padaria e passa a mão no recheio de uma torta porque a torta é um objeto. O desrespeito pelas mulheres ocorre essencialmente por machismo.

8- Eu me sinto um objeto quando os homens olham para mim na rua.
Sou adepto da argumentação que diz que "olhar não tira pedaço". Só que o problema não está no olhar em si, mas sim na cara que se faz ao olhar. Olhar discretamente ou tentar um flerte não me parece ofensivo. O olhar insistente e tarado é que é me parece invasivo e ofensivo. Talvez a 'objetização ruim' reforce esse comportamento, mas o grande problema está na cultura e na falta de educação e empatia de quem usa esse tipo de olhar.

9- Li numa pesquisa que o cérebro dos homens enxerga mulheres bonitas como objetos.
Eu acho que ver uma mulher sensual e com pouca roupa como potencial parceira sexual torna o cérebro masculino naturalmente predisposto a encará-la como um objeto. A objetização muitas vezes não passa de um mero fetiche de possuir alguém. Pessoas provocam desejo sexual, assim como objetos também provocam desejo de consumo. São eventos parecidos e isso provavelmente faz o cérebro interpretá-los de maneira parecida, o que causa a ativação das mesmas áreas cerebrais. A questão não é ver pessoas e objetos igualmente, mas sim o desejo que eles causam. Mas isso não é o problema. Só repetindo: o problema não está em ver alguém como objeto, mas sim em tratar uma pessoa como objeto.

Blade Runner: ver uma replicante como objeto é objetizá-la?

Concluindo...
Na minha opinião, a objetificação existe e é algo natural, mas o uso da palavra está tão vulgarizado que praticamente o seu conceito se perdeu em meio a questões pessoais e revanchismo. O que deve ser evitada (utilizando critérios claros para identificá-la) é a 'objetificação ruim', que é aquela que denigre, ofende e diminui. Fora isso, pra mim não passa de falta de assunto misturado com uma boa dose de vitimismo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Pelos direitos das prostitutas


Após ler um post excelente intitulado A felicidade das prostitutas, do colunista Alex Castro, do PdH, ganhei ainda mais convicção para defender o fim da marginalização da prostituição.

Pois bem, eu já escrevi tantos posts sobre esse assunto aqui neste blog que me dá até preguiça ficar repetindo os mesmos argumentos de sempre. Mas ok, vamos lá: eu sou a favor da regulamentação do trabalho das prostitutas, para que elas seja tratadas como seres humanos. Prostitutas são dignas de direitos, de respeito, de proteção e de reconhecimento. Esse preconceito fascista que existe contra as profissionais do sexo deveria acabar juntamente com todos os preconceitos ligados à sexualidade, tais como o machismo e a homofobia, por exemplo. A prostituição por si só não degrada e não objetifica, o que torna a prostituição "indigna" é a sua marginalização.


Pelo fato da nossa sociedade ter sido construída sobre os alicerces podres do falso moralismo da direita cristã, é que até hoje temos que aturar a demonização e a perseguição moral de garotas de programa. A gente precisa parar de pensar que a prostituição é uma coisa ruim. A prostituição é um trabalho como outro qualquer, mas só por envolver sexo é tratada como suja, como tabu e como repugnante. Casos envolvendo drogas, cafetões e prostituição infantil é que são ilegais, e não a prostituição em si.

Enfim, espero que as pessoas se conscientizem de que o problema não está em se prostituir, mas sim em ser marginalizado e execrado.

Não gostou?

Então pega eu! Rarará!

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Os desenhos animados sumiram da tevê?


Eu confesso que tenho muitas saudades da minha infância lá nos anos 80 e 90 por diversas razões. Além das brincadeiras, brinquedos, jogos, gibis, músicas, seriados e lanches, naquela época tínhamos a programação da tevê voltada especialmente para as crianças. Das oito da manhã ao meio dia eram exibidos diariamente desenhos animados e programas infantis diversos. Mas hoje em dia, a programação infantil foi praticamente extinta da tevê aberta.
Saca só abaixo o que rolava na televisão brasileira no início dos anos 90:





E agora compara com os "desenhos" que passam hoje no mesmo horário pela mesma emissora:







Afinal de contas, o que diabos aconteceu com a programação da televisão que não passa praticamente mais nada de desenhos animados ou programação infantil?

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O racismo mata!


O Jornal Nacional divulgou nesta terça-feira um dado alarmante sobre mortes violentas de pessoas negras no país.

Segundo um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea, o número de mortes violentas de negros no Brasil é mais do que o dobro em relação ao de pessoas não negras. O estudo – feito com dados do Sistema de informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde e do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – constatou que a população de negros e pardos (93,9 milhões) quase alcança a de não negros (96,7 milhões), mas a incidência de mortes violentas na primeira parcela é muito maior. A taxa de homicídios de negros no Brasil é de 36 para cada 100 mil; para não negros, ela é de 15,2. Ou seja, para cada homicídio de não negro no país, 2,4 negros são assassinados.

Alagoas foi o estado que apresentou o pior resultado. Segundo a pesquisa, os homicídios reduziram em 4 anos a expectativa de vida de homens negros no estado. A proporção registrada em Alagoas foi de 17 negros mortos para cada indivíduo não negro. Ainda segundo o instituto, 39 mil negros são assassinados por ano no Brasil, contra 16 mil indivíduos não negros.
Os pesquisadores mencionaram o racismo e as condições econômicas e sociais como fatores para essas mortes.

Até quando vamos ter que aceitar inertes a essa verdadeira limpeza étnica?


Fontes:
Jornal nacional - site do G1
G1 Brasil

domingo, 17 de novembro de 2013

Reinventando o amor


Há alguns anos atrás, fiz uma pergunta no Yahoo Respostas questionando sobre a necessidade de reinventarmos o amor. Nos detalhes adicionais da pergunta, eu elaborei um texto que falava sobre a importância de reconstruirmos as nossas relações. Achei interessante fazer uma pequena adaptação nesse texto para compartilhá-lo aqui no blog. Ele segue logo abaixo, destacado em azul:

A cultura, a mídia, o sistema: praticamente tudo ao nosso redor nos leva a crer que o amor é um sentimento imediatista, exclusivista e possessivo, quando, na realidade, o amor não sobrevive a nenhum desses conceitos. Se alicerçarmos as bases do amor em ideais efêmeros como a atração física e a paixão, ele será efêmero; mas se construirmos suas bases em ideais duradouros, como o carinho, a amizade, a cumplicidade e o respeito, aí ele será duradouro. Outro problema é o materialismo, pois não se ama pelo que se tem, mas sim pelo que se é. Características perecíveis se extinguem. Se amássemos as pessoas pela essência de cada uma, o mundo seria outro.
Muitos casamentos dão errado porque as pessoas estão amando da forma errada e não têm maturidade para entender que só quando há tolerância, doação, liberdade, paciência e respeito é que o amor pode sobreviver às tempestades da vida. A busca pelo amor só começa quando o casal se forma e dura por toda a vida, pois ninguém vem com uma bula pendurada no umbigo, dizendo os caminhos que a relação deve tomar para que o vínculo afetivo seja construtivo para os dois lados. É preciso redescobrir o amor a cada dia, saber dialogar e descobrir junto com a nossa cara metade o que é construtivo numa relação afetiva. Se a mentalidade destrutiva ligada ao amor material continuar prevalecendo, terei o pesar de comunicar que o amor poderá caminhar para a sua extinção. Para que esse nobre sentimento continue nos fazendo ver passarinhos verdes nos jardins, escutando estrelas ecoando sons de sinos e enchendo nossos rostos de lágrimas de alegria mesmo após anos e anos juntos, precisaremos rever os nossos conceitos e desenvolvermos a capacidade de viver essas mudanças a cada dia.
Essa é a minha versão da realidade, posso estar enganado, por isso eu quero saber: Será que realmente precisamos descobrir uma forma diferente de amar, para que assim nos tornemos imortais no coração daqueles que um dia nos amaram?

Respondendo a minha própria pergunta: sim, precisamos reinventar o amor! Como? Isso cada um é quem vai descobrir ao lado das pessoas que ama. Afinal, a vida não vem com um manual de instruções. A magia da existência está justamente na nossa capacidade de aprender e descobrir uma forma de tornar a vida mais bela.
Para finalizar, vou deixar como inspiração para essa reflexão um antigo comercial da Sadia que mostra o quão encantadoras podem ser as coisas mais simples.


Namastê!

sábado, 16 de novembro de 2013

Cotas raciais em universidades


Sim, eu sou a favor de ações afirmativas baseadas em diferenças étnicas que integrem socialmente todas as pessoas. As razões para isso são:

1- Inclusão social - As cotas são importantes para que as pessoas se acostumem a ver negros e indígenas em todas as classes sociais. Isso, como consequência, vai ajudar a combater o preconceito.
2- Oportunidades iguais - Todas as pessoas devem ter chances iguais de acesso ao ensino superior, independente de classe social ou aparência física.

Uma boa razão para apoiar as cotas

A intenção de termos uma maior inclusão social e de combater o racismo é, sem dúvida, algo maravilhoso. Este é um passo histórico importe dado pelo país para combater preconceitos raciais que ainda estão enraizados na nossa cultura. Eu acredito que uma maior presença de pessoas de todas as tonalidades de pele nos ambientes mais elitizados vai ajudar, sim, a reduzir a hegemonia de pessoas que se autodeclaram como "brancas". Mas nem tudo são flores. As cotas são importantes, mas acontece que o critério de seleção baseado exclusivamente em "raças" é algo que traz diversos problemas. Vou citar a seguir quatro problemas que esse critério de diferenciação racial pode trazer:

O primeiro problema é que vamos ter que admitir legalmente a diferença entre negros e brancos. Isso é algo que, ao meu ver, vai contra o principal alicerce dos movimentos de igualdade racial que é justamente o fim de distinções entre as pessoas baseadas em "raças". Colocar a divisão de raças na lei, queiramos ou não, é uma medida racista, porque a lei deveria tratar todos como iguais. Na verdade, nós somos todos pertencentes a uma única raça, que é a raça humana. A própria ciência já comprovou que não existem raças entre seres humanos. A criação de critérios arbitrários para julgar quem é "preto" ou "branco" me soa, por si só, bastante preconceituoso e racista. Outro grande problema de se estabelecer a existência de rótulos raciais é que as pessoas passam a se sentir parte dessas raças definidas pelo Estado. Fora que os brasileiros são altamente miscigenados, o que gera o problema seguinte.

O segundo problema é: como vamos distinguir negros de brancos? Se for pela cor da pele, certamente teremos injustiças, porque existe um enorme degradê entre o albino desbotado e o negro escuro. Mulatos, pardos e mestiços possuem uma grande variedade de tonalidades de epiderme. Além disso, é possível uma pessoa ser branca e, mesmo assim, sofrer preconceito racial. Eu lembro de uma colega que tive no ensino fundamental que era branca, loira, de olhos azuis e sofria preconceito por causa de seu cabelo. Como o cabelo dela era crespo (a famosa loirinha bombril), os colegas de classe faziam anedotas, chacotas e colocavam diversos apelidos racistas nela como "cabelo de espanador", "cabelo de macaco", "cabelo à prova d'água", "cabelo de pentelho", "cabelo de fogo", "cabelo ruim", etc. Essa minha colega sofreu bastante com o bullying por causa do seu cabelo que tinha característica afro. E, naturalmente, isso a incomodava bastante. Daí eu pergunto: será que não seria justo também incluir pessoas como essa minha ex-colega neste sistema de cotas raciais? Será que o preconceito racial que ela sofreu por causa do cabelo é menos doloroso que o preconceito que pessoas com pele mais escura sofrem? Como vamos medir isso? E as pessoas que são "claras", mas possuem o nariz largo ou os lábios mais grossos? Será que elas nunca sofreram preconceito?
Infelizmente, creio que não há um critério justo para fazer distinções raciais (nem mesmo um exame de DNA).

O terceiro problema é que o argumento da compensação histórica usado para justificar as cotas não é justo. Imigrantes japoneses e europeus sofreram muito preconceito e perseguição racial aqui no Brasil durante os séculos 19 e 20. Teríamos que criar cotas para eles também para haver uma reparação histórica pelos preconceitos que eles sofreram. E se formos criar cotas para todas as minorias ou grupos que sofreram preconceitos, as cotas ficarão tão fracionadas que acabarão sendo injustas. Muita gente sofre preconceito por ser autista, feia, baixinha, careca, obesa (muitas vezes é um preconceito até pior que o racial) e nem por isso há cotas para elas. Mas deixando isso de lado para evitar um declive escorregadio, o argumento da dívida histórica das cotas se baseia na falsa ideia de que a escravidão ocorreu por questões raciais. A escravidão ocorreu, na verdade, por questões econômicas onde europeus compravam escravos de líderes africanos negros que escravizavam outros negros. Alunos de cor branca hoje não possuem culpa alguma pelo que ocorreu no passado. Isso é tentar consertar uma injustiça com outra injustiça.

O quarto problema é que cotas podem gerar preconceitos contra os próprios cotistas. As próprias empresas ao contratar estagiários podem preferir os não-cotistas justamente por considerar que eles entraram pela "porta da frente" da universidade. Há o risco também de se formar panelinhas contra os cotistas entre os alunos e até entre os professores. Fora o desmérito que alunos negros não-cotistas podem sofrer por serem associados aos cotistas devido à sua mesma cor de pele.


Soluções
Se for usado um critério de seleção baseado em "raças", este critério precisa ter pontos muito claros para evitar injustiças. E o grande problema do critério baseado em raças é que não há, pelo menos no Brasil, uma forma de diferenciar com clareza negros e brancos devido ao nosso alto grau de miscigenação. Além, claro, do risco de ocorrerem injustiças, afinal, há brancos pobres e negros ricos. Uma possibilidade alternativa seria usar um sistema de cotas raciais que também se baseasse em outros aspectos, como na renda familiar, por exemplo, para evitar que negros ricos tomassem o lugar de brancos pobres. O ideal, creio eu, seria que as cotas fossem destinadas para todos aqueles que sofrem preconceitos baseados em características étnicas, independentemente da cor de pele. Isso eliminaria casos como o da minha ex-colega que sofria bullying por causa do cabelo, por exemplo.

A solução ideal para essa questão, na minha opinião, seria que as universidades tivessem vagas para TODOS que quisessem fazer um curso superior. O número total de vagas deveria ser aumentado e, juntamente a isso, deveria ser desconstruído socialmente o mito de que universidade serve para conquistar um bom emprego. Universidade é lugar para quem quer estudar, fazer pesquisas ou seguir carreira acadêmica. A nossa sociedade deveria valorizar mais as profissões de base que necessitam apenas de um nível técnico e, assim, deixar a faculdade para quem quer dar ênfase à carreira acadêmica. O governo deveria de alguma maneira aumentar incentivos a cursos técnicos para contribuir com essa causa.

Outro problema pouco debatido e que causa muita segregação no nível superior é o próprio sistema de acesso através do vestibular (ou o Enem). Este sistema é injusto porque ele se baseia em algo chamado concorrência e ainda por cima feito em cima de uma única prova. O acesso à universidade deveria ser através de notas, como ocorre em países como o Japão, por exemplo, ou então através do histórico escolar ou currículo. O vestibular por concorrência, como temos aqui no Brasil, além de servir para eliminar bons alunos, é injusto porque privilegia estudantes de colégios particulares cujo o ensino é de melhor qualidade em comparação à escola pública. O vestibular não premia os mais preparados, mas sim os mais privilegiados. O vestibular é que é o grande vilão, na minha opinião. Nós precisamos de um sistema de acesso à universidade que dê chances iguais a alunos de escola pública e particular, independente de "raça" ou renda.


Concluindo
Como citei anteriormente, eu acredito que as cotas deveriam ser usadas em conjunto com base na renda familiar – e não baseada exclusivamente em "raças". E mais: essas cotas deveriam ser usadas também no ensino fundamental e médio, ou então em cursinhos pré-vestibulares para não se ter problemas com possíveis defasagens entre os cotistas no nível superior. Afinal, um aluno da rede particular tem uma bagagem de conhecimento muito maior que um aluno de escola pública. Além disso, quase sempre o racismo surge nas pessoas quando elas ainda são crianças, daí a necessidade de cotas no ensino fundamental de redes particulares. As cotas poderiam ser usadas também no mercado de trabalho, que é onde é mais necessário haver algum tipo de inclusão social.
Por fim, acho que as cotas são importantes e necessárias, mas se não forem feitas de uma forma justa, toda a sociedade vai acabar sendo prejudicada.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Como raciocina uma Olavette

O filósofo astrólogo Olavo de Cavalo Carvalho

Olavettes, para quem não sabe, são os fanboys de um astrólogo metido a filósofo chamado Olavo de Carvalho. Esse senhor já recebeu várias homenagens às avessas aqui neste blog por sua postura pseudo intelectual, biruta e reacionária. Uma das razões pela qual esse astrólogo é tão admirado por seus seguidores é justamente por causa da sua habilidade rocambolesca em elaborar teorias da conspiração. Esse senhor ficou bastante conhecido por pérolas como: "A Pepsi usa células de fetos abortados como adoçante" e "Não existem evidências do sistema heliocêntrico". Não sei se isso é por carência de atenção ou se é por burrice mesmo. Mas enfim, achei no Facebook um esquema que mostra como raciocina uma olavette ao elaborar as suas fantasiosas teorias conspiratórias. Saca só:



Haja imaginação, hein? Rarará!

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

300 posts!


Após pouco mais de dois anos de existência, o blog Ideias Embalsamadas está completando 300 postagens! Nesta trecentésima postagem, eu gostaria de agradecer a todos os leitores, visitantes, críticos e colegas que participaram e participam direta e indiretamente do blog.
Foram ao todo mais de 150 mil visualizações, mais de 800 comentários, mais de 30 seguidores e algumas indicações de sites externos que colocaram algumas postagens deste blog como referência.

Eu confesso que nunca tive a intenção de tornar este blog um site profissional. Tenho projetos interessantes para a construção de sites na internet e outros blogs mais profissionais, mas o Ideias Embalsamadas é, basicamente, um espaço pessoal onde exponho as minhas ideias. Eu encaro este blog como uma espécie de diário onde compartilho com a web informações e pensamentos. Não tenho maiores ambições com este blog.

Quanto ao nome 'Ideias Embalsamadas', eu o escolhi de forma improvisada. Pensei inicialmente em criar um blog chamado Ideias Profanas onde, basicamente, eu criticaria a religião e faria divulgação científica. Mas como preferi fazer algo mais amplo, então resolvi dar o nome de Ideias Embalsamadas justamente como metáfora para ideias que vão perdurar durante muito tempo.

Enfim, vou dando meu até logo por aqui, porque quem conhece este blog sabe o quanto o seu autor é extremamente prolixo! :p

Namastê!