sexta-feira, 27 de junho de 2014

Boletim da Copa - Primeira Fase


Como eu já havia previsto no post Quem vai ganhar a Copa?, as seleções das Américas, em especial da América do Sul, se deram bem na primeira fase do mundial. Além de todos os fatores que citei no post que beneficiavam as seleções sul-americanas nesta Copa, faltei dizer que estar perto de casa ajuda bastante psicologicamente. Basta ver as migrações em massa de torcedores do Chile, Argentina, Colômbia, Uruguai e México para o Brasil que já dá para entender porque a proximidade com o país sede ajuda tanto no desempenho das seleções nas Copas. Isso tudo sem falar da euforia das torcidas sul-americanas. Do jeito que a coisa vai, acho que a final vai acabar sendo entre duas seleções sul-americanas. Seriam Brasil e Argentina as finalistas?

Abaixo segue uma imagem com as estatísticas das seleções na Copa por continente tirada do site Brasil Post. Olhe o banho que as seleções americanas estão dando nas europeias (clique para ampliar):


domingo, 22 de junho de 2014

Feminismo versus igualitarismo


Apesar da minha simpatia pelo feminismo, descobri recentemente que eu não sou feminista: sou igualitarista. E não, isso não é uma contradição ou uma redundância. Apesar desses termos serem sinônimos, eles não são a mesma coisa. Explico melhor a seguir.

Não podemos falar de igualdade sem compreender as nossas diferenças

Feminismo ou igualitarimo?
Igualitarismo é isso
Sim, eu sou pró-feminismo, ou seja: sou a favor da luta das mulheres por igualdade e respeito. Porém, as feministas tendem sempre a serem parciais e a defendem apenas as mulheres e os direitos das mulheres. O feminismo, como acabei percebendo, é um movimento de mulheres e para mulheres. É uma luta importante? Sim! O feminismo luta contra a misoginia, contra o machismo e contra as diferenças de gênero – mas apenas para atender aos interesses femininos. Isso tanto é verdade que as próprias feministas criaram termos como "male tears" e "iuzomismo" para mostrar que elas não estão nem aí para defender os direitos dos homens e nem nada que beneficie apenas os homens – como a igualdade de tempo de contribuição para a aposentadoria e o fim da conscrição, por exemplo. Apesar de eu ser um simpatizante do feminismo, o que me impede de ser um "feministo", como eu disse, é que o feminismo é protagonizado e construído apenas por mulheres para atender aos interesses delas. Como eu defendo algo mais amplo, ou seja, uma igualdade geral para todos os seres humanos (e não só para as mulheres), então eu sou um igualitarista. O igualitarismo é um hiperônimo do feminismo, pois o engloba, e também acolhe todos os outros movimentos de igualdade, incluindo até mesmo aqueles que querem uma igualdade realmente imparcial entre homens e mulheres.

Está bem estereotipado, mas tem um quê de verdade

O monopólio das virtudes
O feminismo, infelizmente, tende a criar uma visão maniqueísta e cissexista onde os homens – e tão somente os homens – são opressores e as mulheres são sempre as vítimas. Daí que o movimento feminista é "o bem" e todo resto que se opõe a ele é "o mal", detendo, assim, o monopólio das virtudes e da igualdade de gêneros. Se você não concorda com o feminismo, então você só pode ser machista por se opor à igualdade idealizada e monopolizada pelo feminismo. Ser a favor da igualdade de gênero não torna alguém obrigatoriamente feminista – exatamente porque o conceito de igualdade não é necessariamente o mesmo entre feministas, igualitaristas e masculinistas. Eu sempre me questiono que igualdade é essa que as feministas defendem que sempre joga os trabalhos mais perigosos para os homens, que desdenha o fato de que somente os homens são obrigados a lutar nas guerras, que acha que se aposentar mais cedo não é privilégio e que ridiculariza o sofrimento masculino alegando ser male tears. E para piorar, se alguma feminista quiser lutar por privilégios e alguém tentar contestá-la por isso, então esse alguém será automaticamente rotulado de machista/opressor. Não há um juiz, senão as próprias feministas, para determinar onde termina a igualdade e onde começa o privilégio. A igualdade é algo que precisa ser debatido por toda a sociedade, e não apenas pelas feministas. Do contrário, ou teremos uma ditadura feminista, ou as reivindicações delas não serão atendidas por desprezarem as opiniões do resto do mundo.

E eu que achava que só os homens machistas eram controladores...

A falácia da falsa simetria
É comum ver por aí mulheres refutando qualquer objeção ao movimento feminista alegando que é machismo, iuzomismo e toda aquela extensa lista de "argumentos anti-antifeminismo". Ultimamente, uma expressão nova apareceu nesta lista e ela se chama falsa simetria. A falsa simetria realmente existe e ela nada mais é que você partir do falso pressuposto de que há condições iguais onde elas não existem para condenar alguém que luta por igualdade. Um exemplo de falsa simetria é quando alguém critica os idosos por eles terem uma fila preferencial nos bancos. O idoso precisa de uma fila preferencial porque ele não tem mais o vigor e a saúde de alguém mais jovem – e querer chamá-lo de "relaxado" por isso é injusto, porque não há condições iguais entre os mais jovens e os idosos. Portanto, é uma falsa simetria criticar um idoso por ele ter uma fila especial. E o que o feminismo tem a ver com isso? Basta criticar a objetificação masculina, por exemplo, que elas já vem dizer que os homens são muito menos objetificados que as mulheres, logo a crítica não é válida por ela se tratar de uma "falsa simetria". Ou seja: só as mulheres podem criticar a objetificação, detendo o monopólio da discussão e criando um monólogo sobre o tema. Isso ocorre também quando um homem critica a Lei Maria da Penha, porque ela não protege os homens (oh, iuzomismo!) que apanham e são mutilados por suas mulheres. Uma feminista acha que tem direito de fazer apologia à violência de gênero cantando "Vou cortar sua pica", mas fica horrorizada quando escuta "Um tapinha não dói", alegando ser violência contra a mulher. E se ela é criticada, aí vem a conversa da falsa simetria, dizendo que mulheres apanham muito mais, que homens são opressores, que mulheres nunca atacam, só se defendem e etc. Se todos são iguais perante a lei, então deleta essa conversa de falsa simetria, porque ela é sexista e injusta.

O quê? Vai me dizer que você não sabia disso?

A moral da história é que o feminismo acabou virando uma espécie de 'escudo ideológico' para que verdadeiras falsas simetrias (travestidas de politicamente correto) sejam criadas para beneficiar apenas um gênero.
Como conclusão, eu afirmo que o feminismo não está errado, o problema é que ele é tendencioso e não é abrangente o suficiente para representar uma igualdade mais ampla e imparcial. Não acho que os homens devem protagonizar o feminismo para não interferir na identidade do próprio movimento. Por essa razão, acho que se os homens quiserem ter seus anseios atendidos e dialogar por uma igualdade mais justa, que evitem ficar importunando as feministas para tal e procurem se engajar em outra ideologia, como o igualitarismo. O igualitarismo, ao contrário do feminismo, também está preocupado com o sexismo que prejudica os homens. Porém, se optar pelo igualitaristmo, se prepare para ser favorável à igualdade entre todos os seres humanos – e não apenas entre homens e mulheres.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

A origem dos masculinistas


Responda rápido: qual é o animal mais perigoso do mundo? É o leão africano, o rei dos animais? Não. É o crocodilo de água salgada, com mais de sete metros e duas toneladas? Não. É o Tubarão-touro, com seu super faro e uma mordida de mais de 6 mil newtons? Também não. Seria a cobra naja com o seu veneno mortal? Não também. Seria então algum animal unicelular ou de pequeno porte? Não, não e não. O animal mais perigoso do mundo é o homem jovem sem sexo. Surpreso(a)? Espero que também não.

Salve-se quem puder, eles estão chegando!

Como assim?
Ok, vamos explicar direito essa história. É de consenso geral que o ser humano é a espécie animal mais perigosa do mundo porque possui a capacidade de usar a sua inteligência como arma. Nós, como espécie, dominamos os outros animais, controlamos parte da natureza, chegamos ao topo da cadeia alimentar e temos poder suficiente para destruir a civilização com os nossos arsenais nucleares. Só que entre os seres humanos, há alguns que são mais perigosos que outros. Os homens são mais perigosos que as mulheres porque possuem mais testosterona, que é o hormônio da força e da agressividade. E entre os homens, os mais jovens possuem mais testosterona, mais vigor e mais libido – o que os torna ainda mais perigosos. Agora pegue o homem jovem e tire dele qualquer possibilidade de ter sexo. Isso vai torná-lo mais agressivo, mais violento, mais revoltado e querendo sexo a qualquer custo. Isso pode parecer até exagero sob um olhar mais simplista, mas para se ter uma ideia do quanto a castidade é insuportável para os homens jovens, no mundo BDSM, por exemplo, a castidade masculina é um método de tortura muito utilizado para punir ou controlar o homem submisso. Portanto, quando os homens jovens não saciam de forma saudável a sua energia sexual, eles acabam explodindo em ataques de violência gratuita ou então acabam direcionando o ódio e a insatisfação contra um grupo qualquer de pessoas que eles enxergam como sendo "inimigos". Alguns deles odeiam a torcida rival, outros odeiam os opositores políticos, outros odeiam uma etnia diferente e outros odeiam o sexo oposto – e é justamente daí que nascem os masculinistas, que são os homens jovens sem sexo que odeiam mulheres (especialmente as bonitas e jovens) por acharem que elas são as culpadas por todo o sofrimento deles. Eis aí o animal mais perigoso do mundo.

Se sentir feio contribui para se achar um "homem beta"

Vivendo num mundo paralelo
Os masculinistas, mais conhecidos por "mascus", são um grupo de ódio (e conservador) que inventou um universo paralelo (chamado de Real) onde eles são paladinos que lutam contra um sistema supostamente ginocêntrico que controla o mundo, vindo daí a frequente comparação deles com o filme Matrix. A aversão dos masculinistas às mulheres vem da ideia de que eles são homens "betas", eternos habitantes da friendzone, celibatários e virgens involuntários por sofrerem "boicote sexual" por parte das mulheres, que, do ponto de vista deles, são maquiavélicas e cruéis. Isso tudo fica muito claro quando eles se veem no mundo paralelo da Real, onde eles inventam que "20% dos homens transam com 80% das mulheres" e ficam a repetir as ideias torpes de autores maniqueístas e machistóides como Nessahan Alita. Masculinistas são naturalmente propensos a serem misóginos e covardes porque acham que a culpa por tudo que eles passam (carência afetiva e falta de sexo) é das mulheres. Eles também tendem a ser racistas e até mesmo heterofóbicos, porque sentem raiva das mulheres bonitas que estão com outros homens menos "merecedores" que eles.

Personagens de games são utilizados como avatares dos masculinistas


Uma nova seita
Ainda que a maior parte dos masculinistas seja inofensiva, sempre há exaltados que acabam tornando-se extremistas e ameaçam organizar ataques reais contra grupos opositores. O movimento masculinista se parece muito com uma seita, porque ele possui dogmas, profetas, líderes e pressupostos sem qualquer evidência para tentar explicar a realidade. E a maior isca para atrair os rapazes para esse movimento é justamente o conforto dado para aliviar a carência sexual e afetiva deles. Quando eles encontram a possibilidade de culpar o mundo por seus fracassos e interagem com outros homens que concordam, escutam e apoiam o que eles dizem, então eles encontram todo o conforto que precisam. Da mesma forma que a religião nos dá conforto diante da morte e das adversidades da vida, o masculinismo dá conforto diante do sofrimento amoroso dos rapazes. Por isso, a melhor maneira de evitar que os rapazes entrem neste movimento é conscientizando do perigo que ele representa e também tentando dar atendimento psicológico para que os mais carentes e revoltados saibam lidar com as frustrações.

Como um masculinista enxerga a evolução

A importância da prostituição
Em países onde há muito apelo sexual na mídia, muita pornografia gratuita na internet e onde as mulheres investem cada vez mais nas suas armas de sedução, não é de se estranhar que os homens sejam mais propensos a pensar e a querer mais sexo. Só que se nessas sociedades não houver alguma válvula de escape para os homens jovens que não têm sexo, então o masculinismo e a violência tendem a crescer. A válvula de escape, no caso, é a prostituição. Nos EUA, país onde há mais masculinistas, a prostituição é proibida na maioria dos estados, portanto, não há outra saída para os homens a não ser conquistar uma mulher de forma tradicional para tentar ser escolhido por ela e assim, finalmente, poder transar. Acontece que não são todos os homens que são sedutores e que têm jogo de cintura para fazer toda aquela dança do acasalamento social para conquistar uma mulher numa cultura onde a mulher é ensinada a "se valorizar" sexualmente desde criança. Homens tímidos, feios, pobres e sem maiores habilidades sociais querem sexo, mas não têm como consegui-lo, resultado: explosão do masculinismo, afirmando por aí que "a culpa é das mulheres" e todo aquele mimimi.
No Brasil, onde a prostituição não é ilegal, a existência do masculinismo é uma aberração. Os masculinistas brasileiros têm a válvula de escape e não precisam "brigar por migalhas sexuais". Os masculinistas do Brasil apenas imitam os norte-americanos, só que sem razões para tal. Mesmo que alguém alegue que não é por carência sexual, mas sim por carência afetiva que os masculinistas brigam, o que não falta no mundo é mulher carente cheia de amor para dar. O que os masculinistas precisam é lutar contra o sexismo, ser a favor da regulamentação da prostituição e entender que a culpa não é e nunca foi foi das mulheres. A culpa é deles mesmos que estão lutando da forma errada e pela causa errada.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

20 maneiras de dizer Tatsumaki Senpuu Kyaku


Oi, tudo bem? Eu não te conheço, caro leitor, mas se você está lendo este post, com certeza você já jogou o game Street Fighter alguma vez na vida. E todo mundo que já jogou Street Fighter já deve ter ouvido falar num golpe chamado Tatsumaki Senpuu Kyaku, que é aquele golpe onde Ryu, Ken, Akuma e outros imitões do gênero saltam e giram uma das pernas no ar como se fosse uma hélice de helicóptero. O famoso "meia lua para trás com chute" acabou virando um golpe tão lendário quanto o Hadouken e o Shoryuken, só que a fama do Tatsumaki Senpuu Kyaku não veio apenas da sua originalidade, mas também do seu nome. O Tatsumaki Senpuu Kyaku ficou mundialmente conhecido por ser o golpe com o nome mais confuso de toda a história porque o grito que o personagem dava ao executar o golpe (e que dava nome ao golpe) era simplesmente incompreensível. Explico melhor a seguir:

O game Street Fighter 2 em consoles de 16 bits, ou mesmo nos fliperamas, não possuía um áudio lá muito bom e também tínhamos um agravante: a deficiência fonoaudiológica dos dubladores do jogo. O resultado disso é que o som dos golpes era muito ruim, esquisito e até mesmo errado. Assim como o Tiger Uppercut virou 'Tiger Robocop' e o Shoryuken virou 'Hollywooden', o Tatsumaki Senpuu Kyaku, por ter um som difícil de se decifrar, acabou recebendo uma batelada de nomes diferentes (e esquisitos) inventados pelos mais diversos jogadores do mundo. A seguir vou deixar uma lista dos vinte nomes mais comuns que ouvi darem para este golpe.

Ataque das Corujas
Ataque Tartaruga
Ataque Disc-Nuvem
Ataque Hulk Hulk
Ataque Itacuruba
Attack Kick Hurricane
Ataque Freddy Krueger
Ataque Truga-Truga
Ataque Trek Truga
Ataque Teke Tugui
Ataque X-Burguer
Attack Air Kick Gets
Araque Teque Tuguem
Ratatataruken
Seu pai tem pulga hein?
Tarak Tek Tuken
Tap Tap Tuguem
Trac Trec Truguem
Tsa Tsa Tsuge
Tati Tureque Tureque Teque Teque Tugem

É por essas e outras que os jogos de videogame, especialmente os de luta, são tão divertidos. Videogame é cultura!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

A classe média é uma abominação

Sonho da classe média: ser riquinha

Muita gente se ressente com o discurso da professora e filósofa Marilena Chaui quando ela ataca a classe mérdia média brasileira argumentando que ela é fascista. Porém, o que a Marilena diz é a mais pura realidade. Na internet é comum ver em diversos foruns, páginas de redes sociais, comunidades e até mesmo em blogs e canais do Youtube muita gente de classe média (alta) atacar raivosamente o PT com medo de um "Golpe Comunista" ou alegando uma série de barbaridades sem fundamento, como a ideia de censura, por exemplo. O PT, apesar de tomar algumas medidas que não me agrada, tem causado uma revolução social, dando assistência e oportunidade aos que nunca tiveram nada, promovendo, assim, um maior ganho de direitos por parte da classe trabalhadora (proletária). A classe média (formada em sua maioria por "brancos"), vendo que os seus privilégios estão diminuindo por conta do assistencialismo, passa a ter surtos de raiva contra o Governo. A classe média diz, por exemplo, que o "povão" não tem educação porque o Governo não dá educação – porém, estranhamente, ela mesma (que frequenta as melhores escolas) sequer sabe respeitar a Chefe de Estado do próprio país xingando-a na abertura do Mundial da FIFA (ou será que foram os proletários que pagaram quase R$ 900 para assistir àquele jogo do Brasil?). Para quem é que falta educação mesmo?
Ídolo da classe média
Esta classe média é reacionária, conservadora, autoritária, neoliberal, egoísta, egocentrista, terrorista, machista, racista, separatista, transforma as diferenças em desigualdades e naturaliza essas desigualdades. Marilena Chauí disse o que eu sempre quis dizer mas nunca tive coragem: “A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante. Fim”. O vídeo abaixo mostra uma palestra onde a Marilena Chaui explica em detalhes porque a classe média é fascista.



PS: Antes que algum ruminante venha vociferar por aqui, não estou dizendo que todos os indivíduos da classe média são fascistas, mas sim que a classe média como classe, como conjunto, é autoritária. Há muita gente da classe média que é o oposto de tudo que eu critiquei. Mas como um todo, a classe média elitista é fascista, sim, senhor.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Quem vai ganhar a Copa?


É quase uma unanimidade entre os torcedores afirmar que a seleção brasileira será a grande campeã da Copa do Mundo de 2014. Motivos para isso é que não faltam: o peso de cinco títulos mundiais, a tradição em copas (única seleção a ter disputado todos os mundiais), o fato de estar jogando em casa e também o forte apoio que a seleção tem recebido da torcida desde a Copa das Confederações. Eu concordo que o Brasil é o maior favorito ao título, mas não devemos subestimar tanto assim outras seleções tradicionais como Alemanha, Itália, Espanha, Argentina, Holanda ou mesmo a Inglaterra. O futebol sempre traz algumas surpresas e são justamente essas surpresas que dão a graça do esporte. Eu, sinceramente, espero que o Brasil vença a Copa, mas não tenho tanta convicção assim de que levantaremos a taça, principalmente se no caminho do Brasil aparecerem as seleções sul-americanas. Explico melhor o porquê desse temor a seguir.

Por que o Brasil foi a única seleção sul-americana a vencer fora das Américas?

A dificuldade em ganhar a Copa em outro continente
Não sei se você já reparou, mas nunca uma seleção europeia conquistou uma Copa do Mundo que tenha sido disputada nas Américas. E, exceto o Brasil, nenhuma seleção sul-americana conquistou uma Copa fora das Américas. Isso pode parecer mera coincidência, mas não é. Vamos enumerar as razões para isso. Primeiro temos o problema do fuso horário. Não são todos os atletas que se acostumam rapidamente com as diferenças de horários entre os continentes e isso pesa na hora de atuar em campo por mexer com o relógio biológico. O segundo problema é o clima. América do Sul e Europa possuem climas bem diferentes, especialmente no nordeste do Brasil, onde faz calor durante o ano todo. Atletas acostumados com temperaturas baixas vão desidratar rapidamente jogando às 13h com o sol escaldante fritando os seus miolos. Além disso, as diferenças entre os climas das diversas cidades brasileiras é enorme, podendo dificultar ainda mais a adaptação. O terceiro problema são as comidas. Por mais que os atletas só comam o que é preparado pelas cozinhas das delegações, os ingredientes muitas vezes vêm da nossa própria terra. E as frutas e verduras daqui não possuem rigorosamente as mesmas composições orgânicas da Europa por terem formas de plantio diferentes, uso de agrotóxicos diferentes, forma de transporte diferente, enfim: ingerir alimentos diferentes da nossa dieta tradicional costuma causar alguns 'desarranjos'. O quarto problema são as bactérias e vírus. As cepas de bactérias da América do Sul são diferentes das europeias. Quando viajamos de um continente para o outro temos que tomar algumas vacinas justamente porque o nosso organismo nunca foi exposto aos vírus e bactérias de outro lugar. Até mesmo a picada de alguns insetos pode ser mais nociva que o normal para os gringos. Quem ganha com tudo isso são as seleções da América do Sul, porque elas não precisam se adaptar ao que já estão acostumadas. E além de não enfrentarem todos esses problemas, as seleções sul-americanas têm uma vantagem a mais: terão um apoio maior da torcida brasileira, que geralmente torce para o "mais fraco". Seleções mais técnicas como Argentina, Uruguai e Chile certamente darão mais trabalho e têm mais chances de levar o título que a maioria das seleções europeias.
Eu não gostaria de enfrentar as seleções sul-americanas porque elas estão acostumadas a jogar com o Brasil aqui e conhecem melhor as nossas forças e fraquezas.

Espanha: única seleção europeia a vencer fora da Europa

Meus palpites
Tenho escutado teorias conspiratórias absurdas vinda de gente desmiolada afirmando que o PT "comprou" a FIFA para que a entidade desse o título dessa Copa ao Brasil e, assim, ajudaria a reeleger o Partido dos Trabalhadores para a presidência da república. Desnecessário dizer que isso é uma imbecilidade colossal, até porque todas as seleções teriam que receber uma grana alta para encenar suas derrotas para o mundo inteiro ver. Tirando essas ideias birutas, eu resolvi fazer uma simulação mais imparcial possível pelo site do portal Terra. As oitavas-de-final ficaram da seguinte maneira:

Oitavas de final

Nas oitavas-de-final, o Brasil certamente vai enfrentar ou o Chile, ou a Holanda – pois é quase certo que a Espanha seja a primeira do grupo B e o Brasil seja o primeiro do grupo A. Nas quartas-de-final, provavelmente teremos pela frente Itália, Uruguai, Inglaterra ou Colômbia. Já na semifinal, é quase certo que enfrentaremos a Alemanha ou a França. Mas a partir daí, a final pode ser imprevisível. Eu chutei os seguintes confrontos até a semifinal:

Semifinais

Se eu pudesse escolher, preferiria uma final entre Brasil e Espanha, porque pegar a Argentina na final certamente seria muito mais complicado devido à rivalidade, à catimba e a malandragem do futebol sul-americano. Seja como for, prefiro que no fim das contas dê mesmo é Brasil.

sábado, 7 de junho de 2014

Iuzomismo?


As feministas (sim, estou generalizando) gostam de acusar de "iuzomismo" qualquer tentativa dos homens exigirem igualdade. Isso ocorre porque as feministas se acham juízas absolutas para julgar o que é igualdade e o que não a partir exclusivamente do ponto de vista delas. Eu concordo que as feministas não têm que lutar pelos direitos dos homens e que compete às mulheres a liderança dos movimentos feministas. Acontece que não se pode decidir o que é igualdade sem dialogar com o grupo que supostamente tem mais direitos (os homens, no caso).
Para entender o que estou tentando dizer, se pergunte: você acha que as feministas devem lutar pelo direito dos homens usarem saia? Minha resposta é não, as feministas não têm a obrigação de lutar pelos direitos dos homens usarem saia. Mas elas também não têm o direito de refutar essa ideia dizendo que é "iuzomismo". Da mesma forma que é repressão uma mulher não poder usar roupas "masculinas", também é repressão um homem não poder usar roupas "femininas". Se é para lutar contra padrões normativos de gênero, então vamos ter coerência. Antes de atacarem tudo dizendo ser iuzomismo, creio que as feministas deveriam parar para pensar que:

- Lutar para que os homens também possam usar saia ajuda a combater a homofobia. 
- Defender uma maior licença paternidade dá ao homem igual compromisso e responsabilidade de cuidar dos filhos. 
- Defender igual tempo de trabalho para se aposentar evita que os homens usem isso como desculpa para não ajudar nos serviços domésticos. 
- Apoiar o fim do alistamento obrigatório ajuda a reduzir o machismo nas forças armadas.
- Ser a favor dos homens realizarem trabalhos "femininos" sem serem chamados de gays ajuda a combater a homofobia.

Portanto, feministas, parem de achar que defender a igualdade de gêneros também para o lado dos homens é sempre ruim para vocês. E, pelamordedeus, parem de alimentar essa ideia sexista de que os homens não choram, alegando que tudo isso não passa de "male tears". Lembrem-se que lutar contra o machismo só é eficaz se ele for combatido em todos os lugares e em todas as formas. E homens, parem de querer que as feministas fiquem lutando por vocês: largue de comodismo, tirem essa bunda da cadeira e ajudem a combater esses padrões de gênero que prejudicam a todos, mulheres e homens.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Aborto legal versus aborto ilegal: sabe qual mata mais?


Não é novidade para ninguém que os grupos conservadores da nossa sociedade são radicalmente contra o aborto, alegando, entre outras coisas, que ele é um "infanticídio". Inclusive, até criaram um estatuto para proteger essa suposta "criança" dentro da mulher chamado de 'Estatuto do Nascituro' (já criar estatutos para proteger a mulher, nem pensar). Isso tudo seria muito bonito se não tivesse um porém: proibir o aborto não evita que ele ocorra. Se uma mulher quer interromper a gravidez, ela fará essa interrupção de um jeito ou de outro, sendo legal ou não. O aborto, ao contrário do que os grupos "pró-vida" defendem, não é uma questão espiritual ou moral: é uma questão de saúde pública. Milhares de mulheres são atendidas anualmente no SUS em decorrência de abortos mal realizados: abortos esses realizados quase sempre em gestações avançadas. O aborto clandestino mata dezenas de milhares de mulheres todos os anos no mundo (cerca de 500 por dia), sendo a maioria dessas vítimas mulheres pobres e/ou negras. Só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 250 mulheres morrem por ano em consequência do aborto mal feito, sendo esta a quinta causa de mortalidade materna. É um absurdo que o Estado ou a Igreja queiram controlar os corpos das mulheres sem respeitar a liberdade individual que temos sobre os nossos corpos.
Sabendo desses problemas, o Uruguai descriminalizou o aborto, provocando a ira dos reacionários fanáticos. A jornalista Rachel Sheherazade, no vídeo abaixo, foi uma dessas pessoas revoltadas. Saca só:


Contrariando as palavras reacionárias da jornalista, olha só o que aconteceu no Uruguai após o aborto ter sido legalizado:




Enquanto isso, no Brasil...



Links das notícias abaixo:
Uruguai não registra mortes de mulheres por aborto
Uruguai: 6.676 abortos seguros e nenhuma morte registrada
Nenhuma morte registrada um ano após lei do aborto no Uruguai
ONU critica legislação brasileira por mortes em abortos
ONU quer que Igreja pare de se manifestar contra o aborto

Reacionários e suas contradições

Ao contrário do que pensam os reacionários, um aborto realizado em até 12 semanas de gravidez NÃO é assassinato justamente porque ainda não há a formação do sistema nervoso, não representando qualquer sofrimento para o embrião. E outra coisa: não vai existir um "festival de abortos", como alguns afirmam por aí, isso porque o aborto é justamente o último recurso ao qual uma mulher recorre para interromper a gravidez. Saibam que o aborto é algo sempre traumático e é sempre o último recurso buscado quando todos os métodos contraceptivos falham. Para piorar, a culpa pelo aborto só cai sobre a mulher, como se a responsabilidade de fazer um filho fosse só dela (iuzomi? Ninguém lembra deles nessa hora?).
Portanto, parem de sair dizendo por aí que aborto é assassinato, porque um amontoado de células não é um ser humano, uma mórula não é um ser humano e se uma mulher morre devido ao aborto inseguro, é porque ele é ilegal e não o contrário. Um verdadeiro humanista é aquele que sabe que a vida de uma mulher adulta vale mais que a vida de uma blástula. Não seja massa de manobra de pessoas que só pensam em si mesmas e na elite burguesa (que não são afetas pelo aborto ilegal). Se você é contra o aborto, simplesmente não o faça.

Abra a mente, meu povo!
Países onde o aborto é legal em azul: quase todos de primeiro mundo

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Legalização versus tráfico: adivinha quem venceu?


Tem gente que acha que ser reacionário é cool e luta contra todas as mudanças sociais, mesmo contra aquelas que beneficiam a sociedade. Um exemplo clássico disso é a oposição ferrenha que fazem contra a regulamentação da maconha. Veja o que uma jornalista tipicamente conservadora disse em rede nacional sobre a descriminalização da maconha no Uruguai:


Porém, contrariando as previsões de araque dela, olha só o que aconteceu:





Não, você não leu errado: o Uruguai reduziu a zero o número de mortes ligadas ao comércio ilegal da maconha. Se duvida, os links seguem abaixo:
Após regulação, mortes por tráfico de drogas chegam a zero no Uruguai 
Uruguai não tem mortes ligadas ao tráfico desde que legalizou maconha 
Liberar maconha zerou mortes ligada à droga
ONU sugere descriminalização do consumo de drogas 

E aí, reaçada? Entenderam por que legalizar é o melhor remédio?

Tá tudo dominado!

terça-feira, 3 de junho de 2014

As mentiras que inventam contra o feminismo

Isso não é feminismo. Feminismo é outra coisa.

Hoje, sem dúvida, temos muito menos machismo no mundo do que há 60 anos atrás. Depois das várias ondas feministas ao longo do século 20 e da invenção da pílula anticoncepcional, o machismo perdeu várias batalhas, porém, não perdeu a guerra. O machismo hoje anda de muletas, mas ainda persiste. E uma das estratégias mais rasteiras do machismo é inventar verdadeiros ataques terroristas contra o feminismo. Esses ataques são mentiras e distorções usados frequentemente por conservadores para tentar desqualificar o movimento. Eu concordo que dentro do movimento feminista há pessoas fanáticas e sem noção que passam dos limites, mas isso não tira a legitimidade do movimento como um todo. O problema todo dessa história é que apesar de muitos argumentos antifeministas serem bastante caricatos e até mesmo ridículos, eles estão convencendo muita gente. Não estou dizendo que o movimento feminista não deve ser criticado, mas que se utilizem de fatos honestos e não de mentiras bizarras para atacá-lo. É natural que todo movimento revolucionário sofra esses ataques de grupos reacionários, mas vou focar no feminismo porque ele tem sido a bola da vez. E para aquel@s que adoram dizer que eu só falo mal do feminismo, espero que se divirtam com as minhas refutações pontuadas abaixo.

Típica acusação contra as feministas

1. Feministas são nazistas porque defendem o extermínio e a eugenia através da luta pela legalização do aborto.
Opa, calma lá, companheiro! Vamos colocar os pingos nos "is". Primeiro: não são todas as feministas que são a favor da legalização do aborto. Segundo: as que defendem o aborto legal fazem isso para que as mulheres passem ter autonomia sobre os seus corpos e sofram menos com abortos clandestinos – abortos esses que são uma das maiores causas de morte ligadas à maternidade. Abortos ocorrem todos os dias sendo ele ilegal ou não. As que lutam pelo aborto legal querem apenas que as mulheres que optem pela interrupção da gravidez realizem esse procedimento de forma segura.

2. As feministas querem exterminar todos os homens através do aborto em massa de meninos.
Novamente: não são todas as feministas que defendem o aborto. E as que são a favor da descriminalização do aborto não querem exterminar os homens abortando-os. Isso não passa de uma mentira deslavada, porque nenhuma feminista defende isso. A maior prova disso é que em todos os países onde o aborto foi regulamentado, as gerações masculinas seguintes não foram exterminadas (ou mesmo reduzida) pelas "abortistas". Fora que como elas se reproduziriam sem os homens? E mesmo que isso fosse verdade, será mesmo que todas as mulheres são feministas e todas abortam?

3. Feministas são misândricas: elas odeiam os homens.
Não. Feministas lutam por direitos iguais e não por ódio aos homens. Ainda que exista uma ou outra exaltada, elas não representam o movimento feminista.

4. O feminismo é um movimento racista e elitista porque só mulheres brancas e de classe média fazem parte dele.
Sério, santa? Tem muita feminista negra, parda, mulata, amarela, mestiça... Faz o seguinte: vai numa marcha das vadias e veja se não há mulheres de todas as cores, formas e tipos pra ver se eu estou mentindo. Ser feminista é querer igualdade entre homens e mulheres, e para isso não precisa ser branca e/ou de classe média. O que ocorre é que como a atual onda feminista se popularizou graças à internet, então ela atingiu majoritariamente a classe média: classe esta formada em grande parte por pessoas "brancas" e com acesso à internet e às redes sociais.

5. O feminismo regula posições e fantasias sexuais.
Mentira. O que vemos por aí são hoax de todos os tipos onde supostas feministas querem proibir as mulheres de transarem em determinadas posições. Essas estórias todas são inventadas por pessoas que querem simplesmente denegrir e difamar o movimento. O feminismo é a favor da liberdade sexual da mulher, logo, nunca irá reprimir mulher alguma pelo que ela gosta de fazer na cama. Quem reprime as mulheres é, na verdade, o sexismo e o moralismo.

6. Toda feminista é feia, peluda, lésbica, mal amada e sofre de obesidade mórbida.
Claro que não. Esse é apenas um estereótipo ridículo usado como ad hominem para tentar desqualificar as feministas. O que muitas feministas fazem é lutar contra padrões de beleza cruéis impostos socialmente, como se só existisse um único padrão de beleza. Já acusações de lésbicas e mal amadas são uma forma besta de tentar impor o machismo, como se toda mulher precisasse de um macho para ser feliz.

7. Feministas têm inveja do pênis.
Esta é outra falácia muito comum chamada de falácia do espantalho. Cria-se uma mentira atribuída às feministas e ataca-se essa mentira como se estivesse atacando as feministas. Essa ideia freudiana é uma forma de distorcer a luta pela igualdade. Quando exigem direitos iguais aos dos homens, as mulheres não querem ter um pênis: elas querem ter respeito e igualdade sendo mulheres. Essa ideia é cissexista e tão tosca quanto dizer que os negros têm inveja dos brancos. Pura idiotice. Afinal, o órgão sexual feminino é capaz de produzir orgasmos múltiplos, coisa que nós, homens, somos incapazes de conseguir. Então era para ser justamente ao contrário: os homens é que têm inveja da vagina, até porque só ela é capaz de dar a luz.

8. As feministas querem transformar todas as mulheres em vagabundas.
Taí outra besteira típica de machistas. As feministas querem que todas as mulheres tenham a mesma liberdade sexual dos homens sem serem taxadas de vagabundas, só isso. Ah, e também querem ter o direito de usar menos roupas em dias de calor mortal sem serem chamadas de vadias e sem serem assediadas.

9. Feministas querem ser superiores aos homens.
Errado. Feministas ortodoxas querem igualdade. Talvez uma ou outra exaltada cogite a possibilidade de revanchismo, mas isso não é feminismo, é sexismo também (femismo). É bom que se diga que essa mentalidade revanchista é muito combatida entre as próprias feministas, porque ela é perigosa e injusta. Não se deve confundir vingança com justiça.

Eu sei que existem outras questões, mas para não deixar o post prolixo, resolvi colocar apenas os pontos não abordados no FAQ Feminista. Enfim, por hoje é só. Não gostou? Pega eu!

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Um filósofo que desistiu de ser sábio


Causa-me vergonha alheia ver um sujeito que se declara filósofo (sem ao menos ter cursado o ensino médio) não instruir os seus discípulos a contestá-lo e a usar a autocrítica. Além de toda arrogância e egocentrismo que este tal "filósofo" (que na verdade é um astrólogo falido) deixa transparecer, ele defende sem hesitação teorias conspiratórias de todos os tipos e persevera em ideias retrógradas como o geocentrismo. Sua postura de caudilho não o torna detentor de uma verdade ontológica e nem o dá direito de desqualificar o conhecimento empírico sobre a natureza que nos cerca. Se o melhor argumento deste senhor é vociferar palavras chulas e "xingar" os opositores de comunistas, tenho o pesar de comunicar que este homem não está qualificado para ser chamado de filósofo e muito menos de professor. O máximo que podemos esperar é que uma corja de analfabetos políticos possa apadrinhá-lo como ícone de uma mentalidade fascista e medieval..

Desculpe-me, Olavo de Carvalho, mas enquanto o senhor não rever a sua postura babélica de pseudo filósofo, continuará sendo alvo de chacota de todos aqueles que terminaram o ensino fundamental.