terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Todo mundo odeia o Olavo

Lobobão, Olavo de Vergalho, Paulo Brificado Martins, Raquel Sherazeda e Desgraça Salgueiro

Este post é dedicado a todos os fãs rancorosos da besta quadrada do Olavo de Carvalho. Porém, não vou gastar uma única linha falando mal desse sujeito. Desta vez, prefiro deixar que um grupo de pessoas desmascare esse tal de Olavo por mim nos vídeos a seguir:
















quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A misoginia é um crime contra a humanidade


A misoginia, para quem nunca ouviu falar, é um tipo de comportamento antissocial que difunde o ódio e a violência contra as mulheres. É desnecessário dizer que esse ódio irracional e antihumanista é totalmente contrário a todas as condutas éticas adotadas pelos direitos humanos. Grande parte da violência que é direcionada contra às mulheres existe justamente por causa da misoginia. Daí que vemos feminicídios, estupros em massa, violência doméstica, repressão sexual, entre outras aberrações construídas ao longo de séculos por sociedades machistas, patriarcais e misóginas.

A misoginia no mundo atual
É simplesmente revoltante e inaceitável que em pleno século XXI homens e mulheres ainda sejam tratados de forma tão desigual dentro da sociedade. Apesar dos avanços das políticas igualitárias, dos direitos humanos e das lutas dos movimentos feministas, hoje em dia ainda temos muito machismo e misoginia que colocam as mulheres como sendo "inferiores" em relação aos homens. Infelizmente, ainda há muitas pessoas (quase sempre homens) de mente perturbada que ousam culpar as mulheres por toda a desgraça do mundo. Por conta dessa visão equivocada e doentia da realidade, muitos misóginos criam grupos de ódio na internet incitando violência contra o sexo feminino. Um caso que me causou muita revolta foi o site Homem de Bem, onde o seu autor excreta ódio gratuito contra mulheres, homossexuais e ateus. Se você não tiver estômago, nem entre nesse site repugnante, porque apenas algum criminoso ou psicopata seria capaz de escrever tantas barbaridades.

Mulher paquistanesa atacada com ácida no rosto por dizer 'não' a um homem

'Brincadeirinha' ou misoginia?
Ao contrário do que já me acusaram, eu nunca afirmei que mulheres são superiores aos homens ou que homens são superiores às mulheres. Ideias de superioridade são sempre burras e desastrosas. O que eu defendo é a igualdade de direitos. Quem diz que já atingimos a igualdade entre os sexos é porque nunca sentiu na pele as restrições machistas que ainda existem, tais como as constantes ameaças de violência sexual, os abusos e a violência doméstica, a relativização das dores femininas, a educação repressora (muitas vezes com respaldo religioso). Enfim, não me surpreende nem um pouco, por conta de tudo isso, que algumas feministas mais radicais vociferem com ideologias que beirem a misandria. Mas como esperar sutileza daquelas que nunca tiveram voz e nem vez?
O que me dói nisso tudo é que nem nos tempos das cavernas (Paleolítico) as mulheres eram tratadas desse jeito. Estamos atrás até dos trogloditas da pré-história nesse sentido. 

Já passou do tempo desse machismo acabar

Vítimas ou culpadas?
Este post foi escrito com a intenção de destruir de vez qualquer argumento misógino e estúpido que sirva para culpar as mulheres pelas mazelas sociais do planeta. Portanto, vamos refletir sobre o seguinte:

1-Quantas mulheres foram ditadoras?
Compare a quantidade de mulheres ditadoras, genocidas e tiranas que governaram o mundo com a quantidade de homens ditadores. Praticamente 100% dos ditadores foram homens (se não todos). Os maiores assassinos da história foram homens. As mulheres é que foram as maiores vítimas.

2-Quantas mulheres defendem o 'masculinicídio'?
O masculinicídio seria o assassinato e extermínio exclusivo dos homens (sexo masculino). Tirando uma ou outra louca, como a Solanas, não se vê mulheres fomentando discurso de extermínio contra os homens. Mas o contrário, o feminicídio (assassinato de mulheres), é difundido impunemente por diversos sites e páginas de redes sociais.

3-Quantas mulheres escreveram livros "sagrados"?
Não é novidade para ninguém que acompanha este blog que a Bíblia é um livro abarrotado de atrocidades, genocídio, violência, preconceito, sexismo, homofobia, contradições e monstruosidades sem fim. E tanto a Bíblia quanto outros livros religiosos como o Alcorão foram escritos por homens. Mulheres nunca escreveram livro religioso algum que estabelecesse de forma sagrada o sexismo e a submissão de algum gênero.

4-Quantas mulheres matam por homofobia?
A homofobia e o machismo são quase sinônimos, pois um ajuda a alimentar o outro. E aí eu pergunto: quantas mulheres saem por aí em bandos espancando e matando gays e lésbicas? Praticamente 100% dos crimes com motivação homofóbica vêm de homens.

5-Quantas mulheres interferem na liberdade de ir e vir dos homens?
Você já viu algum homem ser ameaçado de estupro por uma mulher por andar sem camisa? Não? Pois é, mas tem mulher que é ameaçada de violência sexual todos os dias independente da roupa que use para andar nas ruas. E ainda há quem culpe as mulheres por isso, vai entender...

6-Quantas mulheres foram responsáveis por estupros em massa?
A limpeza étnica, tão praticada em guerras ao longo da história, foi comandada exclusivamente por homens. Mulheres não promoveram estupros em massa, não criaram campos de concentração e não castraram em massa os homens de outras etnias. A ordem para essas barbaridades sempre saíram de um alto comando liderado por algum homem.

7-Quantas mulheres criam páginas misândricas por ouvirem um 'não' de um homem?
Pois é, a maioria das páginas misóginas da web são de homens mal amados e que não sabem lidar com um simples 'não'. Se não deu certo com uma, há outras milhões de mulheres no planeta que podem dizer 'sim'. Sem falar que os homens precisam aprender que muitas vezes o problema está neles e não nas mulheres. Nunca confundam amor com pena. Nenhuma mulher é obrigada a ficar com um homem por pena. Se quer ser amado, procure desenvolver suas qualidades e minimizar os seus defeitos. O amor é um sentimento de entrega, e nunca de imposição.


Malala: pelo direito das mulheres terem direitos

Isso tudo citado acima é só para ficar em alguns pontos básicos, pois há muitas outras discrepâncias por aí. Quem transformou o mundo nessa porcaria não foram as mulheres, foram os homens: porque são os homens que comandam as regras das sociedades patriarcais. Culpar as mulheres pelos problemas do mundo e pela nossa história sangrenta é completamente absurdo: é um insulto à justiça. O discurso que alimenta a misoginia é sórdido, mentiroso e omite toda a violência machista praticada ao longo da história. É por isso que o respeito às mulheres é um imperativo: uma obrigação de todos os homens. Nós, homens, temos que deixar de ser machistas, falocêntricos, arrogantes e aprender a escutar o que as mulheres têm a dizer. E o mais importante: atender às reivindicações delas como forma de justiça e também para honrar o nosso senso de empatia por todos os seres humanos.  

"O que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética... O que me preocupa é o silêncio dos bons."
(Martin Luther King)


“A dominação do homem pelo homem começou com a dominação da mulher pelo homem" 
(Karl Marx)

PS 1: Se algum analfabeto funcional vier dizer que estou afirmando que as mulheres são santas, fique sabendo que as mulheres podem ser tão canalhas quanto os homens. O que este post tenta mostrar é que a misoginia não possui nenhuma coerência lógica além de ser criminosa. O potencial para ser 'mau' é igual para ambos os gêneros. Apesar disso, entre admirar as mulheres e os homens, eu prefiro admirar as mulheres, porque não foram elas que causaram as maiores desgraças da nossa história – além de terem sido injustiçadas e repreendidas por milênios. Ou será que algum ingênuo acha que são as mulheres que mandam no mundo?

PS 2: Para os que acham que o feminismo é um tipo de machismo invertido ou um tipo de revanchismo, por favor, olhem este tumblr e tirem as suas próprias conclusões.


Não gostou? Então...

domingo, 19 de janeiro de 2014

Dissecando o astrólogo aloprado


Eu sei que o melhor jeito de não fazer o cheiro da merda se espalhar é deixando ela quietinha no canto dela. Mas quando o cheiro da merda já se espalhou e começou a contaminar o cérebro de muitas pessoas, então é melhor coletá-la e jogá-la no lixo de uma vez. É por isso que, infelizmente, eu preciso voltar falar de um astrólogo de araque que vive de teorias conspiratórias. Esse astrólogo se chama Olavo de Carvalho.
Se você nunca ouviu falar desse sujeito, meus parabéns, você é uma pessoa privilegiada e bem mais feliz do que eu. Se você que não o conhece não quiser sacrificar o seu bem-estar, então recomendo que pare de ler este post por aqui, porque eu vou dissecar a seguir algumas das ideias mais tragicômicas criadas por este astrólogo requenguela. Mas se você quiser ampliar a sua visão de mundo ou se já conhece esse sujeito, então pegue um saco de vômito e deixe-o bem pertinho de você, porque eu vou desmascarar esse patife nos próximos parágrafos.

Cartomante, astrólogo, numerólogo e caduco

Quem é Olavo de Carvalho?
Astrólogo falido, pseudo filósofo, professor sem diploma, guru aloprado, fascista enrustido e saudosista da ditadura militar, Olavo de Carvalho é um desinformador coletivo que resolveu defender a direita conservadora baseado em mentiras e distorções. Ele conseguiu formar um exército de idiotas úteis (as olavettes) que o tratam como um caudilho e que repetem como papagaios adestrados as suas bizarrices pseudo intelectuais. Não sei se é por carência, caduquice ou loucura que este desilustre senhor cria teorias conspiratórias malucas como forma de cativar a atenção de sorumbáticos militantes da direita autoritária. E a ralé de sub intelectuais que o seguem aumenta a cada dia, incluindo aí nomes ilustres como Lobão, Danilo Gentili e Raquel Sheherazade. É por essas e outras que é necessário esclarecer que o babaquismo gratuito defendido por Olavo e suas olavettes não passa de uma loucura coletiva armada para implantar o fanatismo, a eugenia e o fascismo no Brasil. E na onda dessa ideologia vão neonazistas, racistas, homofóbicos, ultraconservadores e mascus. Desse caldeirão de excrementos, coisa boa é que não pode sair. Só uma boa descarga mesmo para limpar toda essa merdalhada.

Olavo e suas ideias

Olavo e suas olavices
Como se não bastasse ser um filósofo mequetrefe e um intelectual de quinta categoria, o astrólogo medieval provou ser um completo troglodita ao afirmar coisas do tipo:
- "Obama é um agente comunista da KGB com função de demolir a economia americana"
- "O nazismo era de esquerda e Hitler era comunista"
- "O sistema copernicano está errado e a Terra é o centro do universo"
- "A lei da inércia está errada e Isaac Newton era burro"
- "A Pepsi está usando células de fetos abortados como adoçante"
- "O consumo do cigarro nunca matou ninguém"

É simplesmente inaceitável que alguém que tenha passado pelo ensino fundamental leve a sério tantas ideias absurdas. É de uma demência colossal e de uma burrice perturbadora acreditar em qualquer coisa que seja proferida por esse astrólogo metido a filósofo. A burrice dele beira a esquizofrenia. Olavo de Carvalho é uma verdadeira vergonha para os que o seguem e também para toda a raça humana.

Democracia para Olavo é isso

O tal "marxismo cultural"
O velho caduco do Olavo vive dizendo que o conceito pedagógico de Gramsci prevê uma revolução cultural que abriria terreno para uma revolução política. O velhote simplesmente ataca a Pedagogia Crítica influenciada por Paulo Freire por considerá-la "marxista". Em resumo: o Brasil, segundo Olavo, está adotando uma ideologia marxista ao absorver um vocabulário esquerdista e toda uma mentalidade cultural socialista nas escolas para, futuramente, adotar o socialismo de forma sorrateira, pois todos já terão "virados socialistas sem querer". Acontece que essa visão perturbada dele possui alguns problemas.

É doido mesmo
Os problemas do raciocínio do Olavo aqui são dois. Primeiro: ele não entende nada teorizado por Gramsci e distorce as suas teorias ao seu bel prazer. Para entender os conceitos de Gramsci são necessários alguns cuidados na decodificação do seu universo semântico. A historiadora e filósofa Marilena Chaui já refutou algumas dessas barbaridades ligadas às falsas definições de alguns conceitos de Gramsci. Já o Olavo leva os conceitos ao pé da letra ou então os distorce. Segundo: Olavo de Carvalho tem uma cabeça muito antiga e acha que ainda estamos na Guerra Fria. O socialismo caiu junto com a queda do Muro de Berlim e o com o fim da URSS. Os atuais países socialistas (Cuba e Coreia) estão à beira de um colapso econômico e, por isso, precisam se abrir gradativamente ao liberalismo. O modelo socialista do século XX está vencido. O que ocorre na maior parte dos países atualmente é a adoção de um modelo econômico misto, onde prevalece o capitalismo com uma relativa intervenção estatal para regulá-lo. Portanto, nenhum intelectual de esquerda vai defender modelos econômicos falidos e ultrapassados. Isso não passa de paranoia psicótica desse velho gagá que se comporta como uma verdadeira mula sem cabeça.

Jênio!
Enfim, seja por burrice ou por rebeldia, Olavo de Carvalho rejeita os conceitos acadêmicos por considerá-los uma "conspiração marxista". Talvez, por ser católico, direitista e conservador, os seus conceitos não batam com o que é passado dentro das universidades, que são espaços laicos e democráticos. Por conta disso, ele resolveu dar uma de autodidata e se autoproclamou filósofo, defendendo então teorias conspiratórias diversas que contrariam toda a comunidade acadêmica e catedrática. Essa sua postura ignóbil atraiu uma ralé de pseudo intelectuais de direita que defendem com unhas e dentes o laissez-faire e instituições autoritárias como a Igreja Católica.


Como Olavo é visto pelas olavettes

Fechando a tampa da privada
Algumas pessoas podem achar que é desnecessário combater o olavismo, mas num mundo onde grupos fascistas perseguem e atacam minorias, eu vejo como imprescindível denunciar e desconstruir todas as condutas antiéticas e irresponsáveis vindas de sujeitos como Olavo de Carvalho. Espero que esse arquétipo de desonestidade intelectual seja varrido senão do mundo, pelo menos da internet. E chega de falar desse sujeito por hoje porque o meu saco de vômito já está cheio. Blergh!

Leituras recomendadas sobre o Olavo:
O mínimo que você precisa saber para proteger sua inteligência
Olavo de Carvalho, um filósofo para racistas e idiotas
Astrônomos confirmam que Olavo de Carvalho é um filósofo recalcado

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Religião, quem precisa dela?


Não sei se você já percebeu, mas para cada religião que você não acredita, um inferno novo é reservado para você após a morte. Por exemplo, se você é católico, a sua vaga no inferno judeu, islâmico e protestante está garantida. Já se você for judeu, os infernos católico, protestante e muçulmano esperam por você de braços abertos. E se você não tiver nenhuma religião, então vai ter que ir para todos os infernos ao mesmo tempo, sabe-se lá como. É por isso que eu prefiro acreditar no Coelhinho da Páscoa, porque ele não ameaça me jogar no inferno se eu não acreditar nele e ainda me dá deliciosos ovos de chocolate. Diferentemente do Coelhinho da Páscoa – que nos dá recompensas em vida – as recompensas dos deuses das religiões só vêm mesmo após a morte. Eu acho incrivelmente irracional renunciar a beleza e o prazer desta vida para se martirizar em busca do incerto: em busca de uma vida cuja existência depende exclusivamente da fé. A ilusão de estar se preparando para uma outra vida nada mais é que trocar o certo pelo duvidoso. Por que será que entre todos os seres do universo que existem e já existiram apenas os humanos têm a possibilidade de ter uma vida após a morte? O que nos torna tão superiores se somos meros primatas?



O grande problema da religião é que ela se utiliza da exploração da ignorância para impor suas regras e suas verdades dogmáticas. Se há alguma dúvida quanto a isso, basta ver que Deus sobrevive do desconhecido. O astrônomo Carl Sagan, em um de seus livros, traduz esse pensamento com a ideia do "Deus das Lacunas". Esse Deus das Lacunas é aquele deus que antes estava nos céus, depois passou a se esconder fora do planeta, depois se escondeu em lugares obscuros do cosmo e, por fim, atualmente reside fora do universo: sempre fugindo para lugares onde não pode ser verificado pela ciência. Sinceramente, eu acho a ideia de um deus pequena demais para descrever toda a complexidade que é a vida e o universo. Acho que o conceito de multiverso, por exemplo, é muito mais complexo e profundo do que o conceito de uma divindade que se preocupa com nossas vidas íntimas. Acho que precisamos criar um conceito mais elegante e mais convincente do que o de um deus antropomórfico, contraditório e desumano. Vamos evoluir.


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

O nazismo era de esquerda ou de direita?

Será que todo socialismo é igual?

Muitos liberais conservadores, especialmente aqueles que seguem e admiram um certo astrólogo, têm a mania de afirmar insistentemente por aí que o nazismo era uma ideologia de esquerda. Em contraponto, há alguns grupos de esquerda que consideram o nazismo como sendo extrema-direita. Mas será que essas visões estão realmente corretas?
Antes de responder a pergunta do título, primeiro temos que entender que o conceito de esquerda e direita mudaram com o decorrer do tempo. O significado de esquerda e direita hoje são diferentes do era há 80 anos atrás.

Atual divisão entre esquerda, direita, autoritarismo e libertarianismo

Mudança de paradigma
O princípio da esquerda sempre foi a igualdade, o foco no coletivo e a ideia de dividir para prosperar. Já a direita foca mais na visão de que as desigualdades são naturais e inevitáveis, que deve-se pensar primeiro no indivíduo e que a economia não deve ter controle estatal. Acontece que essa visão de esquerda e direita política, como já citei, não foi a mesma ao longo da história. O posicionamento ideológico atual tanto da esquerda quanto da direita – diferentemente da primeira metade do século XX – está mais ligado a questões econômicas do que aos demais aspectos políticos. A gente também não está mais na Guerra Fria para limitar esquerda e direita a 'socialismo versus capitalismo'. Hoje, as diferenças ideológicas entre esquerda e direita se encaixam mais na variação do grau de liberdade econômica que o Estado concede a uma nação. Quanto mais liberdade, mais à direita. Quanto mais igualdade, mais à esquerda.

A atual direita
A direita hoje se confunde com o liberalismo econômico por ambos serem praticamente sinônimos. O atual discurso liberal seduz muita gente porque ele defende a meritocracia e porque o nosso Estado mostra-se corrupto e incompetente. Logo, a solução para isso, segundo muitos liberais, seria reduzir os poderes do Estado como forma de promover uma maior liberdade econômica ao país. Com relação a isso, eu sou a favor de uma relativa liberdade econômica, mas o Estado deve ter poderes para evitar a exploração indevida da mão de obra assalariada e a formação de monopólios e oligopólios. A livre concorrência (ou livre mercado) dos liberais rui diante de práticas como holding, trustes, dumpings e cartéis, que transformam o mercado numa piscina de tubarões onde os pequenos não podem se desenvolver. Defender o Estado mínimo é, na verdade, ir contra a própria liberdade econômica e ser a favor do canibalismo empresarial. Dizer então que o mercado se regula sozinho é bastante inocente.

A atual esquerda
A esquerda contemporânea tende a se focar mais no bem estar social, em ações afirmativas e na distribuição de renda. A luta de classes e a ditadura do proletariado praticamente foram deixadas de lado em nome de um socialismo democrático. Na prática, há um apoio maior ao Estado para que este se encarregue de minimizar as injustiças econômicas e sociais. Eu não tenho críticas a esta esquerda, porque me identifico com ela. O grande problema é que os nossos representantes dentro do Estado tendem a governar em causa própria, a serem corruptos devido à impunidade e, não raro, mostram-se incompetentes e autoritários em excesso. Não acho que o Estado mínimo seja a solução para isso, mas sim uma reforma política: reforma esta que solucione estes problemas causados pelo próprio Estado.

O nazismo
A extrema-direita, segundo a antiga cartilha política, caracterizava-se por uma forte ou completa hierarquização social da sociedade e o apoio à supremacia de certos indivíduos ou grupos considerados naturalmente superiores que seriam mais valorizados do que aqueles considerados inatamente inferiores. Perceba que o significado da extrema-direita estava atrelado às desigualdades sociais. Hoje, o conceito de extrema-direita resume-se a um palavrão (palavra grande) chamado anarcocapitalismo. O anarcocapitalismo defende a liberdade econômica irrestrita e o fim do Estado burocrático. Isso é que é ser direita extrema hoje. Por conta dessa confusão com relação à mudança de paradigmas é que alguns reacionários criam eixos políticos distorcidos semelhantes ao da imagem abaixo:

Visão que a direita cria da realidade

Visão mais próxima da realidade

Jogo dos 7 mil erros
Outro aspecto que faz muita gente colocar o nazismo como sendo de esquerda é que o nome do partido nazista era Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães. O termo "Nacional Socialista" não se referia ao socialismo marxista, mas sim ao nacionalismo alemão como forma de fortalecer a suposta raça ariana. Por isso o nazismo era anticomunista, anticapitalista e defendia o corporativismo com uma economia mista. Segundo diversas fontes citadas na Wikipedia, em 1933, a política econômica nazista (ditada pelo Ministro da Economia dr. Hjalmar Schacht) queria diminuir o desemprego por meio da expansão de obras públicas e do estímulo à empresas privadas. Concedeu-se também a isenção de impostos às empresas que aumentassem o emprego e seus gastos de capital. Além disso, a mão de obra na indústria alemã era majoritariamente escrava. A operação de escravização recrutou 5 milhões de pessoas de outros países, das quais somente 200.000 foram de vontade própria. Também foram extintos os sindicatos, contratos coletivos e o direito de greve e os salários dos operários foram fixados a valores baixos pelo Estado para aumentar o crescimento econômico. O resumo dessa história é que o nazismo tinha um Estado poderoso que atendia a ideais da direita oligárquica. Quem se favorecia com o Nazismo eram as empresas e a elite alemã. Portanto, o termo "Nacional Socialista" do seu partido não tinha nada de socialista. O nazismo era, para a atual classificação política e econômica, algo situado entre o eixo centro-direita e a direita autoritária.

E aí? Vai dizer que é montagem?
O fato que reforçou o traço de direita autoritária dos nazistas foi que o Nacional Socialismo alemão nasceu do movimento Völkisch, grupo nacionalista e conservador, e do Freikorps, grupo paramilitar anticomunista. A "igualdade" nazista não era uma igualdade das pessoas como indivíduos – como defende o socialismo – mas sim a igualdade entre os membros da raça ariana. Hitler afirmou que a igualdade de oportunidades para todos os homens alemães "racialmente superiores" era o significado do "socialismo" do Nacional Socialismo. Adicione a isso tudo o fato da maioria dos alemães na época serem cristãos e do apoio que a Igreja Católica tentou dar aos nazistas após eles subirem ao poder. Esses fatos por si só são suficientes para mostrar que o nazismo não tinha nada de esquerda. Aliás, por que foi mesmo que Hitler entrou em conflito contra o socialismo soviético de Stalin? Faria algum sentido declarar guerra a um suposto aliado político-ideológico?

O astrólogo e suas ideias idiotizantes

As besteiras da direita conservadora
Segundo os fanáticos da direita reacionária, o nazismo era (e ainda é) considerado de extrema-direta por causa de uma suposta "influência marxista na academia". Para esses conspiradores, o nazismo era "socialista, coletivista e revolucionário". E segundo o tal astrólogo caduco, os nazistas foram criação da União Soviética e o fascismo era a "irmã rebelde" do socialismo stalinista. Desnecessário dizer que essas afirmações sórdidas não são aceitas pela comunidade acadêmica pelo simples fato de serem inconsistentes com os fatos. Portanto, se você ouvir alguém dizer que o fascismo ou o nazismo são de esquerda, afaste-se desse tipo de gente, porque boa pessoa não deve ser.

Cristianismo rima, mas não combina com socialismo

Atualização: Os nazistas foram apoiados pelos grandes proprietários, pela alta burguesia e pela classe média alemã que estavam com medo do comunismo que crescia após a Revolução Bolchevique na URSS. O capitalismo tinha total poder do Estado justamente para evitar que o comunismo chegasse à Alemanha. As camadas médias e proprietárias apoiaram o nazismo. Uma revolução proletária era tudo que as classes dominantes não queriam.
Além disso, a esquerda defende a igualdade e a inclusão social. Já o nazismo fazia exatamente o oposto através da eugenia, eliminando judeus, ciganos, homossexuais e deficientes mentais. Todos esses fatos reforçam as evidências que o nazismo não era de esquerda coisa nenhuma. Um Estado forte não significa que a ditadura criada por ele seja de esquerda, assim como não foram de esquerda as ditaduras militares na América do Sul. Portanto, antes que algum bitolado de direita venha tentar refutar, o nazifascismo era de direita, sim, senhor.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

As musiquinhas mais engraçadas da internet


Quem não gosta de música, né? Melhor ainda quando elas são viciantes, criativas e engraçadas. E a internet está cheia de músicas assim. Vou anexar a seguir uma sequência de onze músicas viciantes que servem para deixar a internet e o nosso dia mais alegres (ou sim).

Charada: uma dessas canções é uma trollagem gratuita bem humorada. Divirta-se tentando descobrir qual.
























Se você achou que a música do Nelson Dantas, do filme Cabaret Mineiro (essa última acima), é a trollagem, meus parabéns, você errou com estilo. Na verdade, a própria charada foi uma trollagem minha. Todas essas músicas são uma verdadeira trollagem. Se bem que o clipe do Lalalalala pode ser considerado uma boa pegadinha se você passou dez horas seguidas esperando ele terminar.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Os benefícios que a internet nos trouxe


Se você nasceu antes dos anos 90, provavelmente deve se lembrar de como era complicada a nossa vida antes da popularização dessa ferramenta maravilhosa chamada internet. Antes da internet não tínhamos redes sociais, e-mail, Skype, comunidades, fóruns de discussão e nem cursos à distância. Até mesmo para emitir certidões e documentos tínhamos que ir presencialmente aos cartórios e encarar filas. Hoje, tudo é mais fácil, mais rápido e mais dinâmico, seja para pagar as contas, para fazer inscrições em concursos, para abrir o próprio negócio ou até mesmo para iniciar um relacionamento.
Vou apresentar a seguir algumas das principais vantagens que a internet nos trouxe:

Internet: 1001 utilidades

Compras online
Uma das razões pelas quais eu me considero um sujeito feliz foi por ter nascido numa época onde existe a possibilidade de fazer compras sem sair de casa. Comprando pela internet, podemos encontrar produtos raros à venda, produtos exclusivos, produtos customizados e tudo a um preço acessível. E com o surgimento das impressoras 3D, agora abre-se a possibilidade de imprimirmos os nossos próprios produtos em casa. É ou não é uma maravilha?

Pesquisas escolares
Quem foi estudante antes da era digital deve lembrar bem do trabalho que dava para se fazer uma simples pesquisa escolar. Tínhamos que passar horas em bibliotecas, sebos e livrarias à procura de livros, revistas e jornais que nos servissem de fonte para realizar os nossos trabalhos e pesquisas. Isso, claro, sem falar dos gastos que tínhamos com xerocópias e com os aluguéis de livros. Hoje, com os sites de busca, podemos achar os arquivos em pdf e os e-books com um simples clique! O tempo que ganhamos e o dinheiro que economizamos com isso é simplesmente fantástico, fora que ficamos longe daquelas estantes cheias de cocô de ácaro das bibliotecas públicas.

Mapas
O único mapa que eu tinha da minha cidade antes da internet era o que vinha na lista telefônica. E se você não tivesse uma lista, provavelmente ia ficar que nem cego em tiroteio perambulando pelas ruas em busca do endereço procurado. Hoje em dia, com o Google Maps, com o Street View, GPS e a parafernália tecnológica toda, você só não encontra a rua que você procura se for muito vacilão.

Turismo
Antes da internet, só era possível conhecer um lugar de quatro maneiras: ou por fotos impressas, ou através de livros, ou pela televisão ou indo até o destino pessoalmente. Depois da internet, agora é possível conhecer os lugares virtualmente. Além de encontrarmos fotos e vídeos gratuitamente na internet mostrando os mais diversos lugares do mundo, podemos ter a visão dos mapas, das ruas e até visões tridimensionais. Hoje é possível conhecer praticamente todos os lugares do planeta sem sair da frente do PC. É bom ou não é?

Músicas
Quem viveu nos tempos da tecnologia analógica, deve se lembrar com certa nostalgia dos discos de vinil, das fitas cassete e das radiolas. Acontece que por conta da limitação tecnológica daquela época, não tínhamos acesso livre a qualquer música que queríamos. Só tínhamos como esperança as rádios, os programas de tevê e alguns amigos que nos emprestavam as fitas. Daí que chegou a internet e se abriu um novo mundo para nós, mundo esse chamado de 'programas de compartilhamento'. Esses programas eram o Kazaa, o Shareaza, o Emule, o Ares, entre vários outros que as pessoas usavam para compartilhar músicas gratuitamente. Foi graças a esses programas que conheci melhor bandas como Led Zeppelin, AC/DC e Guns n Roses: bandas que me tornei fã incondicional até hoje.

Filmes e séries de tevê
Sem a web, filmes e séries eram acessíveis apenas pela tevê, por meio de fitas VHS ou através do cinema. E mesmo após a chegada da internet, ainda não dava para ver filmes pelo PC, pois a internet comum (discada) era lenta demais. Baixar um filme pela internet discada levava um mês inteiro e ainda quadruplicava a conta telefônica. Somente com a chegada da banda larga é que foi possível usar a internet para assistir filmes. Com a rápida popularização da internet a cabo, abriu-se a possibilidade de ter qualquer filme no PC em no máximo algumas horas. O mesmo vale para séries de tevê e desenhos animados. Se não fosse pela internet rápida, eu jamais teria conhecido alguns animes e jamais teria assistido a séries como Taken e Lost.

Vídeos
Melhor que assistir a filmes e séries pelo PC era assistir os vídeos de outras pessoas e poder publicar os nossos próprios vídeos também. Quem tem uma conta no Youtube sabe a verdadeira revolução que esse site nos trouxe. O Youtube e outros sites similares viraram uma grande central de entretenimento onde é possível assistir e baixar quase todo tipo de vídeo, sejam eles documentários, filmes, séries e programas de tevê diversos. E o Youtube ainda paga em dinheiro para quem adota o AdSense em seus vídeos. Fazer vídeos virou uma profissão! Cauê Moura que o diga!

Games
Quando eu era criança, lá pelo início dos anos 90, o meu sonho era ter um fliperama em casa, mas como eu não tinha grana para isso, abafei esse meu sonho por considerá-lo impossível. Só que aí inventaram um tipo de programa para PC chamado emulador. Os emuladores copiavam o funcionamento das máquinas de videogame e rodavam os jogos exclusivos dos consoles e arcades no nosso computador. Diversos sites pela web disponibilizavam gratuitamente os emuladores e roms (jogos) para download, o que causou uma verdadeira febre mundial. Eu lembro que entrei num estado de euforia irreversível quando pude jogar gratuitamente clássicos do Super Nintendo, Mega Drive, Neo Geo, Atari, Nintendo 64 e Game Boy no computador. E além dos emuladores, os games de PC também puderam ser baixados gratuitamente através dos sites especializados para o delírio da nação gamer. Isso sem falar no sucesso de jogos online como os MMORPGs e jogos clássicos como o Counter-Strike.

Entretenimento adulto
Como falei no post Oba, Mulher Pelada!, uma foto de mulher sem roupa era um verdadeiro artigo de luxo antes da internet. Quem tinha uma Playboy na minha época de criança e adolescente era considerado 'o rei da galera'. Tirando as revistas masculinas e algumas raras revistinhas de sacanagem, o máximo que a gente conseguia de acesso a material erótico no período pré-internet era através de catálogos de lingerie, da Banheira do Gugu ou então dos filmes da madrugada do Cine Privé da Band. Filmes pornôs então eram praticamente inacessíveis. Mas depois que a internet chegou, a gente hoje vê nudez e pornografia até sem querer. Qualquer pessoa que saiba digitar a palavra 'sexo' no Google acha conteúdo erótico gratuitamente sem o menor esforço. Ah, e nem é preciso falar que sites como o RedTube e o Xvideos caíram no gosto popular.

Viva a revolução digital!

Concluindo
Eu poderia continuar escrevendo linhas e mais linhas sobre as incontáveis vantagens que a internet nos trouxe, mas as principais foram mesmo no campo do entretenimento, da comunicação e do comércio. Tivemos também benefícios no campo profissional, já que enviar currículos ficou mais fácil e novas profissões e oportunidades de emprego surgiram graças à internet.
O acesso rápido à informação e a liberdade de expressão também foram bastante relevantes, pois isso nos trouxe mais independência das mídias tradicionais (rádio, televisão e jornais). As grandes mídias corporativas passaram a ter menos poder de manipulação e também deixamos de ser escravos da programação da tevê e passamos a escolher a nossa própria programação. A internet nos trouxe mais liberdade e mais opções. Espero que tudo isso seja só o começo!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Vale a pena morar no Rio de Janeiro?


Durante o século XX, houve uma migração intensa para a cidade do Rio de Janeiro pelo fato dela ter sido a capital federal do país (de 1763 a 1960) e também por ela oferecer mais oportunidades de empregos que em outras regiões do Brasil. E mesmo hoje, no século XXI – apesar do Rio ter deixado de ser a capital federal e por ter sofrido menos migrações internas (devido ao desenvolvimento das demais regiões do país) – a Cidade Maravilhosa continua sendo o destino de muitas pessoas que querem se mudar para ela de vez. Mas será mesmo que vale a pena morar na capital fluminense hoje em dia?
Infelizmente, eu não tenho como responder a essa pergunta baseado na minha experiência pessoal pelo simples fato de nunca ter morado na cidade do Rio de Janeiro. Morei em Niterói (cidade vizinha ao Rio) durante o final dos anos 80 e fiz alguns passeios esporádicos pela capital fluminense naquela época: fato esse que me confere uma experiência muito rasa e antiquada para construir um panorama atual da cidade. Portanto, as referências que eu vou utilizar nesta postagem são de pessoas que moraram, moram ou que estiveram no Rio de Janeiro recentemente.
Para simplificar e tornar o post mais didático, vou listar os prós e contras de forma similar ao que fiz no post Vale a Pena Morar no Nordeste?.

O que tem de bom no Rio?

Vantagens em morar no Rio

Perto dos maiores cartões postais do país
Como já dizia aquela canção "Aquele Abraço": O Rio de Janeiro continua lindo! E não é à toa: o Rio de Janeiro é o maior polo turístico do país devido às suas belezas naturais. Quem mora no Rio não precisa fazer uma viagem para ir ao Pão de Açúcar ou passear na Quinta da Boa Vista, porque está tudo próximo. Isso sem mencionar a visão gratuita do Cristo Redentor de braços abertos (para quem mora na zona sul) e também as inúmeras belezas naturais, como as praias, as formações rochosas e a Floresta da Tijuca.

Festas, shows e festivais
O Rio é repleto de eventos que reúnem pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo, tais como Olimpíadas, finais de campeonatos de futebol, megashows como o Abril pro Rock, festivais de músicas, eventos culturais, teatro, dança, palestras, workshops, amostras de cinema, feiras de livros... O Rio só perde em quantidade de eventos para São Paulo.

Muitos turistas
Uma cidade com tantas possibilidades de entretenimento só pode ter muitos turistas. Apesar de alguns problemas e acidentes, muitas atrações continuam cativando a atenção dos visitantes, como o voo de asa delta, o bonde de Santa Teresa e as trilhas do Parque da Tijuca. Na zona sul é muito recorrente encontrar com gente vinda da Europa, da Ásia, da África e da Oceania: fato que permite uma maior interação com outros povos e outras culturas.

Salários
Grande parte das empresas do país (e do exterior) tem sede ou filiais no Rio. Essa maior proximidade com as empresas e com as indústrias traz a possibilidade de melhores empregos e maiores salários em comparação com a média nacional.

Viagens
Por ser um dos principais centros urbanos do Brasil, o Rio tem fácil deslocamento para outras regiões do país (e para o exterior) sem precisar fazer escalas. Quem sai da região norte do país, por exemplo, para poder viajar para o exterior, precisa descer até o Rio para depois pegar outro voo para fora do país. Ganha-se tempo e dinheiro com viagens.

Famosos e celebridades
Quem já morou nas regiões nobres do Rio sabe que é relativamente comum se deparar com celebridades, atores, cantores, artistas e até alguns astros de Hollywood. Para quem mora numa cidade qualquer onde raramente (ou nunca) se veem celebridades, o Rio é um prato cheio para pedir autógrafos, tirar fotos e puxar conversa com gente ilustre.

Carnaval
Para quem gosta de carnaval, o Rio de Janeiro é o lugar certo. Assistir de perto o desfile das escolas de samba é algo surreal.

Nem tudo são flores no Rio

Desvantagens em morar no Rio

Horário de verão
Se você tem muita dificuldade para se adaptar ao horário brasileiro de verão, o Rio de Janeiro não é uma escolha adequada, porque a cidade adota esse horário. O problema, na verdade, não é o horário de verão em si, mas sim a adaptação do nosso relógio biológico a ele. Quem sai do norte ou do nordeste deve prestar atenção nisso.

Violência
Apesar da recente pacificação de diversas favelas cariocas, nem todos os morros possuem uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). Se quiser saber quais foram as comunidades pacificadas, deixo essa lista da Wikipedia. Porém, o problema da violência do Rio não se limita apenas às favelas ou ao tráfico. Fora que a polícia carioca e os políticos da cidade não contribuem muito para reduzir as mazelas sociais. A violência ocorre no Rio da mesma maneira que ocorre em qualquer outra grande cidade do país. Considerando esse ponto, se for realmente se mudar para lá, eu recomendo os bairros mais tranquilos, como alguns da zona sul ou da zona oeste.

Calor
No Rio, as temperaturas médias durante o inverno costumam ser amenas, mas durante o verão não é raro que os termômetros marquem acima dos 40 graus celsius, dando uma sensação térmica que às vezes extrapola os 50° C. Se você não gosta de calor, evite o Rio de Janeiro durante o fim e início de ano.

Poluição
Não é novidade para ninguém que o Rio de Janeiro possui um dos maiores índices de poluição atmosférica do país e que alguns cartões postais (como a Baía de Guanabara) estão totalmente poluídos. E não há saúde que aguente poluição excessiva. Isso também vale para outros tipos de poluição, como a visual, a luminosa e a auditiva.

Trabalho e estudo
Se você quer ir para o Rio de Janeiro para tentar melhorar de vida, tome cuidado! Isso porque a cidade está saturada em alguns setores do comércio e a concorrência para concursos públicos é maior que na maioria das outras cidades do país. Se você já tem um emprego fixo e vive bem onde mora, eu desaconselho que troque o certo pelo duvidoso. O mesmo vale para os estudos, pois apesar das faculdades cariocas estarem entre as melhores do país, ou elas são caras demais (as particulares), ou a concorrência é alta demais (as públicas).

Custo de vida
No geral, o custo de vida dos cariocas é mediano, mas dependendo de onde você for morar, o custo pode sair bastante salgado. Na zona sul, por exemplo, onde o padrão de vida é mais alto, os preços costumam ser consideravelmente mais elevados. Itens como alimentação, passagens, roupas e produtos básicos geralmente só são encontrados baratos após muita pesquisa. Por isso, recomendo que seja feita uma avaliação do custo de vida geral do bairro para onde se pretende ir morar. O mesmo raciocínio se aplica com relação aos imóveis, pois um apartamento em Botafogo com vista para o Cristo Redentor pode custar dez vezes mais caro que outro com uma visão menos prestigiada num bairro vizinho.

Neblina
Para quem nunca presenciou um nevoeiro, é bom ficar esperto porque no Rio (e região metropolitana) costuma se formar uma neblina que deixa tudo embaçado. Esse fenômeno meteorológico ocorre com mais frequência durante o inverno. E para quem acha que ele é inofensivo, saiba que o trânsito costuma ficar um pouco mais complicado quando ocorre um nevoeiro.

110 volts
Ok, isso não é exatamente uma desvantagem. O problema é que tem muita gente que leva seus aparelhos eletrônicos para o Rio e fica frustrado porque eles não funcionam ao serem colocados na tomada. No Rio, a voltagem é de 110v, diferente de outras regiões do país que trabalham a 220 volts. Na dúvida, leve um transformador ou compre um aparelho novo.

Apesar dos problemas, o Rio continua lindo

Afinal, vale ou não vale a pena morar no Rio?
Se você pretende ir para o Rio de Janeiro achando que a sua vida vai melhorar muito, ou que você vai se livrar dos engarrafamentos, ou que vai ver saúde, transporte, educação e saneamento básico de primeira (especialmente para os mais pobres), pode tirar o seu cavalinho da chuva. Se você é pobre ou se você não tem emprego na cidade onde você mora, me desculpa, mas o Rio de Janeiro não se encaixa nos seus sonhos. Muita gente que foi para o Rio com a ilusão de "melhorar de vida" acabou indo morar numa favela com péssimas condições de vida. Eu ainda acho que o Rio é melhor para se visitar do que para morar devido aos muitos problemas da cidade. Além disso, pra que tanto fetiche pelo Rio se temos tantas cidades lindas e maravilhosas no país? Neste link e neste outro há o ranking das melhores cidades brasileiras por IDH, o Rio aparece na 45ª colocação – sendo que a cidade vizinha, Niterói, aparece em 7ª posição. E por falar em Niterói, essa cidade é mais tranquila e tem um padrão de vida melhor que o da capital: fato que pode torná-la uma opção alternativa. Uma 'viagem' de Niterói para o Rio leva cerca de 20 minutos (tanto de barca quanto pela ponte), o que pode fazer valer mais a pena ter um apê em Itaguaí do que no Leblon.
Honestamente, eu só acho que vale a pena morar no Rio se você amar muito a cidade, ou se for transferido para lá, ou então se tiver uma relativa segurança financeira e profissional para investir numa mudança definitiva. Minha dica é que as pessoas que pensam em ir para o Rio procurem conversar com quem mora ou já morou por lá e façam pesquisas para saber se realmente vale mesmo a pena ir para lá. Se você não concorda ou tem outra sugestão, os comentários estão abertos para isso.

Sorte a todos!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

O pacifismo e a censura do MMA


Antes de começar este post, quero que fique bem claro que eu não gosto da Rede Globo, não gosto do MMA e sou pacifista assumido (e com muito orgulho). Só que também não gosto de fanatismo, censura e chororô. Digo isso porque após vários incidentes violentos envolvendo lutas de MMA, apareceu uma turma por aí que ataca essa modalidade esportiva como se ela fosse uma "guerra de gladiadores moderna".

Já faz algum tempo que escrevi um post criticando o pacifismo fanático que pretende censurar livros, filmes, jogos, games, desenhos e novelas. Eu discordo desse pacifismo que quer proibir toda e qualquer arma de brinquedo, que quer proibir a venda armas (incluindo as não letais) e que faz barulho até para mudar o hino nacional francês por causa da sua "brutalidade". Estranho que nenhum desses pacifistas fala em diminuir as injustiças sociais ou defende uma melhoria substancial na educação básica. As raízes da violência ninguém quer combater. E não achando suficiente toda essa histeria hipócrita, agora falam de censura de "esportes violentos" para completar o pagode – como se lutas e artes marciais fossem os únicos esportes onde há violência.

Como eu não estou com muito tempo para me estender sobre esse assunto, para agilizar, eu vou refutar uma série de argumentos "pacifistas" contra a luta livre por tópico. Interessante notar que muitos desses argumentos são iguaizinhos aos da ala moralista que quer censurar a pornografia e proibir a prostituição, como já citei na série A Pornografia é Culpada ou Inocente?. Mas como o assunto é esporte e não sexo, então vamos aos principais argumentos usados por aí contra o MMA e outros esportes do gênero:

Quem disse que MMA não é esporte?

Isso não é esporte, é selvageria!
Segundo o Dicionário Aurélio, esporte é o "conjunto de exercícios físicos que se apresentam sob a forma de jogos individuais ou coletivos, cuja prática obedece a certas regras precisas e sem fim utilitário imediato; desporto: o esporte aperfeiçoa as qualidades físicas do homem". Portanto, engula esse seu discurso porque o MMA é uma forma de esporte.

Os lutadores de MMA são vítimas de exploração!
Os lutadores de MMA ganham muito bem para subir num ringue e, além disso, eles ganham fama e prestígio. E tem mais: nenhum lutador é forçado ou aliciado a praticar o esporte; os atletas têm plena consciência dos riscos ao assinar os contratos e há toda uma carreira que é financiada por patrocinadores e empresas. Onde está a exploração aqui?

Luta de MMA é uma rinha de animais só que para humanos!
Numa rinha de animais, os animais não estão ali porque querem. Já numa luta esportiva entre duas pessoas, elas estão ali porque querem. Os lutadores são obrigados a seguir diversas regras rigorosas e a usar aparatos protetores. Fora que sempre há enfermeiros, médicos e massagistas de plantão para auxiliar o atleta. Não confundam um esporte com uma briga de animais, porque essa comparação é absolutamente desonesta.

Muitas crianças vão parar no hospital depois de imitar as lutas!
Desde os meus tempos de criança, onde tínhamos Telecatch, Super Catch, WWF ou WMAC Masters que crianças assistem luta livre pela tevê. E a grande maioria das crianças que via esses programas queria aprender alguma arte marcial (judô, karatê, boxe, jiu-jitsu, muay thai) ao invés de sair espancando os outros sem saber lutar. Aliás, quem não praticava lutas é que acabava levando a pior quando inventava de brigar com alguém que sabia lutar. E quem praticava lutas sabia que jamais deveria se aprender uma técnica para sair batendo nos outros por aí. Havia punições severas para quem usasse uma luta para agredir pessoas fora do campo esportivo. Se crianças brigam, é porque os pais não estão por perto dando a educação adequada a eles.

Os lutadores usam drogas e anabolizantes!
Exame antidoping pra que, né?

O objetivo do MMA é espancar o adversário!
Errado. Dizer que o objetivo do MMA é espancar o adversário é o mesmo que dizer que o objetivo do tiro ao alvo é acertar uma bala a cabeça de alguém. O objetivo do MMA é dar a vitória a quem obter o melhor desempenho de acordo com as regras do jogo. As regras do MMA usam sistema de pontos por round envolvendo critérios como trocações efetivas, agarramentos efetivos, controle da área de luta, defesa, etc. Fora as faltas, que são restrições dadas a diversos golpes. Para saber sobre as regras do MMA, vá no site do MMA Brasil antes de sair dizendo besteiras por aí.

O MMA estimula a violência da sociedade!
De onde saiu essa alegação? Onde estão as estatísticas? Assim como ocorre com os games violentos e filmes violentos, as lutas esportivas também não causam violência. O que causa a violência são: a falta de limites ao educar uma criança, a falta de educação doméstica, a impunidade e as injustiças sociais. A violência simulada ou realizada dentro de regras esportivas funciona como catarse (válvula de escape) justamente para evitar que a violência exploda na sociedade. Inclusive expliquei bem sobre isso neste post.

Tem um deputado que quer censurar o MMA!
E daí? Não é de hoje que deputados criam leis estúpidas, como a Bolsa Estupro e a Lei do Pai Nosso, por exemplo. Esse deputado federal José Mentor (PT-SP), que é o autor projeto de lei que proíbe a exibição de lutas de MMA na tevê brasileira, é a prova viva da incoerência do nosso poder legislativo. Esse deputado se esquece que, diferentemente do futebol, as lutas do MMA passam em horário adequado para a sua classificação etária.

Só é a favor dessa selvageria quem não tem empatia pelas outras pessoas!
Bah, vai dormir, vai!

Sobre o tal deputado que quer proibir as transmissões do MMA, vou deixar um vídeo abaixo do vlogueiro Daniel Fraga que o responde à altura.



Não gostou? Então vou plagiar o meu outro post sobre pacifismo e deixar uma musiquinha em homenagem a todos esses "pacifistas" que amam uma censura: