sábado, 31 de maio de 2014

Meritocracia ou meritocovardia?


Hei, você que defende a meritocracia burguesa baseada na hegemonia elitista, tenho algo para lhe dizer: É muito cômodo defender a meritocracia quando você frequentou as melhores escolas, quando você nunca passou fome, quando você sempre teve onde morar e quando você leva vantagem sobre os demais concorrentes pela sua condição social. Será mesmo que você acha que está concorrendo de igual para igual num mundo onde uns poucos têm tudo e a maioria não tem (quase) nada?
Se essas palavras não te tocam, talvez algumas imagens possam fazê-lo. Afinal, dificilmente o coração sente aquilo que os olhos não veem. Veja bem as manchetes abaixo:









Se acha isso tudo cruel, então pare de defender esse sistema injusto que só privilegia quem sempre teve tudo. Pare de usar a palavra 'meritocracia' de forma errada, pare de fazer das exceções uma regra e aprenda de uma vez por todas que o assistencialismo e as ações afirmativas não são "populismo". Se o mundo é tão justo para todos, então por que você não troca de vida com um miserável que cata lixo para sobreviver?
Para que a verdadeira meritocracia realmente tenha alguma chance de existir, temos que fazer com que todas as pessoas nasçam igualmente, tendo o mínimo de dignidade para concorrer de igual para igual com qualquer reacionário individualista. Não se esqueça de que você vive em sociedade e de que o mundo não é só seu.
Se ficar difícil de entender, os vídeos abaixo talvez sejam mais didáticos:





Meritocracia burguesa traduzida numa imagem

Enquanto todas as pessoas não tiverem direito às necessidades básicas da Pirâmide de Maslow, a meritocracia plutocrata vai continuar perpetuando desigualdades e injustiças indefinidamente. Só me venha com essa conversa de meritocracia depois que todos tiverem pelo menos três refeições por dia. Desça do seu pedestal de egocentrismo e aprenda a enxergar os seres humanos como iguais. Mas se você não é capaz de enxergar o mundo além do seu véu de comodidade aristocrata, me desculpe a sinceridade, mas eu tenho todo o direito de chamá-lo de psicopata.



“Esta noite milhões de crianças dormirão na rua. Nenhuma delas é cubana”.
(Fidel Castro)




Fontes das notícias acima:
Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome
Pelo menos cinco crianças morrem de fome por minuto
6 mil crianças morrem de fome a cada dia no mundo
Mais de dois milhões de pessoas morrem de fome a cada dia
Catador de lixo é assassinado em disputa por restos de comida

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Post comédia: As 1001 utilidades do sêmen humano


Quando você pensa que já viu de tudo na vida, eis que aparece uma postagem (aparentemente séria) no Hypescience trazendo alguns usos não convencionais para o esperma humano. Entre esses usos não convencionais estão: hidratante de pele, ingrediente culinário, tinta, cola, filtro solar, anestésico, antidepressivo e até remédio contra o enjoo. Que eu saiba, o esperma só serve mesmo para fazer bebês ou, no máximo, para aumentar seus gastos com camisinha ou papel higiênico. Claro que nos filmes pornôs bizarros ele tem outras aplicações que não convém serem citadas aqui, mas o que me impressiona mesmo nisso tudo é o extenso uso "medicinal" que muitos alegam que o sêmen possui. Assista aos dois vídeos rapidinhos abaixo para entender a que ponto chega essa história.




Seguindo essa lógica sem lógica, além de supostamente fazer bem para a pele e servir para clarear os dentes, o esperma humano também tem outras propriedades, como curar uma série de enfermidades como câncer, aids, membros amputados, paraplegia, queimaduras de nono grau, osso quebrado, dor de cabeça, dor de dente, dor de garganta, dor de cotovelo, cegueira, diarreia, chulé, morte, possessão demoníaca, mau hálito, mau-olhado, mau humor, mal de alzheimer, mal de parkinson, hemorragia, esquizofrenia, cleptomania, síndrome de down e, se brincar, serve até para desentupir as artérias do coração. Enfim, esse trem cura tudim c'ocê imaginar, uai! Nem os pastorecos dessas igrejas seitas pé-de-escada conseguem curar tantas coisas ao mesmo tempo. Saravá, meu pai! Saporra é abençoada!
É óbvio ululante que toda essa panaceia ligada ao esperma humano não passa de conversa mole para boi dormir. Essas lendas todas servem apenas para que as pessoas percam o nojinho e façam cosplay de atriz pornô, já que não há embasamento científico para todas essas alegações estapafúrdias. Afinal de contas, se o sêmen servisse para todas essas coisas, a medicina serviria para quê? Né? Bastava só relaxar e gozar. Ou não.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Quem vai lavar a louça?


Tenho notado que um novo tipo de ofensa tem surgido por aí, que é uma tal de "Ah, vai arrumar uma pia cheia de pratos para lavar!". Alguém pode até achar isso exagero, mas tenho notado que tanto machistas quanto feministas se ofendem com esse "insulto". Machistas se ofendem porque homem que lava louças é capacho, é maricas, é afeminado, é mulherzinha, é uma "violência contra o homem," etc. Já a feminista se ofende porque isso remete à imposição de padrões de gênero, ao sexismo, à submissão da mulher ao patriarcado, sendo uma velha forma de tentar calar as mulheres. Mas aí eu pergunto: quem vai lavar a louça? Se machistas e feministas se ofendem com esse "xingamento", o que restará para nós? Um bacanal de formigas e baratas na cozinha?

Só vejo quatro soluções possíveis para resolver este "problema":

1- Não seja nem machista e nem feminista.
2- Não se sinta ofendido com isso.
3- Compre uma máquina de lavar louças.
4- Só use copos, talheres e pratos descartáveis.

Ele é menos homem por isso?

Ela é menos mulher por isso?

Antes que alguma feminista comece a reclamar, dizendo que machismo e feminismo são uma falsa dicotomia e blablablá, eu vou logo perguntando: se machismo e feminismo não são tão dicotômicos, por que ambos os lados se ofendem com isso? Sei que o feminismo quer a igualdade, mas não precisa achar que lavar a louça é ofensivo. Eu mesmo, que sou homem, lavo louças numa boa porque não suporto ver uma cozinha imunda. Mas isso vai de cada um. Só não vale dar piti só porque esse gesto foi exclusividade apenas das donas de casa durante a era de ouro do patriarcado.

Não gostou?

Então vai procurar uma pilha de pratos para lavar!
Rarará!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Vai ter Copa ou não vai?


Sim, vai ter Copa. Não adianta chorar, espernear, xingar muito no Twitter ou chamar o Chapolim Colorado: a Copa do Mundo de futebol de 2014 VAI acontecer no Brasil. Se eu concordo com isso? Não. Não acho que era o momento adequado de ter uma Copa no país pelo simples fato do Brasil não ter o mínimo necessário de infraestrutura para sediar o mundial. A menos de vinte dias do mundial ainda temos obras inacabadas, problemas nos transportes, problemas nos aeroportos, os entornos de vários estádios incompletos... Fora todos os problemas naturais com violência, com exploração sexual de crianças e adolescentes, com especulação mobiliária, com superfaturamentos e outras coisas mais. Creio que o Brasil precisaria ter o mínimo para receber um evento como a Copa do mundo por aqui, coisa que todo mundo está vendo que não temos. Eu adoro futebol e acompanho as Copas do mundo desde criança, mas a Copa do Mundo no Brasil teria que ocorrer quando tivéssemos pelo menos o básico. Apesar disso, o mundial vai acontecer de um jeito ou de outro pelo simples fato dos estádios já estarem prontos, do nosso dinheiro já ter sido gasto e pelo fato da FIFA já ter tornado o Brasil uma verdadeira colônia dela. Não adianta protestar contra o mundial a essa altura do campeonato, porque o máximo que vai acontecer é nada: ou talvez receber umas bombas de gás lacrimogêneo ou spray de pimenta da polícia. Eu entendo a indignação, mas é inútil protestar agora. O tempo de fazer barulho foi lá trás, em 2006, quando o Brasil foi anunciado como sede. Agora não adianta mais nada. Se é contra a Copa, não assista, não vá aos jogos, não compre produtos com o selo da FIFA, enfim, boicote. Mas ir protestar contra a Copa com a Copa do mundo rolando só passa um atestado de burrice e me faz sentir vergonha alheia. Além disso, a maioria da população do país quer que tenha Copa aqui e vai assistir aos jogos pela tevê. O nosso povo já tem tão poucas opções de diversão que tirar a Copa deles seria de um egoísmo absolutamente infantil.


Protestos sem sentido
Aprendam uma coisa: política não se faz de forma desorganizada, achando que tudo vai se resolver por mágica na base do grito. Política se faz votando direito, se filiando a algum partido, exigindo o cumprimento das promessas de campanha, fiscalizando os gastos públicos, etc. Ir para as ruas protestar porque o país não tem uma educação de primeiro mundo ou porque a saúde está cheia de problemas é de uma inocência colossal. Todos os países que sediaram o mundial tinham problemas semelhantes (ou piores que o do Brasil) e nem por isso deixaram de ter Copa. Aliás, se dependesse disso, jamais teríamos Copa alguma em país algum, porque não existe país perfeito. Se você não está contente com a situação do país, então porque raios vota sempre nos mesmos políticos? Protestos não vão mudar o país por mágica. Essa incoerência toda me leva a pensar seriamente se não há grupos de oposição que estão querendo se aproveitar do mundial para criar bagunça e tentar, dessa maneira, chegar ao poder. Se quer protestar, protesta direito e por razões que tenham como ser cumpridas em curto prazo. Do contrário, você vai ser só mais um bobo-alegre pagando de revolucionário amador no meio da multidão.


Não gostou? Pega eu!

sábado, 24 de maio de 2014

Beleza é fundamental, SIM!

Feia é a vovozinha!

Antes que alguém comece a me criticar pelo título do post, vou logo esclarecendo duas coisas:

1º-A beleza é igualmente fundamental para homens e para mulheres.
2º-Não há um único padrão de beleza e nem um único tipo de beleza.

Muita gente protesta por aí contra a "ditadura da beleza", e com certa razão, afinal, padrões de beleza costumam ser cruéis e inacessíveis para a maioria das pessoas. Acontece que quando eu uso a palavra 'beleza', não estou me referindo ao padrão de beleza europeu-gordofóbico da nossa cultura. A beleza possui muitas faces e muitos conceitos, porque ela depende do ponto de vista de quem olha. O que é belo para mim pode ser feio para outra pessoa e vice-versa. Afinal, cada pessoa tem a sua própria beleza, assim como estrela tem o seu próprio brilho.
Aaaaah!
O que estou tentando afirmar com o título do post é que é inconcebível amar uma pessoa totalmente repulsiva aos nossos olhos. É preciso ter alguma beleza física para que possamos sentir o mínimo de atração que seja pela pessoa que nos encanta. Fora que se cuidar e se preocupar com a própria aparência demonstra que a pessoa tem autoestima e não é desleixada consigo mesma. Obviamente que não estou dizendo com isso que é saudável ter uma preocupação excessiva com a própria aparência. Devemos apenas procurar nos manter saudáveis e nos cuidar sem paranoias, afinal, é cuidando dos nossos jardins que as borboletas vêm até eles.
Também não devemos nos esquecer que além da beleza física, existem outras belezas, como a beleza interior, que é a beleza de caráter, de espírito. Não adianta ser linda por fora se você por dentro está podre. O problema que eu noto na maioria das pessoas que lutam contra a ditadura da beleza é que elas frequentemente confundem amor com pena. Amor é recíproco e saudável, pena, não. Não se deve amar uma pessoa por ter pena dela ser 'feinha'. Se for amar uma pessoa, a ame por gostar dela, pelo que ela significa para você ou pelo que ela é. O ditado "quem ama o feio, bonito lhe parece" tem sido interpretado da maneira errada. O que eu entendo por esse ditado não é que devemos amar alguém para torná-la bela, mas sim que a amamos por ela ser bela aos nossos olhos.

Quem foi que disse que beleza não se põe na mesa?

Sobre a inteligência, ela é importante, mas não a acho fundamental para a escolha de parceiros sexuais. Se fôssemos todos bissexuais ou assexuais, aí sim a inteligência poderia ser o fator mais importante. Mas para pessoas heterossexuais ou homossexuais, não dá para colocar a inteligência em primeiro plano sem ao menos considerar o sexo do pretendente antes. Como eu já cansei de dizer neste blog: a beleza e a atração sexual foram (e são) fundamentais para a nossa sobrevivência e ajudaram a moldar a seleção natural. Fazemos isso instintivamente quando nos olhamos no espelho ou quando vamos ao cabeleireiro. A beleza, como estou cansado de dizer, é um anúncio: "Tenho excelentes genes para transmitir". Portanto, se for para me relacionar com alguém só por causa da sua inteligência, então eu (que sou homem hétero) dispensaria uma bela mulher para me casar com o Stephen Hawking. Faz sentido isso?

Stephen Hawking: "Meu QI é 160: quer casar comigo?"

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Objetificação: desenhando para quem não entendeu

Anúncio cristão contra a "degradação" sexual da mulher

Eu concordo com os moralistas que há uma exposição um pouco exagerada da sensualidade do corpo humano (especialmente do corpo feminino) nos meios de comunicação (tevê, publicidade, jornais, games, quadrinhos, etc.). Mas essa ideia de hipersexualização e objetificação sexual, estranhamente, só é combatida dentro da mídia – e nunca fora dela. Dentro da mídia é hipersexualização, mas fora dela é apenas uma liberdade individual. Entendeu? Eu também não.
Esse discurso sempre me pareceu totalmente contraditório, pois se por um lado defendem que uma mulher deve ter liberdade para agir e se vestir como quiser, praticam um slut-shaming disfarçado de objetificação quando uma mulher é exposta sensualmente. Qual é o problema de sensualizar e expor suas partes atraentes como arma de sedução? Enfim, para quem não entendeu ainda, vou desenhar o que cansei de repetir em outros posts sobre esse assunto através das personas das charges abaixo. Num quadro será mostrada a sensualidade feminina e, no outro, a masculina, com suas respectivas reações por grupo. Note a parcialidade da maioria das opiniões (clique para ampliá-las):











Desenhos realizados com a ajuda do aplicativo online do site Mangatar.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O futuro das impressoras 3D


Para quem acha que a revolução industrial chegou ao fim, um novo tipo de impressora, a impressora tridimensional, está causando uma verdadeira reviravolta tecnológica por mudar a maneira com a qual os artefatos são produzidos. Impressoras 3D, para os que não sabem, são periféricos de computadores capazes de imprimir objetos tridimensionais – ao invés de imprimirem apenas tinta num papel, como é o caso das impressoras 2D. Pela primeira vez, é possível criar artefatos inteiramente funcionais (antes fabricados exclusivamente na indústria) de dentro das nossas próprias casas. Se essa tecnologia crescer em grande escala, possivelmente, não teremos mais necessidade de sair do conforto do nosso lar nem mesmo para fazer compras. Além de imprimir brinquedos, alimentos, joias, guitarras, calçados, artigos de sex shop, peças para automóveis, próteses, pequenos veículos e até órgãos humanos, as impressoras 3D também podem criar cópias perfeitas de objetos tridimensionais usando um scanner 3D. Inclusive, uma impressora 3D pode ser autorreplicante, podendo ser capaz de imprimir uma cópia idêntica de si mesma.
Tudo isso pode parecer fantástico, mas nem tudo são flores...

Ideias perigosas
Liberator Gun
Pode parecer absurdo, mas uma impressora 3D pode imprimir gratuitamente uma arma perfeitamente funcional. A famosa pistola plástica, a Liberator Gun, é capaz de usar munição de verdade (calibre 380) e pode ser impressa de qualquer garagem. Claro que essa arma possui alguns problemas, porque o cano dela derrete após alguns disparos, mas isso pode levar, num futuro próximo, ao desenvolvimento de similares mais sofisticados.

Carro de 285 micrometros impresso com nanotecnologia

Da forma como progride a tecnologia, muito em breve seremos testemunhas da impressão molecular 3D. Uma impressora molecular é capaz de imprimir, em teoria, pequenas cadeias de moléculas. Isso representaria uma revolução gigantesca por permitir a criação de novos materiais e até mesmo de novos polímeros. Como resultado disso, em uma escala de tempo relativamente pequena, seria possível imprimir organelas celulares, células, vacinas e até mesmo tecidos vivos inteiros. Imprimir seres vivos, vegetais, animais, bebidas e drogas seria uma consequência direta desse avanço tecnológico. O próprio dinheiro teria que ser totalmente virtual para não ter suas cédulas impressas molecularmente por falsários. A engenharia genética certamente também seria influenciada e poderíamos ver o surgimento de super humanos com poderes semelhantes aos dos X-Men.
O que mais me preocuparia nesse cenário seria a possibilidade de imprimir materiais realmente perigosos, como o urânio enriquecido ou o césio 137, o que exigiria um controle muito rigoroso dos cartuchos de impressão ou das próprias impressoras. Mas tudo isso é apenas uma hipótese. Só o tempo trará as respostas. Quem viver, verá.

Para saber mais:
A revolução da simpressoras 3D - Superinteressante

terça-feira, 20 de maio de 2014

E o piru ficou de fora...

Snif, será que ninguém me ama?

Dizem que eu dou atenção demais para gente doida e que eu deveria parar de divulgar as doidices ditas por essa gente para que mais doidos não endoidem ainda mais por aí. Só que dessa vez, me desculpa, mas eu não pude resistir.

Apesar do título estapafúrdio deste post, ele fala sobre um assunto sério. Tem um grupinho de mulheres por aí que está fazendo militância para hostilizar uma das partes mais nobres do corpo masculino: ele mesmo, o pênis! Além de considerarem o pênis (vulgo piru) como um símbolo de violência e opressão contra as mulheres, essas mulheres mal amadas também consideram a penetração como sendo uma forma de estupro incondicional, ou seja: que toda penetração é estupro. Eu sei que isso pode parecer inacreditável, mas essa turminha do barulho está aprontando altas confusões e sendo levada a sério por algumas radicais que simpatizam com a ideia de que piru bom é piru cortado.

Socorro!

Eu não preciso nem dizer que há muito cissexismo e ignorância nessa militância falofóbica. Mas o ponto principal é que o piru não tem culpa alguma de estarem o usando de forma desastrada. A culpa de tanta insatisfação com o pênis e com a penetração ocorre, no caso das mulheres heterossexuais, porque o dono do piru ainda não aprendeu como se usa ele da maneira certa e nem na hora certa. Eu sou daqueles que leva ao pé da letra aquele ditado que diz que "enquanto existir língua e dedo, nenhuma mulher me mete medo", mas, puxa vida, não precisa chutar o piru para escanteio por causa disso. Claro que o contexto, o jogo da sedução, as preliminares e aquela safadeza toda que deixa perereca encharcada é imprescindível para uma boa transa; mas militar contra a penetração como se ela fosse totalmente desnecessária ou então uma violência contra a mulher... Aí o piru fica tristinho, coitado. Ele sente saudades da perereca, sabia?

Chora não, amiguinho! Uma hora te dão colinho.

O que eu vou dizer pode parecer uma coisa meio besta, mas a penetração não é para ser um bate-estaca monótono, repetitivo e desapaixonado, porque pode-se incluir aí uma série de coisas enquanto ela ocorre: beijos, toques, maior contato entre os corpos, estímulos na pérola e alternância nos movimentos de vai-e-vem (o quadril humano não se move apenas para frente e para trás, Elvis Presley que o diga). Tudo bem que mais de 70% das mulheres não sente orgasmo só com a penetração, mas há 1001 maneiras de se dar prazer com o bilau, afinal, pinto é que nem Bombril, tem mil e uma utilidades (ou sim). Não sou mulher, mas as mulheres que conheci na intimidade nunca dispensaram o encontro direto do piru com a perereca. Portanto, não sintam raiva do piru: ele existe para ser um instrumento maravilhoso de prazer mútuo – sintam raiva do vapt-vupt, do serviço mal feito, das preliminares esquecidas, do egoísmo dos parceiros, da mesmice – mas nunca do pobre piru. Combinado?

O que o piru precisa é de muito carinho para crescer saudável

Agora deixa de besteira e vai botar o seu piru pra cantar!  
Gluglugluglu!

domingo, 18 de maio de 2014

Objetificação versus Idealização

Objetificação? Não. Isso agora tem outro nome

Se no post passado eu fiquei estupefato diante da ideia babélica da tal "objetificação masculina", neste post então... eu vou me descabelar diante da mais nova tendência: a idealização.
A idealização, no dicionário neofeminista, significa alguém usar um determinado modelo de aparência ou de comportamento como sendo um ideal a ser alcançado. Essa definição pode parecer trivial, mas para entendermos melhor do que se trata, dê uma olhada na ilustração abaixo:


A ilustração acima, tirada deste tumblr, foi criada pelo artista Kevin Bolk com a intenção de criticar uma suposta "objetificação masculina" nos quadrinhos devido ao uso frequente da imagem dos homens exibindo seus corpos bem definidos e com poses de "machões". Eu concordo que a ideia da objetificação dos homens é bem ridícula, mas o que o artista quis dizer foi que: "Idealização não é a mesma coisa que objetificação sexual, além de ser significativamente menos prejudicial". Ou seja: ele disse que o que ocorre com os homens não é objetificação, mas sim uma idealização. E daí surgiu mais um neologismo nessas discussões de papéis de gênero que está começando a cair no gosto popular: a tal da idealização masculina. Essa idealização, como citei lá no início, refere-se ao modelo ideal que um homem deve atingir para ser bem-sucedido. Modelo este baseado em um corpo bem definido e na atitude dominadora.

De frente é idealização...

De costas é objetificação?

Dois pesos, duas medidas
Isso é idealização?
Quando as personagens femininas expõem seus dotes físicos nos quadrinhos (cintura fina, quadris largos, seios fartos), o que vemos é um monte de gente dizendo que isso não passa de uma objetificação sexual da mulher. Mas quando um personagem homem aparece sem camisa, com seus ombros largos, bíceps bem definidos, peito dividido e cintura fina, tudo à mostra, aí o discurso muda e passa a ser uma mera idealização. Honestamente, além disso parecer totalmente parcial, me parece também hipócrita. Se é objetificação para um, tem que ser para o outro também. E vir dizer que isso é "menos" prejudicial? Ora, o que mais vende clandestinamente em academias de musculação são anabolizantes para 'bombar' o corpo dos homens. E esses anabolizantes costumam causar efeitos colaterais graves. A busca pelo corpo perfeito por parte dos homens (implantes capilares, bombas de aumento peniano e esteroides) é tão prejudicial quanto para as mulheres (dietas, alisamento capilar, silicones, etc.). Ninguém sai ileso desses padrões de perfeição do corpo. Se é para considerar os padrões como nocivos, sejamos justos ao condená-los para os dois lados, tanto para homens quanto para mulheres – ao invés de deixar nas entrelinhas que para os homens é um modelo e para as mulheres é exploração, abuso ou hipersexualização.
Sensualidade masculina
Outra coisa é que a imagem sensual do homem é exposta descaradamente em diversos filmes e quadrinhos sem que quase ninguém reclame. Ou você acha que homens em pose de ação não contém uma boa dose de sensualidade? Uma vez eu li um depoimento de uma mulher que disse que só assistia os filmes do Van Damme e do Sylvester Stallone (juntamente com as amigas) para "suspirar" vendo o físico deles. Fora aquelas mulheres que não entendem nada de futebol, mas que adoram ver aquele festival de coxas saradas desfilando pra lá e para cá numa partida (em alguns países muçulmanos, para se ter uma ideia, mulheres não podem assistir jogos de futebol justamente por isso). O que eu quero dizer é que a sensualidade é natural e explorá-la não é crime e nem objetificação – exceto, claro, para os bitolados religiosos e moralistas. Então, por favor: vamos parar de parcialidade e de achar que só as mulheres são objetificadas sexualmente. Se há objetificação, ela ocorre dos dois lados.

Stallone: sex symbol é objetificação ou idealização?

Mulher não é só peito e bunda
Nádegas a declarar
Eu concordo com as feministas que dizem que uma mulher não deve se limitar apenas a sua beleza física e nem a partes "sensuais" dos seus corpos. Mas ficar de mimimi toda vez que aparece um peito e uma bunda feminina em qualquer que seja o lugar, aí já é paranoia. Infelizmente, as campanhas antiobjetificação se focam apenas em querer banir as imagens sensuais de mulheres na publicidade ou na arte. Mas a imagem dos homens sem camisa ou sensuais geralmente não são associados à objetificação justamente porque não incomodam tanto assim as neofeministas: só os religiosos bitolados é que costumam implicar com a nudez e sensualidade masculina. Como eu digo: barriga tanquinho e tórax definido quase ninguém quer banir, mas peito e bunda de mulher... Não sei se é impressão minha, mas isso me parece muito com o velho slut-shaming, que é aquela mania de regular como as mulheres devem se vestir ou se comportar.
Guerra dos sexos
Sem querer me estender, mas você sabe por que há tanta implicância moralista com peito, coxa e bunda de mulher? Porque, biologicamente falando, esses atributos do corpo feminino são parte do dimorfismo sexual humano. Seios grandes transmitem a ideia de fertilidade e bumbum arrebitado transmite a ideia de saúde e resistência. Nada mais cristão que implicar com essas coisas (afinal, a luxúria ainda é pecado). É claro que a exibição desses atributos femininos é um pouco exagerada para poder vender mais, mas e os atributos masculinos? Alguém já reparou que eles também são uma arma de atração e sedução?
Poison: bumbum trans masculino
Talvez você se pergunte por que a publicidade e os quadrinhos não exploram tanto o bumbum masculino, já que teoricamente ele também é atraente. Isso ocorre por três razões. Primeiro porque não vende tanto, já que a maioria do público-alvo é de homens heterossexuais que não sentem o menor tesão em ver bunda de homem. Segundo porque a maioria dos publicitários e cartunistas são homens heterossexuais e também não curtem ficar desenhando bundas masculinas. E a terceira razão é porque homem que mostra a bunda de forma sensual geralmente é associado à homossexualidade, e a nossa sociedade é muito homofóbica. Claro que há exceções, como na série Metal Gear Solid, que mostra muitos traseiros em close, tanto masculinos quanto femininos; e, claro, Street Fighter, onde o personagem Poison abusa de seus dotes. Se bem que Poison não é exatamente um homem, mas sim um personagem transexual, mas enfim, se você não dormiu nas aulas de biologia, sabe que ele/ela tem o cromossomo sexual Y.

Bundas: o critério que separa a idelização da objetificação

Uma questão de semântica
Poder ou sensualidade?
Outra queixa muito comum é que as mulheres não são objetificadas apenas pela sensualidade, mas também pela postura de objeto e de submissão ao homem. Com relação à postura de submissão ao homem, eu concordo que isso é ruim, mas eu não chamaria isso de objetificação, mas sim de machismo ou de inferiorização. Acho o termo 'objetificação' muito inadequado para designar isso. Já a postura de 'objeto de posse' – ou seja: de algo sem vontade própria limitado a ser uma espécie de 'troféu humano' para servir ao herói masculino – isso também não deveria ser qualificado como objetificação, mas sim como sexismo. Eu acredito que a crítica do quadrinho lá do início é justamente essa: de não limitar a mulher a algo que só serve para ser "dominado". A divergência principal aí talvez seja a de semântica. Enquanto para uns objetificação é hipersexualização, para outros é dominação.
O grande x da questão é que vivemos numa sociedade onde o valor de um homem é medido por suas conquistas: sejam elas financeiras ou sexuais. Isso tanto é verdade que alguns insultos, como pé-rapado e broxa, mostram descaradamente que um homem que não atinge esses padrões não é suficientemente homem. Daí que aqueles que não atingem esse padrão acabam sofrendo e, ao invés de se revoltarem contra esse sistema, se voltam contra as mulheres, nascendo aí os masculinistas e os misóginos. Já o valor das mulheres está muito ligado a sua beleza e ao seu poder de sedução. Mas não se esqueçam que não foram os quadrinhos que inventaram esses padrões de sucesso: foi a nossa cultura que estabeleceu, de forma mais ou menos natural, esses critérios.

Músculos sempre transmitem poder: sejam bíceps ou glúteos

Na minha opinião, tanto a objetificação quanto a idealização referem-se a mesma ideia: sexismo enrustido. Acontece que enquanto para mulheres o termo é objetificação, para os homens o termo é idealização, mas é tudo farinha do mesmo saco. Apesar disso ser uma questão de ponto de vista, eu, francamente, acho que tudo não passa de uma histeria astuciosa de quem se fanatizou na luta contra o machismo.

Não gostou?
Então toma:


aushaushaushaush!