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sábado, 10 de fevereiro de 2024

Ser Criança em 1994 (repost)


Como um genuíno integrante da geração millenials (a tal Geração Y), posso afirmar sem medo de errar que a década favorita da minha geração foram os anos 1990. E de cada um dos anos daquela saudosa década, o mais marcante, representativo e emblemático de todos foi o inesquecível ano de 1994. Aquele longínquo ano de 1994 (30 anos atrás!) trouxe elementos históricos para nossa geração que ficaram guardados para sempre nas nossas vidas. Foram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que a sensação que deu foi que 1994 foi, na verdade, vários anos em um só. Foi o ano de 1994 que deu a tônica dos anos 90, porque os anos anteriores pareciam meio que um "puxadinho" dos anos 80. Foi por isso que eu senti a necessidade de reescrever sobre aquele ano inesquecível nesta série "ser criança/adolescente em", já que quando escrevi sobre 1994 pela primeira vez, há dez anos atrás, fiz de maneira muito apressada e rasa. Nesta postagem, eu pretendo dar ao ano de 1994 toda a atenção que ele realmente merece.

Nada mais 1994 que Barrados no Baile.
  

Quem tem menos de 30 anos não teve o privilégio de ver em tempo real a seleção brasileira homenagear de forma emocionante o ex-piloto Ayton Senna na conquista do tetracampeonato, não viu a estreia do Rei Leão nos cinemas, não viu o início do fenômeno dos Cavaleiros do Zodíaco na Rede Manchete, não economizou o dinheiro do lanche na escola para comprar a revista Herói, não chegou a comprar aquele sacão com um quilo de doces com uma única cédula de um real (aquela verdinha do beija-flor), não teve a oportunidade de jogar na locadora Sonic 3 ou Donkey Kong Coutry logo que eles chegaram, não encheu o saco dos pais para ganhar um brinquedo da Estrela de presente, não viu Enéas esbravejar o próprio nome na hora do horário eleitoral, não cantou a música do Ratinho do Castelo Rá-Tim-Bum e muito menos ficou horas ensaiando as coreografias do GeraSamba. Isso tudo numa época em que ainda não existia a internet. Até existiam computadores, mas só pessoas muito privilegiadas é que tinham condições financeiras de ter um PC em casa. Enfim, vamos abordar 1994 por partes para mostrar quanto aquele ano foi importante para os anos noventa e para a nossa história.

FHC: o "pai" do Real.


Política
O fato político brasileiro mais importante da década de 90 ocorreu justamente em 1994, que foi a criação do Plano Real. Antes do Real, foram vários planos econômicos fracassados na tentativa de controlar a inflação. Mas foi só naquele ano, durante o governo Itamar Franco, que o Real veio para ficar. E o mais doido é que conseguiram equiparar 1 dólar a 1 real no início, o que deu ainda mais relevância à nova moeda. Apesar dos altos e baixos, o Real sobrevive até hoje e as novas gerações nem sonham a desgraceira que era a inflação galopante. Parecia um sonho, na época, ver a inflação controlada e não precisar levar um sacolão cheio de moedas toda vez que a gente ia comprar pão. 

Outro fato emblemático daquele ano foram as eleições para presidente da república que contaram com nomes como FHC, Lula, Brizola, Enéas e Espiridião Amim. A eleição foi vencida no primeiro turno por FHC graças ao seu trabalho na criação do Plano Real, mas quem realmente tornou-se icônico foi o Dr. Enéas que ganhou mais de 4 milhões de votos só vociferando o lendário "Meu nome é Enéas!".

Fora do Brasil, o fato mais marcante foi a eleição de Nelson Mandela como o primeiro presidente negro de um país onde o apartheid durou décadas.

Cavaleiros tornou-se o maior sucesso da história da TV Manchete.


Televisão
Entre as grandes emissoras, o grande destaque em 1994 foi, possivelmente, a TV Cultura. A programação para o público infanto-juvenil era simplesmente maravilhosa, talvez a melhor da história da nossa tevê. A TV Cultura nos presenteou naquele ano com programas como: Glub-Glub, os Bichos, O Professor, X-Tudo e foi o ano de estreia do Mundo de Beakman, das Aventuras de Tintin, do Castelo Rá-Tim-Bum, dos Anos Incríveis e do Confissões de Adolescente. 

No SBT, o destaque foi a novela Éramos Seis que foi até hoje uma das minhas favoritas de todos os tempos. As apresentadoras Eliana e Angélica faziam programas (no bom sentido) para as crianças no Bom Dia & Cia e Casa da Angélica, respectivamente. Ainda no SBT, tínhamos também Sérgio Mallandro, Chaves, Chapolim e o lendário Programa Livre com Serginho Groisman. Além, claro, do jornalistico Aqui Agora. Falando do Aqui Agora, muita gente na época, inclusive eu, imitava o repórter policial Gil Gomes, porque a maneira com que ele narrava os fatos era simplesmente instigante e original. 

Tintim foi meu herói de infância na época.


A Rede Manchete, em 94, se eternizou por ter nos apresentado o desenho de maior sucesso da história da TV aberta que foram os Cavaleiros do Zodíaco. A paixão trazida por este anime deu tão certo que vendeu uma onda de produtos dos Cavaleiros, trouxe filmes que lotaram os cinemas e fez a criançada cantar "Os guardiões do universo" em todas as escolas do país. Mas nem só de "Seiya e os outros" a emissora do Sr. Adolpho Bloch vivia, porque os tokusatsus e os desenhos do Clube da Criança com Mylla Chrsitie e Pat Beijo não deixavam as crianças saírem da frente da TV. É claro que tínhamos as tosquices maçantes dos comerciais do Teleshop (011)1406 e do título de capitalização do Papa-Tudo, mas até essas coisas viraram nostalgia para quem foi criança na época.

Já a Rede Globo atacava com os Trapalhões, Escolinha do Professor Raimundo e saudosa TV Colosso. As novelas de sucesso da época foram Sonho Meu e Tropicaliente na faixa das 18h; Olho no Olho, A Viagem e Quatro Por Quatro no horário das 19h e Fera Ferida e Pátria Minha nas 20h.  

Foi bom demais cantar Hakuna Matata em 1994.


Cinema
Para quem foi criança ou pré-adolescente na época, o ano de 1994 foi recheado com bons filmes para essa faixa etária. Alguns não eram exatamente "bons", mas marcaram época mesmo assim. Vou citar alguns deles:

O Rei Leão
O Máskara
Debi & Loide
Ace Ventura
Ninguém Segura Esse Bebê
Um Sonho de Liberdade
Forrest Gump
Pulp Fiction
True Lies
Street Fighter: O Filme
Pricila a Rainha do Deserto

Acústico MTV: despedida do Nirvana.


Música
Acho que o único ponto fraco de 94 foi a música. Isso porque os sucessos que tocavam nas rádios ou eram aquelas músicas gringas chatas que tocavam nas novelas da Globo, ou eram músicas repetidas dos anos anteriores. Mesmo a nível nacional, só fizeram sucesso mesmo artistas como Negritude Jr, Raça Negra, Cidade Negra e duplas sertanejas. Os destaques naquele ano foram para o Skank que começou a ganhar espaço nas rádios e na tevê e o lançamento do disco Da Lama ao Caos de Chico Science & Nação Zumbi. Mas, no geral, foi um ano fraco musicalmente. Parece que o suicídio do Kurt Cobain acabou não só com a era de ouro do rock como também com a era de artistas geniais. De memorável mesmo, só o show lendário de dois dias da Legião Urbana no Metropolitan, no Rio de Janeiro, que acabou virando, posteriormente, um disco duplo. 

A título de curiosidade, em maio daquele ano ocorreu o casamento entre o Rei do Pop Michael Jackson com a filha do Rei do Rock Lisa Marie Presley. O casamento não chegou a durar nem dois anos.

Sonic 3 teve participação musical do rei do pop Michael Jackson.


Games
1994 foi um ano de ouro para a era 16 bits, porque Super Nintendo e Mega Drive eram os dois principais consoles daquela geração. Apesar de ter sido também o ano de lançamento do Playstation 1 e do Sega Saturn, a grande relevância da época era para o duelo Sega versus Nintendo. Eu era do time Sega por ter um Mega Drive que havia ganhado dois anos antes. Lembro que ganhei no fim daquele ano o inesquecível Street Fighter Champion Edition e de ter o estreado no dia que estava passando o filme dos Kremilins na Globo. Acho que esse Street Fighter foi o game de luta que mais joguei na vida, apesar de, anos depois, ter o vendido e comprado o Super Street Fighter 2. Também ganhei no meio do ano o Sonic 3, numa tarde chuvosa de sábado, mas emperrei num barril maldito da Carnival Night Zone e, para piorar, o cartucho quebrou pouco tempo depois. E falando de Sonic, no fim do ano foi lançado o cartucho Sonic & Knuckles que vinha com um conector em cima (tecnologia Lock-on) para se acoplar aos Sonic 2 e 3. Quando uníamos o Sonic 3 ao Sonic & Knuckles, tínhamos o melhor jogo de aventura da era 16 bits com a inclusão do Hyper Sonic e do roubadíssimo Super Tails com bateria para salvar as aventuras.


Os títulos mais importantes daquele ano no mundo dos games foram os inesquecíveis:

Sonic The Hedgehog 3
Sonic & Knuckles
Donkey Kong Country
Mega Man X
Super Street Fighter 2
Streets of Rage 3
Mortal Kombat 2
DarkStalkers
Road Rash 3
O Rei Leão
The King of Fighters 94
Samurai Shodown 2
Super Metroid
Super Punch-Out
Wild Guns
Fifa Soccer

O tetra foi inesquecível.

Esportes
No dia primeiro de maio de 1994 ocorreu a trágica morte do do ex-piloto de fórmula 1 Ayton Senna no Grande Prêmio de San Marino. O Brasil inteiro acompanhava ao vivo a corrida quando ocorreu o acidente fatal. Foi um choque. A comoção foi total no país, com milhões de brasileiros de luto. Foi o fim do sonho do tetra com a perda de um dos maiores ídolos que já tivemos no esporte. Mas 1994 ainda nos traria alegrias para compensar.

Em 12 de junho, a Seleção Brasileira feminina de basquete conquistou seu primeiro e único título mundial na Austrália com um timaço que trazia nomes lendários como Hortência, Magic Paula e Janeth. A final foi contra a China e a nossa seleção venceu pelo placar de 96 a 87.

Em julho, o Brasil foi tetracampeão mundial de futebol ao conquistar a Copa dos Estados Unidos ao bater a Itália nos pênaltis. Foram 24 anos de jejum e o grito de tatracampeão veio junto com uma homenagem belíssima ao Ayrton Senna. Na volta para o Brasil, tivemos uma das maiores festas que já vi com os jogadores trazendo o troféu num desfile no carro do corpo de bombeiros.

1994 não foi inesquecível à toa.


Enfim, esta postagem encerra definitivamente a série "Ser criança" na década de 90. Escrevi sobre todos os anos, um por um, da última década do século XX. Também escrevi sobre alguns anos da década de 1980 e de 2000, mas nessa última já sob a perspectiva de um adolescente. Quem quiser ver as retrospectivas sobre os outros anos, os links das demais postagens seguem abaixo. Só é clicar e fazer uma viagem no tempo para a época desejada:

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1991
Ser criança em 1992
Ser criança em 1993
Ser criança em 1994
Ser criança em 1995
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998
Ser adolescente em 1999
Ser adolescente em 2000
Ser adolescente em 2001
Ser adolescente em 2002
Ser adolescente em 2003

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Ser adolescente em 2003



Estive aqui a pensar com meus botões e acho que 2003 foi o último grande ano da minha vida. Foi naquele ano que ganhei meu primeiro PC, que consertei (eu mesmo) meus videogames (Mega Drive e Super Nintendo), que passei no vestibular, que consegui descolar meus primeiros trocados, que fiz meu primeiro curso de informática, que tive meu primeiro celular e que realmente comecei a me sentir adulto ao completar meus 20 aninhos de idade, marcando o fim da minha entediante adolescência. Este, portanto, será o último ano, cronologicamente falando, desta série de retrospectivas de cada ano que vivi desde 1986. Acho que não faria sentido escrever "Ser Adulto em 2004", até porque dali em diante, foi um ano pior que o outro e o sentimento de nostalgia simplesmente deixou de existir. Então vamos pegar carona na máquina do tempo deste bloguinho e relembrar como foi (o agora longínquo) ano de 2003 sob a minha perspectiva de adolescente.

Néstor Kirchner e Lula em encontro histórico.


Política
Desde 1999, com a eleição de Hugo Chávez na Venezuela, que a América do Sul passou por uma transformação à esquerda em resposta às políticas neoliberais fracassadas. Em 2003, nessa mesma onda, foi a vez de Luiz Inácio Lula da Silva assumir a presidência no Brasil e Néstor Kirchner assumir a presidência na Argentina. Posteriormente, tivemos também Evo Morales na Bolívia, José Mujica no Uruguai e mais outros que mostraram uma mudança na geopolítica da região. Enquanto isso, no Oriente Médio, os EUA iniciaram a Guerra do Iraque atrás de fantasiosas armas de destruição em massa do ex-ditador Saddam Hussein. Aquela guerra, no fim das contas, só serviu para bagunçar a região e aumentar inutilmente os gastos bélicos do Tio Sam. Mas tirando alguns conflitos mais isolados, como o Fevereiro Negro em La Paz, o conflito do Delta do Níger e a guerra civil no Nepal, 2003 foi um ano relativamente tranquilo.

Os ancestrais dos smartphones estavam chegando.


Tecnologia
Quem tinha um PC com gravador de CDs em 2003 fazia a festa, porque podia piratear à vontade qualquer coisa digital, já que as leis da época não penalizavam ninguém por isso. Daí que uma das coisas que mais vendiam nos camelódromos da vida eram justamente os CD-ROM com softwares e jogos pirateados, além dos CDs de áudio. Foi naquele ano que comecei a colecionar discos de vinil e a comprar revistas e livros nos sebos do centro da cidade. Também eram comuns aquelas revistas que vinham com CDs cheios de aplicativos freeware, emuladores e provedores inúteis de internet. Acho que só da AOL, eu devia ter uns dez ou mais. Foi a partir daquele ano que comecei a jogar pra valer emuladores de videogame, chegando a passar noites em claro com meus games favoritos. Os smartphones ainda não existiam, mas os tijolões da época já tinham tela colorida, acessavam a internet e alguns até tinham câmeras bastante toscas. Com relação aos PCs, estávamos na era dos AMD Athlon e dos Pentium 4, com a introdução dos Pentium M para os Notebooks. O sistema operacional que estava no auge foi o nostálgico Windows XP. Já a Apple lançava seus Powerbooks que se gabavam de serem "imunes a vírus".

Seu Creysson era muito punk aahahah!

Televisão
Se você viveu em 2003 e não ouviu falar do Seu Creysson do Casseta e Planeta, você certamente estava fora da Via Láctea. Seu Creysson foi um dos personagens mais icônicos do humorista Cláudio Manoel que fez tanto sucesso que chegou a lançar uma candidatura fake para presidência da república e um livro intitulado Vidia i Óbria. Mas nem só de Seu Creysson viveu a Rede Globo naquele ano. O Big Brother Brasil 3 foi um dos mais icônicos da história com participantes lendários como Dhomini, Harry Grossman, Sabrina Sato, Juliana Alves, Joseane, Alan e Jean Massumi. Falando de telenovelas, foi o ano de Kubanacan, Chocolate com Pimenta e Mulheres Apaixonadas que teve recordes de audiência. Teve também a estreia do Linha Direta Justiça e da 1ª temporada de Carga Pesada. Pela manhã, ainda passava a TV Globinho e eu não perdia um episódio da saga de Majin Boo em Dragon Ball Z.

Na Rede TV, eu me lembro das pegadinhas do João Kléber no Eu Vi na TV que apesar de serem forçadas e apelativas, me faziam dar boas risadas. Aquele foi também foi o ano de Estreia do Pânico na TV e eu confesso que nunca consegui gostar daquele programa. Já as demais emissoras da TV aberta tinham uma programação bem medíocre e repetitiva. Para mim, só se salvava o Show do Milhão do SBT.

Dois Matrix no mesmo ano para fechar a trilogia.


Cinema
Se tem uma coisa que foi fantástica em 2003 foram os filmes. Foi um ano com filmes muito bons. Lembro que eu tinha uma lista enorme com todos os filmes que queria assistir, mas como não tinha Netflix na época e eu também não tinha grana para alugar filmes em locadoras, a maioria dos grandes filmes daquele ano eu nem cheguei a assistir. Para ter uma ideia de como a coisa foi farta, vou deixar a seguir uma lista de alguns dos melhores filmes lançados naquele ano. A maioria deles envelheceu muito bem, diga-se de passagem:

O Exterminador do Futuro 3 - A Rebelião das Máquinas
Piratas do Caribe - A Maldição do Pérola Negra
Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei
Matrix Reloaded
Matrix Revolutions
Animatrix
Mestre dos Mares
O Último Samurai
Kill Bill - Volume 1
O Massacre da Serra Elétrica
O Núcleo - Missão ao Centro da Terra
X-Men 2
Sobre Meninos e Lobos
Alguém tem que Ceder
Lágrimas do Sol
Diários de Motocicleta
Tomb Raider - A Origem da Vida
Todo Poderoso
Escola de Rock
21 Gramas
Violação de Conduta
Todo Mundo em Pânico 3
Peter Pan
Procurando Nemo
Lisbela e o Prisioneiro
O Homem que Copiava
Carandiru
Os Normais - O Filme

O meu Need For Speed favorito.


Games
2003 foi um dos anos que mais joguei videogame na vida. Quando não estava em casa jogando Mega Drive e Super Nintendo, estava na locadora perto da minha casa jogando Xbox e PlayStation 2. Fora os emuladores que eu jogava no PC. Naquele ano, tivemos o lançamento do Game Boy Advance SP que foi meu sonho de consumo durante anos. Pena que nunca tive nenhum videogame portátil. Com relação a títulos, 2003 nos trouxe alguns clássicos como:

Need For Speed Underground
Sonic Heroes
Devil May Cry 2
Silent Hill 3
Mario Kart Double Slash
Call of Duty
Max Payne 2
Postal 2
Tomb Raider Angel of Darkness

Tô nem aí pra quem curtia isso.


Música
Se tem uma coisa que não me agradou naquele ano foram as músicas. Foi muito lixo tocando nas rádios. Os destaques da época eram KLB, Kelly Key, Wanessa Camargo, Felipe Dylon, LS Jack e o sofrível Bonde do Tigrão. O destaque maior na mídia foi para o MC Serginho que estourou com Eguinha Pocotó e o Vai Lacraia. De destaque positivo mesmo, só o Acústico MTV do Charlie Brown Jr. que foi considerado um dos melhores acústicos até hoje. O que salvou o ano foi a canção póstuma do Renato Russo "Mais uma Vez" que, diga-se passagem, é uma bela canção motivacional. Já na gringa estouravam sucessos de Linkin Park, Avril Lavigne, Christina Aguilera, Evanescence e Jennifer Lopez. Eu detestava tudo isso e só escutava músicas lançadas dos anos 90 para trás. Canções essas que eram baixadas por aplicativos como o Kazaa e o eMule, já que não existiam nem YouTube e nem serviços de streaming de música.

O ano foi da Raposa.


Esportes
2003 foi o primeiro ano da Série A do Brasileirão por pontos corridos, onde o Cruzeiro, sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, venceu absoluto com 100 pontos, conquistando a lendária tríplice coroa daquele ano. Também foi o ano do Pan-Americano realizado na República Dominicana, onde o Brasil terminou em quarto lugar com 29 medalhas de ouro. Naquele ano teve a Copa das Confederações da França em que a própria França venceu. O Brasil até participou do torneio, mas foi eliminado na fase de grupos após perder para Camarões e empatar com a Turquia.

Enfim, termina aqui a retrospectiva do último ano desta série. Se eu voltar a escrever algum post da série "Ser Criança/Adolescente em", será sobre algum ano da década de 1980 que eu não tenha escrito ainda ou sobre o ano de 1994 que escrevi de forma muito corrida e resumida. Como citei na introdução do post, não faz sentido escrever sobre os anos posteriores a 2003, porque eles não me trazem nenhuma nostalgia, além de serem muito parecidos entre si. Fora que eu já era adulto e o intuito desta série é relatar como era a minha visão de criança e adolescente de cada período.

Para quem quiser saber como foram os outros anos, vou deixar a lista completa abaixo. Só é clicar e ser levado diretamente no tempo para o ano escolhido.

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1991
Ser criança em 1992
Ser criança em 1993
Ser criança em 1994
Ser criança em 1995
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998
Ser adolescente em 1999
Ser adolescente em 2000
Ser adolescente em 2001
Ser adolescente em 2002

sexta-feira, 28 de julho de 2023

É melhor ser careca ou cabeludo?


Quando passei no vestibular, há 20 anos atrás, fiz aquilo que todo jovem fazia ao ingressar na faculdade pela primeira vez: raspei a cabeça inteira com a máquina zero. Foi a primeira vez que fiquei completamente careca. Apesar de ter achado até bacana por reduzir bastante o calor e me livrar de xampus e do barbeiro por uns três meses, teve uma coisa que me incomodou: duas entradas discretas bem na frente do couro cabeludo, indicando que cedo ou tarde, eu seria (ou não) um homem calvo. Ok, apenas levei a vida adiante. Para minha sorte, as entradas praticamente pararam de crescer por ali. Até hoje, elas não passaram de entradas discretas e acho que dificilmente vou ficar careca. Enfim, continuei cortando o cabelo mensalmente como sempre fiz durante os anos seguintes até que veio a pandemia do coronavírus em 2020. Todas as barbearias foram fechadas e fiquei preso em casa sem saber cortar o próprio cabelo e sem nenhuma maquininha para aparar. Então, eu fiz o que muitos homens fizeram durante a pandemia: tomei a decisão inédita na minha vida de deixar o cabelo crescer. Na verdade, eu já tive o cabelo grande quando era muito criança, mas isso era quando eu tinha uns 2 ou 3 anos de idade e, honestamente, eu nem me lembro. Mas hoje, já aos 40 anos de idade e há pouco mais de 3 anos deixando o cabelo crescer, posso dizer como foi o processo até me tornar um cabeludo e qual é a experiência de ter cabelos longos.

Primeiros meses do "projeto cabeludo"...

Meus cabelos hoje passam dos ombros e já estão quase na altura do peito quando secos. São cabelos negros cuja tipagem não sou capaz de identificar com exatidão por seu alto grau de metamorfose e maleabilidade. A raiz é lisa, o comprimento é ondulado e termina fazendo cachos. Lembra bastante o cabelo do cantor Silvério Pessoa, sendo que escuro. Mas para ter um consenso, vou tratá-lo como cacheado do tipo 3A, que é o que mais se encaixa segundo as definições 'cabeleireirísticas' que andei lendo por aí. Atualmente, meu cabelo está bem irado porque aprendi na base da tentativa e erro a cuidar melhor dele, mas o processo até ele ficar longo foi bem complicado. Isso porque o primeiro ano é o pior. Eu tentava esconder o cabelo com bonés e bandanas, porque o bicho estava muito feio, desengonçado e desgrenhado. Estava pior que o Mister Satan. Não dava para amarrar ainda e ele só ficava no lugar quando passava um quilo de gel. Foi nessa fase que vieram as piores críticas e os apelidos. Disseram que eu parecia um mendigo, um gay, um drogado, um marginal e até um personagem cômico de um canal do YouTube. Para ter ideia da barra que foi o negócio, teve gente na rua rindo na cara de pau do meu visual e cheguei até a tomar um chute por ser confundido com um maloqueiro. Foi punk o negócio. Por isso que durante o processo de virar um cabeludo, a resiliência é a melhor das virtudes, porque senão você vai querer cortar o cabelo logo que ele começar a ganhar vida própria e as reações negativas das pessoas ao redor vier. Tive que usar produtos diversos para fazer nutrição, hidratação e finalização e mesmo assim, o meu cabelo até hoje ama a rebeldia e se bagunça sozinho com o menor descuido. Falando do tempo de crescimento, o cabelo só começa a ficar bacana quando completa por volta de um ano e meio sem ver a tesoura, porque aí já é possível fazer um coque de cabelo inteiro e usar uns penteados diferentes. Mas até lá é um teste de paciência.

Cabelos longos dão outra personalidade.

Ter cabelos compridos é, obviamente, mais trabalhoso que ter cabelos curtos. Apesar de ser muito estiloso e permitir vários tipos de penteados e amarrações, cabelo grande exige mais dedicação e carinho. Além disso, pode se preparar para encarar embaraçamentos constantes, nós nas pontas, ressecamento, frizz, ralo entupido, visão periférica obstruída, franja caindo no olho, cabelo caindo na comida, cabelo tentando te sufocar nas ventanias, cabelo prendendo em galhos de árvores e até mais calor no verão. Porém, metade desses problemas citados desaparecem quando a gente o deixa preso. Só que ficar com o cabelo preso o dia inteiro é muito chato. Eu gosto de usar os fios soltos, mas isso exige mais cuidados e paciência. 

Vai me dizer que não é estiloso ter cabelão...

No ano passado, deixei a barba crescer também, mas fiquei parecendo um lobisomem quando fiz uns 5 meses de barba crescendo. A barba grande dá a aparência de desleixo, daí que tirei a barba de vez e só a deixo crescer por alguns dias e depois raspo para variar o visual. E com a barba feita, já fui confundido com mulher algumas vezes, até porque fico parecendo um clone mal-acabado das minhas irmãs. Em todo caso, acho que ter cabelão é muito mais bacana que ter cabelo curto ou ser careca. Como homem, você se destaca dos demais e ganha elogios que não ganharia se tivesse aquele cabelo padrão. Na verdade, o cabelo longo masculino mostra mais a sua personalidade do que um aspecto estético, porque mostra que o homem é alguém que sai do senso comum e que não está preso a padrões. Fora que precisa ser forte para aguentar as críticas, xingamentos e apelidos durante o processo de crescimento. Aliás, não é à toa que os super-heróis, roqueiros e artistas comumente usam cabelos compridos para se destacar dos demais.

Por isso os headbangers são mais felizes.

Enfim, se você quiser saber na pele a real diferença entre ser careca e cabeludo, só é experimentar os dois e tirar as próprias conclusões. Se não tiver mais cabelo, perucas podem simular um pouco dessa experiência. Mas nada é mais divertido que passar pelo longo e trabalhoso processo até virar um cabeludo de verdade.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

A década de 80 foi bacana, mas nem tanto


É engraçado como nesta década de 2020 o mundo está radicalmente diferente daqueles longínquos anos 1980. Olhando de perto, parece até que vivíamos em outro planeta. Hoje em dia não precisamos mais esperar aquelas filas enormes nos banco graças ao pix, podemos jogar o game retrô que quisermos de graça no celular, podemos assistir a série que quisermos na Netflix, podemos montar nosso próprio estúdio profissional no PC, temos filmadoras e câmeras 4K embutidas nos smartphones, não precisamos mais usar os horrorosos orelhões para fazer ligações, aqueles mapas grandes e mofados caíram em desuso graças ao GPS, usamos o ChatGPT para realizar tarefas escolares e profissionais, pedimos comida com um clique e vivemos no auge de diversas tecnologias. Fora que a expectativa média de vida aumentou, várias doenças já têm cura ou tratamento e até as bonecas sexuais atuais estão hiper-realistas. Daí que eu me lembro sem qualquer nostalgia da desgraceira que era ter que colocar lã de aço na antena da TV para conseguir assistir a novela, gastar um dinheirão com revelação de fotos, fazer curso de datilografia para usar a máquina de escrever, ter que rebobinar fita VHS da locadora para não levar multa, viver em super inflação e temer o fim do mundo com a ameaça nuclear da Guerra Fria. Apesar do saudosismo da minha geração (millennials) com relação aos anos 80, a gente precisa cair na real que foi uma época muito ruim comparada com as posteriores. As únicas coisas que salvaram a "década perdida" foram a música (especialmente o rock nacional), os primeiros videogames 8 bits, os primeiros tokusatsus da Rede Manchete e o revolucionário Walkman. Ah, e, claro, a Constituição de 1988, apesar de suas imperfeições, também foi uma conquista que marcou o fim do autoritarismo no Brasil.

quinta-feira, 30 de junho de 2022

Ser adolescente em 2000


Carros voadores? Teletransporte? Armas lasers? Naves espaciais percorrendo a galáxia? Imortalidade? Não, não. O ano 2000 foi muuuuito diferente do que imaginavam os nossos pais e avós décadas antes dele acontecer. O último ano do século XX foi muito mais chato, atrasado e monótono do que se podia imaginar – especialmente olhando sob a ótica atual, 22 anos depois. Engraçado que até os meus 17 anos – idade que eu completei no ano 2000 – eu não tinha noção do quão rápido 22 anos podem se passar. Hoje, 22 primaveras mais tarde, eu fico abismado em ver como esse tempo passou rápido. Parece que foi há poucos anos atrás quando comemoramos 500 anos do descobrimento do Brasil, quando lançaram a cédula de R$ 10 de plástico, quando houve o medo do "Bug do Milênio", quando chegou o Playstation 2 e quando KLB e Christina Aguilera tocavam direto nas rádios e na MTV. Bem-vindos a mais uma breve retrospectiva de um ano que vivi na série Ser Criança/Adolescente Em. Desta vez, vamos recordar daquele chuvoso ano de 2000 que já começou cheio de lendas apocalípticas como o profetizado "fim do mundo" na virada do milênio e o Bug do Milênio que, como todos já sabem, não aconteceu.

O reveillon de 1999 para 2000 teve a maior queima de fogos que já vi.


Pessoalmente falando, o ano 2000 foi um ano horrível para mim. Eu estava vivendo um momento bem deprê da minha vida, arrasado por um amor platônico por uma colega de classe, tirando notas ruins no colégio, sem videogames, sem acesso a computadores ou internet e os únicos refúgios que eu tinha eram ouvir canções da Legião Urbana no meu discman e fazer desenhos à mão. Foi nessa época que criei o meu quadrinho da Sociedade do Rock e que comecei a escrever poemas e músicas. De certa forma, posso dizer que este bloguinho, o Ideias Embalsamadas, começou naquele ano. Isso porque o embrião dele – que era um diário de anotações que eu criei na época, intitulado O Livro dos Dias – começou a guardar minhas primeiras reflexões sobre espiritualidade, política, sociedade, sexualidade e filosofia. Contudo, de um modo geral, eu não tenho muitas saudades daquele ano, porque ele foi bem vazio para mim. Apesar dos pesares, queira ou não, eu era testemunha ocular de todo o processo histórico que se desenrolava pelo mundo. Por isso, vou levantar os temas mais relevantes que ocorreram naquele ano:

Lançamento da extinta cédula de plástico de R$ 10.

Política
No ano 2000 tivemos um fato histórico relevante para o mundo, pois o Papa João Paulo II pediu perdão pelos erros cometidos pela Igreja Católica nos últimos 2000 anos, entre eles a Inquisição, as Cruzadas e a hostilização ao povo judeu. Além disso, internacionalmente, George W. Bush foi eleito presidente dos Estados Unidos, vencendo o candidato democrata Al Gore numa eleição cercada de polêmicas. Enquanto isso, na Rússia, Vladimir Putin foi eleito presidente pela primeira vez e parece que o povo russo gostou tanto dele que o cara se mantém no mesmo cargo até hoje.

Já aqui no Brasil, passamos um ano sem maiores surpresas. De novidades, só tivemos mesmo a criação da cédula de R$ 10 de plástico em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil e o fim das propagandas de cigarro que foram proibidas pelo governo FHC.

Windows 2000: pouca gente usou.


Tecnologia
Diferentemente do futuro "prafrentex" que imaginavam os nossos avós dos anos 1970 para trás, aquele primeiro ano do terceiro milênio foi muito mais humilde a nível de tecnologia. Tanto é verdade que foi a partir do ano 2000 que a internet banda larga realmente começou a se tornar acessível para os usuários comuns no Brasil. Eu mesmo recebia frequentemente aqueles CDs gratuitos da AOL, da BOL e do UOL com provedores para acessar a internet. Pena que eu não tinha microcomputador na época e usava os CDs ou como espelho, ou como disco voador para brincar com os cachorros. E falando de PCs, lembro que eles normalmente operavam com o Windows 98 ou com os recém-chegados Windows 2000 e Windows ME. Já os processadores mais usados na época eram os Athlon XP e Duron (AMD) e os Celeron e Pentium 4 (Intel).

Falando de celulares, um dos que ganhou mais notoriedade naquele ano foi o Nokia 3310 que tinha várias funções interessantes como editor de texto, jogos, papel de parede monocromático, calculadora, envio de SMS e a capacidade de baixar toques monofônicos. Eu cheguei a ter um desses em 2004 e uma das coisas mais toscas nele era a baixa autonomia da bateria.

Ano de estreia da saudosa TV Globinho.

Televisão
Com relação à tevê aberta, não tínhamos nada de muito especial naquele ano. Para ser honesto, eu mal assistia televisão devido a minha falta de interesse na programação, especialmente porque minha emissora favorita, a Manchete, tinha saído do ar no ano anterior. O que eu tinha vontade mesmo era de assistir os canais da tevê paga que, como infelizmente não tive, não tenho nem como opinar sobre o que tinha de conteúdo. Então vou abordar apenas sobre o que tinha na tevê aberta daquele ano.

Na TV Cultura, para a criançada, tinha pela manhã Cocoricó, Rá-Tim-Bum, Castelo Rá-Tim-Bum, X-Tudo, Mundo da Lua, Wishbone e, de tarde, todos esses programas era reprisados. Já para quem estava pensando em prestar vestibular, tinham aquelas aulas enfadonhas do programa Vestibulando. Apesar da monotonia, esse programa (Vestibulando) era muito bom numa época onde quase ninguém tinha acesso a vídeos na internet, já que ela era predominantemente discada.

No SBT, a programação diária contava com a Sessão Desenho, Bom Dia & Cia, Passa ou Repassa, Disney Club e Chiquititas. Na Band, as únicas coisas que eu considerava relevantes para um adolescente eram Dragon Ball Z, Programa O+, As Aventuras de Tiazinha e, nas madrugadas dos sábados, o saudoso Cine Band Privé. Se bem que a Band, apesar de ser uma emissora aberta, tinha uma cobertura esportiva muito bacana também. A MTV, apesar de ter uma programação interessante para os adolescentes da época, eu nem assistia. Isso porque eu não tinha antena UHF para receber o sinal na minha cidade.

Novela que fez sucesso no horário nobre.


Com relação a Rede Globo, aquele foi um ano de estreias. Só naquele ano estrearam Gente Inocente, Caldeirão do Huck, Programa do Jô, Altas Horas, Angel Mix e a saudosa TV Globinho. Lembro que naquele ano foi o auge daquele programa infantil horroroso chamado Teletubbies. Só para ter uma noção da bizarrice do programa, lembro que conheci crianças que tinham medo de assistir aquilo. Com relação às novelas globais, tínhamos Esplendor e O Cravo e a Rosa às 18h. No horário das sete, era a vez de Uga Uga. E no horário nobre, os destaques daquele ano foram para as novelas Terra Nostra e Laços de Família. Essas duas últimas novelas foram as que mais envolveram o povo na época, porque tinham um enredo envolvente e um maior apelo emocional.

A comédia rolou solta naquele ano.

Cinema
Quem viveu aquele ano lembra que o filme Beleza Americana ganhou várias premiações no Oscar, incluindo melhor filme. Prêmios esses que, na minha opinião, tinham que ser todas do fabuloso Matrix. Mas o melhor filme que foi lançado naquele ano foi, para mim, o inesquecível Gladiador. Além dele, outros filmes que também mereceram destaque foram:

O Auto da Compadecida
Eu, Tu, Eles
Xuxa Popstar
Planeta Vermelho
O Sexto Dia
Limite Vertical
Réquiem Para Um Sonho
Do Que as Mulheres Gostam
O Grinch
Romeo Tem Que Morrer
As Panteras
O Professor Aloprado 2
Vovó... Zona
Shaft
Todo Mundo em Pânico
Os Flintstones em Viva Rock Vegas
Endiabrado
A Fuga das Galinhas
Gladiador
Pânico 3
Cowboys do Espaço

Jogão que mudou a história dos games.


Games
O ano 2000 trouxe um marco interessante no mundo dos games. Isso porque o maravilhoso Counter-Strike foi lançado em 1999, mas só passou a ser comercializado oficialmente no ano 2000. Foi ali, principalmente por causa desse jogo, que começou a era de ouro das lans houses. Os gamers começavam a jogar CS em rede nas lans houses e isso ajudou enormemente no desenvolvimento de outros games voltados para o multiplayer em rede ou online. Terminava a era dos arcades e das locadoras para iniciar a era das lans.
Naquele ano também foi lançado o Playstation 2 da Sony: console que marcou uma geração e que até hoje possui jogos maravilhosos que foram remasterizados posteriormente para outras plataformas. E falando de jogos, quem viveu naquele ano teve a oportunidade de ver serem lançados jogos como:

Capcom vs. SNK‎
Deus Ex‎
Hitman‎
Perfect Dark‎
Banjo-Tooie
Dead or Alive 2
Diablo II
Dino Crisis 2
Driver 2
Guilty Gear X
Legend of Mana
The Legend of Zelda: Majora's Mask
Mickey's Speedway USA
Need for Speed: Porsche Unleashed
Pokémon Stadium
Resident Evil – Code: Veronica
Spyro: Year of the Dragon
Street Fighter EX
The King of Fighters 2000
o primeiro The Sims
Tony Hawk Pro Skater 2
Turok 3: Shadow of Oblivion

Quem não dançou mumbo naquele ano não teve infância/adolescência.


Música
Estávamos na era de ouro dos acústicos MTV e, não por acaso, bandas como Legião Urbana, Titãs, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Lulu Santos e Art Popular estavam bombando nas rádios com suas versões acústicas. Das canções mais tocadas naquele ano, as que eu mais gostava de ouvir e que tive gravadas numa fita K7 eram: Eu quero sol nesse jardim (Catedral), Popozuda Rock ‘n Roll (DeFalla), Hoje a noite não tem luar (Legião Urbana), Ojos Así (Shakira), Learn To Fly (Foo Fighters), Better Off Alone (Alice Deejay) e algumas do Lou Bega.
O povo, não sei como e nem por que, adorava pedir insistentemente pagode, sertanejo, Mauricio Manieri, Los Hermanos e Christina Aguilera nas rádios e na MTV. Enfim, dentre os destaques radiofônicos do ano 2000 podemos citar:

Nacionais:
Se eu não te amasse tanto assim – Ivete Sangalo
Amor I Love You – Marisa Monte
Anna Júlia – Los Hermanos
Eu quero sol nesse jardim – Catedral
Xibom Bombom – As Meninas
Popozuda Rock ‘n Roll – DeFalla
Três Lados – Skank
Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero) - O Rappa
Hoje a noite não tem luar – Legião Urbana
To te Filmando (Sorria) – Os Travessos
Uh! Tiazinha – Tiazinha e Vinny
Papo de Jacaré – P.O Box
A dor desse amor – KLB
Devolva-me – Adriana Calcanhotto
Morango do nordeste – Karametade
É o tchan na selva – É o Tchan
Me Lambe – Raimundos
Tudo que vai – Capital Inicial
Você Chegou – LS Jack

Internacionais:
Smooth – Santana ft. Rob Thomas
El Arbi – Khaled
Ojos Así – Shakira
Learn To Fly – Foo Fighters
I Got a Girl – Lou Bega
Better Off Alone – Alice Deejay
Show Me The Meaning Of Being Lonely – Backstreet Boys
Bye Bye Bye – NSYNC
Oops!…I Did It Again – Britney Spears
Beautiful Day – U2
Sex Bomb – Tom Jones Mousse T

Álbum da Copa João Havelange.

Esportes
O ano 2000 protagonizou uma das viradas de mesa mais vexatórias da história do nosso esporte com a tal Copa João Havelange que substituiu o Campeonato Brasileiro e serviu, entre outras picaretagens, para levar o Fluminense da terceira divisão direto para a primeira. O campeão daquele torneio confuso foi Vasco numa final trágica contra o São Caetano onde parte do alambrado do Estádio de São Januário desmoronou. A coisa foi tão tensa que a final do campeonato foi adiada e só voltou a ocorrer em janeiro de 2001. Foi naquele ano também que o Corinthians tornou-se campeão da Mundial de Clubes realizada no Brasil, batendo o Vasco na final. Um fato inusitado foi o famoso "chocolate" de 5x1 que o Vasco deu no Flamengo na final da Taça Guanabara onde os torcedores vascaínos receberam 40 mil ovos de chocolate no Maracanã em comemoração à Páscoa daquele ano.

Nas Olimpíada de Sydney, na Austrália, o Brasil teve uma campanha bem modesta com 6 medalhas de bronze, 6 medalhas de prata e nenhum ouro.


Outros
O ano de 2000 também trouxe algumas notícias pontuais como o sequestro do ônibus 174, no Rio de Janeiro, que foi exibido ao vivo pela tevê e acabou virando filme mesmo tendo um desfecho trágico. Outra notícia que repercutiu muito na época foi a prisão por corrupção do já falecido juiz Nicolau dos Santos Neto, mais conhecido como Lalau, depois de 8 meses foragido.

Muito bem. Chega ao fim essa pequena retrospectiva do ano 2000, fechando o ano a ano da série Ser Criança/Adolescente Em de 1990 a 2002. Ainda pretendo abordar os anos de 2003, 2004 e dar uma passada em outros anos da década de oitenta. Quem quiser acompanhar os outros episódios desta série, os links de cada ano seguem abaixo:

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1991
Ser criança em 1992
Ser criança em 1993
Ser criança em 1994
Ser criança em 1995
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998
Ser adolescente em 1999
Ser adolescente em 2001
Ser adolescente em 2002

domingo, 19 de junho de 2022

Ser criança em 1993

 

A gente percebe que está ficando velho quando começa a se lembrar com clareza de coisas que aconteceram há 30 anos atrás. Pelo menos é assim que eu me sinto ao me recordar da minha infância lá no ano de 1993. Aquele foi o ano em que estreou a TV Colosso, em que o Super Nintendo chegou ao Brasil, em que foi implantado o Cruzeiro Real para conter a inflação, em que Kurt Cobain aprontou todas no Hollywood Rock e que Steven Spielberg impressionou o mundo com a estreia do Parque dos Dinossauros. Vamos relembrar juntos daquele ano que deixou saudades em muita gente. Mantendo a tradição dessa série, vou abordar 1993 por partes.

Este S.O. mudou para sempre a história da informática.

Tecnologia
Apesar de ainda não existir internet naquela época, a tecnologia avançava rapidamente. Tanto é que a venda computadores havia superado a venda de automóveis pela primeira vez na história. O lançamento dos primeiros processadores Pentium naquele ano para substituir os antigos Intel 486 casou perfeitamente com os novos sistemas operacionais como o revolucionário Windows 3.1. Esse Windows foi que introduziu o famoso atalho Ctrl + C/Ctrl + V para copiar e colar e dois jogos atemporais: Campo Minado e Paciência.
Tivemos também discos de vinil sendo substituídos cada vez mais rápido pelos CDs e os walkmans perdendo espaço para os discmans. Os videogames também começavam a abandonar a tradicional mídia de cartuchos para abraçar os CDs. Já os celulares, apesar de serem toscos de doer, começavam a ganhar cada vez mais espaço e funcionalidades como a capacidade de enviar mensagens.

Aperto de mãos histórico entre os líderes de Israel e Palestina.


Política
Um dos fatos históricos mais emblemáticos de 1993 foi aquele perto de mão entre o primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, e o líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, em Washington, D.C. depois da assinatura de um acordo sobre a autonomia palestina nos territórios ocupados.
Já no Brasil, tivemos a realização em abril do Plebiscito sobre a forma e sistema de governo em que funcionaria o Estado brasileiro. Os brasileiros escolheram entre Monarquia ou República e Parlamentarismo ou Presidencialismo. O plebiscito indicou que o Brasil continuaria a ser uma República Presidencialista.

Itamar Franco e seu fusquinha.


Durante o governo Itamar Franco, que assumiu a presidência após o impeachment de Fernando Collor em 1992, a moeda brasileira passou por mais uma mudança, passando de Cruzeiro para Cruzeiro Real (1000 cruzeiros = 1 cruzeiro real) em agosto. O que fizeram foi, basicamente, cortar três zeros para disfarçar a inflação. Mas foi somente em dezembro que o ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, anunciou o programa de estabilização econômica. O chamado "Plano FHC" criou a URV (Unidade Real de Valor), indexador que foi usado como base para a nova moeda, o Real, que seria lançado no ano seguinte.

O presidente Itamar Franco também ficou conhecido pelo relançamento do Fusca depois de 7 anos fora de produção. E também tivemos a CPI dos Anões do Orçamento onde 6 parlamentares perderam seus mandatos por envolvimento em esquemas de fraudes na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. E depois tem gente que acha que a corrupção só começou no Brasil após 2002, enfim... Vamos mudar de assunto.

Capachão e JF divertindo as nossas manhãs na TV Colosso.


Televisão
A emissora de tevê de maior destaque naquele ano foi a Rede Globo. Nenhuma emissora conseguia bater a Globo em audiência e em qualidade de sinal. No caso da programação infantil, que é o nosso foco neste post, como o lendário Xou da Xuxa havia terminado em 1992, quem teve a árdua missão de substitui-lo nas manhãs da Globo foi nada menos que a saudosa e divertida TV Colosso. Aquela cachorrada maluca foi um dos meus programas favoritos da época. O roteiro era bom, os personagens eram carismáticos e os quadros eram divertidos, como o Acredite se Puder e as Aventuras do Super Cão. Além da própria TV Colosso ser divertida, ainda tinha um montão de desenhos que eu amava passando entre os quadros do programa, tais como: X-Men, Tartarugas Ninja, Capitão Planeta, Perdido nas Estrelas, Ursinhos Gummi, Caverna do Dragão, Família Dinossauros, He-Man, She-Ra, Thundercats, Simpsons e até Super Mario Bros. Era uma farra, ainda mais porque eu estudava de tarde e aí ficava a manhã inteira assistindo os desenhos.

Falando das novelas da Globo que, diga-se de passagem, eram muito boas naquela época, no horário das 18h tivemos o final da novela Despedida de Solteiro, que foi substituída em fevereiro pelo remake da clássica Mulheres de Areia. Em setembro, Mulheres de Areia foi substituída por Sonho Meu. Entre as novelas da sete, começamos aquele ano com Deus Nos Acuda, novela esta que foi substituída por O Mapa da Mina e, posteriormente, por Olho no Olho. Já no horário das 20h, o ano começou com De Corpo e Alma, que foi substituída pela clássica Renascer de  Benedito Ruy Barbosa. Essa última, eu lembro bem daquela cena clássica quando o personagem José Inocêncio cravou um facão no pé de jequitibá. Depois de Renascer, foi a vez de Fera Ferida que ficou no ar até meados de 1994.

Eliana em sua estreia no Bom Dia e Companhia.

Já o SBT trazia uma maratona de desenhos pela manhã, além do programa da Mara Maravilha e dos eternos Chaves e Chapolim. Em agosto, entrou no ar pela manhã o programa infantil mais duradouro da televisão brasileira que foi o Bom Dia & Cia com Eliana. Mas a coisa não parava aí pelo SBT, porque tivemos a estreia aos domingos do lendário Domingo Legal e do Play Game, sendo que este último era um game show sobre jogos eletrônicos com o Gugu Liberato.

A TV Cultura praticamente repetia a programação infantil do ano anterior com Glub Glub, Os Bichos, Rá-Tim-Bum, X-Tudo e O Professor. A programação da Cultura só ficaria realmente interessante no ano seguinte, quando estrearam de uma só vez Castelo Rá-Tim-Bum, As Aventuras de Tintim, O Mundo de Beakman, Anos Incríveis e Confissões de Adolescente. A Rede Manchete também repetia a mesma programação de 1992 com o Clube da Criança e os tokusatsus. O grande sucesso da Manchete só viria no ano seguinte com a estreia dos Cavaleiros do Zodíaco.

O SNES chegou tarde, mas veio para ficar.

 

Videogames
De consoles lançados naquele ano, tivemos dois principais: O 3DO e o Sega CD na Europa e no Brasil. O Super Nintendo, apesar de ter sido lançado em 1990 no Japão, só foi chegar aqui nas terras descobertas por Cabral em 1993. Eu lembro que o meu primeiro contato com o Super Nintendo foi no final de 1993 numa locadora onde joguei por alguns minutos de graça só para sentir a pegada do controle. Foi neste ano que ganhei de presente o fabuloso Sonic 2 para meu Mega Drive e ele foi, sem dúvidas, um dos melhores jogos que tive para o Meguinha (como eu chamava carinhosamente meu Mega Drive).

De lançamentos, os jogos principais que saíram naquele ano foram: Rock & Roll Racing, Top Gear 2, Breath of Fire, Cadillacs and Dinosaurs, Fatal Fury Special, Final Fight 2, Golden Axe 3, o primeiro FIFA Soccer, NBA Jam, Mega Man X, Mortal Kombat 2, Power Instinct, Sengoku, Shining Force 2, Shinobi 3, Sonic the Hedgehog CD, Sonic Chaos, Sonic Spinball, Super Bomberman, Super Mario All-Stars e o Street Fighter 2 Special Champion Edition que eu joguei até quase rachar meu Meguinha ao meio. Olhando esses títulos, fica claro que aquele foi um ano muito bom para os fãs de videogames da época.

Momento icônico de Jurassic Park.

Cinema
Com relação aos filmes de 1993, não tivemos tantos títulos de peso, mas os filmes que foram lançados naquele ano estão entre os mais marcantes que assisti, em especial o primeiro Jurassic Park que, aliás, tive o privilégio de assistir no cinema. Além do Parque dos Dinossauros, tivemos lançamentos como A Lista de Schindler, Filadélfia, O Estranho Mundo de Jack, Uma Babá Quase Perfeita, O Fugitivo, O Demolidor e Mudança de Hábito 2. Desses citados, O Demolidor marcou minha infância, especialmente pela crítica social e pelas misteriosas "três conchas" no lugar do papel higiênico.

O disco de estreia do SPC tocou até enjoar nas rádios.


Músicas
1993 foi o ano de lançamento de álbuns como The Spaghetti Incident (Guns n Roses), In Utero (Nirvana), Get a Grip (Aerosmith.), Vs. (Pearl Jam,), Serenades (Anathema), Recipe for Hate (Bad Religion), Titanomaquia (Titãs), O Descobrimento do Brasil (Legião Urbana) e o álbum de estreia de Laura Pausini com o clássico single La Solitudine. Para a criançada, Eliana lançou seu primeiro álbum intitulado Os Dedinhos.

O maior evento musical daquele ano no país foi a quarta edição do badalado Hollywood Rock ocorrido em São Paulo e Rio de Janeiro no mês de janeiro. O evento reuniu bandas como Nirvana, Alice In Chains, L7, Red Hot Chili Peppers, Engenheiros do Hawaii, Biquini Cavadão e outros. Mas o que deu o que falar mesmo naquele evento foi o show conturbado do Nirvana onde o vocalista Kurt Cobain estava bastante alterado e mandou ver uma bela cusparada nas câmeras da Globo e tentou destruir todos os equipamentos do palco.

Em outubro, foi a vez da estrela pop Michael Jackson chegar a São Paulo para fazer dois shows históricos no Estádio do Morumbi.

Já entre as canções mais tocadas nas rádios, programas de tevê e novelas de 1993, podemos destacar:

Nacionais:
Que se chama amor – Só Pra Contrariar
A vida é festa – Banda Beijo
Fera Ferida – Maria Bethânia
A Barata – Só Pra Contrariar
Mentiras – Adriana Calcanhoto
Tô Feliz (Matei o Presidente) 2 – Gabriel O Pensador
Perfeição – Legião Urbana
A Maçã – Deborah Blando
Tanto (I Want You) – Skank
Linha do Equador – Djavan
Eu quero meu amor – Elba Ramalho

Internacionais:
I Will Always Love You – Whitney Houston
Whats up – 4 Non Blondes
Rhythm is a Dancer – Snap!
What Is Love – Haddaway
Sweat (A La La Long) – Inner Circle
Go West – Pet Shop Boys
Ordinary World – Duran Duran
Easy – Faith No More
Goodbye – Air Supply
More and More – Captain Hollywood Project

Isso não era um time, era praticamente uma seleção.

 

Esportes
Em 1992, eu assisti a conquista da Libertadores da América pelo São Paulo. Mas em 1993, no dia da final que deu o bicampeonato ao São Paulo contra o Universidad Católica do Chile, eu lembro que estava muito cansado de um dia inteiro na praia e nem aguentei assistir. Mas, em compensação, vi o time de Telê Santana derrotar o Milan por 3 a 2 no Japão (pela tevê, lógico) e tornar-se bicampeão mundial. Mas tão impressionante quanto o time do São Paulo era o time do Palmeiras que foi campeão paulista e brasileiro daquele ano. Eu tinha um álbum de figurinhas do campeonato brasileiro da época e era impressionante quantidade de craques que estampavam o time do Palmeiras. Isso tanto era verdade que a base da seleção brasileira campeã de 1994 veio basicamente do Palmeiras e do São Paulo.

Mas o melhor de 1993 foram as eliminatórias da Copa de 1994 que o Brasil penou para se classificar. O Brasil tinha perdido um jogo importante para a Bolívia em La Paz e ficou ameaçado de não ir para a Copa pela campanha irregular que vinha fazendo. Até que após o jogo Brasil e Bolívia no Recife (em que eu assisti o treino da seleção de graça lá no Arrudão) onde o Brasil venceu por 6x0 a Bolívia, a seleção ganhou um novo fôlego. A classificação só veio com uma vitória dura contra o Uruguai graças ao baixinho Romário.

Romário ajudou a levar o Brasil para a Copa de 1994.


Tragédias
Todo ano tem suas tragédias e nisso 1993 não foi diferente. Em 23 de julho ocorreu a Chacina da Candelária, no Rio de Janeiro, que deixou 8 jovens mortos e dezenas de feridos. Também no Rio, um mês depois, foi a vez da Chacina de Vigário Geral que deixou 21 pessoas mortas. E pensar que as chacinas continuam ocorrendo impunemente até hoje e praticamente nada é feito para evitá-las...

Enfim, esta postagem encerra a década de 1990 na série Ser Criança em. Porém, estou pensando em reescrever a Ser Criança em 1994 que foi escrita com muita pressa e superficialmente. Isso porque o ano de 1994 foi muito icônico para o Brasil, para o mundo e para as crianças e merecia algo mais aprofundado. Em todo caso, esta série ainda vai trazer as lembranças de alguns dos anos da década de 1980 e também o que faltou até o ano de 2004, quando a série se encerra. Para quem não leu, vou deixar abaixo todos os anos que já foram publicados que fazem parte dessa série nostálgica. É só clicar nos links abaixo e fazer uma viagem no tempo através das páginas deste bloguinho:

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1991
Ser criança em 1992
Ser criança em 1994
Ser criança em 1995
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998
Ser adolescente em 1999
Ser adolescente em 2001
Ser adolescente em 2002