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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Nem todo pedófilo é um abusador sexual


Recentemente, eu li um post num subreddit onde as pessoas estavam atacando um usuário do Youtube que tinha publicado o seguinte comentário:


A primeira vista, eu achei o comentário bizarro e revoltante, tipo: como assim o cara acha que todo mundo é pedófilo? Só que após parar para pensar um pouco, eu cheguei a uma conclusão que considero mais humanista e menos irracional.

Existe uma diferença importante entre alguém que sente atração por crianças e um outro que é realmente pedófilo. O cara que sente atração por crianças não é criminoso só por sentir isso dentro de si. Afinal, o desejo ou transtorno é algo que não é intencional. Assim como ninguém escolhe sua orientação sexual ou ter parafilia por animais, por exemplo, acho que ninguém escolheria sentir desejo por crianças pré-púberes num mundo onde a pedofilia é crime. Isso pode ser uma doença, uma parafilia ou algum desajuste na mente do sujeito que sente isso, mas não é crime em si. Esse sujeito pode nunca ter encostado numa criança na vida ou visto ou compartilhado material criminoso envolvendo menores e isso não faz dele um bandido. Uma pessoa nessas condições merece tratamento, ajuda psiquiátrica e acompanhamento, porque ele pode se sentir culpado pelo que sente e até pensar em suicídio por isso. Fora que muitos pedófilos sofreram abusos na infância e isso pode ter ajudado a desencadear esse tipo de transtorno. O ponto que quero deixar claro é que nem todo "pedófilo" é um abusador. Ter potencial para fazer isso não torna alguém automaticamente um abusador.

Já o bandido de verdade é o cara que abusa de crianças e que produz ou compartilha pornografia infantil. Esse, sim, é o criminoso. É esse que tem que ser preso. Por isso a gente precisa agir racionalmente antes de dar paulada num sujeito que talvez seja o do primeiro caso citado. Apesar da visão do comentário do Youtube ser absurda e doentia, na cabeça de alguém que tem esse problema, isso parece ser o natural por ele viver fechado numa bolha de pessoas que pensam como ele nas redes sociais. Eu sei que toda essa história envolvendo a adultização revolta muito a gente, mas é preciso ter cabeça fria para não atirar pedras mortais como fizeram contra o PC Siqueira e que custou a vida dele. Precisamos ter um pouco de juízo antes de linchar pessoas assim como os reaças fazem, já que "bandido" bom, para eles, é bandido morto.

Outro aspecto a se relevar é que para muita gente, a palavra "novinha" pode se referir a adolescentes de 15 a 21 anos, o que se enquadra em efebofilia e não mais em pedofilia. Não é crime relacionamentos entre adultos e adolescentes, apesar de, na minha humilde opinião, isso ser algo muito perigoso para o adolescente na maioria dos casos. Mas no caso do comentário citado, não me parece ter sido isso, já que "novinha" é uma expressão ambígua e foi usada com associação a pedofilia.

domingo, 17 de agosto de 2025

Relativizar a exploração infantil é repugnante


 

Desde que o vídeo do Youtuber Felca denunciando a adultização de crianças e adolescentes viralizou que surgiu um bando de gente sem noção (para dizer o mínimo) na internet para relativizar o ocorrido. Eu li vários argumentos de usuários nas redes sociais dizendo que não havia "nada demais" em CRIANÇAS serem exploradas por adultos em situações de exposição com apelo sexual. Frases do tipo: "Ah, mas meu bisavô tinha 35 anos quando casou com minha bisavó de 13 anos e não tinha nada demais." ou "Mas as crianças não estavam fazendo nada demais, só dançando." ou ainda "Mas eu trabalho desde os 6 anos de idade e isso não me fez mal" foram alguns dos que mais apareceram. Eu não sei se é por burrice ou má fé, mas argumentos estúpidos como esses só servem para legitimar situações e abuso contra menores. Minha gente, crianças e adolescentes ainda não atingiram seu total desenvolvimento físico, mental e cognitivo para entender o que está acontecendo com elas nessas situações ou lidar com as consequências de uma exposição que só serve para alimentar redes de pedofilia. Mesmo adolescentes com o corpo já desenvolvido (caracteres sexuais secundários completos) ainda são imaturos para perceber situações de abuso e exploração. Se entre adultos já há relacionamentos tóxicos e abusivos, imagina com menores...

É dever de todos os adultos proteger as crianças. Se omitir ou relativizar não ajuda em nada.

sábado, 17 de maio de 2025

As reborns vieram para ficar


Um fato interessante observado nas últimas décadas é que a taxa de natalidade tem caído vertiginosamente em vários países, especialmente nos mais desenvolvidos. Isso, possivelmente, vai se tornar um problema econômico no futuro que pesará nas receitas dos governos e causar impactos na previdência social. Mas talvez o maior problema da menor taxa de natalidade seja social, isso porque os seres humanos possuem uma necessidade quase instintiva de cuidar, de dar carinho e de proteger. Essa necessidade materna/paterna de cuidar vem desde os primórdios, porque os bebês humanos levam vários anos até conseguirem se tornar minimamente independentes dos pais. Então a seleção natural se encarregou de recompensar com bem-estar hormonal e psicológico aqueles que cuidavam de suas crias a ponto do cuidado com pessoas próximas se tornar uma das necessidades da Pirâmide de Maslow. Mas a pergunta que fica é: como as pessoas poderão ter esse bem-estar do cuidado com os filhos se elas estão optando por não terem mais filhos? É exatamente isso que explica o sucesso quase repentino dos bebês hiper realistas mais conhecidos como reborns entre adultos, principalmente entre as mulheres.

As bonecas reborn, por serem muito parecidas com bebês de verdade, acabam causando apego em muitas pessoas pelo simples apelo visual e afetivo. Semelhante às bonecas sexuais hiper realistas vendidas para homens em sex shops, esses bebês possuem articulações e pele que simulam o corpo humano de maneira bastante convincente. Como muitas mulheres não querem ou não podem ser mães, então esses bonecos servem para preencher a lacuna da necessidade de proteção e cuidado materno que elas precisam. Apesar de todas as críticas que são feitas às mulheres que adquirem esses rebons, não há nada de errado em ter e cuidar de um bebê de mentira, especialmente as mulheres que tiveram gravidez psicológica ou perderam seus bebês prematuramente. O problema é quando a pessoa perde a noção da realidade e começa a achar que o reborn é um bebê de verdade, exigindo que os outros o tratem como se fosse um ser humano real. Hospital e creche de reborn é algo que já me parece passar dos limites de uma brincadeira saudável de simulação de mãe filho para virar um comportamento quase patológico. Mas fora isso, ter um reborn é tão normal quanto ter uma sex doll ou fazer uma coleção de brinquedos. O bom desses bonecos é que as mães deles podem brincar de ser mãe quando quiserem, já que não é filho de verdade para exigir atenção 24 horas por dia e cuidados reais. O reborn vira uma espécie de tamagotchi que você pode interagir na hora que quiser para seu passatempo. 


Acredito que num futuro próximo, quando androides e ginoides controlados por IAs se tornem mais comuns, será natural formar família com robôs e bonecos hiper realistas. É preciso levar em consideração que nem todo mundo tem condições físicas ou emocionais para ter um parceiro amoroso ou filho de verdade. É melhor que pessoas inaptas para o convívio social tenham seus próprios bonecos do que causar traumas a humanos de verdade em relacionamentos tóxicos.

sábado, 26 de abril de 2025

A Igreja Católica nunca mais será a mesma


Com o falecimento do Papa Francisco nesta semana, todos os principais holofotes do mundo passaram a ser direcionados para o Vaticano e para o Conclave que irá eleger seu sucessor. Isso não só por uma questão religiosa, mas, principalmente, por uma questão política. O Papa tem uma grande influência nas questões diplomáticas do mundo por ser um dos mais importantes líderes religiosos do planeta. Para citar alguns breves exemplos, a sua influência foi decisiva quando ele condenou o lawfare, o genocídio em Gaza, a discriminação contra imigrantes, os muros que geram exclusão e até a postura retrograda da Igreja diante dos homossexuais. Daí que muita gente se questiona como um Papa tão liberal quanto Francisco conseguiu ser escolhido pelo Vaticano como representante máximo de Cristo na Terra. A resposta é simples: sobrevivência.

A Igreja Católica sempre foi uma instituição ultra reacionária que para poder sobreviver apoiou coisas nefastas na nossa história como Cruzadas, Inquisição, escravidão e até o nazifascismo. Mas como o mundo neste século XXI tem se tornado cada vez mais liberal e tolerante no sentido dos costumes, para poder sobreviver e se adaptar às mudanças, fez-se necessário que um papado mais "progressista" fosse adotado pelo Vaticano. Isso também ocorreu porque a Igreja Católica tem perdido muitos fiéis para as igrejas protestantes, especialmente os mais jovens. Então nada melhor que um Papa mais humanista e revolucionário para cumprir esta missão. 

Claro que grandes mudanças nunca virão tão rápido no caso da Igreja, porque há muita resistência entre os próprios fiéis mais conservadores. Mas o que é notável é que há uma tendência a mudanças importantes no longo prazo que poderão incluir a aceitação de métodos contraceptivos, casamento homoafetivo e até mulheres exercendo o sacerdócio. Mas isso ainda vai levar tempo. O fato é que após Jorge Mario Bergoglio, a Igreja Católica nunca mais será a mesma.

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Estamos vivendo a era dos vícios


Desde 1960 para cá que cada década correspondeu a um período triunfal de algum entretenimento da cultura humana. A década de 1960, por exemplo, foi a década de ouro do rádio. Os anos 1970 foram os anos de ouro da música. Já os anos 1980 corresponderam à década de ouro do cinema. 1990 foi a década de ouro da televisão. A década de 2000, por sua vez, foi a década de ouro dos games. E a década de 2010 foi a década de ouro da internet. Quanto à década atual, de 2020, pelo andar da carruagem, está sendo a década de ouro das apostas online. Ou sendo mais específico: a década de ouro dos jogos de azar via smartphones. Só que diferentemente das outras formas de entretenimento, as apostas são um tipo de entretenimento que é quase um golpe, porque elas não entregam de fato o que prometem, porque tudo depende de uma sorte que estatisticamente está voltada contra você. É preciso deixar claro que essas empresas de apostas (as tais bets), como qualquer grande porcaria do capitalismo, não existem para fazer seus clientes felizes. Elas existem simplesmente para lucrar na base do vício que esse tipo de jogo gera. Para piorar, as pessoas mais afetadas são justamente as que têm menor renda. Pessoas essas que chegam ao ponto de se endividarem só para manter o vício. E como se isso não fosse o suficiente, ainda temos outros vícios "legais" que têm afetado especialmente os mais jovens que vão desde as redes sociais até o perigoso cigarro eletrônico.

Estamos vivendo a década dos vícios porque usamos esses vícios como escapismo para nossas angústias, dores e frustrações com nossas vidas. Mas a solução para nossas inquietações existenciais não está nos vícios, nem na música, nem nos games, nem nos filmes e em nenhuma forma de entretenimento. A solução para isso, individualmente falando, está em buscar uma vida saudável, em parar de se comparar com os outros, em parar de procurar soluções fáceis para problemas complexos. Se estamos com angústia, depressão ou sofrimento, precisamos buscar ajuda profissional. Seja psicológica ou psiquiátrica. Os profissionais dessas áreas são os anjos da guarda que nos darão as ferramentas necessárias para vencer as nossas crises existenciais sem recorrer a mentiras ou prazeres momentâneos que não nos darão nada além de mais sofrimento. Já a solução a nível político está na regulamentação. Não podemos deixar que da década de 2020 para frente tenhamos décadas e mais décadas de vícios disfarçados de entretenimento.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

Um mundo terrível para ser mulher


Não era nenhum exagero quando as feministas do século passado alegavam que as mulheres eram violentadas todos os dias por um estado burguês patriarcal que tratava as pessoas do sexo feminino como meros pedaços de carne a serviço dos homens. Estamos no século XXI e, em mais de meio século, praticamente nada mudou. Homens (brancos, em sua maioria) continuam no topo da cadeia alimentar e fazem de tudo para manter as mulheres longe do real poder e com o mínimo de direitos possíveis. Todas as elites (econômica, política, militar, religiosa e intelectual) são formadas majoritariamente por homens que continuam a legislar sobre as mulheres e a querer mantê-las sobre seu controle. Essas elites castram as mulheres, cerceiam as mulheres, culpam as mulheres, exploram as mulheres e as punem por crimes que o próprio Estado machista inventa. Esse PL 1904/04 idealizado por um macho opressor qualquer de um partido reaça qualquer é uma prova disso. 

Além de todo sistema de opressão que sempre existiu contra as mulheres desde a criação da propriedade privada, agora querem punir uma mulher que aborta como se ela fosse uma assassina. Isso é uma forma categórica de dizer que a vida de um feto vale mais que a vida de uma mulher. Afinal, se homem engravidasse, teríamos micaretas abortistas e até um dia nacional do aborto seguro. Mas como estamos falando de mulheres – e mulheres pobres e pretas em sua maioria – então há a necessidade de mostrar que os dogmas das antigas religiões patriarcais é que prevalecem sobre o que uma mulher pode ou não fazer com o próprio corpo. Enquanto isso, homem que não assume o filho (o que equivale ao "aborto" masculino), acaba saindo impune; homem que estupra uma mulher, se for branco e rico, também sai impune; homem que cria leis para controlar os corpos das mulheres, além de visto como herói, sai impune do mesmo jeito.

Essa desumanização do ser feminino é algo que precisa ser destruído. Até quando vamos viver em um mundo tão perverso e cruel contra as mulheres? É por isso que se existir um sexo forte, com certeza esse é o sexo feminino. Porque viver num mundo cão misógino como o nosso exige muita força, muita coragem e muita luta. Como já dizia um falecido companheiro de guerra: "A única luta que se perde é aquela que se abandona". E ainda bem que a maioria das nossas manas jamais irá recuar um milímetro sequer nessa batalha.

quarta-feira, 17 de abril de 2024

O grande problema do aumento da longevidade


Nós estamos vivendo um momento inédito da história humana. Pela primeira vez – graças, em especial, à internet – estamos tendo acesso gratuito a conhecimentos que não eram acessíveis para a maioria de nós no passado. Antes da internet, por exemplo, as pessoas só procuravam os profissionais da área da saúde quando estavam doentes. A medicina era, basicamente, curativa. Com a informação trazida por cientistas e médicos sobre saúde na web, hoje a medicina está se tornando cada vez mais preventiva. 

De cerca de uma década para cá, as pessoas não estão procurando o médico apenas quando ficam doentes ou para fazer exames de rotina, mas estão se preocupando também em ter qualidade de vida para não adoecerem e conseguirem viver mais e melhor. O YouTube e demais redes sociais estão cada vez mais repletos de profissionais de saúde nos ensinando como dormir melhor, como se alimentar melhor, como prevenir o estresse, como gostar de fazer atividade física e como ter uma vida mental mais saudável. Isso tudo tem feito com que as pessoas se cuidem mais desde jovens, porque a mentalidade com relação à saúde está mudando. Alie a isso os avanços da ciência e da tecnologia em produzir novos remédios, novas vacinas, novos tratamentos e cura para doenças antes incuráveis que a expectativa média de vida irá dar um salto significativo nas próximas décadas. 

A vida é uma festa para quem sabe viver.


As pessoas com menos de 50 anos de idade serão as mais beneficiadas por isso, porque ainda são jovens e, no geral, possuem a mente mais aberta a mudanças mais radicais nos seus hábitos de vida que os mais idosos. Afinal, é muito mais fácil você convencer um jovem de 30 primaveras a mudar seus hábitos de vida do que um velho ranzinza de 70 invernos. Além disso, o velho de 70 anos passou mais de meio século judiando da própria saúde com hábitos de vida errados que irão encurtar sua vida. O cigarro é um exemplo disso. É mais fácil convencer um jovem a não fumar do que fazer um velho viciado parar de usar a nicotina que ele consome desde a adolescência.

O que quero dizer com essa conversa toda é que essas gerações que nasceram de 1975 para frente terão um aumento brusco na expectativa média de vida. Atualmente, essa expectativa média de vida é de 76 anos (no Brasil), mas em algumas poucas décadas irá passar facilmente para os 80 ou até 85 anos. O grande problema disso será o impacto na previdência social, que exigirá que as pessoas trabalhem cada vez mais para se aposentar ganhando cada vez menos. Isso sem falar que o número de nascimentos tem caído ano a ano: o que contribui para o envelhecimento geral da população. 

Então a dica que eu dou para aqueles que estão cuidando da saúde física e mental é que cuidem também da sua saúde financeira. Não dá para se garantir apenas na previdência social. Então é preciso ir guardando um dinheirinho todo mês para que ele possa ser útil no futuro. O meu medo é que esses governos neoliberais queiram cortar as aposentadorias e deixem milhares de idosos desamparados como ocorreu lá no Chile. Portanto, o meu conselho de amigo é que a gente se prepare desde cedo para um futuro sombrio e incerto, porque não é todo mundo que vai aguentar trabalhar com mais de 85 anos de idade. 

sábado, 30 de março de 2024

Superar o capitalismo não basta


É um erro pueril de alguns companheiros achar que chagas sociais como racismo, sexismo e LGBTfobia irão desaparecer magicamente com o fim do sistema capitalista. É verdade que esses males são agravados pelo sistema de hierarquização social naturalizado pelo capitalismo, mas o preconceito foi algo que sempre existiu desde que os primeiros seres humanos andaram sobre este planeta. Se o foco da luta das esquerdas for apenas combater o capitalismo, cairemos na mesma armadilha que Cuba e União Soviética caíram. Na antiga URSS, a homofobia e o machismo ajudaram a enfraquecer o regime. Já em Cuba, a transfobia até hoje é uma das maiores cicatrizes sociais do passado. Como classe trabalhadora, temos, sim, que incluir as tais pautas identitárias na luta contra o sistema vigente. Afinal de contas, de que adianta viver em um mundo livre da exploração que, em contrapartida, nega direitos e liberdades a grande parte da população? Isso não é um papinho chato de grupos "pós-modernxs". Isso é um alerta de que a luta pela justiça social não acaba com o início de um novo modo de produção. Um mundo sem respeito às diferenças é um mundo muito perigoso e infeliz para se viver. Além disso, se abandonarmos essas causas, estaremos deixando que a ideologia liberal da direita se aproprie delas. A luta de classes não vai triunfar caso não se torne inclusiva. 

Superar o capitalismo não basta. Temos que superar tudo aquilo que nos coloca em guerra contra nós mesmos.

domingo, 4 de fevereiro de 2024

A maioria dos homens não deveria se relacionar


Não é novidade para ninguém que a maioria dos homens heterossexuais é muito ignorante e egoísta se tratando de sexo. Mesmo sabendo que homens e mulheres percorrem caminhos diferentes para chegarem no mesmo lugar, o que prevalece na imensa maioria dos casais é o roteiro 1, 2, 3 e 4 vistos majoritariamente na pornografia mainstream que seriam: 1-"preliminar" apressada e mal feita, 2-penetração rápida, 3-orgasmo masculino e 4-fim do sexo. E aí eu pergunto: onde fica o prazer e o orgasmo femininos nessa aventura? A verdade é que a maioria dos caras só querem dar uma aliviada antes de dormir ou antes de tomar banho para ir ao trabalho. Eles têm preguiça ou má vontade de fazer o prazer ser mais democrático. É triste que tantos homens usem a própria mulher como uma boneca inflável e não se esforcem minimamente nem para fazer o básico sobre como excitar e seduzir a parceira.

Enquanto os homens não entenderem que o prazer da mulher é mais amplo, mais cinestésico, e a importância do protagonismo do clitóris na expressão da sexualidade humana, vamos ter casais infelizes, traições e a ideia equivocada de que mulher não gosta de sexo.

Isso sem falar de outros aspectos não sexuais que fazem homens e mulheres não se entenderem. Enquanto a mulher quer ir ao salão de beleza, fazer compras no shopping e ir ao chá de bebê da melhor amiga, os caras querem assistir jogo no estádio, ir a feira de automóveis, jogar uma pelada com os amigos e depois jogar conversa fora no bar. Homens héteros preferem estar com outros homens a maior parte do tempo fazendo "coisas de homem". A maioria não acha tão divertido acompanhar suas parceiras em programas tipicamente femininos. Isso é compreensível, mas relacionamento envolve sacrifícios e fazer coisas chatas em momentos que não estamos a fim. Se não for assim, a relação vai se desgastando com o tempo.

A sugestão que eu dou para os homens que são namorados ou maridos medíocres é que eles fiquem solteiros mesmo. Busque sexo pago ou casual e divirta-se com seus amigos de bar. Se quiser uma companheira, junte uma grana e compre uma Love Doll, porque ela vai dar tudo que você quer e precisa sem desejar nada em troca. Se você não está disposto a se doar, a se sacrificar e a dar o seu melhor, faça um favor a si mesmo e a todas as mulheres: fique sozinho.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Liberdade é o bem mais precioso


É claro que a inveja é um sentimento detestável. Tão detestável que quase ninguém assume que a sente. Apesar disso, eu admito que sinto inveja, sim, de algumas pessoas. Não é inveja dos mais ricos, dos mais saudáveis, dos mais belos, dos mais poderosos ou dos mais afortunados. A minha inveja é daqueles que são verdadeiramente livres. Se acha exagero, pare e pense um pouco a respeito da liberdade. Provavelmente, você, assim como eu, não é livre. Aliás, 99% da humanidade não é livre. Para ser livre, de fato, você precisa de ser livre em 3 aspectos:

1 - LIVRE MENTALMENTE
Você precisa ser livre de conceitos e preconceitos da sociedade, de regras, de tabus, de crenças limitantes e de amarras culturais, emocionais, espirituais e psicológicas.


2 - LIVRE DA ESCRAVIDÃO MONETÁRIA
Você precisa ser livre para ter autonomia e independência para não depender financeiramente de ninguém. Não ser explorado por ninguém por dinheiro e não ser escravo de um salário que te prende a uma rotina que rouba os melhores momentos da sua vida.


3 - LIVRE DE AMARRAS E GRILHÕES
Você tem que ser livre também de doenças incapacitantes, de vícios, de dependência dos outros e não ter o direito de ir e vir tolhido por medo, violência, opressão estatal ou falta de dinheiro.


Então reflita: será que você é realmente uma pessoa livre?

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

A inquisição contemporânea precisa acabar


Este fim de ano de 2023 tem sido realmente muito triste. Primeiro, tivemos o suicídio de uma jovem chamada Jéssica Vitória após ter seu nome envolvido numa fake news da Choquei. O tribunal da internet condenou a menina por, literalmente, crime nenhum e ela não resistiu e acabou tirando a própria vida. Depois, mais recentemente, foi a vez do youtuber PC Siqueira tirar a própria vida após também ser julgado e condenado pelo tribunal da internet injustamente por um comentário supostamente "pedófilo" em um áudio antigo. Devido a problemas de depressão e também pelo abandono dos amigos, o linchamento virtual do PC o induziu a nos deixar precocemente. 

Essa verdadeira Inquisição contemporânea precisa urgentemente ser revista pelas nossas leis, porque não é de hoje que pessoas se matam por causa de um júri popular totalmente fanático e desqualificado. E o mais bizarro é que a maioria desses linchamentos pela internet se baseiam em boatos. É inaceitável que pessoas tenham sua honra e sua dignidade abaladas a ponto de acharem que estarem vivas é algo insuportável. Quem espalha fake news precisa ser responsabilizado e quem atira pedras contra os supostos pecadores também. Afinal, como disse certa vez um sujeito que ninguém lembra mais quem é: "quem de vós não tiver pecado, atire a primeira pedra".

sábado, 9 de dezembro de 2023

Qual a idade mais difícil entre os 18 e os 40 anos?


Estive aqui a pensar em qual é a idade em que enfrentamos mais dificuldades e desafios na fase adulta de nossas vidas. O período que vai dos 18 aos 40 anos – época que abrange a "juventude" da fase adulta – é o que eu pretendo focar por já ter vivido todos eles e poder falar por experiência própria. Parei para refletir um pouco e tirei algumas conclusões sobre as idades mais impactantes dessa primeira etapa da "fase adulta" de nossas vidas.

Tudo é possível antes dos 20 anos.


Aos 18 anos de idade, a gente tem o primeiro choque com a realidade. Isso porque a gente vai dormir adolescente com 17 aninhos e, no dia seguinte, já acordamos "adultos", podendo, inclusive, ser presos em presídios comuns. Essa mudança para a maioridade é muito brusca e a sociedade já nos trata como se tivéssemos virado adultos do nada. E não é bem assim. A maturidade é um processo lento. A gente só se torna, de fato, adulto (mentalmente falando) lá para os 21 ou 24 anos. Um jovem de 18 anos, no geral, ainda é alguém que está descobrindo a vida, que ainda não tem grandes compromissos, que joga videogame direto, que ainda está mais na fase do "ficar", que vai o clube com os amigos e que torra a mesada com cinema, futebol e diversão. Quando eu completei 18 anos, lembro que foi uma enxurrada de documentos para tirar, decisões para tomar, responsabilidades para assumir, aprender a dirigir, ter que me informar sobre política, mercado de trabalho e carreira e eu não me sentia preparado para tudo isso. Fora que, nessa idade, tudo é mais aflorado, porque os hormônios estão à flor da pele e nossos sentimentos vêm num turbilhão de emoções muito intenso. É nessa fase que temos as paixões mais intensas e as memórias mais marcantes.

20 anos é o auge da nossa juventude.



A idade seguinte que impacta são os 20 anos. Porque, nessa idade, já começamos a nos sentir "velhos", afinal de contas, se a expectativa média de vida é de uns 76 anos no Brasil, com 20 primaveras já são mais 25% da vida percorrida. Além disso, aqui já estamos "velhos demais" para iniciar uma carreira nos esportes, uma vez que os atletas profissionais começam a treinar, no máximo, até os 18 anos. Mas, apesar disso, temos que concordar que com 20 anos estamos praticamente no nosso auge físico. Aos 20 anos, sentimos que podemos mudar o mundo e que lutar pelos nossos sonhos vale muito a pena. Nesta idade é que a fase adolescente chega ao fim e que as responsabilidades começam a se tornar maiores.

Aos 20 e poucos anos é que começamos a mudar o mundo.



A barreira seguinte é a dos 25 anos. Com esta idade, estamos na metade dos "anos 20" e se a gente for pensar em tempo percorrido em relação à expectativa média de vida, um terço da vida já se passou. Com 25 anos, apesar de ainda termos muita energia e muita vitalidade, a gente já começa a sentir que é preciso um pouco mais de cautela para não morrermos cedo demais. As loucuras da adolescência já começam a fazer menos sentido aqui. Quando olhamos ao redor, notamos que alguns dos nossos amigos de infância já estão casando, tendo filhos, virando tios ou tias. Também é por volta dessa fase que começamos a nos formar nos cursos de graduação e a iniciar uma carreira profissional, deixando a casa dos pais para vivermos nossas vidas. É nessa idade que a gente realmente começa a se sentir adulto e a perceber que estamos começando a ficar velhos aos pouquinhos. Tanto é que já a partir dessa idade que os homens começam a ter as primeiras "falhas" na hora H, a sentir a libido levar uma leve rasteira e a perceber que a calvície está ficando inevitável.

A vida adulta começa pra valer mesmo depois dos 25.



Bom, aí passados os 26 anos, entre os 27 e os 29 entramos num estágio de definição na vida. Aqui, no geral, já temos uma carreira definida, ou então já estamos formados, ou fazendo uma pós-graduação, ou começando a construir uma família. No caso de concursos públicos, até os 29 anos é que podemos ser aprovados para atuar na área militar ou sermos convocados imediatamente para uma guerra, por exemplo. É uma idade que começamos a nos sentir realmente velhos, porque os primeiros fios de cabelos brancos surgem e estamos à beira de nos tornarmos balzaquianos. Lembro que com 29 anos, eu me sentia praticamente um ancião no corpo de um jovem. Mas essa definição faz muito sentido, porque até aqui já vimos muita coisa na vida e a sensação que dá é que não há muito mais para se ver ou aprender. Só lembrando que durante a maior parte da existência dos seres humanos sobre a face da Terra, a expectativa média de vida era justamente por volta dos 29 anos.

As coisas ficam mais previsíveis após os 30 anos.



Daí que chega o dia em que trintamos. Dos 30 aos 35 é praticamente o último suspiro da nossa juventude, porque depois disso, já começamos a entrar na categoria sênior ou master em vários esportes. A partir dos 36 já há quedas de hormônios, mais propensão a lesões e demora maior na recuperação de atividades físicas mais intensas. Estamos balzaquianos, mas também mais experientes, mais sábios e chegamos num ponto de equilíbrio entre saúde, juventude e experiência que não é possível em nenhuma outra fase da vida. O problema aqui é a tal crise dos 30, porque muita gente chega nessa idade sem ter feito metade do que havia planejado lá trás. Nem todos estão empregados, seguindo a carreira que gostariam ou tendo conseguido formar uma família. No caso das mulheres, aqui é praticamente o limite para ser mãe. Uma coisa interessante é que mais ou menos na faixa dos 30 anos temos a nítida sensação que o tempo está passando muito mais rápido que antes e que 10 anos, que antes demoravam uma vida para passar, agora passa relativamente rápido.

A vida começa aos 40, ou não sim!


Até que mais cedo que imaginamos, chegamos aos 40. É o início da meia-idade onde metade ou mais da vida já voou no pau. Aqui é onde os primeiros sinais da terceira idade começam a alfinetar, apesar de que com o avanço da ciência e da tecnologia, dizem que os 40 são os novos 30. Porque se a pessoa cuida bem da saúde física e mental, é possível chegar a essa idade sentindo-se tão jovem quanto aos 25. Como dizem, aos 40 anos você é velho demais para ser jovem e jovem demais para ser velho. O maior problema dessa idade é o etarismo mesmo, porque já somos tratados como "coroas" ou "tiozões". Por isso, sempre que puder, esconda a idade e tente parecer mais jovem. O bacana dessa fase da vida é que muitos já conseguiram realizar muitos objetivos e sonhos de quando eram mais jovens e há uma tendência a uma maior estabilidade geral, seja emocionalmente falando quanto financeiramente. Não é à toa que muitas mulheres mais jovens preferem os homens dessa faixa etária. O que não podemos aqui é ficar acomodados na nossa zona de conforto, porque ainda há muita história para construirmos ao longo da vida.

Enfim, depois dos 40, eu ainda preciso viver para saber como é o que vem depois. Mas de todas as idades que já vivi, creio que a idade mais difícil mesmo sejam realmente os 18 anos. Passamos por uma verdadeira metamorfose aos 18 e muitas mudanças são impostas pela sociedade, diferentemente das outras fases que a gente vai se adaptando mais gradualmente. 

Daqui a uns 10 anos, eu volto aqui e conto como é a vida após os 50. Enquanto isso, vambora viver a vida, moçada!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Sou contra tudo que for hereditário


Recebi hoje no meu feed a notícia de que os bilionários formados no último ano acumularam mais riqueza por meio de herança do que por empreendedorismo. Isso ocorreu pela primeira vez desde que o UBS (banco suíço) começou a rastrear as fortunas dos mais ricos do mundo, há quase uma década. Ou seja: os super ricos estão ficando ainda mais ricos através, simplesmente, de herança. Isso destrói de uma vez aquela narrativa capciosa do capitalismo financeiro de que os ricos são ricos "puramente por mérito". E o pior de tudo é que apenas 1.000 bilionários passaram cerca de US$ 5,2 trilhões (R$ 25,63 trilhões) para seus filhos. Para se ter uma ideia do absurdo, isso é mais que o triplo do PIB do Brasil.

Enquanto esses bilionários ostentam essas fortunas adquiridas sem qualquer esforço, metade da população mundial sofre de insegurança alimentar e com falta de remédios e de moradia mesmo quase morrendo de tanto trabalhar. A pobreza também é hereditária, porque a meritocracia não existe no capitalismo. É por isso que além de ser contra o capitalismo, sou também contra tudo que for hereditário.

domingo, 3 de dezembro de 2023

Pênis pequeno não é micropênis

 

Na postagem passada, eu apresentei alguns motivos pelos quais ter um pênis pequeno não é algo tão ruim assim como a nossa cultura falocêntrica tenta impor. Inclusive, esqueci de citar uma vantagem extra que é a de que o pênis menor, normalmente, possui uma ereção melhor por precisar de menos sangue para encher totalmente os corpos cavernosos. Contudo, eu precisei escrever este adendo para lembrar que, naquele post, eu estava me referindo a órgãos sexuais pequenos, porém, normais. Esqueci de mencionar os casos extremos envolvendo micropênis que são os genitais com menos de 7 centímetros em ereção. O micropênis é uma doença que deve ser tratada por um urologista, porque além de problemas sexuais, pode causar problemas de higiene, de fimose, de infecções reincidentes e de dificuldade até para a micção. Tem também casos de pênis embutido, de má formação congênita, de hermafroditismo, de síndromes causadas por anomalias no cariotipo e outros que podem ser confundidos com micropênis e exigem cuidados médicos e psicológicos. 

A minha intenção com a postagem passada foi para que os homens com o comprimento do membro abaixo da média não ficassem com complexo de inferioridade por conta de algo que é natural. Afinal, pênis pequeno é uma coisa, micropênis é outra. O pênis acima de 7 cm é funcional e possui o tamanho mínimo para realizar a penetração. Mas falando de tratamento, o micropênis é detectado já na primeira infância. O ideal é que o pediatra mesmo já identifique isso no menino ainda pequeno para que ele possa tratar caso tenha realmente um micropênis, porque depois de adulto, o tratamento é mais difícil por não haver uma resposta hormonal relevante para resolver o problema. Infelizmente, muitos adultos têm micropênis porque, às vezes, durante a infância, os pais não tinham conhecimento sobre o assunto, ou então porque moravam em lugares onde não havia assistência médica adequada, ou ainda porque a família era muito religiosa e encarava isso como tabu ou sem importância.

Desnecessário lembrar que é capacitismo discriminar um homem por ele possuir um micropênis. Ninguém escolhe nascer assim e isso é terrível para qualquer homem adulto. Imagine você, que se acha bem dotado, tivesse um órgão genital de 1 cm. Acho que você não se sentiria bem caso sofresse bullying por isso.

A seguir, vou deixar um vídeo didático sobre este assunto.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

É bom demais ter pinto pequeno

 

Não há uma discussão sequer na internet envolvendo o comprimento ou espessura do membro viril em que não apareça pelo menos uma dezena de homens inconformados por estarem "abaixo da média". É preocupante a quantidade de homens que sofrem injustamente por terem cometido o "crime" de terem nascido com o pênis pequeno. Isso é muito triste, porque cansei de ler relatos de rapazes que sofreram bullying por isso, que têm vergonha de ir à praia, que não namoram, que passaram dos 30 anos de idade e são virgens, que têm a autoestima muito baixa e alguns até que chegam a falar de depressão e suicídio por esse motivo. 

Essa cultura do falocentrismo é extremamente danosa para os homens por colocar, erroneamente, o poder, a masculinidade e a autoestima masculina no tamanho do pênis. E isso é agravado pela indústria pornográfica que reforça de uma maneira totalmente equivocada a ideia de quanto maior o membro, mais prazer ele proporciona, padronizando um tamanho que está exageradamente acima da média. Porém, a verdade é que essa cultura sexista e falocêntrica do falo avantajado como o centro do poder não possui nenhuma coerência. Na antiguidade clássica, por exemplo, era exatamente o contrário, pois os homens com menor pênis mostravam mais sabedoria, intelecto e possuíam seus instintos sob controle. Claro que essa visão antiga também era equivocada, porque o tamanho do órgão genital não tem nada a ver também com capacidade cognitiva. Mas a verdade é que apesar da ideia do falo gigante ser associada a maior masculinidade, ter o dito-cujo pequeno tem, sim, as suas vantagens.

Ser pequeno possui uma grande vantagem.

Cansei de ver em sites de acompanhantes algumas profissionais deixando claro que só faziam o programa se o cliente tivesse o pênis pequeno. Elas recusavam o atendimento com homens com mais de 12 cm por terem o útero baixo e sentirem muito desconforto na penetração. E por ser pequeno, isso abria possibilidade para variações sexuais, como sexo oral e anal, sem restrições e sem "frescura". Mas a vantagem não para por aí. 

Os pequenos fazem a alegria da mulherada.
 

Certa vez, aprendi com um velho conhecido que o segredo para "pegar mulher" era fingir ou dar a entender que você, homem, possui um pênis pequeno. Diga sem medo para a mulherada antes de levá-las para a cama que a sua "ferramenta" de trabalho é bem pequena. Isso porque homens que se gabam do tamanhão do próprio p@u, no geral, são ruins de cama. Eles só têm o tamanho para impressionar e ficam falando isso para tentar causar uma boa impressão, já que a cultura falocêntrica endeusa esse tipo de homem. Mas como já diz o velho ditado, é melhor um pequeno brincalhão que um grande bobalhão. O cara que tem pinto pequeno sente que precisa compensar isso com outras "habilidades" e costumam mandar muito melhor no jogo da sedução, nas preliminares e no sexo em geral com a mulherada. São esses caras com piru pequeno que costumam dar aquele banho de língua inesquecível nas gurias, que dão aquele beijo de deixar as pernas bambas, que têm pegada, que exploram com carinho os pontos erógenos femininos e que conhecem técnicas infalíveis para fazer a parceira ver todas as estrelinhas do universo e um pouco mais. E as mulheres percebem isso quase que instintivamente, camarada. Daí eu te pergunto: que mulher vai trocar um homem confiante, sedutor, carinhoso, companheiro, fiel, divertido e bom de cama por outro ignorante que só tem um pinto gigantesco para oferecer? Aliás, pintos grandes costumam causar mais dor, enquanto que os menores cabem em qualquer lugar sem desconforto. Além do que, na hora H existem posições e técnicas (pompoarismo) que fazem o pequeno brincalhão render muito mais. E antes que tentem me refutar, lembre-se que se essa teoria estivesse errada, não existiriam lésbicas no mundo.

Os humilhados serão exaltados.


Então, caro amigo, se você tem um equipamento mais "humilde", se orgulhe dele. Ele pode ser justamente o grande diferencial que separa os caras ruins de cama dos caras inesquecíveis.

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

E esses uniformes sensuais aí, pode isso?

 

No mês passado, mais uma polêmica envolvendo "sexualização excessiva" apareceu na imprensa e ganhou ainda mais notoriedade nas redes sociais. A polêmica foi que as jogadoras dos times femininos do campeonato inglês Aston Villa, Newcastle e Wolverhampton estavam usando uniformes "sensuais demais". Isso porque o material esportivo produzido pela empresa Castore estava fazendo as atletas transpirarem demais e ainda por cima absorviam o suor de forma ineficiente, deixando o uniforme mais pesado (e mais colado ao corpo) do que o habitual. E para ilustrar isso, colocaram propositalmente as fotos e vídeos da atacante suíça Alisha Lehmann com o polêmico uniforme, já que ela possui o corpo mais, digamos, 'avantajado' entre as atletas. Pronto, isso bastou para a liga das senhoras católicas, radfems e nofapistas ficarem bastante exaltados. Sobre essa notícia, eu tenho dois pontos relevantes para destacar.

Usar a Alisha como referência também é covardia.

 

O primeiro ponto é que, sim, a Castore e outros materiais esportivos realmente abusam de tecnologias para sensualizar o máximo possível as atletas. Isso acontece também em outros esportes, como no atletismo e no voleibol, por exemplo, e causa, frequentemente, problemas de mobilidade para as atletas só para elas ficarem mais atraentes para o público masculino. Só que essas marcas não fazem isso por serem meramente sexistas, mas porque é uma forma de chamar mais atenção para o futebol feminino que é menos visto que o masculino por vivemos em uma sociedade machista. Os patrocinadores que colocam seus logotipos nas camisetas e shorts precisam que as marcas sejam vistas pelo maior número possível de pessoas, então os fabricantes fazem o uso dessa "estratégia" para atrair os olhares do público masculino. 

É por isso que eu acho que deviam ser as próprias atletas que tinham que escolher os uniformes que pretendem usar, afinal, são elas – e somente elas – que estarão expostas em um esporte de alto rendimento. Só que enquanto existir machismo e capitalismo, provavelmente essa será uma guerra perdida.

Corpos avantajados chamam atenção em qualquer uniforme.
 

O segundo ponto dessa discussão é o aspecto moral. Mulheres com corpos "perfeitos" sendo expostas na mídia sempre causaram incômodo por impactar na autoestima de adolescentes do sexo feminino. Além de causarem ciúmes em mulheres comprometidas que tem que aturar seus maridos babando para os corpos esculturais da concorrência. Eu entendo isso perfeitamente, mas há uma certa hipocrisia aí. Ninguém problematizou, por exemplo, quando o ex-jogador da seleção masculina de futebol Hulk fez sucesso entre o público feminino e o público gay por seu corpo avantajado. Ou como os super heróis masculinos possuem corpos de bodybuilder expostos em roupas ultra coladas ao corpo. A busca pelo corpo perfeito também faz mal aos homens, já que muitos deles literalmente morrem de tanto tomar esteroides para ficarem com o físico de seus ídolos. 

Mantenha os uniformes e tire a Alisha que acaba a objetificação.

 

No caso dos grupos progressistas, essa hipocrisia moral fica bastante evidente, porque se fosse uma mulher obesa no lugar de uma Alisha Lehmann sendo objetificada ou hipersexualizada, ninguém reclamaria, porque enxergariam isso como "quebra de tabu" e "empoderamento", apesar da situação ser rigorosamente a mesma. Ou se o problema fosse o oposto, o excesso de roupa, ninguém reclamaria também, mesmo que causasse problemas muito piores de mobilidade e desempenho. Apesar que no caso da Alisha ou do Hulk, até se ambos estivessem vestidos com roupas de apicultor iriam chamar atenção. Note, inclusive, que somente a Alisha é usada como referência nas matérias e posts sobre este assunto, porque apesar das demais atletas usarem o mesmo uniforme, elas não incomodam o povo por terem corpos "comuns". O que incomoda os moralistas não é o uniforme em si, mas os corpos "perfeitos" expostos. Ou seja, se a Alisha não jogasse no Aston Villa, ninguém nem estaria falando sobre este assunto. Esse aspecto parcial tira toda a seriedade do debate.

Então é preciso ter um ponto de equilíbrio nessas discussões para que possamos buscar soluções reais e não soluções simplistas baseadas em moralismo cínico.

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Desperte o homão que há dentro de você


Eita, nóis... Eu aqui me esforçando para manter este bloguinho ativo com posts relevantes sobre questões do mundo contemporâneo ou divulgação científica e me vem mais um comentário de mais um homem "desprestigiado" fisicamente, deprimido e/ou querendo se matar por isso. Recentemente, recebi um comentário de um sujeito dizendo ser feio, tímido, baixinho, careca, barrigudo, perna fina, pinto pequeno e pobre querendo se matar. Quando li o comentário, parecia até que estava lendo um trecho daquela música do Sílvio Santos (Melô do Barrigudinho) que dizia algo do tipo:

"Um homem pode ser careca
Baixinho e barrigudo
Mas se tiver dinheiro
Ele está com tudo"


Como a letra da música já dizia, basta ter grana que está tudo certo, não é? Na verdade, não. Dinheiro ajuda em muita coisa, mas não resolve tudo. E no caso do comentarista, ele também é pobre. Mas não é tão pobre assim, porque teve dinheiro para comprar um celular e postar esse comentário. Então a situação não é das piores. Olhe pelo lado bom: o cidadão pelo menos não passa fome, coisa que já é um privilégio hoje em dia, levando em consideração que temos cerca de 2 bilhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no mundo. Mas ok, sei que a dor dos outros não serve para te deixar menos mal, caro comentarista. Então eu achei melhor respondê-lo em um post do que em um comentário curto que se perderia entre centenas de outros. Então pega a dica aí:

 

Feiura não impede ninguém de ser bem-sucedido.

 

Felicidade é algo que brota de dentro para fora. Se você se considera "pior" que os outros por suas características físicas, é porque você está, obviamente, se comparando com os outros. E se comparar com os outros é sempre ruim, porque sempre haverá alguém melhor que a gente. Mas do mesmo jeito que há gente melhor, há também gente pior que nós e não necessariamente essas pessoas estão mal. Você tem virtudes e qualidades que não percebeu ainda que possui. Tenho certeza que você já recebeu algum elogio de alguém por algo que fez ao longo da vida. De repente, você pode ser um bom desenhista, um bom jogador, ou ter facilidade com cálculos, ou até mesmo ter uma voz linda de tenor (homens baixinhos geralmente possuem entonação de tenor). Procure investir nessas suas qualidades. Se não tiver (coisa que duvido) procure descobrir uma qualidade e trabalhe para se tornar bom nisso, porque você vai largar na frente dos outros por já ter uma inclinação natural para isso. Já parou para pensar que enquanto os homens "prestigiados" estão perdendo tempo com baladas, mulheres, bebidas e festas, você pode estar estudando para se tornar um cara muito melhor e mais bem qualificado socialmente que eles? 

Só é possível ter um bom físico treinando.



Quanto aos seus "defeitos", putz, o corpo da gente pode mudar com dieta e treino e vá por mim: quando você encara cada treino como um desafio novo na sua evolução, você se empolga e acaba criando um hábito. E é da persistência que vem o resultado. Homens baixinhos e carecas têm, normalmente, mais receptores androgênicos para testosterona e ganham performance e massa muscular mais rápido que a média. Aproveite isso. A calvície pode ser tratada, a barriga pode diminuir, você pode parecer mais alto usando solas de calçados mais altas e melhorando a postura – e você pode ganhar mais confiança ainda se fizer uma terapia bacana. Procure ajuda profissional (psicológica) para conseguir despertar esse verdadeiro GIGANTE adormecido que há dentro de você. Ninguém é um merda e tenho certeza que você pode ser um cara muito phoda.

Enganaram você sobre tamanho ser documento.


Quanto ao tamanho do pênis, isso é uma das coisas mais retardadas que existe. Tamanho peniano não faz diferença nenhuma para 98% das mulheres normais (NORMAIS, não atrizes pornôs). Além do que, o canal vaginal expandido têm no máximo uns 13 centímetros e apenas os primeiros 5 centímetros possuem receptores para o prazer. Fora que a maioria das mulheres nem tem orgasmos com a penetração, é mais por carícias no corpo e por estimulação no clitóris. Se você não tiver um micropênis (menos de 5 cm, que pode ser tratado) então desencana, campeão. Fora que em um relacionamento, as pessoas procuram companheirismo, carinho, intimidade, suporte e amor – e o tamanho do órgão sexual é o último critério nisso. Se tiver medo ou vergonha demais por isso, junte uma grana e compre uma linda sex doll, que são essas bonecas do amor hiper realistas que levarão você ao paraíso do sexo num nível que nenhuma mulher será capaz de te levar.

Enfim, camarada. Sorria para a vida que ela sorrirá de volta para você. Para com essa babaquice de querer se matar que isso seria um desperdício. Essa vida é a sua única chance de ser feliz e de mandar sua "genética ruim" e os caçoadores para a PQP. Tenho certeza que você vai superar essa fase, porque você vai despertar o homão da p0rra que há dentro de você. Vai lá e arrebenta, campeão.

sábado, 23 de setembro de 2023

O Estado não é dono do útero de ninguém


Está sendo julgado no STF a ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 442, que requer a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Já tratei sobre o tema aborto neste blog de forma exaustiva e não pretendo ficar repetindo os mesmos argumentos de sempre. O único ponto que me incomoda nessa história toda é a reação desproporcional dos grupos religiosos. Eles querem impor na base do medo e da chantagem a vontade dogmática deles. Essa gente esquece que o Estado é laico e que, assim sendo, os valores morais deles não servem para estabelecer os padrões éticos da sociedade. 

A decisão de interromper a gravidez é individual de cada mulher. Se ela não puder fazer isso de forma segura, será forçada a viajar para outros países onde o aborto é legal, ou tomará substâncias abortivas por conta própria ou ainda pior: terá que arriscar a vida em clínicas clandestinas. Tudo isso porque uma elite política e religiosa formada por 99% de homens querem controlar os corpos das mulheres de forma autoritária. É o velho machismo institucionalizado. Já que não podem parir, o jeito que os machos opressores encontraram de controlar a reprodução foi castrando a sexualidade das mulheres e decidindo o que elas mesmas devem fazer ou não com seus próprios corpos. Não é exagero dizer que se homem ficasse grávido igual aos cavalos marinhos, aborto seria não apenas legal, mas motivo de orgulho também.

Chega de hipocrisia. Aborto não é "assassinato", porque mórulas, blástulas, gástrulas e nêurulas não são seres humanos. Além de que, interrupção da gravidez é uma questão de saúde pública. Respeitem as mulheres, respeitem os seus direitos e as suas vidas. 


terça-feira, 8 de agosto de 2023

Não vale a pena ter plano de saúde


Se tem uma coisa que eu acho abominável no mundo capitalista é o tal do plano de saúde privado. Pagar de forma privada pela saúde é algo que não é coerente sob nenhum aspecto. Primeiro, porque trata a saúde como se fosse uma mercadoria. E, segundo, porque exclui pessoas que não podem pagar. E a saúde é algo que precisa ter acesso universal gratuito. Obviamente, não estou sugerindo que profissionais da área de saúde tenham que trabalhar de graça. Mas o salário deles deve ser pago pelo Estado. Infelizmente, o que acontece nesses planos de saúde particulares é uma verdadeira máfia que trabalha na base do lobby para sucatear a saúde pública e sugar cada vez mais dinheiro dos usuários. Todo mês temos que pagar caro pela saúde privada e, em troca, ganhamos aumentos abusivos, burocracias estressantes, rede credenciada muito limitada, limitação na quantidade de atendimentos e exames, além de uma série de despesas que o plano não cobre. No caso de quem é jovem e tem uma saúde boa, pode ter certeza que vai pagar muito mais do que vai usufruir. Fora que dentro da mensalidade dos planos há sempre uma margem de lucro desconhecida das operadoras. O certo, repito, seria que todos tivessem saúde pública de qualidade, porque ficaria muito mais barato para todos e quem não pode pagar, não seria excluído. Mas como vivemos nesse capitalismo selvagem do capiroto, a sugestão que eu dou é que se você ama seu dinheiro,  pague tudo no particular. Pague apenas pelo que você usa e somente quando você usa. O melhor jeito de fazer isso é abrir uma espécie de "poupança saúde" e depositar mensalmente a quantia que você puder para, quando precisar, ter aquele dinheirinho guardado. E o melhor disso é que você paga apenas o que usa, não tem as burocracia e os desperdícios impostos pela saúde privada e ainda correm juros anuais (ainda que pequenos) a seu favor. Plano de saúde só vale a pena em situações muito específicas, como nos casos de alguns planos empresariais e familiares que cobrem praticamente todas as despesas. Mas, no geral, eles são mais fonte de prejuízo e aborrecimento do que qualquer outra vantagem que possam trazer.

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

O mundo precisa ser mais cristão


Já vou logo adiantando para quem não me conhece que não acredito em nenhuma divindade e não sigo nenhuma religião. Mas, cá entre nós, a existência de um deus real faz muita falta ao mundo. Ontem mesmo fiquei indignado com pessoas que se diziam cristãs passando pano para um estuprador e culpando a vítima que estava inconsciente. Achei isso o cúmulo, mas dei um desconto por vivermos numa cultura de estupro onde relativizar casos de violência sexual é a regra. Só que a tragédia não para por aí. 

No mês passado, tive o desprazer de ver um conhecido meu (que se diz muito cristão) dirigindo diversos insultos contra pessoas maltrapilhas que pediam esmola num farol de trânsito. O argumento dessa pessoa foi que aquelas vítimas da miséria e sem moradia são culpadas pela própria pobreza por serem "preguiçosas". Dói muito ver outros seres humanos agindo de forma tão indiferente, cruel e hostil com os outros. Onde está o tal "amor cristão" que todos dizem ter? Onde está a caridade e a fraternidade? E se você sai em defesa dos oprimidos, já é logo rotulado de comunista, esquerdista safado, petralha e outras coisas que não têm nada a ver. Isso sem falar da incapacidade das pessoas perdoarem uma às outras, de respeitarem as diferenças e de enxergarem o outro como irmão. As pessoas fazem tudo ao contrário do que o próprio Jesus fez e ensinou. Inclusive, se Jesus voltasse nos tempos atuais, com certeza seria julgado, condenado e crucificado novamente ainda que de uma forma simbólica. Até porque muitos líderes cristãos contribuem para isso, distorcendo as palavras de Jesus para enganar, saquear e manipular as pessoas.

Veja como são as coisas. O mundo está tão podre que até um ateu acha que as pessoas precisam ter mais Jesus no coração.