domingo, 29 de maio de 2022

A polícia é leão de chácara da burguesia


Após mais uma chacina nos morros do Rio (Vila Cruzeiro) e do assassinato brutal com gás contra o motoqueiro Genivaldo Santos por agentes da PRF em Sergipe fica muito claro que as polícias estão a serviço exclusivo dos interesses da burguesia. Dentro de um sistema capitalista, as forças de segurança existem para garantir a lei e a ordem burguesa contra os mais pobres. É por isso que cansamos de ver favelado indo para a vala pelas mãos da mesma polícia que leva carteirada de juiz e de empresário. E isso não é só no Brasil. Nos EUA, por exemplo, estamos fartos de ver casos onde negros e latinos são tratados piores que animais. E não adianta campanhas toscas para "humanizar" a polícia, porque o problema não está na polícia, mas sim no sistema capitalista. É a existência de classes sociais e da propriedade privada dos meios de produção que gera essa hierarquia obedecida pelos agentes do Estado. Para piorar, ainda temos governos fascistas que institucionalizam ainda mais a violência da polícia contra os mais pobres. É neste tipo de mundo que nós queremos continuar a viver?

quinta-feira, 19 de maio de 2022

Podemos ser a primeira civilização da galáxia

 

A semana passada foi bem agitada astronomicamente falando. Só para ficar nos dois eventos de maior repercussão, tivemos um eclipse total lunar com lua de sangue e a fotografia histórica do buraco negro super massivo do centro da nossa galáxia. Mas houve um fato relativamente recente que achei importante dar o devido destaque nas páginas deste bloguinho que é a real possibilidade da humanidade ser, de fato, a primeira civilização da Via Láctea ou, quem sabe, até mesmo do cosmo inteiro.

Estamos todos sós?

O principal motivo que leva muitos cientistas a acreditarem que podemos ser a primeira civilização da galáxia é um fenômeno chamado de metalicidade cósmica. Este fenômeno refere-se à quantidade de átomos mais pesados que o hélio e o hidrogênio presentes no universo. Quanto mais o tempo após o Big Bang se passa, maior é essa metalicidade, porque mais estrelas morrem jogando átomos pesados no cosmo. As nebulosas que formam novos planetas, estrelas, luas e outros corpos celestes tornam-se cada vez mais densas com o tempo e essa maior densidade bariônica favorece o surgimento da vida como conhecemos. Segundo diversos estudos e cálculos, a metalicidade do universo só atingiu um valor mínimo possível para que moléculas orgânicas se formassem há cerca de 7 a 8 bilhões de anos atrás. E foi justamente neste período que o nosso sistema solar começou a se formar. O nosso sistema solar completou sua formação há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas ele já existia em forma de nebulosa protoestrelar há aproximadamente 7,5 bilhões de anos. Ou seja: a Terra se formou bem no início do período que o universo se tornou propício ao surgimento da vida baseada no carbono.

Mas a possibilidade de sermos os primeiros não se baseia apenas na questão da metalicidade do cosmo. Temos também outro fator decisivo que é a hipótese da Terra Rara. Essa hipótese que cada dia mais ganha mais força diz que planetas com biosfera semelhantes ao nosso são extremamente raros no universo. Isso porque um planeta ter a composição química certa, com a massa certa, orbitando a estrela certa na distância certa, com uma lua do tamanho certo no lugar certo e em uma região relativamente tranquila da galáxia são fatores incomuns no cosmo. A maior evidência disso é que nunca encontramos nenhum exoplaneta semelhante a Terra entre todos os que catalogamos até hoje.

Se essa hipótese de sermos os pioneiros estiver correta, isso explicaria o porquê de nunca termos detectado tecnoassinaturas ou feito contato com outras civilizações. Não houve tempo para nenhuma civilização avançada além da nossa surgir, já que o universo é muito jovem. E caso realmente sejamos os primeiros, temos uma enorme responsabilidade, porque seremos nós os alienígenas do futuro que iremos dar boas vindas às próximas formas de vida inteligente que surgirem no cosmo.

 

Para saber mais sobre este tema:
Canaltch - Levaremos 200 milhões de anos para encontrar alienígenas.
Meiobit - Uma decepcionante resposta para o Paradoxo de Fermi.

terça-feira, 17 de maio de 2022

Qual o limite do realismo nos jogos?

 

Desde que fiquei impressionado com o realismo gráfico do game Crysis lá no ano de 2007 que passei a me questionar qual seria o limite de fotorrealismo que um jogo de videogame poderia alcançar. Quinze anos depois, acho que obtive a minha resposta quando passei a ver os projetos criados por designers e programadores em algumas animações produzidas através do motor gráfico da Unreal Engine 5, desenvolvido pela Epic Games em 2020. O nível de fotorrealismo desta engine é tão absurdo que, sem exageros, torna suas criações indistinguíveis da realidade. E eu diria até mais: que os games produzidos na Unreal Engine 5 chegarão a ser mais reais que a própria realidade quando atingirem o seu ápice. Isso porque a tecnologia que inclui realismo de partículas, texturas, iluminação global e ray tracing chegou num ponto tal que cria uma ilusão que estamos diante de uma cenário real.

Cena de Matrix Awakens produzida pela Unreal Engine 5.


Andei olhando algumas demos atuais e só acreditei que não são filmagens de celular porque os produtores garantiram que se tratava de computação gráfica. Eu fico imaginando quando essas tecnologias estiverem disponíveis para óculos VR como a coisa vai ficar perturbadora. Mas como em computação gráfica não há nada tão realista que não possa ficar ainda mais real, eu fico desgraçado da minha cabeça pensando como seria um metaverso futurista daqui a uns 50 anos usando uma Unreal Engine 11. Acho que a coisa estará tão indistinguível da realidade que até mesmo moléculas serão simuladas. Ou quem sabe até mesmo o próprio universo seja simulado e a gente passe a viver numa espécie de Matrix onde faremos backup das nossas mentes para os supercomputadores do futuro... Enfim, acho que viajei demais dessa vez. Mas dá uma olhada nas demos abaixo e me diga se essa tecnologia não está ficando cada vez mais assustadora:





sexta-feira, 13 de maio de 2022

Votar no PT é uma questão civilizatória


Se você ainda não sabe, a influencer Rita von Hunty, que conta com mais de 1 milhão de inscritos no canal Tempero Drag, acabou sendo "cancelada" na web por declarar que não votará no Partido dos Trabalhadores para presidência da República neste ano de 2022. Isso, segundo ela, se deve à falta de compromisso do PT em revogar as reformas neoliberais trazidas desde o Golpe de 2016. Eu entendo e respeito a opinião da Rita, mas o que está em questão no momento não é revogar as reformas antipovo. O que é essencial nesta eleição de 2022 é se iremos continuar tendo alguma normalidade democrática ou se iremos rumar de vez na direção do autoritarismo e do fascismo.

Eu tenho minhas divergências com o PT e também acho que o vice do Lula foi mal escolhido, mas o que é imperativo na atual conjuntura é derrotar o bolsonarismo e suas pretensões golpistas. Se o PT vencer as eleições por uma margem pequena no segundo turno, pode ter certeza que iremos repetir a aberração que ocorreu em 2014 quando Aécio Neves contestou o resultado das urnas e partiu para a escalada golpista. Ora, por que Bolsonaro faria diferente? Sendo que ele mesmo já declarou desde que se elegeu que as urnas não são confiáveis e que repetirá a invasão do Capitólio dos EUA aqui no Brasil. O que precisa ocorrer é uma mensagem clara do povo contra toda essa maluquice autoritária através da vitória do Lula já no primeiro turno. É uma questão civilizatória. O que estamos decidindo não é entre Lula ou Bolsonaro, é entre civilização ou barbárie. Quatro anos a mais de Bolsonaro seria algo impensável. É muito melhor fazer oposição a um Lula do que a um Bolsonaro.

Portanto, votar em qualquer candidato que não seja o Lula no primeiro turno é o mesmo que votar a favor de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro. E levar as coisas para o segundo turno é muito perigoso. Portanto, primeiro, tiramos o fascista; depois, pensamos em reverter essas reformas. Até porque para revogar as reformas, precisaremos de um congresso majoritariamente progressista. E não adianta nada o Lula ganhar de lavada no primeiro turno se os deputados e senadores forem quase todos uns reaças horrorosos da bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia).