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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

É melhor haver ou não haver vida após a morte?


Faz alguns dias que estive a pensar mais profundamente sobre a nossa condição existencial após a vida chegar ao fim. Cheguei à conclusão que, independentemente do que ocorra após a morte, o que espera por nós não é nada bom. 

A existência da vida após a morte é algo terrível pelo fato de que é impossível existir vida sem sofrimento. Se sempre estivermos morrendo e renascendo em ciclos infinitos como sugerem algumas doutrinas, nunca nos livraremos da angústia, das dores e das inquietações existenciais. Se houver reencarnação, estaremos presos a um karma sem fim de tragédias. Se houver inferno, estaremos sendo vítimas da injustiça arbitrária de um ditador celestial sádico. Já a tal vida eterna num paraíso perfeito é uma ideia pueril que também seria terrível, porque uma existência sem sofrimento algum nos levaria a um estado permanente de anedonia e tédio. Então continuar existindo após a morte seria algo indesejável, até porque perderíamos nossa identidade e nossas memórias com o passar do tempo em meio a um ciclo sem fim de existências que não teriam qualquer propósito.

Será este o fim de todos nós?

No caso de não haver vida após a morte, voltaremos a ser aquilo que sempre fomos durante todo o infinito passado antes do surgimento do universo, ou seja: um nada. Não seremos capazes de sentir, ver, ouvir, pensar, cheirar, lembrar ou perceber a existência do tempo e do espaço. Seria a inconsciência absoluta, como se tivéssemos presos num sono eterno sem sonhos ou como se tomássemos uma anestesia geral que duraria para sempre. Porém, tornar-se um "nada" não é nem o problema em si, porque o que não existe não sofre justamente por não está existindo. O problema aqui é a angústia que essa hipótese gera em quem está vivo. É angustiante imaginar que nossa consciência vai evaporar para sempre e a dos nossos descendentes e entes queridos também. Chega a ser até cruel do ponto de vista de seres gregários como os seres humanos a ideia de que nunca mais seremos capazes de sentir afeto, prazer ou felicidade.

Tornar-se imortal é a solução?

Existe ainda uma terceira possibilidade, que é a de alcançar a imortalidade em vida, seja através da clonagem, da criogenia, da digitalização do nosso cérebro, do backup da nossa mente ou de nos tornarmos indestrutíveis através do ciborguismo. Mas isso também tem um problema. Os sofrimentos inerentes à existência continuarão a nos perseguir. Afinal, a dor é o preço que se paga por estarmos vivos. Mas o pior nem é isso. O problema é que o próprio universo um dia deixará de existir, seja  através de um Big Crunch (universo cíclico), de um Big Rip (ruptura do espaço-tempo) ou de um Big Freeze (morte térmica). Não poderemos sobreviver a nenhum deles. A menos, claro, que criemos uma espécie de Matrix onde possamos viver mentalmente através de uma espécie de jogo da vida que rode em escalas de tempo gigantescas. Ou então que criemos universos paralelos e migremos para lá. Mas será que isso realmente valeria a pena?

Enfim, o que acontecerá após a morte é um mistério. Mas qualquer que seja a opção, ela não será fácil para nenhum de nós.

domingo, 17 de setembro de 2023

Até o T-Rex virou vítima de fake news


Que a internet nos trouxe uma batelada de benefícios, ninguém nega. Mas junto com ela, ganhamos também muitas mentiras e desinformações. Afinal de contas, se o papel aceita qualquer coisa, a internet aceita muito mais. E nem precisa ir para a deep web para ver coisas cabeludas nesse sentido. Teorias conspiratórias envolvendo fatos consolidados pela ciência, por exemplo, brotam aos milhares todos os anos na própria surface web. A lista de loucuras é longa: Terra plana, Lua oca, pirâmides feitas por extraterrestres, ovnis nazistas, reptilianos infiltrados em governos, Ratanabá e outras barbaridades do gênero. Nem o pobre do T.Rex escapou. Tem uma galerinha aí afirmando que o dinossauro mais popular do período Cretácio esteve na arca de Noé e, pior: ainda por cima era vegano. Imagine só: um T-Rex vegano na arca de Noé.

O T-Rex não era bem assim...

Obviamente, não existe nenhum fundamento na afirmação de que o Tiranossauro era vegano. Todas as evidências apontam justamente para o contrário. Já sobre ele estar presente na arca de Noé, eu prefiro nem comentar. Sobre isso só afirmo duas coisas: primeiro, que eles foram extintos 65 milhões de anos antes de qualquer ser humano existir; e, segundo, que a arca de Noé nunca existiu. 

Outra coisa que falam bastante na internet é que o T.Rex tinha uma farta plumagem cobrindo todo o corpo. Ok, dizer que ele tinha penas não é uma teoria conspiratória, mas também não é uma afirmação sustentada pelas evidências fósseis. Apesar de várias espécies menores de dinossauros terem tido o corpo coberto de penas, no caso do T.Rex parecia ser diferente. Isso porque penas podiam causam super aquecimento no corpo do bicho por ele ser muito grande e pesado. Aparentemente, apenas os filhotes da espécie tinham uma pequena penugem que era perdida com o tempo.

Agora esse papo de T.Rex vegano... Pelamordedeus...

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Será mesmo que tem ETs nos visitando?


Eu tenho muita dificuldade de levar a sério todas essas histórias envolvendo visitantes do espaço aqui na Terra. Essa minha descrença se deve não apenas pela falta de evidências objetivas da existência de tais seres extraterrestres, mas também porque a Navalha de Occam me leva crer que é mais plausível que todos os relatos e avistamentos não passem de alarmes falsos. Se realmente estivéssemos sendo visitados por inteligências alienígenas, creio que isso não deixaria qualquer dúvida. Seria algo inquestionável. O problema é que em todos os casos ufológicos há aquele clima nebuloso de mistério, incerteza e suposições arbitrárias. Não por acaso, imagens e histórias envolvendo espíritos, duendes e fadas também seguem nessa mesma linha de desconfiança e dúvidas. No caso de OVNIs ou UAPs, eles podem ser qualquer coisa indo de drones a fenômenos atmosféricos desconhecidos ou incomuns. O que mais me faz crer que esses objetos são do nosso mundo é que se eles realmente viessem de uma civilização alienígena distante, não ficariam por aí fazendo mandalas em campos de trigo e nem brincando de pique-esconde com aviões de guerra. Além disso, as distâncias no cosmo são grandes demais. Para se ter uma ideia, uma viagem até a estrela mais próxima do Sol feita pelo objeto mais veloz produzido na Terra levaria mais de 7.800 anos e, certamente, não haveria combustível suficiente para manter algo nessa velocidade por tanto tempo no espaço. Isso porque eu nem estou levando em consideração que há sistemas solares a mais de 50 mil anos-luz de distância da Terra e uma viagem de lá para cá poderia levar milhões de anos. Quanto a suposição de que os extraterrestres tenham tecnologias superiores a nossa, bem, isso é entrar demais no campo da fantasia e da ficção científica. Isso porque, primeiro, nem sabemos se ETs inteligentes existem e, segundo, nem se viagens a velocidades superiores a da luz são possíveis. Então, na minha singela opinião, é pouquíssimo provável que tenhamos inteligências extraterrestres perambulando no nosso planeta.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Ratanabá não passa de delírio bolsonarista


Qualquer coisa que tenha o QI oscilando entre o de uma ameba e uma ostra sabe muito bem que essa história de cidade submersa na Amazônia de 450 milhões de anos não passa de uma teoria conspiratória de quinta categoria. É geologicamente impossível que a tal capital do mundo denominada Ratanabá possa existir. A questão que está por trás disso tudo é: por que alguém inventaria uma lorota tão estapafúrdia justamente no momento que a Amazônia sofre ataques de garimpeiros, desmatamento recorde, queimadas, genocídio indígena e, principalmente, do desaparecimento criminoso do jornalista Dom Philips e do indigenista Bruno Pereira? Ora, é ÓBVIO que isso é cortina de fumaça. É um ruído tosco criado por bolsonaristas e que envolve o ufólogo e ilusionista Urandir Fernandes que, para quem se esqueceu, foi o idealizador da "teoria" da Terra Convexa e do ET Bilu. 

Ratanabá durante o Ordoviciano.

Eu nem pretendo me estender sobre esse assunto, porque não vale a pena perder tempo batendo palmas para louco dançar. Ratanabá é uma idiotice sem lastro na realidade. O que queremos é justiça para Dom Philips e Bruno Pereira e, claro, o fim desse governo desgraçado que trata com total descaso a Amazônia brasileira.

sábado, 22 de janeiro de 2022

Será que eles já estão entre nós?


Ao contrário do que muita gente pensa, ser cético não é duvidar de tudo. Ser cético é usar evidências para fundamentar suas crenças. Um cético não acredita em alegações extraordinárias sem que sejam apresentadas provas extraordinárias. Um cético é alguém que lida de forma saudável com a dúvida sem duvidar de nenhuma hipótese ou sem endossar hipóteses carentes de evidências. Dito isso, eu reafirmo a minha posição cética diante da hipótese de vida fora da Terra: eu, simplesmente, não sei se ela existe. Ponto. Esta é também a postura da grande maioria dos cientistas, dos governos e da própria Nasa. Inclusive, a Nasa já admitiu através do seu diretor chefe, o ex-congressista democrata Bill Nelson, que os OVNIs avistados pela Força Aérea Americana podem ser de tecnologia extraterrestre. Porém, dizer que PODE ser algo NÃO quer dizer que SEJA esse algo.

Seriam fadas, anjos, espíritos, ETs ou fenômenos naturais?
 

Os tais OVNIs podem ser de origem extraterrestre, mas também podem ser de origem ultraterrestre (de outra dimensão), de origem intraterrestre (de civilizações avançadas do interior do nosso próprio planeta), de uma civilização humana do futuro que mandou seus drones para a nossa época, ou de origem humana atual mesmo, já que China e Rússia costumam esconder de forma bastante eficaz suas tecnologias mais avançadas. Sem falar de outras hipóteses absurdas, tais como de espíritos, fadas e outras criaturas fantásticas.

Crop Circles: como explicá-los?

Sabemos que o nosso universo é gigantesco, mas não sabemos quase nada sobre ele. Não sabemos como a vida surge, não conhecemos todos os caminhos de como a vida evolui até chegar na inteligência, não sabemos qual é a probabilidade da vida surgir, não conhecemos as condições exatas para um planeta abrigar a vida e nem conhecemos todas as possibilidades tecnológicas que uma civilização avançada pode ter descoberto. O que nos resta é ter humildade e admitir que ainda não sabemos do que todos esses fenômenos (OVNIs, crop circles, etc) se tratam.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

A euforia tresloucada dos ufólatras


O maior divulgador científico do século XX, o astrônomo Carl Sagan, disse certa vez que alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias. Os idólatras de discos voadores, apelidados carinhosamente de "ufólatras", simplesmente ignoraram essa famigerada frase do Carl Sagan e saíram poluindo a internet com afirmações categóricas de que os extraterrestres estão invadindo a Terra diante dos vídeos de fenômenos aéreos divulgados pelo Pentágono. Alegar que seres mais inteligentes que nós percorreram toda a galáxia em naves de altíssima tecnologia só para brincar de pique-esconde com caças norte-americanos não me soa nem como uma ideia extraordinária, mas, sim, como uma ideia idiota. Aliás, esses aliens são bem desocupados, porque há décadas fazem sempre as mesmas asneiras: matam vacas, abduzem humanos para experimentos sexuais, fazem desenhos engraçados em plantações de trigo, ensinam humanos a empilharem pedras e brincam com aviões de guerra.

Os fenômenos mostrados pelos vídeos não possuem qualquer evidência de serem de outro planeta. O máximo que uma pessoa sensata pode fazer caso não saiba do que esses fenômenos se tratem é assumir a postura humilde de um sábio: a da dúvida. Não sabemos o que é e nem do que se trata, ponto. Mas pela Navalha de Occam, é muito mais plausível que se tratem de fenômenos terrestres, do que artefatos alienígenas. Isso SE extraterrestres inteligentes existirem.

domingo, 13 de janeiro de 2019

Padre Quevedo foi o James Randi brasileiro


Eu tinha um post político importante para ser publicado hoje, porém, como nesta semana morreu o parapsicólogo padre Quevedo, eu não poderia deixar ao menos mencionar a importância dele para a minha formação cética.

O padre Oscar Quevedo, nascido na Espanha e naturalizado brasileiro, tornou-se uma figura pop emblemática na mídia nos casos onde fenômenos sobrenaturais eram colocados à prova. Lembro-me no programa do Ratinho nos anos 90 e também em sua série no Fantástico onde ele desmascarava com grande autoridade todos os charlatões, farsantes, golpistas, mágicos de araque, enganadores e fenômenos que aparentavam ser sobrenaturais. O próprio padre Quevedo mostrava como os truques eram feitos e ensinava as pessoas a terem o mínimo de senso crítico diante de coisas aparentemente inexplicáveis. Eu deixei de acreditar em fantasmas, poltergeists, espíritos obsessores, truques e curas sobrenaturais graças a esse bom velhinho. Eu, inclusive, gostava de compará-lo ao mágico canadense James Randi que fazia o mesmo que ele e ainda oferecia um prêmio de 1 milhão de dólares para quem provasse que possuía poderes sobrenaturais. O único defeito do padre Quevedo é que todo o ceticismo que ele usava contra os charlatões e contra as crendices de outras religiões era posto de lado com relação ao cristianismo. O padre sempre encarava como legítimos os milagres católicos e jamais contestava os dogmas. Tudo bem, isso eu perdoava porque, afinal de contas, ele era um padre. Se fosse cético em tudo sem qualquer duplipensar, ele seria um Christopher Hitchens com sotaque espanhol, mas aí já seria querer demais.


Enfim, apesar dos poréns, eu era muito fã do padre Quevedo. E até hoje eu uso o seu bordão "isso non ecziste" quando me deparo com coisas que não acredito. Descanse em paz, caro Oscar Quevedo. E obrigado por tudo.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

A prova de que os fantasmas não existem


Uma das coisas que mais me assustava quando eu era criança eram as histórias envolvendo fantasmas, espíritos, vultos e assombrações. Durante muitos anos da minha infância e até mesmo durante parte da minha adolescência eu tinha pesadelos frequentes com essas coisas. Mas quando cheguei à idade adulta, perdi todos os meus medos de fantasmas devido a um fato muito simples: nenhuma entidade extracorpórea pode coexistir com a lei da gravidade.

Ora, pare e pense no seguinte: os fantasmas têm peso? As respostas só podem ser sim ou não. Se sim, então eles têm um problema muito sério. No caso dos fantasmas possuírem peso, eles são atraídos para o centro da Terra com a mesma intensidade que tudo à nossa volta também é. Se, neste caso, os fantasmas forem capazes de interagir com a matéria (poltergeists), eles teriam que ser obrigatoriamente detectáveis fisicamente: coisa que nunca aconteceu na história. Fantasmas com peso e que interagem com a matéria obrigatoriamente seriam feitos de matéria bariônica e, assim sendo, não poderiam sequer ser considerados fantasmas, porque eles estariam tão vivos quanto nós por serem materiais. Deste modo, eles seriam considerados seres vivos ou, na pior das hipóteses, zumbis.
Agora se os fantasmas possuírem peso e não forem capazes interagir com a matéria (sendo capazes de atravessar paredes e portas, por exemplo), sendo formados por alguma matéria exótica qualquer como a matéria escura, por exemplo, então eles seriam puxados diretamente para o centro da Terra e ficariam presos por lá. Então ter peso não é compatível com as histórias de fantasmas que ouvimos por aí.

Agora, se os fantasmas não possuem peso, aí que a coisa fica complicada. Isso porque se algo não possui massa, não é atraído pelo nosso planeta. E como o planeta Terra está girando em torno do Sol - assim como o nosso sistema solar está girando em torno da Via Láctea e como a nossa galáxia está em movimento contínuo a velocidades altíssimas pelo universo - isso obrigaria os fantasmas sem peso a terem que voar nas mesmas velocidades e nas mesmas direções do nosso planeta permanentemente. Isso também não é compatível com a lógica, porque corpos pequenos, ainda que "espirituais", não têm condições de se manter estáveis pelo universo se movendo a velocidades astronômicas.


É por isso que não acredito em fantasmas de jeito nenhum. Casas mal-assombradas, vultos, sons estranhos, calafrios fantasmagóricos: tudo isso não passa de imaginação e crendice popular. Pode até existir uma vida além dessa, mas com certeza ela não fica perambulando por aí dando sustos nas pessoas e se escondendo de câmeras e de laboratórios. Se as almas penadas existem, quero que elas apareçam no meio do Maracanã lotado, com todas as câmeras registrando definitivamente suas existências. Mas isso nunca irá ocorrer porque fantasmas não passam de subprodutos de mentes humanas que têm medo da morte.

Namastê.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Os fantasmas sumiram?


Alguns leitores podem estar estranhando a minha baixa frequência de postagens nas últimas semanas. Essa baixa assiduidade tem ocorrido devido a três motivos básicos: falta de tempo, falta de ânimo para escrever e, para completar, meu PC pifou. Mas como não consigo deixar de escrever por muito tempo, vira e mexe posto algo novo.

Hoje, como nos velhos tempos, resolvi deixar a política de lado para tratar sobre um assunto muito debatido no início deste bloguinho: o ceticismo. O que me motivou a escrever este post foi uma conversa que tive há alguns dias com um amigo sobre o sobrenatural. Depois de uma conversa breve, disse a ele que não acredito em nada de sobrenatural. A justificativa para isso é que aliens, fantasmas, fadas e anjos deixaram de existir subitamente após a chegada dos smartphones. Não existe uma filmagem ou fotografia decente, clara e nítida desses supostos seres sobrenaturais. Tudo que foi registrado até hoje nesse sentido ou foi fraude, ou não havia qualquer evidência de que fosse real. E justo agora que quase todo mundo tem uma câmera no bolso, tudo fica ainda mais difícil de se fotografar? Isso não é estranho?
É por isso que eu não levo a sério essas histórias: elas são folclóricas demais pro meu gosto. Acho que ser adulto envolve contestar todas essas crendices infantis. Se não pode ser visto, ouvido, pesado, estudado ou detectado, como posso acreditar que exista?

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Terra plana refutada definitivamente


Para desespero dos terraplanistas, o canal Poligonautas publicou vários vídeos no YouTube refutando de maneira didática, concisa e definitiva a hipótese destrambelhada da Terra plana.
A seguir deixo dois vídeos do canal que destroem totalmente os argumentos dos terraplanistas:



sábado, 8 de julho de 2017

Um desafio a todos os seres sobrenaturais


Quem conhece este blog sabe muito bem que o seu autor não acredita no sobrenatural. Porém, como eu sou alguém que não descarta possibilidades, então vou deixar um desafio. Eu desafio a todos os fantasmas, alienígenas, ultraterrestres, fadas, gnomos, deuses, viajantes do tempo e demais seres sobrenaturais a aparecerem no meio de um estádio de futebol lotado com centenas de câmeras para que todo mundo possa vê-los. Dessa forma, a existência desses seres será finalmente comprovada e deixará de ser apenas uma questão de fé. Não é possível que fantasmas, alienígenas e fadas vivam de dar sustos nas pessoas e de aparições em situações duvidosas para nos persuadir de suas existências. Enquanto eles forem invisíveis e indetectáveis, para mim não passarão de folclore.

Portanto, o desafio está feito. Se não aparecerem, então terei um motivo a mais para não crer neles, o que me levará a 99,99% de certeza de que eles não existem.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

A internet é terreno fértil para o conspiracionismo


É impressionante a quantidade de teorias conspiratórias que têm proliferado na web de uns anos para cá. A internet, que no seu início nos deu a ilusão de que seria uma difusora do conhecimento, tem sido muito usada para espalhar mentiras, boatos, calúnias, invenções e hoaxs. É por isso que é preciso tomar muito cuidado com o que se lê ou se assiste por aí. É preciso sempre checar se as fontes são confiáveis e se perguntar se realmente as notícias dadas são embasadas em fatos. Desde que uma mulher inocente foi assassinada depois da divulgação de um boato nas redes sociais que têm se tornado absolutamente obrigatório ativar o filtro do ceticismo antes de se chegar a qualquer conclusão.

Até o Pirula reconhece a loucura do mundo que vivemos

A seguir vou deixar algumas das mais famosas teorias conspiratórias que ganharam força na internet:

-Teoria da Terra plana
-Geocentrismo
-Alienígenas do passado (deuses astronautas)
-Fraude do século (de que o homem não foi à Lua)
-Movimentos Antivacina
-Negacionismo do aquecimento global
-Criacionismo (disfarçado de design inteligente)
-Nazismo de esquerda (que Hitler fundou o "PT da Alemanha")
-Negacionismo do holocausto
-Cura gay


Alguns sites como o E-Farsas e o Boatos.org acabaram se tornando, por conta de tantas fake news, referências indispensáveis na web para quem não quer ser feito de idiota.
Portanto, sempre se permita perguntar: "será mesmo que isso que estou lendo ou ouvindo é verdade?"

Nem sempre o mais fácil e o mais reconfortante corresponde à realidade

quarta-feira, 5 de julho de 2017

É melhor a dúvida do que a falsa certeza


O quadrinho acima – apesar de ser uma crítica ao capitalismo selvagem – ilustra também algo que tenho visto constantemente nos debates pela internet e até fora dela, que é a tal ilusão do conhecimento. O que não falta por aí é gente que acha que sabe tudo, mas que, na verdade, não sabe de nada. É uma tragédia ver gente consertando o erro dos outros com outro erro ainda pior. Quando vemos, por exemplo, terraplanistas corrigindo geocentristas ou neoliberais corrigindo fascistas é porque a coisa realmente está muito feia.
As pessoas precisam parar de temer a dúvida. Ninguém precisa ser uma enciclopédia ambulante ou ter respostas prontas para tudo. Não saber de algo não é vergonha para ninguém. É a dúvida que nos leva a buscar respostas e a contestar as nossas próprias crenças, nos afastando de fanatismos. A certeza absoluta é que mata a busca pelo conhecimento e nos mantém prisioneiros das nossas impressões da realidade. Pois como já dizia Nietzsche: "homens convictos são prisioneiros".


Debater de forma madura exige humildade a respeito da nossa ignorância. A dúvida é uma condição desconfortável, mas a certeza é ridícula. Duas pessoas sectárias plenamente convictas e que pensam de maneira oposta não conseguem debater entre si e nem evoluir seus modos de pensar. E sem debate, não há como evoluirmos como pessoas e nem como sociedade. Filosoficamente falando, a dúvida é a nossa joia mais preciosa.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Campanha antivacina devia dar cadeia


Dizem que o papel aceita qualquer coisa. A internet, por sua vez, aceita muito mais. E o que tem se tornado recorrente na internet nesses tempos de negacionismo da ciência tem sido justamente a proliferação e a aceitação de teorias conspiratórias absurdas que vão desde a defesa da Terra plana até as criminosas campanhas antivacinação. As campanhas antivacina – que compõem o exemplo mais grave de teoria conspiratória – são verdadeiros atos de terrorismo, porque elas são baseadas em mentiras e pseudociência que colocam em risco a vida de pessoas​ com baixa imunidade (imunodeprimidas) ou que não podem receber vacinas (porque, por exemplo, estão em tratamento contra o câncer). Pessoas que escolhem não serem vacinadas por acreditarem nessas teorias acabam agindo como transporte de vírus letais contra as pessoas que têm o sistema imunológico debilitado. Ou seja, quando você não se vacina, transforma-se em um risco ambulante para as pessoas imunodeprimidas. É como se você se tornasse uma espécie de terrorista biológico por furar a proteção coletiva que as vacinas proporcionam. Portanto, defender essas teorias antivacinas deveria ser crime, porque elas são um verdadeiro ato de terrorismo contra a saúde pública. É preciso lembrar que foi graças à vacinação que doenças letais como a varíola e a paralisia infantil foram erradicadas do nosso país. As vacinas salvaram e salvam milhões de vidas pelo mundo. Vacinar você e seus entes queridos é mais que um gesto de amor: é uma obrigação moral da cívica.

Ser contra vacinas é agir como um bioterrorista.

Infelizmente, a tendência de toda essa loucura anticiência é aumentar com a precarização da educação no nosso país. Como se não bastasse o corte criminoso nos investimentos em educação devido a PEC da morte, temos ainda, para agravar, essa reforma alienante do ensino médio onde transformamos a educação escolar em mera preparação técnica. Assim, excluímos a obrigatoriedade de se estudar ciências, o que torna as pessoas mais suscetíveis a acreditar nessas teorias estapafúrdias sem qualquer fundamento científico.
Defender a ciência e difundir a metodologia científica é o único meio que nos resta para lutar contra toda essa onda de ignorância, mentiras e crimes que são difundidos impunemente pela internet.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Esses extraterestres são uns desocupados


Já ouvi muitos relatos sobre alienígenas e li pelo menos sobre uma dezena de casos de abduções desde a minha adolescência. Também assisti vários filmes e documentários a esse respeito, tamanho era o meu entusiasmo pelo assunto. Sempre me intrigou o fato de supostos alienígenas estarem nos visitando e abduzindo pessoas por razões que fogem à nossa compreensão. Porém, apesar da aparente veracidade dessas histórias, eu nunca consegui levá-las totalmente a sério por uma razão muito simples: não tem o menor sentido que seres alienígenas viajem milhares de anos-luz para fazer coisas absolutamente toscas aqui na Terra. Abduzir vacas, desenhar coisas engraçadas em plantações, fazer experimentos sexuais em humanos e nos ensinar a empilhar pedras sempre me pareceram coisas totalmente estúpidas para serem feitas por seres muito mais inteligentes e desenvolvidos tecnologicamente que a nossa espécie. Acho que muitas pessoas se confundem, deliram, sonham e até inventam muitas dessas histórias de abdução de maneira quase inconsciente devido à influência cultural que temos de histórias de alienígenas.


Tenho um conhecido – um sujeito bastante esclarecido, por sinal – que confessou ter sido abduzido e ter tido todo o sangue do corpo trocado pelos alienígenas dentro de uma nave espacial. Eu até imagino que brincar de hemodiálise seja uma ideia nova entre os aliens, mas se você ver esse meu conhecido contar essa história, parece que ela realmente aconteceu devido à forma convincente como ele a conta. Porém, nos detalhes, a história acaba deixando escapar algumas contradições.
O que as pessoas precisam entender é que para convencer um cético como eu, contar uma história comovente não é o suficiente. Eu preciso de evidências. Preciso de provas materiais, de exames médicos, de registros fotográficos, de testemunhas e de uma porção de evidências extraordinárias e irrefutáveis que comprovem definitivamente que essas coisas ocorreram. Sem evidências, essas histórias parecerão meras estórias. E não valem vídeos falsos e fotomontagens amadoras que são facilmente refutáveis por qualquer um que entenda um pouquinho do assunto. Você nunca vai achar, por motivos práticos, por exemplo, um extraterrestre andando pelado pela cidade ou escondido no meio de um matagal à noite. Isso porque o simples contato com a nossa atmosfera mataria quase instantaneamente um visitante alienígena desprotegido.


Portanto, se um dia você for abduzido e quiser ser realmente levado a sério por mim, traga provas materiais. Além de você entrar para a história como o primeiro humano a provar que os aliens existe, nós teremos a prova definitiva de que não estamos sós no universo.


Enfim, para mim, essas histórias de extraterrestres já deram o que tinham que dar. As evidências são fracas, quase sempre anedóticas e giram em torno de um folclore popular sobre tudo que já ouvimos sobre o assunto. Tanto extraterrestres, quanto ultraterrestres (vindos de outras dimensões), quanto intraterrestres (vindos do centro da Terra) são ideias excepcionais e sem nenhuma comprovação científica. Se os ETs estão mesmo por aí, eles é que têm que provar suas próprias existências, e não nós. Bastaria aparecerem publicamente em um grande evento para milhares de pessoas (como foi no filme Contatos Imediatos de Terceiro Grau) para oficializar o nosso primeiro contato. E por que raios eles não fazem isso?

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Frases de ateus #2 - Carl Sagan


Seguindo o que foi proposto no post anterior, apresento nesta postagem mais frases de ateus que me ajudaram a enxergar a realidade com outros olhos. Ou melhor, as frases de UM ateu. Desta vez, farei um compilado de frases do maior divulgador científico que a humanidade já teve, o cientista, astrofísico, astrônomo, astrobiólogo e escritor Carl Sagan.












terça-feira, 12 de julho de 2016

Jamais faremos contato #3: Somos uma ameaça a todas as formas de vida


Algumas pessoas acham que eu sou pessimista demais quanto toco neste assunto, mas, na verdade, não é possível ser mais otimista do que eu tenho sido. Além de todos os aspectos que citei nos posts anteriores sobre o tema, faltei focar no nosso aspecto autodestrutivo. Estamos destruindo o nosso planeta, a nossa casa na Via Láctea, ao extrair recursos naturais irresponsavelmente e também ao criar modos de produção absolutamente insustentáveis. O que esperar de nós se um dia ganharmos a capacidade e fazer longas viagens espaciais? Certamente vamos atrás de outros planetas habitáveis para destruir seus recursos naturais igual ou pior ao que fazemos aqui. Além das extinções causadas em nosso próprio planeta, iremos causar extinções em outros ecossistemas se não mudarmos essa nossa mentalidade predatória. Se não respeitamos o nosso próprio planeta, como raios vamos respeitar outras formas de vida? Somos uma ameaça para os extraterrestres.

Não quero ser desagradável, mas na minha sincera opinião, a espécie humana não vai durar muito. Quando não sobrar mais nada para ser destruído, desmatado, extinto e poluído, o que iremos fazer? Isso porque eu nem estou levando em consideração o risco praticamente certo de ocorrer um hecatombe nuclear. Como disse Noam Chomsky, estamos atravessando o momento mais crítico da história da humanidade. Qualquer erro no sistema de detecção de mísseis nucleares – fato que já ocorreu várias vezes ao longo da história – pode disparar um bombardeio atômico generalizado. Com as milhares de ogivas nucleares explodindo quase ao mesmo tempo, o mundo inteiro entrará em colapso com invernos nucleares, chuva radioativa, doenças e escassez de água, de alimentos e cuidados médicos. Enfim, uma catástrofe completa. Como Carl Sagan descreveu no último episódio da série Cosmos, o risco de extinção da nossa espécie está no nosso DNA. É da nossa natureza evolutiva guerrear, disputar, destruir, hostilizar, agredir e explorar.

Para terminar essa questão, eu reafirmo: jamais faremos contato. Não sobreviveremos como espécie para descobrir se há vida inteligente fora da Terra. Somos predatórios, egocêntricos, destrutivos, violentos, prepotentes, fanáticos e estúpidos demais. Os aliens não nos querem e nem nós merecemos fazer contato com eles. Certamente, vamos desaparecer antes de ter qualquer chance de contato. Não é o que eu quero, mas há alguma esperança do contrário?