quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Havia um país no lugar do Brasil


Sendo franco, eu confesso que jamais teria como imaginar que após os governos de social-democracia petista poderíamos ter um retrocesso tão gigantesco politicamente falando no Brasil. Desde o regime militar que não vivemos um momento tão nefasto. Estamos atravessando um período inacreditável de derrotas consecutivas para o povo e para o país com todas essas reformas neoliberais, com o predatismo total do mercado, com a entrega das nossas riquezas e com a politização explícita do poder judiciário visando favorecer os interesses das oligarquias. O mais grave disso tudo, ao meu ver, é a politização à extrema-direita do judiciário, porque ela serve de base para legitimar todas as políticas pró-imperialismo. Veja o caso do lawfare contra o Partido dos Trabalhadores, por exemplo. Lula foi condenado por um "triplex" que nunca foi dele e será condenado simplesmente por ter usado um sítio que comprovadamente também nunca foi dele. Todas essas condenações contra o ex-presidente foram fundamentadas em delações sem provas, em ilações ideológicas do MP e em um julgamento totalmente parcial com finalidade claramente eleitoral. Dilma Rousseff e Fernando Haddad também já estão sendo ameaçados de terminar da mesma maneira que o Lula simplesmente por serem oposição ao sistema. Enquanto isso, os tucanos grandes continuam totalmente impunes: Aécio, Serra, Alckmin, FHC, Richa, etc. E, como golpe de misericórdia, o pior candidato possível à presidência da república vence as eleições de forma suja, covarde e ilegal, com fake news financiadas por caixa 2 e, claro, ninguém toma providência alguma sobre isso.


Quanto ao ex-presidente Lula, infelizmente, não tenho boas notícias. Ele será condenado pelo processo do sítio de Atibaia e por outros que ainda virão e ficará, no mínimo, uns 20 anos preso. É um jogo ridículo de cartas marcadas onde o julgamento é pura encenação para dar um ar de legalidade ao lawfare. Se depender da nossa elite de rapina e dos nossos generais reaças, Lula apodrecerá na cadeia. Portanto, Lula só sairá da cadeia vivo (isso se sair) de três formas: ou vivendo mais uns 30 anos (e olhe que ele já tem 73); ou através de uma insurreição popular (que duvido que ocorra); ou através de uma crise econômica brutal que obrigue a elite a repensar na volta do PT. Mas, honestamente falando, não vejo possibilidades reais do Lula deixar a cadeia. Nem a ONU, nem o prêmio Nobel e nem movimentos de apoio internacional serão capazes de derrotar o ódio da classe média, o lawfare e a sovina burra das nossas classes dominantes. Se as coisas derem muito certo, o melhor que poderá ocorrer é que o ex-presidente tenha direito à prisão domiciliar em caso de agravamento de suas condições de saúde.


Infelizmente, o Brasil deixou de ser grande e virou uma neocolônia dos EUA sem identidade, sem moral e sem ordem ou progresso. Voltaremos a ser um país extrativista com mão de obra semiescrava que prefere se humilhar diante das grandes potências em troca do enriquecimento da nossa elite financeira. Por isso, eu recomendo que quem tiver condições deixe o Brasil enquanto há tempo. Há países bem mais civilizados que o nosso que não foram infectados pela praga neoliberal, tais como Canadá, Austrália, Uruguai, Portugal, Finlândia, Alemanha, Noruega e até mesmo a Rússia. O nosso novo (ou seria velho?) lema será: Brasil, ame-o ou deixe-o. Está na hora de se decidir.

domingo, 25 de novembro de 2018

Melhores memes da Barbie reaça


Para essa semana não passar em branco, vou deixar alguns memes hilários tirados das páginas das Barbies Fascistinhas que debocham dos argumentos reacionários e tragicômicos que a nossa classe mérdia média abastada e macarthista costuma usar para defender seus privilégios. Saca só cada pérola:



















terça-feira, 20 de novembro de 2018

O discurso histórico de Requião


Ultimamente, tenho me sentido desmotivado a falar sobre política diante de tantas barbaridades que o atual e o futuro governo estão colocando em prática desde o fim das eleições. Portanto, ao invés de escrever mais um post de minha autoria, hoje vou 'terceirizar' o texto. Vou deixar a seguir um discurso histórico feito pelo senador Roberto Requião (MDB-PR) onde ele diz simplesmente tudo que eu gostaria de ter dito sobre o nosso atual momento político, especialmente sobre a Operação Lava Jato. Neste discurso, o senador enfatiza que nenhum país do mundo se suicida economicamente para tentar combater a corrupção. Se duvida, olhe o que a Lava Jato e seus desdobramentos fizeram com as nossas indústrias de carnes e de construção, por exemplo...
É uma pena que os paranaenses não tenham o reelegido, porque Requião é um dos homens públicos mais preparados que conheci na vida. Sua lucidez e sua inteligência são um farol nesta escuridão de ignorância que estamos vivendo nos tempos atuais.

Segue, na íntegra, a fala do senador publicada no 247:



"Lava Jato, trair a Pátria não é crime? Vender o país não é corrupção?

O juiz Sérgio Moro sabe; o procurador Deltan Dallagnol tem plena ciência. Fui, neste plenário, o primeiro senador a apoiar e a conclamar o apoio à Operação Lava Jato. Assim como fui o primeiro a fazer reparos aos seus equívocos e excessos.

Mas, sobretudo, desde o início, apontei a falta de compromisso da Operação, de seus principais operadores, com o país. Dizia que o combate à corrupção descolado da realidade dos fatos da política e da economia do país era inútil e enganoso.

E por que a Lava Jato se apartou, distanciou-se dos fatos da política e da economia do Brasil?

Porque a Lava Jato acabou presa, imobilizada por sua própria obsessão; obsessão que toldou, empanou os olhos e a compreensão dos heróis da operação ao ponto de eles não despertarem e nem reagirem à pilhagem criminosa, desavergonhada do país.

Querem um exemplo assombroso, sinistro dessa fuga da realidade?

Nunca aconteceu na história do Brasil de um presidente ser denunciado por corrupção durante o exercício do mandato. Não apenas ele. Todo o entorno foi indigitado e denunciado. Mas nunca um presidente da República desbaratou o patrimônio nacional de forma tão açodada, irresponsável e suspeita, como essa Presidência denunciada por corrupção.

Vejam. Só no último o leilão do petróleo, esse governo de denunciado como corrupto, abriu mão de um trilhão de reais de receitas.

Um trilhão, Moro!
Um trilhão, Dallagnoll!
Um trilhão, Polícia Federal!
Um trilhão, PGR!
Um trilhão, Supremo, STJ, Tribunais Federais, Conselhos do Ministério Público e da Justiça.
Um trilhão, brava gente da OAB!

Um trilhão de isenções graciosamente cedidas às maiores e mais ricas empresas do planeta Terra. Injustificadamente. Sem qualquer amparo em dados econômicos, em projeções de investimentos, em retorno de investimentos. Sem o apoio de estudos sérios, confiáveis.

Nada! Absolutamente nada!

Foi um a doação escandalosa. Uma negociata impudica.

Abrimos mão de dinheiro suficiente para cobrir todos os alegados déficits orçamentários, todos os rombos nas tais contas públicas.

Abrimos mão do dinheiro essencial, vital para a previdência, a saúde, a educação, a segurança, a habitação e o saneamento, as estradas, ferrovias, aeroportos, portos e hidrovias, para os próximos anos.

Mas suas excelentíssimas excelências acima citadas não estão nem aí. Por que, entendem, não vem ao caso…

Na década de 80, quando as montadoras de automóveis, depois de saturados os mercados do Ocidente desenvolvido, voltaram os olhos para o Sul do mundo, os governantes da América Latina, da África, da Ásia entraram em guerra para ver quem fazia mais concessões, quem dava mais vantagens para “atrair” as fábricas de automóveis.

Lester Turow, um dos papas da globalização, vendo aquele espetáculo deprimente de presidentes, governadores, prefeitos a oferecer até suas progenitoras para atrair uma montadora de automóvel, censurou-os, chamando-os de ignorantes por desperdiçarem o suado dinheiro dos impostos de seus concidadãos para premiarem empresas biliardárias.

Turow dizia o seguinte: qualquer primeiroanista de economia, minimamente dotado, que examinasse um mapa do mundo, veria que a alternativa para as montadoras se expandirem e sobreviverem estava no Sul do Planeta Terra. Logo, elas não precisavam de qualquer incentivo para se instalarem na América Latina, Ásia ou África. Forçosamente viriam para cá.

No entanto, governantes estúpidos, bocós, provincianos, além de corruptos e gananciosos deram às montadoras mundos e fundos.

Conto aqui uma experiência pessoal: eu era governador do Paraná e a fábrica de colheitadeiras New Holland, do Grupo Fiat, pretendia instalar-se no Brasil, que vivia à época o boom da produção de grãos.

A Fiat balançava entre se instalar no Paraná ou Minas Gerais. Recebo no palácio um dirigente da fábrica italiana, que vai logo fazendo numerosas exigências para montar a fábrica em meu estado. Queria tudo: isenções de impostos, terreno, infraestrutura, berço especial no porto de Paranaguá, e mais algumas benesses.

Como resposta, pedi ao meu chefe de gabinete uma ligação para o então governador de Minas Gerais, o Hélio Garcia. Feito o contanto, cumprimento o governador: “Parabéns, Hélio, você acaba de ganhar a fábrica da New Holland”. Ele fica intrigado e me pergunta o que havia acontecido.

Explico a ele que o Paraná não aceitava nenhuma das exigências da Fiat para atrair a fábrica, e já que Minas aceitava, a fábrica iria para lá.

O diretor da Fiat ficou pasmo e se retirou. Dias depois, ele reaparece e comunica que a New Holland iria se instalar no Paraná.

Por que?

Pela obviedade dos fatos: o Paraná à época, era o maior produtor de grãos do Brasil e, logo, o maior consumidor de colheitadeiras do país; a fábrica ficaria a apenas cem quilômetros do porto de Paranaguá; tínhamos mão-de-obra altamente especializada e assim por diante.

Enfim, o grande incentivo que o Paraná oferecia era o mercado.

O que me inspirou trucar a Fiat? O conselho de Lester Turow e o exemplo de meu antecessor no governo, que atraiu a Renault, a Wolks e a Chrysler a peso de ouro e às custas dos salários dos metalúrgicos paranaenses, pois o governador de então chegou até mesmo negociar os vencimentos dos operários, fixando-os a uma fração do que recebiam os trabalhadores paulistas.

Mundos e fundos, e um retorno pífio.

Pois bem, voltemos aos dias de hoje, retornemos à história, que agora se reproduz como um pastelão.

O pré-sal, pelos custos de sua extração, coisa de sete dólares o barril, é moranguinho com nata,, uma mamata só!

A extração do óleo xisto, nos Estados Unidos, o shale oil , chegou a custar até 50 dólares o barril;
o petróleo extraído pelos canadenses das areias betuminosas sai por 20 a 30 dólares o barril; as petrolíferas, as mesmas que vieram aqui tomar o nosso pré-sal, fecharam vários projetos de extração de petróleo no Alasca porque os custos ultrapassavam os 40 dólares o barril.

Quer dizer: como no caso das montadoras, era natural, favas contadas que as petrolíferas enxameassem, como abelhas no mel, o pré-sal. Com esse custo, quem não seria atraído?

Por que então, imbecis, por que então, entreguistas de uma figa, oferecer mais vantagens ainda que a já enorme, incomparável e indisputável vantagem do custo da extração?

Mais um dado, senhoras e senhores da Lava Jato, atrizes e atores daquele malfadado filme: vocês sabem quanto o governo arrecadou com o último leilão? Arrecadou o correspondente a um centavo de real por litro leiloado.

Um centavo, Moro!
Um centavo, Dallagnoll!
Um centavo, Carmem Lúcia!
Um centavo, Raquel Dodge!
Um centavo, ínclitos delegados da Policia Federal!

Esse governo de meliantes faz isso e vocês fazem cara de paisagem, viram o rosto para o outro lado.

Já sei, uma das razões para essa omissão indecente certamente é, foi e haverá de ser a opinião da mídia.

Com toda a mídia comercial, monopolizada por seis famílias, todas a favor desse leilão rapinante, como os senhores e as senhoras iriam falar qualquer coisa, não é?

Não pegava bem contrariar a imprensa amiga, não é, lavajatinos?

Renovo a pergunta: desbaratar o suado dinheiro que é esfolado dos brasileiros via impostos e dar isenção às empresas mais ricas do planeta é um ou não é corrupção?

Entregar o preciosíssimo pré-sal, o nosso passaporte para romper com o subdesenvolvimento, é ou não é suprema, absoluta, imperdoável corrupção?

É ou não uma corrupção inominável reduzir o salário mínimo e isentar as petroleiras?

Será, juízes, procuradores, policiais federais, defensores públicos, será que as senhoras e os senhores são tão limitados, tão fronteiriços, tão pouco dotados de perspicácia e patriotismo ao ponto de engolirem essa roubalheira toda sem piscar?

Bom, eu não acredito, como alguns chegam a acusar, que os senhores e as senhoras são quintas-colunas, agentes estrangeiros, calabares, joaquins silvérios ou, então, cabos anselmos.

Não, não acredito.

Não acredito, mas a passividade das senhoras e dos senhores diante da destruição da soberania nacional, diante da submissão do Brasil às transnacionais, diante da liquidação dos direitos trabalhistas e sociais, diante da reintrodução da escravatura no país…. essa passividade incomoda e desperta desconfianças, levanta suspeitas.

Pergunto, renovo a pergunta: como pode um país ser comandado por uma quadrilha, clara e explicitamente uma quadrilha, e tudo continuar como se nada estivesse acontecendo?

Responda, Moro.
Responda, Dallagnoll.
Responda, Carmem Lúcia.
Responda, Raquel Dodge.

Respondam, oh, ínclitos e severos ministros do Tribunal de Contas da União que ajudaram a derrubar uma presidente honesta.

Respondam, oh guardiões da moral, da ética, da honestidade, dos bons costumes, da família, da propriedade e da civilização cristã ocidental.

Respondam porque denunciaram, mandaram prender, processaram e condenaram tantos lobistas, corruptores de parlamentares e de dirigentes de estatais, mas pouco se dão se, por exemplo, lobistas da Shell, da Exxon e de outras petroleiras estrangeiras circulem pelo Congresso obscenamente, a pressionar, a constranger parlamentares em defesa da entrega do pré-sal, e do desmantelamento indústria nacional do óleo e do gás?

Eu vi, senhoras e senhores. Eu vi com que liberdade e desfaçatez o lobista da Shell, semanas atrás, buscava angarias votos para aprovar a maldita, indecorosa MP franqueando todo o setor industrial nacional do petróleo à predação das multinacionais.

Já sei, já sei…. isso não vem, ao caso.

Fico cá pensando o que esses rapazes e essas moças, brilhantíssimos campeões de concursos públicos, fico pensando…..o que eles e elas conhecem de economia, da história e dos impasses históricos do desenvolvimento brasileiro?

Será que eles são tão tapados ao ponto de não saberem que sem energia, sem indústria, sem mercado consumidor, sem sistema financeiro público, para alavancar a economia, sem infraestrutura não há futuro para qualquer país que seja? Esses são os ativos imprescindíveis para o desenvolvimento, para a remissão do atraso, para o bem-estar social e para a paz social.

Sem esses ativos, vamos nos escorar no quê? Na produção e exportação de commodities? Ora…

Mas, os nossos bravos e bravas lavajatinos não consideram o desbaratamento dos ativos nacionais uma forma de corrupção.

Senhoras, senhores, estamos falando da venda subfaturada –ou melhor, da doação- do país todo! Todo!

E quem o vende?

Um governo atolado, completamente submerso na corrupção.

E para que vende?

Para comprar parlamentares e assim escapar de ser julgado por corrupção.

Depois de jogar o petróleo pela janela, preparando assim o terreno para a nossa perpetuação no subdesenvolvimento, o governo aproveita a distração de um feriado prolongado e coloca em hasta pública o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Eletrobrás, a Petrobrás e que mais seja de estatal.

Ladrões de dinheiro público vendendo o patrimônio público.

Pode isso, Moro?
Pode isso, Dallagnoll?
Pode isso, Carmem Lúcia?
Pode isso, Raquel Dodge?
Ou devo perguntar para o Arnaldo?

À véspera do leilão do pré-sal, semana passada, tive a esperança de que algum juiz intrépido ou algum procurador audacioso, iluminados pelos feéricos, espetaculosos exemplos da Lava Jato, impedissem esse supremo ato de corrupção praticado por um governo corrupto.

Mas, como isso não vinha ao caso, nada tinha com os pedalinhos, o tríplex, as palestras, o aluguel do apartamento, nenhum juiz, nenhum procurador, nenhum delegado da polícia federal, e nem aquele rapaz do TCU, tão rigoroso com a presidente Dilma, ninguém enfim, se lixou para o esbulho.

Ah, sim, não estava também no power point….
É com desencanto e o mais profundo desânimo que pergunto: por que Deus está sendo tão duro assim com o Brasil.

*Roberto Requião é senador da República no segundo mandato. Foi governador de estado por 3 mandatos, 12 anos, prefeito de Curitiba, secretário de estado, deputado, industrial, agricultor, oficial do exército brasileiro e advogado de movimento sociais. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo e comunicação.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Desperte o revolucionário que há dentro de você!


Quando eu estava na metade do meu ensino médio, lá pelos meus 16 anos de idade, tive um colega de classe que me disse algo muito marcante. Ele comentou em alto e bom tom algo do tipo: "Se o povo brasileiro tivesse consciência política, o que ocorreu na Revolução Francesa seria uma brincadeira de criança em comparação com o que ocorreria no Brasil, porque a nossa elite é podre". Lembro de ter considerado a fala dele extremista na época, porque eu achava, na minha inocência pueril, que a elite brasileira não era tão má assim. Daí que, recentemente, eu assisti um trecho da entrevista do antropólogo Darcy Ribeiro onde ele declarou algo que reiterou quase que palavra por palavra o que meu colega havia dito. Uma pena que a maior parte do nosso povo acha que a corrupção está somente no Estado e atrelada a um único partido. Porém, a verdade é que os maiores corruptos deste país não são os políticos, são os magnatas donos do capital que possuem o poder real, que é o poder econômico. Os nossos plutocratas nunca foram eleitos para nada e são eles que mandam e sempre mandaram no país. Eles são responsáveis pela corrupção institucionalizada e pelas políticas voltadas para os interesses das minorias ricas. Entra governo e sai governo e quase nada muda porque o problema não está no governo, mas, sim, nesse poder econômico que controla todos os governos.

Tipo de gente que acha que entende de política

Hoje em dia, os analfabetos intelectuais da web querem equiparar um boçal senil como o Olavo de Carvalho a nomes como Darcy Ribeiro, Jessé Souza ou Paulo Freire. Assim sendo, esses analfabetos políticos colocam toda a culpa dos problemas do país ou no próprio povo (por considerá-lo vira-lata), ou na "esquerda". Aliada a isso, a imprensa burguesa entra como fator decisivo para alienar ainda mais, reforçando essa visão enviesada da realidade e protegendo os reais responsáveis pelo nosso país estar como está. Isso mostra não só como o brasileiro médio é burro e ignorante, mas também como a dominação intelectual exercida pela elite é tremendamente eficiente. A nossa classe dominante é tão covarde e perversa, que além de ser responsável por toda pobreza e violência contra a nossa população, ainda joga a culpa da ditadura civil-militar inteira nas costas dos militares, como se a própria elite não tivesse orquestrado a ditadura de 1964. Os militares foram instrumento de dominação nas mãos dessa oligarquia safada e gananciosa que sempre viu o próprio povo como gado e o próprio país como uma colônia de exploração.

Hora de se rebelar contra o sistema, companheiro!

Para piorar, tenho visto muita gente minimamente instruída dizendo que torce para que o governo Bolsonaro "dê certo" e que "seja bom". Quem diz que o governo Bolsonaro pode ser bom não sabe o que é um bom governo, não sabe quem é o Bolsonaro e nem sabe o que é política. Não se iluda, jovem camarada, o Brasil só irá mudar através de uma revolução. E se quiser ser parte dessa mudança, terá que despertar o revolucionário que há dentro de você. A elite brasileira jamais irá mudar e continuará insistindo nessa farsa a que chamamos de "democracia burguesa" e que muitos acreditam existir pelo fato de termos uma eleição direta totalmente manipulada para presidente da república. O que há no Brasil é uma plutocracia sangrenta e autocrata. Ou conscientizamos o povo disso e trazemos ele para o nosso lado, ou o final vocês já sabem.


sábado, 10 de novembro de 2018

Pare de votar na direita, seu estúpido!


Eu tenho visto uma enxurrada de bolsominions arrependidos depois de terem descoberto que o ex-herói deles é um bajulador de lobistas e amiguinho de corruptos. Falta de aviso não foi, porque os progressistas denunciaram à exaustão que o Coiso não passava de um boçal à serviço das elites. E aí, para piorar, você olha para o poder legislativo e parece que o povão ainda não se arrependeu de ter votado em massa no que tem de pior na direita, indo desde defensores de ditaduras até ator pornô moralista. O congresso nacional virou um circo, uma zona, pior do que já estava. E a culpa disso é do analfabetismo político da nossa população.
Os reaças alegam (na fantasia delirante deles) que os professores estão "doutrinando" os alunos nas escolas para serem "esquerdistas" – mas, curiosamente, parece que essa suposta "doutrinação" não surtiu qualquer efeito nessas eleições. Se os professores estivessem realmente "doutrinando", com certeza pobre nenhum votaria na direita. Afinal de contas, pobre que vota na direita está pedindo para se ferrar, porque a direita governa para os ricos, para a plutocracia. Bolsonaro, como exemplo máximo disso, vai acabar com tudo que é direito trabalhista, cortar programas sociais, entregar todas as nossas riquezas e, como consequência, vai transformar o nosso país numa colônia moderna dos Estados Unidos e do sistema financeiro internacional. Esse é o modo de funcionamento da direita: ela é predadora dos mais pobres e dos trabalhadores. Quem é trabalhador e vota no PSL, PSC, DEM, PSDB, NOVO e em outros vários partidos de direita está pedindo para se ferrar gostoso. E se você acha que esses partidos não são de direita, desculpa aí, mas você está MUITO mal informado.


Aprenda de uma vez por todas que quem defende os interesses da classe trabalhadora, dos pobres e das minorias é a esquerda. É a esquerda que se preocupa com os menos favorecidos. A direita só se preocupa com lucro, com juros, com dividendos, com liberdade para o patronato explorar, com meritocracia burguesa e em favorecer os mais ricos. Se você é mais um pobre coitado que acha que só a esquerda é corrupta, que o PT "quebrou o Brasil" ou que esquerdista é "um bando de preguiçosos que odeiam a família tradicional", desculpa, mas você é um idiota alienado.
O maior partido progressista do Brasil, o PT, cometeu erros, possui seus corruptos e contradições, mas ainda é o maior partido de esquerda do país. Demonizar o PT é uma forma de demonizar os programas sociais, o nacional desenvolvimentismo, o bem-estar social e a luta sindical pelos trabalhadores. Não podemos abrir mão de uma sociedade menos desigual por mero moralismo seletivo implantado na nossa cabeça pela imprensa burguesa – imprensa essa que é de direita e tem seus interesses. Se não quer mais ser terceirizado, explorado, roubado pelas classes dominantes e pagar tanto imposto para sustentar a elite parasitária, apoie partidos de esquerda e de centro-esquerda. Não há outra saída fora da política. Pare de defenestrar o PT, o PC do B, o PSOL, o PDT, o PSB e o PCO e entenda que apesar dos defeitos desses partidos, são os únicos que ainda possuem alguma preocupação com você, caro trabalhador.


Quem tem que votar na direita são os ricos, ou seja, o pessoal do topo da pirâmide social que mantém seus privilégios e sua riqueza criminosa através da exploração e do roubo da classe que produz riqueza, que é a classe trabalhadora. Especulação e rentismo NÃO geram riqueza, o que gera riqueza é o TRABALHO. Quem trabalha é que gera riqueza, e não quem vive de juros. E num país exageradamente desigual e em desenvolvimento como o nosso, o predatismo das nossas classes dominantes é ainda mais perigoso e atroz. Por isso temos que tomar muito cuidado em quem escolhemos para nos governar.

E você aí que nem trouxa acreditando nesse papo de "meritocracia"...

E, pelamordedeus, para de se achar rico, cidadão! Se você depende do seu trabalho para receber um salário ou se você paga juros de alguma forma, você é POBRE! Se você se acha rico por ter uma casa própria, por ter um automóvel e por ganhar mais de dez salários mínimos, desculpa, você também é POBRE! Rico é o dono da fábrica, rico é o dono da usina, rico é o dono do banco, rico é o rentista que recebe bilhões em juros e dividendos, rico é o dono da emissora de tevê que diz que o PT é ladrão, rico é o dono de igrejas bilionárias, rico é o dono de grandes propriedades rurais, rico é o magnata que financia campanha de políticos... Essa gente, sim, é rica e não você, pobre trabalhador pagador de impostos. E pobre que vota no candidatos dos ricos está pedindo para sofrer. Ou você acha mesmo que Doria, Witzel, Zema, Mourão, Bolsonaro e MBL estão dando a mínima para você? Acorda, estúpido!

No que o Golpe mudou a sua vida para melhor?

terça-feira, 6 de novembro de 2018

O governo do Bozo será um desastre total


Algumas pessoas acham que eu estou "torcendo contra o Brasil" quando declaro que o governo Bolsonaro será uma tragédia. Não, não estou torcendo contra o meu país – muito pelo contrário, aliás. Estou apenas constatando algo óbvio e alertando para os riscos. As medidas que o fascistoide pretende adotar para o Brasil são desastrosas, demagogas e antipovo desde a campanha presidencial. Um cara que quer armar a população, que quer governar com "técnicos" (algo impossível em um presidencialismo de coalizão), que quer cortar direitos trabalhistas e que quer privatizar geral não tem como dar certo. E agora, depois de eleito, prometeu piorar tudo com a possibilidade de tirar o Brasil do Mercosul, de entregar a Floresta Amazônica para os gringos, de declarar guerra contra a Venezuela, de romper relações diplomáticas com Cuba, de colocar a embaixada brasileira em Jerusalém (em apoio ideológico a Israel) e de entrar em uma guerra comercial contra a China. Como se tudo isso não bastasse, Bolsonaro quer fazer a reforma da previdência, revogar de vez o que restou da CLT e fazer fusão de vários ministérios. O que Bolsonaro está pretendendo fazer diante de tudo isso é suicidar o Brasil economicamente e diplomaticamente. Não é à toa que já na primeira semana da vitória do Coiso, a nossa taxa de emigração aumentou consideravelmente. As pessoas estão com medo da ameaça autoritária e da tragédia econômica que um Bolsonaro representa no poder e estão fugindo do país.

Nessa loucura toda, o risco de causar uma forte queda na balança comercial é gigantesca, afinal, que nação civilizada no mundo vai querer fazer negócios com um país autoritário, fascistoide, antinacionalista e que reduz o poder de compra dos seus trabalhadores para aumentar a margem de lucro dos patrões e dos rentistas? O prejuízo que o Brasil terá devido ao boicote dos países árabes caso coloque a embaixada em Jerusalém é de bilhões de dólares por ano. O prejuízo que teremos por enfraquecer relações com o nosso maior parceiro comercial, a China, é incalculável. A política externa do Coiso não tem como dar certo. Ou ele modera, ou será uma tragédia. A loucura é tanta que até o astrólogo embusteiro Olavo de Carvalho está sendo sondado para ser um embaixador!


Outros pontos devastadores deste futuro desgoverno serão o entreguismo e a submissão econômica aos EUA. Os Estados Unidos querem o Brasil desindustrializado e eternamente subdesenvolvido. O que eles querem é que o Brasil volte a ser um país extrativista com mão de obra semiescrava, ou seja: querem a nossa recolonização. Será que é esse o país "melhor" que os antipetistas queriam para o Brasil?

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Ele ganhou. E agora?


Há cerca de três anos, eu escrevi um post onde apoiei a candidatura à presidência de Jair Bolsonaro por saber que o teto de eleitores dele chegaria, no máximo, aos 25% dos votos válidos e também por ele dividir a direita entre os que votariam nele e no PSDB. Isso, claro, em uma eleição normal com o Lula disputando. Só que muita coisa aconteceu de lá para cá. Primeiro, veio o Golpe de 2016 que depôs sem crime a presidenta Dilma; depois veio o crescimento em progressão geométrica do antipetismo fascistoide; depois veio a prisão política de Lula por um triplex que nunca foi dele para que ele fosse impedido de disputar as eleições; depois veio o atentado à faca contra o Bolsonaro e, por fim, como golpe de misericórdia, a campanha suja, criminosa e covarde do PSL com mentiras em massa propulsionadas por caixa dois através das redes sociais, especialmente pelo Whatsapp. Isso tudo levou, entre outras razões menores, à eleição do inominável.
Não acho que o PT ou o Ciro Gomes tenham culpa pela vitória do fascismo – muito pelo contrário – porque ambos foram vítimas das mentiras em escala industrial que prejudicaram as campanhas progressistas. E mesmo se Ciro tivesse ido ao segundo turno contra o coiso, ele também perderia, porque seria vítima do mesmo jeito que Haddad foi das fake news. O único capaz de vencer o fascista seria o Lula que foi preso injustamente graças a um processo viciado e fraudulento baseado numa delação e num powerpoint sem provas.


O que tem que ser feito daqui em diante é organizar uma resistência ampla contra o que virá pela frente. Iremos enfrentar um governo com tendências autoritárias que vai bater forte contra minorias, sejam elas LGBTs, mulheres, negros, nordestinos, índios e religiões afro-brasileiras. Mas quem vai perder mais nisso tudo são os trabalhadores, os sindicatos, os movimentos sociais (CUT, MST, MTST) e os partidos progressistas. Já existem projetos para criminalizar o uso da foice e do martelo, para colocar toda a esquerda na ilegalidade, para tornar qualquer movimento contra o governo como sendo "terrorista" e para reprimir violentamente qualquer manifestação popular. Se não houver união e resistência nas ruas, em pouco tempo não teremos mais sequer o direito de protestar.
Temos que aproveitar enquanto ainda dá tempo para politizar os mais pobres (a periferia), para fazer um trabalho de base, para fazer militância online, para usar o Whatsapp ao nosso favor e mostrar que perdemos a batalha, mas não perdemos a guerra. Acho importante se pensar numa frente única e ampla de esquerda, nacionalista e democrática contra o entreguismo, contra o fascismo e contra o ataque às instituições. O nosso lema de agora em diante será "resistir para existir". Afinal, uma vida sem luta não vale a pena ser vivida.


A oposição ao coiso precisa ser feita desde já aproveitando que a rejeição a ele ainda é alta e que ainda temos o direito de ir para as ruas protestar. A imprensa internacional está do nosso lado denunciando em peso o quão abominável, repugnante e autoritário o Bozonaro é. As medidas desastradas que estão por vir, como a entrega das nossas riquezas, o risco do Brasil declarar guerra contra a Venezuela e de romper relações comerciais com a China são fatos que levarão o país para o buraco em pouco tempo se não forem repudiados desde já.
No mais, digo que Bolsonaro não governará, será governado. O coiso será um fantoche na mão das classes dominantes que querem vender o Brasil a preço de banana e explorar a classe trabalhadora até tornar sua mão de obra análoga à escravidão. É por isso que lutaremos contra tudo isso sem descanso.