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quarta-feira, 10 de abril de 2024

Afinal, a matemática foi descoberta ou inventada?


Certa vez, Galileu Galilei disse que "a Matemática é o alfabeto que Deus usou para escrever o Universo". Isso porque a matemática funciona muito bem para resolver a maioria dos nossos problemas quotidianos, dando a impressão que foi um grande matemático que projetou o universo. Mas, na realidade, não é bem assim que as coisas são. A matemática é um tipo de linguagem criada pelo ser humano para simplificar a natureza e torná-la acessível a nossas mentes primatas. A matemática é como um mapa de um planeta, porque serve muito bem para nos guiar e para usarmos como referência. Mas o mapa em si não foi descoberto, ele foi inventado por nós, pois se trata de uma aproximação distorcida da realidade. 

Sim, é tudo invenção da nossa mente.


A maior prova de que a matemática foi inventada é que todas as constantes físicas são números "quebrados", números irracionais ou dízimas periódicas compostas. Mesmo usando outras bases numéricas além da decimal, fica muito claro que a natureza não é perfeitamente matemática. O que quero dizer com isso é que se houver vida inteligente em outros planetas, certamente os seres de lá usarão algo parecido com a matemática, mas que não será necessariamente igual a que usamos. O pensamento humano é muito abstrato e isso às vezes pode nos iludir. Se eu falar, por exemplo, que "vi quinze", ninguém vai entender, porque o número quinze sozinho não significa nada. Posso dizer que vi quinze pessoas, quinze pássaros, quinze automóveis, mas falar que viu apenas quinze não faz sentido. Se você parar para pensar, quinze (ou qualquer outro número) não existe objetivamente, trata-se apenas de uma forma simbólica de medir quantidades.

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Ser Criança em 1994 (repost)


Como um genuíno integrante da geração millenials (a tal Geração Y), posso afirmar sem medo de errar que a década favorita da minha geração foram os anos 1990. E de cada um dos anos daquela saudosa década, o mais marcante, representativo e emblemático de todos foi o inesquecível ano de 1994. Aquele longínquo ano de 1994 (30 anos atrás!) trouxe elementos históricos para nossa geração que ficaram guardados para sempre nas nossas vidas. Foram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que a sensação que deu foi que 1994 foi, na verdade, vários anos em um só. Foi o ano de 1994 que deu a tônica dos anos 90, porque os anos anteriores pareciam meio que um "puxadinho" dos anos 80. Foi por isso que eu senti a necessidade de reescrever sobre aquele ano inesquecível nesta série "ser criança/adolescente em", já que quando escrevi sobre 1994 pela primeira vez, há dez anos atrás, fiz de maneira muito apressada e rasa. Nesta postagem, eu pretendo dar ao ano de 1994 toda a atenção que ele realmente merece.

Nada mais 1994 que Barrados no Baile.
  

Quem tem menos de 30 anos não teve o privilégio de ver em tempo real a seleção brasileira homenagear de forma emocionante o ex-piloto Ayton Senna na conquista do tetracampeonato, não viu a estreia do Rei Leão nos cinemas, não viu o início do fenômeno dos Cavaleiros do Zodíaco na Rede Manchete, não economizou o dinheiro do lanche na escola para comprar a revista Herói, não chegou a comprar aquele sacão com um quilo de doces com uma única cédula de um real (aquela verdinha do beija-flor), não teve a oportunidade de jogar na locadora Sonic 3 ou Donkey Kong Coutry logo que eles chegaram, não encheu o saco dos pais para ganhar um brinquedo da Estrela de presente, não viu Enéas esbravejar o próprio nome na hora do horário eleitoral, não cantou a música do Ratinho do Castelo Rá-Tim-Bum e muito menos ficou horas ensaiando as coreografias do GeraSamba. Isso tudo numa época em que ainda não existia a internet. Até existiam computadores, mas só pessoas muito privilegiadas é que tinham condições financeiras de ter um PC em casa. Enfim, vamos abordar 1994 por partes para mostrar quanto aquele ano foi importante para os anos noventa e para a nossa história.

FHC: o "pai" do Real.


Política
O fato político brasileiro mais importante da década de 90 ocorreu justamente em 1994, que foi a criação do Plano Real. Antes do Real, foram vários planos econômicos fracassados na tentativa de controlar a inflação. Mas foi só naquele ano, durante o governo Itamar Franco, que o Real veio para ficar. E o mais doido é que conseguiram equiparar 1 dólar a 1 real no início, o que deu ainda mais relevância à nova moeda. Apesar dos altos e baixos, o Real sobrevive até hoje e as novas gerações nem sonham a desgraceira que era a inflação galopante. Parecia um sonho, na época, ver a inflação controlada e não precisar levar um sacolão cheio de moedas toda vez que a gente ia comprar pão. 

Outro fato emblemático daquele ano foram as eleições para presidente da república que contaram com nomes como FHC, Lula, Brizola, Enéas e Espiridião Amim. A eleição foi vencida no primeiro turno por FHC graças ao seu trabalho na criação do Plano Real, mas quem realmente tornou-se icônico foi o Dr. Enéas que ganhou mais de 4 milhões de votos só vociferando o lendário "Meu nome é Enéas!".

Fora do Brasil, o fato mais marcante foi a eleição de Nelson Mandela como o primeiro presidente negro de um país onde o apartheid durou décadas.

Cavaleiros tornou-se o maior sucesso da história da TV Manchete.


Televisão
Entre as grandes emissoras, o grande destaque em 1994 foi, possivelmente, a TV Cultura. A programação para o público infanto-juvenil era simplesmente maravilhosa, talvez a melhor da história da nossa tevê. A TV Cultura nos presenteou naquele ano com programas como: Glub-Glub, os Bichos, O Professor, X-Tudo e foi o ano de estreia do Mundo de Beakman, das Aventuras de Tintin, do Castelo Rá-Tim-Bum, dos Anos Incríveis e do Confissões de Adolescente. 

No SBT, o destaque foi a novela Éramos Seis que foi até hoje uma das minhas favoritas de todos os tempos. As apresentadoras Eliana e Angélica faziam programas (no bom sentido) para as crianças no Bom Dia & Cia e Casa da Angélica, respectivamente. Ainda no SBT, tínhamos também Sérgio Mallandro, Chaves, Chapolim e o lendário Programa Livre com Serginho Groisman. Além, claro, do jornalistico Aqui Agora. Falando do Aqui Agora, muita gente na época, inclusive eu, imitava o repórter policial Gil Gomes, porque a maneira com que ele narrava os fatos era simplesmente instigante e original. 

Tintim foi meu herói de infância na época.


A Rede Manchete, em 94, se eternizou por ter nos apresentado o desenho de maior sucesso da história da TV aberta que foram os Cavaleiros do Zodíaco. A paixão trazida por este anime deu tão certo que vendeu uma onda de produtos dos Cavaleiros, trouxe filmes que lotaram os cinemas e fez a criançada cantar "Os guardiões do universo" em todas as escolas do país. Mas nem só de "Seiya e os outros" a emissora do Sr. Adolpho Bloch vivia, porque os tokusatsus e os desenhos do Clube da Criança com Mylla Chrsitie e Pat Beijo não deixavam as crianças saírem da frente da TV. É claro que tínhamos as tosquices maçantes dos comerciais do Teleshop (011)1406 e do título de capitalização do Papa-Tudo, mas até essas coisas viraram nostalgia para quem foi criança na época.

Já a Rede Globo atacava com os Trapalhões, Escolinha do Professor Raimundo e saudosa TV Colosso. As novelas de sucesso da época foram Sonho Meu e Tropicaliente na faixa das 18h; Olho no Olho, A Viagem e Quatro Por Quatro no horário das 19h e Fera Ferida e Pátria Minha nas 20h.  

Foi bom demais cantar Hakuna Matata em 1994.


Cinema
Para quem foi criança ou pré-adolescente na época, o ano de 1994 foi recheado com bons filmes para essa faixa etária. Alguns não eram exatamente "bons", mas marcaram época mesmo assim. Vou citar alguns deles:

O Rei Leão
O Máskara
Debi & Loide
Ace Ventura
Ninguém Segura Esse Bebê
Um Sonho de Liberdade
Forrest Gump
Pulp Fiction
True Lies
Street Fighter: O Filme
Pricila a Rainha do Deserto

Acústico MTV: despedida do Nirvana.


Música
Acho que o único ponto fraco de 94 foi a música. Isso porque os sucessos que tocavam nas rádios ou eram aquelas músicas gringas chatas que tocavam nas novelas da Globo, ou eram músicas repetidas dos anos anteriores. Mesmo a nível nacional, só fizeram sucesso mesmo artistas como Negritude Jr, Raça Negra, Cidade Negra e duplas sertanejas. Os destaques naquele ano foram para o Skank que começou a ganhar espaço nas rádios e na tevê e o lançamento do disco Da Lama ao Caos de Chico Science & Nação Zumbi. Mas, no geral, foi um ano fraco musicalmente. Parece que o suicídio do Kurt Cobain acabou não só com a era de ouro do rock como também com a era de artistas geniais. De memorável mesmo, só o show lendário de dois dias da Legião Urbana no Metropolitan, no Rio de Janeiro, que acabou virando, posteriormente, um disco duplo. 

A título de curiosidade, em maio daquele ano ocorreu o casamento entre o Rei do Pop Michael Jackson com a filha do Rei do Rock Lisa Marie Presley. O casamento não chegou a durar nem dois anos.

Sonic 3 teve participação musical do rei do pop Michael Jackson.


Games
1994 foi um ano de ouro para a era 16 bits, porque Super Nintendo e Mega Drive eram os dois principais consoles daquela geração. Apesar de ter sido também o ano de lançamento do Playstation 1 e do Sega Saturn, a grande relevância da época era para o duelo Sega versus Nintendo. Eu era do time Sega por ter um Mega Drive que havia ganhado dois anos antes. Lembro que ganhei no fim daquele ano o inesquecível Street Fighter Champion Edition e de ter o estreado no dia que estava passando o filme dos Kremilins na Globo. Acho que esse Street Fighter foi o game de luta que mais joguei na vida, apesar de, anos depois, ter o vendido e comprado o Super Street Fighter 2. Também ganhei no meio do ano o Sonic 3, numa tarde chuvosa de sábado, mas emperrei num barril maldito da Carnival Night Zone e, para piorar, o cartucho quebrou pouco tempo depois. E falando de Sonic, no fim do ano foi lançado o cartucho Sonic & Knuckles que vinha com um conector em cima (tecnologia Lock-on) para se acoplar aos Sonic 2 e 3. Quando uníamos o Sonic 3 ao Sonic & Knuckles, tínhamos o melhor jogo de aventura da era 16 bits com a inclusão do Hyper Sonic e do roubadíssimo Super Tails com bateria para salvar as aventuras.


Os títulos mais importantes daquele ano no mundo dos games foram os inesquecíveis:

Sonic The Hedgehog 3
Sonic & Knuckles
Donkey Kong Country
Mega Man X
Super Street Fighter 2
Streets of Rage 3
Mortal Kombat 2
DarkStalkers
Road Rash 3
O Rei Leão
The King of Fighters 94
Samurai Shodown 2
Super Metroid
Super Punch-Out
Wild Guns
Fifa Soccer

O tetra foi inesquecível.

Esportes
No dia primeiro de maio de 1994 ocorreu a trágica morte do do ex-piloto de fórmula 1 Ayton Senna no Grande Prêmio de San Marino. O Brasil inteiro acompanhava ao vivo a corrida quando ocorreu o acidente fatal. Foi um choque. A comoção foi total no país, com milhões de brasileiros de luto. Foi o fim do sonho do tetra com a perda de um dos maiores ídolos que já tivemos no esporte. Mas 1994 ainda nos traria alegrias para compensar.

Em 12 de junho, a Seleção Brasileira feminina de basquete conquistou seu primeiro e único título mundial na Austrália com um timaço que trazia nomes lendários como Hortência, Magic Paula e Janeth. A final foi contra a China e a nossa seleção venceu pelo placar de 96 a 87.

Em julho, o Brasil foi tetracampeão mundial de futebol ao conquistar a Copa dos Estados Unidos ao bater a Itália nos pênaltis. Foram 24 anos de jejum e o grito de tatracampeão veio junto com uma homenagem belíssima ao Ayrton Senna. Na volta para o Brasil, tivemos uma das maiores festas que já vi com os jogadores trazendo o troféu num desfile no carro do corpo de bombeiros.

1994 não foi inesquecível à toa.


Enfim, esta postagem encerra definitivamente a série "Ser criança" na década de 90. Escrevi sobre todos os anos, um por um, da última década do século XX. Também escrevi sobre alguns anos da década de 1980 e de 2000, mas nessa última já sob a perspectiva de um adolescente. Quem quiser ver as retrospectivas sobre os outros anos, os links das demais postagens seguem abaixo. Só é clicar e fazer uma viagem no tempo para a época desejada:

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1991
Ser criança em 1992
Ser criança em 1993
Ser criança em 1994
Ser criança em 1995
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998
Ser adolescente em 1999
Ser adolescente em 2000
Ser adolescente em 2001
Ser adolescente em 2002
Ser adolescente em 2003

sábado, 9 de dezembro de 2023

Qual a idade mais difícil entre os 18 e os 40 anos?


Estive aqui a pensar em qual é a idade em que enfrentamos mais dificuldades e desafios na fase adulta de nossas vidas. O período que vai dos 18 aos 40 anos – época que abrange a "juventude" da fase adulta – é o que eu pretendo focar por já ter vivido todos eles e poder falar por experiência própria. Parei para refletir um pouco e tirei algumas conclusões sobre as idades mais impactantes dessa primeira etapa da "fase adulta" de nossas vidas.

Tudo é possível antes dos 20 anos.


Aos 18 anos de idade, a gente tem o primeiro choque com a realidade. Isso porque a gente vai dormir adolescente com 17 aninhos e, no dia seguinte, já acordamos "adultos", podendo, inclusive, ser presos em presídios comuns. Essa mudança para a maioridade é muito brusca e a sociedade já nos trata como se tivéssemos virado adultos do nada. E não é bem assim. A maturidade é um processo lento. A gente só se torna, de fato, adulto (mentalmente falando) lá para os 21 ou 24 anos. Um jovem de 18 anos, no geral, ainda é alguém que está descobrindo a vida, que ainda não tem grandes compromissos, que joga videogame direto, que ainda está mais na fase do "ficar", que vai o clube com os amigos e que torra a mesada com cinema, futebol e diversão. Quando eu completei 18 anos, lembro que foi uma enxurrada de documentos para tirar, decisões para tomar, responsabilidades para assumir, aprender a dirigir, ter que me informar sobre política, mercado de trabalho e carreira e eu não me sentia preparado para tudo isso. Fora que, nessa idade, tudo é mais aflorado, porque os hormônios estão à flor da pele e nossos sentimentos vêm num turbilhão de emoções muito intenso. É nessa fase que temos as paixões mais intensas e as memórias mais marcantes.

20 anos é o auge da nossa juventude.



A idade seguinte que impacta são os 20 anos. Porque, nessa idade, já começamos a nos sentir "velhos", afinal de contas, se a expectativa média de vida é de uns 76 anos no Brasil, com 20 primaveras já são mais 25% da vida percorrida. Além disso, aqui já estamos "velhos demais" para iniciar uma carreira nos esportes, uma vez que os atletas profissionais começam a treinar, no máximo, até os 18 anos. Mas, apesar disso, temos que concordar que com 20 anos estamos praticamente no nosso auge físico. Aos 20 anos, sentimos que podemos mudar o mundo e que lutar pelos nossos sonhos vale muito a pena. Nesta idade é que a fase adolescente chega ao fim e que as responsabilidades começam a se tornar maiores.

Aos 20 e poucos anos é que começamos a mudar o mundo.



A barreira seguinte é a dos 25 anos. Com esta idade, estamos na metade dos "anos 20" e se a gente for pensar em tempo percorrido em relação à expectativa média de vida, um terço da vida já se passou. Com 25 anos, apesar de ainda termos muita energia e muita vitalidade, a gente já começa a sentir que é preciso um pouco mais de cautela para não morrermos cedo demais. As loucuras da adolescência já começam a fazer menos sentido aqui. Quando olhamos ao redor, notamos que alguns dos nossos amigos de infância já estão casando, tendo filhos, virando tios ou tias. Também é por volta dessa fase que começamos a nos formar nos cursos de graduação e a iniciar uma carreira profissional, deixando a casa dos pais para vivermos nossas vidas. É nessa idade que a gente realmente começa a se sentir adulto e a perceber que estamos começando a ficar velhos aos pouquinhos. Tanto é que já a partir dessa idade que os homens começam a ter as primeiras "falhas" na hora H, a sentir a libido levar uma leve rasteira e a perceber que a calvície está ficando inevitável.

A vida adulta começa pra valer mesmo depois dos 25.



Bom, aí passados os 26 anos, entre os 27 e os 29 entramos num estágio de definição na vida. Aqui, no geral, já temos uma carreira definida, ou então já estamos formados, ou fazendo uma pós-graduação, ou começando a construir uma família. No caso de concursos públicos, até os 29 anos é que podemos ser aprovados para atuar na área militar ou sermos convocados imediatamente para uma guerra, por exemplo. É uma idade que começamos a nos sentir realmente velhos, porque os primeiros fios de cabelos brancos surgem e estamos à beira de nos tornarmos balzaquianos. Lembro que com 29 anos, eu me sentia praticamente um ancião no corpo de um jovem. Mas essa definição faz muito sentido, porque até aqui já vimos muita coisa na vida e a sensação que dá é que não há muito mais para se ver ou aprender. Só lembrando que durante a maior parte da existência dos seres humanos sobre a face da Terra, a expectativa média de vida era justamente por volta dos 29 anos.

As coisas ficam mais previsíveis após os 30 anos.



Daí que chega o dia em que trintamos. Dos 30 aos 35 é praticamente o último suspiro da nossa juventude, porque depois disso, já começamos a entrar na categoria sênior ou master em vários esportes. A partir dos 36 já há quedas de hormônios, mais propensão a lesões e demora maior na recuperação de atividades físicas mais intensas. Estamos balzaquianos, mas também mais experientes, mais sábios e chegamos num ponto de equilíbrio entre saúde, juventude e experiência que não é possível em nenhuma outra fase da vida. O problema aqui é a tal crise dos 30, porque muita gente chega nessa idade sem ter feito metade do que havia planejado lá trás. Nem todos estão empregados, seguindo a carreira que gostariam ou tendo conseguido formar uma família. No caso das mulheres, aqui é praticamente o limite para ser mãe. Uma coisa interessante é que mais ou menos na faixa dos 30 anos temos a nítida sensação que o tempo está passando muito mais rápido que antes e que 10 anos, que antes demoravam uma vida para passar, agora passa relativamente rápido.

A vida começa aos 40, ou não sim!


Até que mais cedo que imaginamos, chegamos aos 40. É o início da meia-idade onde metade ou mais da vida já voou no pau. Aqui é onde os primeiros sinais da terceira idade começam a alfinetar, apesar de que com o avanço da ciência e da tecnologia, dizem que os 40 são os novos 30. Porque se a pessoa cuida bem da saúde física e mental, é possível chegar a essa idade sentindo-se tão jovem quanto aos 25. Como dizem, aos 40 anos você é velho demais para ser jovem e jovem demais para ser velho. O maior problema dessa idade é o etarismo mesmo, porque já somos tratados como "coroas" ou "tiozões". Por isso, sempre que puder, esconda a idade e tente parecer mais jovem. O bacana dessa fase da vida é que muitos já conseguiram realizar muitos objetivos e sonhos de quando eram mais jovens e há uma tendência a uma maior estabilidade geral, seja emocionalmente falando quanto financeiramente. Não é à toa que muitas mulheres mais jovens preferem os homens dessa faixa etária. O que não podemos aqui é ficar acomodados na nossa zona de conforto, porque ainda há muita história para construirmos ao longo da vida.

Enfim, depois dos 40, eu ainda preciso viver para saber como é o que vem depois. Mas de todas as idades que já vivi, creio que a idade mais difícil mesmo sejam realmente os 18 anos. Passamos por uma verdadeira metamorfose aos 18 e muitas mudanças são impostas pela sociedade, diferentemente das outras fases que a gente vai se adaptando mais gradualmente. 

Daqui a uns 10 anos, eu volto aqui e conto como é a vida após os 50. Enquanto isso, vambora viver a vida, moçada!

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Como sobreviver a uma tempestade geomagnética


Se você achou que a pandemia do coronavírus foi a pior coisa que poderíamos enfrentar nesta década de 2020, pode apertar os cintos que vem coisa muito pior por aí. Duvida? Então imagine ter que passar semanas, meses ou até anos sem telefone, sem internet, sem GPS, sem energia elétrica, com caos generalizado no mundo e com um colapso nas telecomunicações nunca visto antes na nossa história. Imagine incontáveis noites de blecaute global e um prejuízo de trilhões de dólares que só seríamos capazes de nos recuperar décadas depois. Imaginou? Tenso, não? E não: isso não é alarmismo e nem tema para um novo filme apocalíptico de Hollywood.

Infelizmente, existe a possibilidade real (cerca de 12% de chance) do Sol emitir uma violenta ejeção de massa coronal (EMC) na direção do nosso planeta dentro dos próximos dois anos. E são justamente essas EMC que podem causar todo o cenário apocalíptico descrito anteriormente. Ejeções de massa coronal ocorrem todos os anos, mas como Sol estará no pico máximo de sua atividade em meados desta década, estamos correndo o risco de ter nossos satélites, equipamentos eletrônicos e rede elétrica severamente afetados por este fenômeno. 

Na última vez que isso ocorreu, no ano de 1859, a tempestade solar causou uma pane geral nos sistemas de telégrafos num incidente que ficou conhecido como Evento de Carrington. Além disso, auroras boreais foram vistas em baixas latitudes, chegando a fazer a noite parecer dia. Se o mesmo fenômeno se repetir na era digital, viveremos um verdadeiro apocalipse tecnológico que poderá levar anos para voltar à normalidade. Mas o que fazer para minimizar esse estrago?

O Sol poderá nos levar de volta para o século XIX.

O Sol está sendo monitorado constantemente pelos nossos satélites e telescópios. Por isso, qualquer erupção solar é detectada com várias horas de antecedência, porque a velocidade das partículas carregadas é menor que a velocidade da luz, dando tempo para preparamos nossas defesas. O problema é que é impossível proteger todas as nossas estruturas eletrônicas. De um jeito ou de outro, iremos ficar sem internet e sem energia elétrica por tempo indeterminado, voltando no tempo, tecnologicamente falando, para o início do século passado. Em todo caso, podemos tomar algumas medidas desde agora para minimizar o estrago. 

A primeira coisa a se fazer é um backup dos nossos dados digitais em sistemas de armazenamento offline, já que as informações armazenadas em servidores poderão simplesmente desaparecer ou ficar inacessível por anos. Senhas, textos, artigos, planilhas, códigos, músicas, vídeos, fotos, trabalhos e tudo que houver em formato digital precisa estar salvo em mais de uma fonte segura, de preferência. 

Cena comum após uma tempestade geomagnética.


A segunda coisa a se fazer é ter em casa painéis solares e algum sistema onde possamos armazenar a energia captada para usar quando não tiver luz solar. Existem painéis solares mais simples e baratos que são vendidos em sites especializados e darão conta, pelo menos, de manter seu smartphone carregado e um ventilador para não morrer de calor nesse verão escaldante. Baterias, recarregáveis de preferência, poderão ser utilizadas para armazenar energia (isso inclui o uso de nobreaks). Outra opção mais cara é adquirir geradores de energia movidos a diesel. Existem geradores de vários tipos e tamanhos que darão conta do básico como geladeiras e aparelhos eletrônicos. Se isso for caro demais para você, invista, pelo menos, na compra massiva de velas e pilhas para não ficar na escuridão.


Imagine ficar assim por meses...

A terceira coisa a se fazer é estocar comida e água, pois sem aviões e veículos operados por GPS, teremos escassez de alimentos. E é bom pensar em alimentos que tenham um prazo de validade superior a seis meses, porque não sabemos quanto tempo durará este “apagão tecnológico”. Se você tiver algum terreno para plantar frutas e verduras, comece desde agora, porque isso poderá evitar insegurança alimentar. A falta de água também será generalizada, pois o abastecimento urbano depende de bombas elétricas. Ter caixas d'água e poços são opções obrigatórias para quem não quiser pagar caro por água mineral. 

Já a quarta e última coisa a se fazer é manter uma quantidade razoável de dinheiro em espécie guardado em casa, porque com a pane eletrônica geral, certamente pix e cartões ficarão inutilizáveis. Uma dica final seria que no dia que a temível tempestade fosse anunciada, todo mundo tire da tomada todos os aparelhos eletrônicos e se mantenha longe deles, pois mesmo desligados, eles podem dar choques elétricos.

Isso não seria nada bom de ser visto nos céus do Brasil.


Com relação às telecomunicações, os governos e empresas precisarão deixar equipamentos de reserva à disposição para substituir o mais rapidamente possível o que for danificado. Sistemas anti pane e anti surto elétrico precisarão estar prontos para evitar estragos maiores. De resto, é rezar para que telefones e a internet possam voltar o mais rápido possível.

Portanto, se algum dia faltar energia elétrica, internet e telefone ao mesmo tempo, existe a chance de uma terrível tempestade geomagnética estar acontecendo. Se você enxergar mais estrelas que o normal à noite devido à menor poluição luminosa e auroras boreais clareando a noite, pode ter certeza que o apocalipse tecnológico começou. Então, esteja preparado!

domingo, 19 de novembro de 2023

Eles estão entre nós!


Um dos meus maiores sonhos de criança era ver um dinossauro de verdade ao vivo. Daí que quando descobri que eles haviam sido extintos, o que restou foi engolir a seco a decepção e me contentar com o que via nos Jurassic Parks da vida. Mas foi aí que, como num plot twist da vida real, um belo dia acabei descobrindo que, na verdade, nem todos os dinossauros foram extintos e que muitos deles continuam por aqui até hoje. Os dinossauros exterminados no final do Cretáceo, há 66 milhões de anos atrás, foram os dinossauros não aviários de grande porte. Mas os demais dinossauros sobreviveram e eles estão por aí até hoje cobertos de penas coloridas, ostentando belos cantos e colocando ovos exatamente como faziam no Mesozoico. Sim, as aves são dinossauros. E não, as aves não são descendentes dos dinossauros: elas são, de fato, um tipo de dinossauro, assim como nós somos um tipo de mamífero e não descendentes deles. Os pássaros são dinossauros porque compartilham mais características com os dinossauros do que com outros grupos de animais vivos. Essa evidência está escrita tanto no DNA quanto na fisiologia das aves.

E você achando que todos eles haviam morrido...

Então, se você quiser ver um dinossauro pessoalmente, nem precisa construir uma máquina do tempo, basta dar uma olhada pela sua janela que você verá vários deles tentando fazer tiro ao alvo com titica bem em cima das nossas cabeças.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Guitarra ou contrabaixo: qual o melhor?


Já tem alguns anos que virei um multi-instrumentista amador. Toco violão, baixo e guitarra de forma recreativa. O violão é insuperável no sentido de praticidade, mas a nível sonoro, eu acho a presença do contrabaixo inigualável.

Gosto bastante da guitarra. Mas guitarra é melhor para tocar no quarto; baixo é melhor para tocar junto com a banda no palco. Diferentemente da guitarra, no baixo a gente sente a pulsação. O baixo estremece o chão, dá peso e coesão entre os instrumentos. Guitarra é legal para tirar os solos, testar os efeitos e riffs, mas ao vivo, nada supera o poder do contrabaixo e seu som grave, encorpado. O slap é outra coisa que me fascina no baixo, tornando ele um instrumento quase percussivo. Quando você mistura slap, pizzicato e acordes com two hands, aí você sente todo o poder musical do instrumento. Fora que ele é um instrumento mais bruto por ter a escala mais longa, cordas grossas e uma distância maior entre as cordas (o que facilita técnicas como o slap). O baixo sempre me pareceu mais ergonômico desde a primeira vez que toquei em um. Também acho melhor de tocar de pé que a guitarra e tem efeitos que ficam melhores nele, como é o caso do fuzz. Outra coisa bacana do baixo é que estudar ele com ritmo de bateria fica mais bacana que com a guitarra. Baixo e bateria casam melhor na hora de montar uma base do que apenas guitarra e bateria. Além do fato do baixo servir sozinho para criar melodias enquanto a nota base mais grave soa na corda solta.

O baixo é imbatível.

 
O meu baixo é um Tagima Millenium de 4 cordas ativo. Ele é leve e ergonômico com um design que mistura os Warmick com Superstrat. Toda a regulagem fina eu faço no próprio pré-ampli dele, fora que ele tem mais punch que os baixos passivos. Mas os baixos passivos também têm um som mais "puro" que não dá para emular no ativo. Enfim, o contrabaixo é o meu instrumento favorito.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

É melhor ser careca ou cabeludo?


Quando passei no vestibular, há 20 anos atrás, fiz aquilo que todo jovem fazia ao ingressar na faculdade pela primeira vez: raspei a cabeça inteira com a máquina zero. Foi a primeira vez que fiquei completamente careca. Apesar de ter achado até bacana por reduzir bastante o calor e me livrar de xampus e do barbeiro por uns três meses, teve uma coisa que me incomodou: duas entradas discretas bem na frente do couro cabeludo, indicando que cedo ou tarde, eu seria (ou não) um homem calvo. Ok, apenas levei a vida adiante. Para minha sorte, as entradas praticamente pararam de crescer por ali. Até hoje, elas não passaram de entradas discretas e acho que dificilmente vou ficar careca. Enfim, continuei cortando o cabelo mensalmente como sempre fiz durante os anos seguintes até que veio a pandemia do coronavírus em 2020. Todas as barbearias foram fechadas e fiquei preso em casa sem saber cortar o próprio cabelo e sem nenhuma maquininha para aparar. Então, eu fiz o que muitos homens fizeram durante a pandemia: tomei a decisão inédita na minha vida de deixar o cabelo crescer. Na verdade, eu já tive o cabelo grande quando era muito criança, mas isso era quando eu tinha uns 2 ou 3 anos de idade e, honestamente, eu nem me lembro. Mas hoje, já aos 40 anos de idade e há pouco mais de 3 anos deixando o cabelo crescer, posso dizer como foi o processo até me tornar um cabeludo e qual é a experiência de ter cabelos longos.

Primeiros meses do "projeto cabeludo"...

Meus cabelos hoje passam dos ombros e já estão quase na altura do peito quando secos. São cabelos negros cuja tipagem não sou capaz de identificar com exatidão por seu alto grau de metamorfose e maleabilidade. A raiz é lisa, o comprimento é ondulado e termina fazendo cachos. Lembra bastante o cabelo do cantor Silvério Pessoa, sendo que escuro. Mas para ter um consenso, vou tratá-lo como cacheado do tipo 3A, que é o que mais se encaixa segundo as definições 'cabeleireirísticas' que andei lendo por aí. Atualmente, meu cabelo está bem irado porque aprendi na base da tentativa e erro a cuidar melhor dele, mas o processo até ele ficar longo foi bem complicado. Isso porque o primeiro ano é o pior. Eu tentava esconder o cabelo com bonés e bandanas, porque o bicho estava muito feio, desengonçado e desgrenhado. Estava pior que o Mister Satan. Não dava para amarrar ainda e ele só ficava no lugar quando passava um quilo de gel. Foi nessa fase que vieram as piores críticas e os apelidos. Disseram que eu parecia um mendigo, um gay, um drogado, um marginal e até um personagem cômico de um canal do YouTube. Para ter ideia da barra que foi o negócio, teve gente na rua rindo na cara de pau do meu visual e cheguei até a tomar um chute por ser confundido com um maloqueiro. Foi punk o negócio. Por isso que durante o processo de virar um cabeludo, a resiliência é a melhor das virtudes, porque senão você vai querer cortar o cabelo logo que ele começar a ganhar vida própria e as reações negativas das pessoas ao redor vier. Tive que usar produtos diversos para fazer nutrição, hidratação e finalização e mesmo assim, o meu cabelo até hoje ama a rebeldia e se bagunça sozinho com o menor descuido. Falando do tempo de crescimento, o cabelo só começa a ficar bacana quando completa por volta de um ano e meio sem ver a tesoura, porque aí já é possível fazer um coque de cabelo inteiro e usar uns penteados diferentes. Mas até lá é um teste de paciência.

Cabelos longos dão outra personalidade.

Ter cabelos compridos é, obviamente, mais trabalhoso que ter cabelos curtos. Apesar de ser muito estiloso e permitir vários tipos de penteados e amarrações, cabelo grande exige mais dedicação e carinho. Além disso, pode se preparar para encarar embaraçamentos constantes, nós nas pontas, ressecamento, frizz, ralo entupido, visão periférica obstruída, franja caindo no olho, cabelo caindo na comida, cabelo tentando te sufocar nas ventanias, cabelo prendendo em galhos de árvores e até mais calor no verão. Porém, metade desses problemas citados desaparecem quando a gente o deixa preso. Só que ficar com o cabelo preso o dia inteiro é muito chato. Eu gosto de usar os fios soltos, mas isso exige mais cuidados e paciência. 

Vai me dizer que não é estiloso ter cabelão...

No ano passado, deixei a barba crescer também, mas fiquei parecendo um lobisomem quando fiz uns 5 meses de barba crescendo. A barba grande dá a aparência de desleixo, daí que tirei a barba de vez e só a deixo crescer por alguns dias e depois raspo para variar o visual. E com a barba feita, já fui confundido com mulher algumas vezes, até porque fico parecendo um clone mal-acabado das minhas irmãs. Em todo caso, acho que ter cabelão é muito mais bacana que ter cabelo curto ou ser careca. Como homem, você se destaca dos demais e ganha elogios que não ganharia se tivesse aquele cabelo padrão. Na verdade, o cabelo longo masculino mostra mais a sua personalidade do que um aspecto estético, porque mostra que o homem é alguém que sai do senso comum e que não está preso a padrões. Fora que precisa ser forte para aguentar as críticas, xingamentos e apelidos durante o processo de crescimento. Aliás, não é à toa que os super-heróis, roqueiros e artistas comumente usam cabelos compridos para se destacar dos demais.

Por isso os headbangers são mais felizes.

Enfim, se você quiser saber na pele a real diferença entre ser careca e cabeludo, só é experimentar os dois e tirar as próprias conclusões. Se não tiver mais cabelo, perucas podem simular um pouco dessa experiência. Mas nada é mais divertido que passar pelo longo e trabalhoso processo até virar um cabeludo de verdade.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

A década de 80 foi bacana, mas nem tanto


É engraçado como nesta década de 2020 o mundo está radicalmente diferente daqueles longínquos anos 1980. Olhando de perto, parece até que vivíamos em outro planeta. Hoje em dia não precisamos mais esperar aquelas filas enormes nos banco graças ao pix, podemos jogar o game retrô que quisermos de graça no celular, podemos assistir a série que quisermos na Netflix, podemos montar nosso próprio estúdio profissional no PC, temos filmadoras e câmeras 4K embutidas nos smartphones, não precisamos mais usar os horrorosos orelhões para fazer ligações, aqueles mapas grandes e mofados caíram em desuso graças ao GPS, usamos o ChatGPT para realizar tarefas escolares e profissionais, pedimos comida com um clique e vivemos no auge de diversas tecnologias. Fora que a expectativa média de vida aumentou, várias doenças já têm cura ou tratamento e até as bonecas sexuais atuais estão hiper-realistas. Daí que eu me lembro sem qualquer nostalgia da desgraceira que era ter que colocar lã de aço na antena da TV para conseguir assistir a novela, gastar um dinheirão com revelação de fotos, fazer curso de datilografia para usar a máquina de escrever, ter que rebobinar fita VHS da locadora para não levar multa, viver em super inflação e temer o fim do mundo com a ameaça nuclear da Guerra Fria. Apesar do saudosismo da minha geração (millennials) com relação aos anos 80, a gente precisa cair na real que foi uma época muito ruim comparada com as posteriores. As únicas coisas que salvaram a "década perdida" foram a música (especialmente o rock nacional), os primeiros videogames 8 bits, os primeiros tokusatsus da Rede Manchete e o revolucionário Walkman. Ah, e, claro, a Constituição de 1988, apesar de suas imperfeições, também foi uma conquista que marcou o fim do autoritarismo no Brasil.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Vale a pena fazer upgrades em guitarra barata?


Se a sua guitarra for confortável e não possuir problemas de construção, vale a pena, sim, fazer um tuning nela. Mesmo guitarras mais baratas, as ditas "de entrada", podem ficar muito boas após sofrerem modificações e trocas de peças. Foi exatamente isso que fiz com a minha Giannini Stratocaster chinesinha e valeu muito a pena. Eu pensei em comprar outra guitarra mais bacana, mas percebi que sairia mais em conta tunar a que eu já tinha, já que ela é confortável, leve, o tensor responde bem, ela afina bem e não possui empenamentos ou problemas de construção. Eu troquei as tarraxas (Wilkinson), o nut (Graphtech), a ponte e o bloco (Wilkinson), o escudo e os captadores (Malagoli), os potenciômetros e o jack. Sem brincadeira nenhuma, agora ela parece outra guitarra. A definição do som, o volume das cordas e o sustain melhoraram consideravelmente. Mas a mudança mais brutal mesmo foi na troca do captador single cerâmico da ponte por um humbucker de alnico. O som dele é gordo, cheio, encorpado, parrudo, com pouquíssimo ruído e fica bem definido com distorção. A única mudança que não fiz e que em breve precisarei fazer é a troca de trastes, de resto está parecendo uma guitarra de nível intermediário. Eu diria que dá pau em muita Squier por aí.

Modificar vale muito a pena.

Mas as vantagens de tunar sua única guitarra vão além da qualidade, porque com duas guitarras, você vai gastar o dobro com cordas, com manutenção e regulagens. Fora que uma guitarra nova sai mais cara e pode ter uma qualidade inferior a uma mais barata turbinada. Então se você tem uma guitarra ou um baixo e pensa em comprar outro melhor, considere a possibilidade de fazer upgrades.

quinta-feira, 23 de março de 2023

A cor que apenas os humanos podem enxergar


Infelizmente, estou com menos disponibilidade do que gostaria para escrever, mas para não deixar este bloguinho tão parado neste mês, resolvi trazer uma curiosidade. Existe uma cor que não existe no espectro da luz visível e que apenas nós, humanos, somos capaz de enxergá-la. Esta cor é a cor magenta, conhecida também por fúcsia. É aquela mesma usada pelas impressoras no padrão CMYK. A explicação científica é que esta cor é, na verdade, uma ilusão criada pelas células fotorreceptoras da retina por misturar de forma homogênea o vermelho e o azul. O cérebro, por sua vez, interpreta isso como a ausência de verde e mescla as duas cores, fazendo a gente enxergar o magenta.

Tons de magenta.


Diferentemente das cores imaginárias, que são as cores de fora do espectro da luz visível (infravermelho e ultravioleta, por exemplo) que precisam ser criadas artificialmente para que possamos enxergá-las, o magenta é uma cor que só existe na cabeça dos seres humanos. Portanto, nada de usar o magenta para se comunicar visualmente com outros animais ou, por que não, com civilizações extraterrestres.

sexta-feira, 17 de março de 2023

Como NÃO perder dinheiro durante as crises


Se o mundo não está fácil para quem tem dinheiro, para quem não tem então, está parecendo um verdadeiro apocalipse. Além do custo de vida estar terrivelmente alto, quem opta por tentar investir um dinheirinho está lidando com um momento de turbulência terrível. É banco quebrando no exterior, golpe de pirâmide financeira, golpe de falsos investimentos, golpe de criptomoedas e aí o cidadão que já tinha pouco, acaba se ferrando mais ainda. Então o segredo é tomar cuidado com quem promete coisas mirabolantes demais. Recentemente, vi um anúncio no YouTube de uma empresa que oferecia rendimentos fixos acima de 2,5% ao mês para quem investisse em seu negócio. É óbvio que isso é pilantragem. Nem os títulos da dívida pagam isso a pessoas comuns. Passou de 1% aos mês sem riscos, pode ter certeza que tem caroço nesse angu.

A minha sorte é que eu aprendi desde cedo que dinheiro é um bicho que não aceita desaforo. Tem dois casos de conhecidos meus que são emblemáticos nesse sentido. Conheci uma pessoa que recebeu uma quantidade razoável de dinheiro no início dos anos 2000 após ganhar na justiça o direito de receber uma indenização. O que a pessoa em questão fez com o dinheiro? Torrou tudo em alguns meses promovendo festas, farras e extravagâncias. Hoje, essa mesma pessoa está atolada em dívidas até o pescoço devendo até as cuecas. Se tivesse investido o dinheiro ao invés de simplesmente ter gasto tudo sem pensar no amanhã, hoje estaria vivendo sem sufoco. Outro caso foi de um ganhador da loteria (sim, eles existem), da Quina, se não me engano, nos anos 90. O desastre foi ainda pior, porque o sujeito comprou uma coleção de carros, fez viagens extravagantes e gastou até o último centavo em todos os vícios que possuía. No fim da vida, esse ganhador da loteria acabou sem um centavo do prêmio, cheio de dívidas, doente, sem plano de saúde, abandonado pela família e morando num casebre com uma porcaria de um salário mínimo. Sei que se conselho fosse bom não se dava, se vendia, mas ouça o que tenho a dizer: nunca faça burradas com seu dinheiro, nem se for muito rico.

Me engana que eu gosto!
 

O segredo é guardar a maior parte do dinheiro e fracionar os investimentos. Se alguém acerta na loteria, por exemplo, nunca deve deixar todo o dinheiro num só lugar. Uma parte você pega e coloca na poupança, outra parte investe no tesouro direto, outra parte compra imóveis para receber aluguéis, outra parte monta um pequeno negócio, outra parte você pode usar para comprar coisas que se valorizem com o tempo para revender mais tarde (guitarras Gibson e PRS são ótimos exemplos disso, além de joias, dólares e até ouro). Tudo isso deve ser bem pensado e calculado, porque investir em qualquer coisa sem pensar direito no longo prazo pode dar um prejuízo irreparável. Enfim, com investimentos variados, se der ruim em um lado, você se garante nos outros. E se for comprar coisas, gaste somente no essencial. Não existe necessidade de montar uma concessionária de carros na sua casa, por exemplo, se você só dirige um automóvel e não vai viver de venda de veículos.

Esqueça também esses coaches que prometem rios de dinheiro fácil. Se ganhar dinheiro fosse tão fácil assim, não existia pobre. Respeite seu dinheiro. Não precisa ser pão-duro, basta não ser burro.

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Qual é a cor da sua bandeira?


Você sabe para que serve uma bandeira? Bandeiras servem, geralmente, para simbolizar ideias, nações, clubes e grupos de pessoas. No caso das bandeiras nacionais, elas representam algo ligado à história do país, suas conquistas, suas tradições, seus símbolos nacionalistas ou seus territórios. A bandeira brasileira, ao contrário do que muita gente aprendeu na escola, não representa nossas florestas, riquezas naturais e estados sob um "ordem e progresso" influenciada pelo positivismo de Auguste Comte. Esses significados vieram apenas após o golpe da proclamação da república em 1889. A verdade é que as cores e formas da nossa bandeira foram desenhadas pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret na época do Brasil império para atender aos interesses da família imperial. O verde representava a Casa de Bragança de D. Pedro I e o amarelo representava a Casa de Habsburgo da imperatriz Leopoldina. Após a proclamação da república, a única mudança feita na bandeira foi que tiraram o brasão das armas do império e colocaram aquele círculo azul com a frase positivista no meio. Na prática, o verde e amarelo da nossa bandeira atual representam as cores da família imperial. Não é à toa que monarquistas e movimentos da extrema-direita brasileira usam a bandeira nacional e suas cores como símbolo. Os fascistas não se apropriaram das cores da nossa bandeira, porque ela sempre representou as oligarquias, o tradicionalismo e a monarquia. O povo, os trabalhadores e a democracia nunca fizeram parte da nossa bandeira.


Bandeira do Brasil ao longo da história.

 

Apesar dos reaças sempre defenderem fanaticamente que a nossa bandeira jamais será vermelha, a única cor que une todos os oprimidos do mundo é a cor do nosso sangue derramado quando o chicote bate nas nossas costas. Não é por acaso que os movimentos de esquerda usam a cor vermelha em seus estandartes. Se temos que nos sentir representados por uma bandeira, então essa bandeira nunca poderá ter a cor de um império elitizado que nem existe mais. Temos que usar as cores comuns a todos os proletários, oprimidos e excluídos não apenas do país, mas do mundo. Aliás, a própria ideia de patriotismo, que favorece a xenofobia e ultranacionalismos, precisa ser repensada, até porque o sangue vermelho que corre nas minhas veias é o mesmo que corre nas suas e nas de todos os seres humanos de todos os países do planeta. Essa ideia de territórios, de fronteiras, de muros e divisões precisa ser desconstruída para que possamos ser, de fato, todos irmãos. E precisaremos de um novo estandarte para representar essa mudança e marcar uma nova era na história da humanidade.

O mundo precisa de uma única bandeira.

Para terminar, uma canção Antifa para desmascarar a bandeira de muita gente:



Bandeiras que desmascaram outras bandeiras.

domingo, 31 de julho de 2022

A companheira ideal para um homem


Quem conhece este bloquinho há mais tempo sabe que eu sempre fui um defensor incansável do sexo pago. Mas de uns tempos para cá, tenho começado a achar que essa opção não é mais tão compensadora assim. Digo isso porque viver de putaria a vida inteira cansa, drena muito dinheiro e traz alguns riscos. Um programa decente hoje não sai por menos de 200 paus, tem ainda o transporte, o motel e o risco de pegar DST sempre existe, especialmente no caso do HPV. Fora que é cansativo ficar catando prostitutas nos Skokkas da vida e verificando se são confiáveis nos fóruns. E depois de já ter experimentando de tudo, chega uma hora que você entra num estado de anedonia sexual. Você perde o interesse nessa vida sem futuro de putanheiro. Sem falar que, com o avanço da idade, a libido vai baixando naturalmente e o interesse em se arriscar por sexo também diminui.

Uma só parceira é o ideal?

 
Isso quer dizer que agora virei um defensor da monogamia? Rarará! Nem a pau, Juvenal! O sexo monogâmico é, de longe, a PIOR opção. O homem fiel a sua namorada ou esposa vai ter que ficar preso àquele sexo borocoxô e burocrático sempre com a mesma mulher que, não, raro, sente ciúmes até dos pornôs que o cara assiste. Isso sem falar de caras que convivem com parceiras frígidas, pudicas, anorgásmicas, traumatizadas, cheias de não-me-toques, com doenças que inviabilizam o sexo convencional (ex: vulvodinia) e que se amarram em usar greve de sexo como chantagem. Com prostitutas é muito diferente, porque o nobre cavalheiro tem acesso ao green card da putaria. Ora, o cara pode transar a hora que quiser e do jeito que quiser com loiras, morenas, afros, mestiças, ruivas, com duas ao mesmo tempo e fazer mil e uma surubices. É muito intenso, mas, como já disse, tudo na vida cansa.
 
Viver de promiscuidade a vida inteira cansa.
 

Então qual seria a solução? Poliamor? Casamento aberto? Parasitar a mulher do próximo? Pegar a mulherada na balada? Morrer "na mão"? Não. Apesar de que, em muitos casos, essas opções se mostram mais interessantes que um sexo monogâmico tradicional. Mas a saída mais barata, menos arriscada e mais moderna é a de adquirir amantes de silício e cyberskin. Sim, são elas mesmas: as bonecas sexuais modernas também conhecidas como real dolls!
 
Elas vieram para ficar!


Sim, eu sei que parece piada, mas o nível de realismo dessas bonecas tem se tornado tão impressionante que há algumas que são fisicamente indistinguíveis de mulheres de verdade. Parece até coisa de ficção científica, mas é sério e real, muito real! São réplicas perfeitas, respeitando dimensões, simetria e texturas. Lógico que há caras que sentem vontade de rir ao olhar para uma doll dessas e imaginar que terão que transar com elas. Realmente, tem muita doll por aí que é tão bizarra que cai facilmente no vale da estranheza. Mas há muitos homens ao redor do mundo que se divorciaram de suas mulheres de verdade para viver ao lado dessas bonecas e até se casar com elas. E isso nem foi só pelo lado sexual, mas pelo lado do cuidado, do carinho e do apego emocional. Parece coisa de doente se olharmos essa interação recente entre humanos e bonecas (ou ginoides) de forma fria, mas isso possivelmente será uma tendência no futuro. No fim das contas, com a tecnologia avançado cada vez mais rápido, em breve essas dolls atingirão a perfeição e ficarão tão ou mais reais que pessoas de carne e osso.
 
Mulher ou boneca?


Raciocine comigo: uma boneca dessas, apesar de muito cara, custa menos que 1 ano com prostitutas, custa muito menos que manter uma namorada ou esposa, estão sempre lindas, em plena forma, jovens, cheirosas e disponíveis para você fazer o que quiser, quando quiser e quantas vezes você puder – fora que serão suas para sempre e 100% fiéis. Você ainda pode ter um harém delas, escolher aparência, personalidade (no caso das robóticas), altura, medidas e até a textura das cavidades internas. Fora que não haverá brigas, greve de sexo, DR, golpes, cobranças, chantagens emocionais, divórcio, doenças, gravidez indesejada, fofocas, intrigas, mentiras, problemas de convivência, compromissos chatos, atritos com a família, perda de liberdade, prejuízos econômicos e centenas de outras coisas indesejáveis em relacionamentos. Claro que há algumas desvantagens nessas dolls como o peso (algumas pesam mais de 40kg), a dificuldade para higienizar após o "uso" e o fato delas não se moverem sozinhas (ainda). Mas, se colocarmos numa balança, os prós superam os contras de forma bastante contundente.
 
Mano, olha o nível de detalhe disso!


É claro que essas bonecas são totalmente inúteis se você quer formar uma família, ser aceito socialmente ou ter amparo emocional. Elas ainda fazem parte de um universo underground de pessoas que cansaram de vidas que não valem a pena ao lado de pessoas reais. Se olharmos por uma visão mais ampla, a proposta dessas bonecas é até nobre, porque elas servem para controle social em países onde há mais homens que mulheres ou para "salvar" sujeitos que não conseguem arrumar uma parceira de jeito nenhum por falta de habilidades sociais ou por serem muito horrorosos. Fora que elas servem também para evitar que homens violentos e machistas se relacionem com mulheres de verdade – além, claro, do controle populacional e da redução da transmissão de DSTs. E é sempre bom lembrar que aquele lado romântico e sexual plenamente felizes em relacionamentos entre dois humanos são bobagens que idealizamos de novelas e filmes adultos. A realidade é muito mais cruel e infeliz do que vemos nas artes. Eu creio que, num futuro relativamente próximo, ter amantes robóticos será algo comum. Além disso, nunca é demais lembrar, como já proferiu o poeta Menotti Del Picchia: Não amar é sofrer, amar é sofrer mais. Ninguém nunca vai ser 100% feliz com o que tem. Então o segredo é tentar ser o menos infeliz possível. E essas bonecas parecem contribuir sensivelmente para este fim.

Essa é pra casar (ou não sim)!


PS: Só para não deixar dúvidas, todas as "garotas" que usei para ilustrar este post são bonecas. 

Para quem quiser conhecer sites onde vendem essas bonecas, vou deixar alguns links abaixo. Mas já vou logo avisando para preparar o bolso, porque os gringos cobram os olhos da cara nelas. Para quem preferir, há também versões masculinas e versões trans.

DS Doll Robotics
https://dsdollrobotics.com/shop/

Silicone Lovers
https://siliconelovers.com/

Safe Sex Dolls
https://www.safesexdolls.com

My Wonder Doll
https://mywonderdoll.com/

Your Doll
https://www.yourdoll.com/

Real Doll Oficial
https://www.realdoll.com/

WM Doll Oficial
https://www.wmdolls.com/