domingo, 31 de janeiro de 2016

Os extremos da ferradura


De um lado, a extrema direita conservadora, do outro, a extrema esquerda progressista. Apesar de serem muito parecidos por quase se tocarem, há diferenças teóricas entre eles. Qual dos dois é pior? Bem, neste caso, deixo que o leitor decida por si qual é a pichação mais estúpida feita em um assento de ônibus:

Opção A: adoração ao astrólogo medieval fascista

Opção B: radfem fazendo apologia à mutilação genital


Os extremos da ferradura são mesmo uma merda...
Se nunca ouviu falar da Teoria da Ferradura, este link do Facebook desenha pra quem não entendeu.

sábado, 30 de janeiro de 2016

Vai pra Cuba, esquerdomacho!


Algumas exaltadas da ala feminista têm a mania de me xingarem de "esquerdomacho" sem qualquer conhecimento de causa. E é possível que façam isso novamente nas redes sociais por causa deste post. Mas não é para elas que eu escrevo este post. Este post vai para os homens machistas de esquerda propriamente ditos, os tais "esquerdomachos de verdade", que são aqueles que querem o fim das desigualdades econômicas e sociais, mas continuam fechando os olhos para as pautas feministas – isso quando não fazem coisa pior, como abraçar a misoginia ou bater na própria companheira. O que eu tenho para dizer para esses pirocos sexistas, quem diria, é um "insulto" muito usado pelos liberais e direitistas em geral contra esquerda: VAI PRA CUBA! Isso mesmo: vai pra Cuba, machista de esquerda! Se você acha que o socialismo defende coisas como a heteronormatividade, o machismo e a exclusão das mulheres da vida pública, o melhor lugar para você virar um socialista de verdade é em Cuba. Vai pra lá e só volte quando se curar dos seus preconceitos.



Se você duvida que Cuba é um dos países menos machistas do mundo, saca só o que rola por lá:

1. Desde o triunfo da Revolução em 1959, o Estado cubano tem feito da emancipação da mulher uma de suas prioridades, com a criação, em agosto de 1960, da Federação de Mulheres Cubanas (FMC), fundada por Vilma Espín, que conta hoje com mais de 4 milhões de membros.

2. Antes de 1959, as mulheres representavam apenas 12% da população ativa e recebiam uma remuneração inferior à dos homens por um emprego equivalente.

3. Hoje, a legislação cubana impõe que o salário da mulher, pela mesma função, seja exatamente igual ao do homem.

4. Cuba é o primeiro país do mundo a assinar a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, e o segundo em ratificá-la.

5. Dos 31 membros do Conselho de Estado cubano, 13 são mulheres, ou seja, 41,9%.

6. Há 8 mulheres ministras em um total de 34, ou seja, 23,5%.

7. No Parlamento cubano, dos 612 deputados, 299 são mulheres, ou seja, 48,66%.

8. Cuba ocupa o terceiro lugar mundial na porcentagem de mulheres deputadas. Os Estados Unidos ocupam o 80º.

9. María Mari Machado, mulher, ocupa a vice-presidência do Parlamento cubano.

10. Dos 1268 eleitos nas assembleias provinciais, 48,36% são mulheres.

11. As mulheres cubanas presidem 10 das 15 assembleias provinciais do país, ou seja, 66,6%, e ocupam a vice-presidência de 7 delas, 46,6%.

12.  Não existe nenhuma lei em Cuba que obrigue a paridade nos cargos políticos.

13. Dos 115 membros do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, 49 são mulheres, ou seja, 42,6%.

14. A secretária do Partido Comunista de Cuba para a província de Havana, a mais importante do país, é uma mulher negra que tem menos de 50 anos chamada  Lázara Mercedes López Acea. Ela também é vice-presidenta do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros.

15. Dos 16 dirigentes sindicais provinciais da Confederação dos Trabalhadores Cubanos (CTC), 9 são mulheres, ou seja, 56,25%.

16. Cerca de 60% dos estudantes cubanos são mulheres.

17. Desde 1980, as mulheres ativas dispõem, em média, de um nível de formação superior ao dos homens ativos.

18. Em Cuba, as mulheres representam 66,4% dos técnicos e profissionais do país de nível médio e superior (professores, médicos, engenheiros, pesquisadores etc.).

19. A taxa de fertilidade (número de filhos por mulher) é de 1.60, ou seja, a mais baixa da América Latina.

20. As mães cubanas têm a possibilidade de se ocupar em tempo integral de seus filhos recém-nascidos e, ao mesmo tempo, receber seu salário integral um mês e meio antes do parto e três meses depois do nascimento do filho. A licença pode se estender até um ano com uma remuneração equivalente a 60% do salário. Ao final de um ano, são automaticamente reintegradas a seu trabalho.

21. Cuba é um dos únicos países da América Latina, além da Guiana (desde 1995) e do Uruguai (desde 2012), a legalizar o aborto. A prática foi aprovada na ilha caribenha em 1965.

22. A taxa de mortalidade infantil de é 4,6 por mil, ou seja, a mais baixa do continente americano — incluindo o Canadá e os Estados Unidos — e do Terceiro Mundo.

23. A expectativa de vida as mulheres é de 80 anos, dois anos superior à dos homens.

24. A mulher pode se aposentar aos 60 anos, ou depois de trabalhar durante 30 anos, enquanto o homem só pode se aposentar aos 65 anos.

25. A mulher cubana desempenha, assim, um papel preponderante na sociedade e participa plenamente do desenvolvimento do país.

Fontes:

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O vírus macabro do radicalismo


Dentre todos os movimentos de minorias, o que mais possui radicais é, de longe, o feminismo. Não sou eu que estou inventando isso ou implicando com o movimento: são as próprias radicais que provam o tempo todo que tolerância e senso crítico simplesmente não existem para elas. Inclusive, muitas delas se parecem até demais com os machistas brutamontes do passado – ou com mascus com o sinal invertido.
Tá duvidando? Então deixo que elas falem por elas mesmas (clique nas imagens abaixo para ampliá-las):

Aviso: Ler os "depoimentos" abaixo pode dar câncer. 










Fontes: 
AJS - Homens: o câncer do mundo
AJS - A doença do radicalismo

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

"A culpa é de Lula", dizem as manchetes

A cara da mídia brasileira

A mídia brasileira é e sempre foi prostituta da burguesia reacionária brasileira, ponto. As evidências disso estão diariamente estampadas nas capas de diversos jornais e revistas de grande circulação com manchetes do tipo: "Amigo de Lula é acusado de não-sei-o-quê", "Porteiro do prédio do Lula alega que viu não-sei-o-que-lá", "Delator afirma que Lula era amigo de não-sei-quem", "Lula vira pré-réu da operação pega-petista" e mais outras coisas do gênero. Às vezes dá a impressão que cada vez que aparece o nome do Lula nas capas do jornais, eles ganham uma comissão extra. Enquanto isso, as canalhices do PSDB, do sr. FHC, do governo de São Paulo e do cheirador senador Aécio Neves raramente são citadas – e mesmo quando são, dão uma notinha coadjuvante lá no canto, bem discreta, sempre colocando o PT ou o Lula em evidência nas manchetes principais. É ridículo o que estão fazendo com o ex-presidente Lula. Não que eu o ame, inclusive reconheço falhas grotescas de seus mandatos – o problema é que a mídia só bate no Lula, mesmo quando ele não tem nenhuma ligação direta com o que está acontecendo. Certamente, isso se trata de um medinho protofascista que está pairando sobre muitos reacionários – reacionários esses que usam a mídia para difamar qualquer futuro candidato à presidência da república pelo PT. Essa estratégia mequetrefe de difamação tendenciosa sempre foi a cara da mídia brasileira, que finge se envergonhar de ter feito o mesmo ao ajudar a articular o golpe de 1964.

FHC é quem rouba, mas Lula é que paga o pato

Enfim, pensando nisso, resolvi fazer uma paródia das manchetes tragicômicas dos jornais que querem envolver Lula nas maracutaias de qualquer jeito. Apesar de serem mentirosas e forçadas, devo admitir que algumas ficaram mais engraçadas que as originais, saca só:











quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Hitler era socialista?


O que mais tem aparecido na internet ultimamente são pessoas (todas de direita, diga-se de passagem), afirmando sem qualquer evidência que o nazismo era de esquerda e que Hitler era socialista. Já escrevi um post onde entrei em maiores detalhes sobre este tema, mas não custa nada voltar a refutar essa afirmação que, até onde pude averiguar, não condiz com os fatos.


Todo mundo que tem o mínimo de discernimento sabe que o Nazifascismo na Europa foi um movimento de extrema-direita. Todo mundo que estudou um pouquinho a conjuntura político-social da Europa no inicio do século XX sabe que o Nazifascismo ascendeu em países com forte organização do movimento operário (anarquistas, socialistas e comunistas) justamente como oposição ao trabalhador organizado que ameaçava destruir a ordem burguesa. A burguesia (e a aristocracia em certos países) precisava de governos autoritários, com um forte controle social, para garantir seus interesses privados. Mas aos que ainda insistem em forçar uma analogia entre o Nazifascismo e o Comunismo, deixo um fragmento de um discurso de Hitler onde ele reforça claramente qual era o propósito do seu governo. Leia com atenção (nas palavras de Hitler):

"A Luta contra o marxismo tem pela primeira vez evoluído para uma luta unida. Pela primeira vez, eu me vejo como um homem desconhecido para iniciar uma guerra e não descanso até essa PRAGA ser removida do estilo de vida alemão." 

Abaixo segue o vídeo onde essas palavras saem da boca do próprio Adolf Hitler:


Um dos pontos que abre espaço para essa confusão foi que o nazismo de Hitler além de anti-marxista era também anticapitalista. E isso poucos esquerdistas lembram de mencionar. O anticapitalismo nazista era, na verdade, uma espécie de antiliberalismo econômico oriundo do laissez-faire norte-americano, porque a função de Hitler foi consolidar as grandes empresas privadas alemães, mantendo os oligopólios corporativistas e nacionalistas das mesmas. Para isso foi necessário manter qualquer pensamento liberal ou marxista (que eram ameaças ao nacionalismo) aniquilado. Alguns historiadores consideram que o nazismo, no campo da economia, era de centro justamente por isso, por ser uma espécie de anti-ideologia (ou anti-movimento). Como o Nazifascismo precisava agradar a todos para unificar a nação, seus líderes batiam na esquerda para agradar a direita, e depois batiam na direita para agradar a esquerda e, assim, conseguir a união e a estabilidade. Mas afirmar que Hitler era socialista apenas por ele não tolerar a livre concorrência também é desonesto, porque se usa de uma meia-verdade para defender a própria ideologia.


O grande problema dessa história é definir o que são esquerda e direita antes de dizer de que lado o nazifascismo estava. Se o conceito de direita for liberalismo econômico, logicamente o nazismo não poderia ser de direita. E dizer que a esquerda é igualdade também impossibilita o nazismo ser de esquerda. Para o contexto da época, o nazifascismo se enquadrava na extrema direita pela defesa da supremacia racial nata e da forte hierarquização social que beirava uma sociedade de castas: além do autoritarismo, nacionalismo e anticomunismo.

A seguir deixo três ótimos vídeos do vlogueiro Frank Jaava sobre esse assunto:





 
 
O grande problema de muita gente que sai falando besteiras na internet sobre o nazismo é que elas contam meias verdades, ou seja: apenas metade da história, seja por ignorância, preguiça ou desonestidade. E, a partir disso, tentam enfiar goela abaixo suas ideologias apelando para a falácia de redução ao nazismo (reductio ad hitlerum). Uma prova de que é possível dizer um monte de mentiras dizendo só a verdade é esta propaganda brilhante da Folha de São Paulo que mostrava como exemplo, adivinha quem...
Assista e descubra:

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Você sabe o que são "esquerdomachos"?


Nesses tempos de radicalismo sem imites na internet, especialmente entre os justiceiros sociais, vira e mexe e aparece alguma feminista radical para me "xingar" de esquerdomacho ou de esquerdopiroco. Se você não sabe o que significam esses termos, eles nada mais são que apelidos que as feministas dão para os homens de esquerda que não estão em consonância com suas opiniões. Você, caro socialista, pode até ser contra o patriarcado, contra o machismo, contra a cultura do estupro, contra a violência contra a mulher, contra a misoginia e contra tudo mais que oprime as mulheres, mas se discordar de um único ponto delas, pronto, aí você vira um esquerdomacho. O problema dessa história é que é preciso saber separar o joio do trigo. Machistas de esquerda realmente existem e eles são mesmo um problema – mas achar que a 'falta de passividade' diante da doutrinação radical é "ser machista", bom, aí já é demais. Na verdade, para a maioria das mulheres feministas, é irrelevante você ser de esquerda ou de direita: o que interessa mesmo para elas é que você apoie o movimento. O problema desse termo "esquerdomacho" é que ele é uma antítese, porque se a esquerda tem como foco a igualdade, não faz sentido um socialista ser contra o feminismo, porque o feminismo, na sua essência, é igualdade também. Mas enfim, também posso afirmar, por isso, que existem as "esquerdofeminazis", que são mulheres de esquerda que aderiram ao feminismo misândrico só para alimentar o seu ego revanchista contra os homens. Esse último também é uma contradição, mas se é para rotular de forma estabanada quem discorda de mim, eu também sei fazer.

"Esquerdomachos não merecem protagonismo!" - disse a onça pintada feminista

Evidentemente que não estou exigindo "docilidade" ou qualquer tipo de padrão de comportamento de nenhuma feminista. As pessoas confundem crítica com "cagação de regra". E eu critico o que bem entender, seja futebol, política, religião, etc, e o feminismo não é exceção. O grande problema, ao meu ver, é que muitas feministas querem ser sempre o centro das atenções quando se fundem com outros movimentos, seja na esquerda, no ateísmo, no veganismo, no movimento negro ou no LGBT. E cada um desses movimentos precisa saber ter o seu momento de protagonismo, porque senão vira essa bagunça de rotulações estúpidas fora de contexto: veganopiroco, esquerdomacho, pirocoateu, gaychista, negromacho ou qualquer outra coisa do gênero.
Essa discussão toda merece um pouco de reflexão – pena que quase ninguém está disposto a fazê-la.

Segregacionismo: tá teno!


Deu para entender o que elas querem dizer? CLARO QUE NÃO!

PS: Não mencionei as feministas radicais misândricas porque elas não odeiam os "esquerdomachos" por eles discordarem delas em um ou mais pontos ou por serem machistas: elas os odeiam simplesmente porque eles não possuem vagina. Duvida que esse tipo existe? Então se deleite com o print abaixo:

Clique para ampliar essa bosta

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Carl Sagan e Einstein eram socialistas?


Se ser de esquerda é algo tão irracional como diz a atual direita brasileira, então por que será que justamente dois dos maiores cientistas do século 20 Carl Sagan e Albert Einstein se declaravam socialistas ou sociais democratas? A seguir, vou deixar alguns vídeos que mostram a opinião deles:

 



domingo, 24 de janeiro de 2016

20 motivos que provam que o heterossexualismo é uma abominação (ou talvez)


A heterossexualidade nos tempos atuais não é natural. O padrão de comportamento heterossexual é imposto socialmente a todas as pessoas como se fosse uma religião. Quem não se declara heterossexual é tratado como doente, pervertido, pecador e merecedor de ameaças e agressões. Pelo fato dos héteros terem criado uma sociedade que se baseia na sua orientação sexual, eles se acham no direito de dominar o mundo e oprimir e perseguir todos os que são diferentes.
A seguir deixo 20 razões para sermos contra o heterossexualismo:

1- Heterossexuais são mais violentos que os homossexuais.
2- Os maiores assassinos da história eram heterossexuais (Hitler, Stalin, Mao).
3- Os heterossexuais são o maior grupo de risco para DSTs.
4- Pessoas heterossexuais costumam ter um nível de escolaridade menor.
5- Heterossexuais aumentam a população irresponsavelmente.
6- Heterossexuais proíbem os gays de doarem sangue.
7- Heterossexuais são vitimistas e criam leis inúteis para protegê-los.
8- Heterossexuais querem um Dia do Orgulho Hétero só para ridicularizar os gays.
9- Heterossexuais gostam de ostentar suas liberdades se pegando na rua de boa, mas proibindo os gays de fazerem o mesmo.
10- Heterossexuais são muito mais frescos.
11- Heterossexuais são mais preconceituosos.
12- Heterossexuais têm que ficar provando a toda hora que são heterossexuais.
13- Homens heterossexuais são desleixados com a sua aparência e a sua saúde.
14- Homens heterossexuais assediam e estupram mulheres.
15- A maioria dos pedófilos são heterossexuais.
16- A maioria dos homofóbicos são heterossexuais.
17- A heterossexualidade perpetua o patriarcado.
18- A heterossexualidade é a mãe da heteronormatividade.
19- Heterossexualidade não tem cura.
20- Os gays são a evolução natural da espécie: depois do homo sapiens vem agora o homo sexual.

PS: Este post é uma resposta aos homofóbicos que querem banir os homossexuais do planeta alegando que os gays e lésbicas são abominações. Se os gays são abominações, os héteros também têm bons motivos para ser, não acha?


sábado, 23 de janeiro de 2016

Quem tem medo de Radfem?

Jargões de radfems em ação

Sempre que critico o movimento feminista (seja ele o radical ou o pragmático) aparece uma radfem para me insultar ou repetir os velhos jargões feminísticos de sempre, tais como "piroco opressor", "conheça seu lugar de fala", "mansplaining", "gaslighting" entre outras coisas do gênero. Assim como evitei críticas diretas no último post sobre o tema, também vou fazer o mesmo neste post. Dessa vez, vou deixar que uma feminista critique o feminismo radical pós-moderno em um belo texto que pode ser lido na íntegra aqui. A seguir, seguem as palavras de Nathália Lausch que resumem concisamente muita coisa que já falei ou já pensei em falar:

"Quem tem medo do Radfem?"

"Será mesmo que as críticas são baseadas em medo ou vocês é que não sabem lidar com elas?

As feministas radicais acham que podem criticar todo mundo, mas ninguém pode critica-las. Elas podem tratar prostituta como se fosse um ser não-pensante, podem tratar feminista interseccional como colonizada, podem tokenizar menina negra, podem se apropriar da lesbianidade alheia e julgar/criticar/"problematizar" a heterossexualidade das colegas...

Mas, claro, as silenciadas são ELAS. Qualquer coisa que você analise criticamente na teoria radical é silenciamento, é desonestidade, desrespeito ou, como elas adoram banalizar: FEMINISMO LIBERAL.
Elas pegam o SCUM Manifesto e os jargões de Andrea Dworkin mas nunca leram artigos inteiros sobre feminismo radical, falam sobre as negras que são radicais sem entender a problemática de uma teoria que não faz recorte de cor/classe – porque, sim, as análises radicais falham em recortes. O recorte delas é unicamente o de gênero, mas este por si só não basta – e, por fim, quando tentamos debater, elas soltam a aclamada e vazia frase: “O patriarcado está aplaudindo de pé”

Não, o patriarcado não está aplaudindo de pé. Na verdade, o que ele quer são mulheres acríticas sobre o que leem, mulheres que não debatam a fim de se organizar politicamente, que se isolam e não deixam ninguém tocar na tão amada teoria – teoria, essa, que ja foi superada pelo feminismo interseccional. Assim como Marx superou os socialistas utópicos e Feuerbach, Audre Lorde superou Dworkin. Isso é material e observável, até pela abrangência que o feminismo interseccional faz em relação às negras, pobres e proletárias. O feminismo radical não é classista e isso também é um erro sacro quando vivemos num mundo capitalista, onde a ditadura do capital impera e mulheres ricas/detentoras de meios de produção se beneficiam da exploração de mulheres trabalhadoras. Fazer essa observação é essencial para que enxerguemos as contradições dentro da classe política das mulheres.

Todas as opressões se interagem e se interceptam de forma dialética: uma fortalece a outra. Não existe hierarquia de opressão, como já disse Audre – o que existem são diferentes tipos de opressão que afetam determinados grupos de pessoas diferentemente porque esses grupos de pessoas têm privilégios diferentes. O que afeta uma mulher negra, não me afeta. O que afeta uma mulher lésbica, não me afeta. O que afeta uma mulher trans/travesti, não me afeta. A partir do momento em que fazemos essa análise, estamos reconhecendo privilegios, entendendo que nenhuma opressão age de forma homogênea e igual em cima de todos os indivíduos e, acima de tudo, estamos ajudando na organização política de movimentos sociais. Essa organização se baseia no debate, no enfrentamento, na discussão. Discutindo a minha tática de militância com outras feministas, eu não estou silenciando-as ou criando rivalidades: estou disputando consciência por um movimento mais limpo. É essa disputa de consciência que acaba separando teorias e teorias. Algumas garotas tendem para o feminismo radical, outras tendem para o interseccional e outras são autônomas. E isso é ok. É normal. O que não é normal é basear-se numa teoria dos anos 60 – e que, repito, já foi superada – para propagar preconceitos e opressões que também são patriarcais."


E se achou pouco, deixo as palavras de mais uma feminista contra esse radicalismo sem limites que tomou conta de parte do movimento feminista:

 
Enfim, na prática, esses dois textos que colei acima podem ser resumidos na imagem abaixo, do ponto de vista das radfems, claro:


Ou como dizem os justiceiros: oprimido batendo em oprimido. Ou não. 

Não gostou? Então chola mais.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Vai pra Cuba!

 
Muitos reacionários, fanboys do livre mercado e amantes da ditadura militar têm o hábito irracional de invocar três palavrinhas mágicas para "xingar" qualquer esquerdista, que é o tal de "VAI PRA CUBA!". Nada mais preguiçoso e ineficiente que mandar alguém para Cuba, primeiro que ninguém vai; segundo que isso só mostra a total falta de argumentos de quem usa esse "insulto" para encerrar uma discussão política. Eu até concordo que Cuba é um país que sofre e sofreu bastante devido ao fim da URSS e também pelo embargo econômico imposto pelos EUA desde a época da Guerra Fria. Cuba é um país que praticamente parou no tempo, onde a liberdade econômica é quase nula, onde não há acesso aos gadgets modernos e nem à internet. Mas apesar dos problemas, limitações e falta de uma democracia de verdade na ilha caribenha, temos que nos lembrar que os espinhos às vezes têm rosas. Esses reacionários se esquecem de lembrar, por exemplo, que em Cuba o analfabetismo e a mortalidade infantil são bem menores que os do Brasil. Lá praticamente não há crianças sem teto ou sem escola - e a saúde pública cubana coloca qualquer SUS da vida para comer poeira. Isso sem falar que as mortes pelo tráfico de drogas e as mortes por abortos clandestinos são nulas. Será que Cuba é tão ruim assim? Pensem direito sobre isso.


Óbvio que não estou aqui dizendo que Cuba é o melhor modelo de país do mundo. Países que abraçaram políticas derivadas da social democracia prosperaram muito mais, como foi o caso da Alemanha, países escandinavos, Canadá e Austrália. O que os reacionários precisam entender é que o Brasil se parece muito mais com o inferno na Terra para os pobres do que Cuba para os cubanos.

E para fechar esse assunto, vou deixar algumas provocações em forma de meme:







quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Homens héteros: os seres mais frescos do planeta Terra!


Eu não sei o que está acontecendo com os homens heterossexuais contemporâneos, mas o fato é que estou ficando cada vez mais horrorizado com tanta frescura por parte deles. Para começar, homens héteros são frescos com o próprio comportamento, alegando que não fazem uma porção de atividades porque elas não são "coisas de macho". E na lista dessas coisas que os héteros não fazem estão desde atividades domésticas simples (lavar louça, cozinhar, trocar o lençol da cama) e indo até as profissões que eles não seguem de jeito nenhum por serem "coisas de mulherzinha" (dançarino de balé, manicure, cabeleireiro). É como se o homem ajudar em casa ou seguir uma profissão mais "feminina" tirasse a masculinidade dele. É preciso muita insegurança com relação a própria orientação sexual para ter tanto medo de experimentar coisas diferentes e quebrar certos tabus sexistas. Dá a impressão que muitos se reprimem porque o conceito de masculinidade deles é muito frágil, limitado e ultrapassado.
E não achando isso suficiente, temos que aturar homens héteros frescos no sexo também. É um tal de "isso eu não faço", "isso aí é coisa de viado" ou ainda: "Esse fetiche fere a minha masculinidade". O medo de experimentar coisas novas COM UMA MULHER (e não com outro homem) na cama é tão grande, que eles acham que sair da rotina é "se afeminar". É por isso que tem tanta mulher heterossexual insatisfeita, porque é frescura demais vinda de seus homens. Lamento a honestidade, mas os homens homossexuais são muito menos frescos que os heterossexuais. A impressão que fica nisso tudo é que a heterossexualidade é uma espécie de religião que precisamos seguir para parecermos normais.

E quando você acha que a coisa não pode piorar, aí que você se engana. Tem aparecido uma onda de frescões supostamente heterossexuais na internet que só gostam de mamilo rosa, xoxota rosa e até brioco rosa – desdenhando qualquer cor mais escura. Essa mistura trash de racismo com viadeza misógina é a prova de que a frescura dos homens héteros não possui limites. Isso sem falar dos fresquinhos que têm nojo até dos pelos e dos odores naturais do corpo feminino. Enfim, a solução para essa idiotice toda só são duas: ou vira macho de vez e para com essas baitolagens, ou então saia do armário e seja feliz, biba! Desse jeito é que não dá, porque você não pode servir a dois mestres.


PS: Não estou dizendo que os homens não devem ter preferências ou que têm que gostar de tudo para "serem machos". O que eu estou tentando fazer neste post é abrir a mente das pessoas para que os homens héteros se libertem dos tabus que a própria sociedade implantou na mente deles. Vocês vão ver como a vida vai ficar muito melhor e mais colorida (no bom sentido, claro) com menos frescuras e mais liberdade. A mulherada agradece. Namastê!