sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Vida após a morte faz sentido?


Embora a maioria dos céticos discorde por completo da possibilidade de haver vida após a morte, eu não seria tão radical nessa afirmação. Embora eu veja como um mito folclórico o tipo de vida após a morte defendido pelas religiões, admito que é possível, sim, existir uma extensão da consciência após a morte. Mas não é nada atrelado ao espírito ou a alma, é algo ligado ao plano físico e baseado em alguns conceitos defendidos pela ciência.
Vou apresentar a seguir cinco hipóteses diferentes que me levam a crer que pode, sim, haver outras vidas além dessa.

A Teoria do Big Crunch

1º - Hipótese dos Big Bangs infinitos
O universo só poderá terminar de duas maneiras possíveis. A primeira delas é expandindo-se até o infinito, levando ao Big Rip, que seria a desintegração de todos os átomos. A segunda seria o Big Crunch, que é a contração do universos até um único ponto, assim como foi no início da história do cosmos. A questão é que se a segunda hipótese estiver correta, é possível que o universo contraído numa singularidade exploda novamente num novo Big Bang. E assim ocorram infinitas sequências de Big Bangs e Big Cruchs por toda a eternidade. E em cada um desses novos universos que surgem após um novo Big Bang, nós poderemos renascer exatamente como somos hoje. O problema é que nós nunca teremos consciência disso. Se a história sempre se repetir e o determinismo de Newton estiver correto, então esta teoria não é tão absurda quanto parece.

Multiversos

2º - Hipótese dos Multiversos
Se a teoria de que há infinitos universos paralelos estiver correta, então há uma cópia perfeita minha e sua vagando em outros universos paralelos. Em alguns desses universos, eu posso nunca ter nascido, mas há muitos outros onde eu nasci e já morri, e há outros onde eu continuarei vivo mesmo depois que eu morrer aqui. Ou seja: eu estarei morto neste universo, mas em outros, eu posso estar vivo e muito bem. O problema é que a minha consciência em outro universo não é mesma consciência que eu tenho neste universo.

Clonagem

3º - Hipótese da clonagem
Imagine que seja possível você fazer um backup das suas memórias e recordações para um super disco rígido. E quando você morrer, seu corpo será clonado e as suas memórias serão reinseridas no seu hipocampo. Resumo da ópera: você terá a sensação de que não morreu! Apesar de lembrar muito algumas histórias de ficção científica, como a do filme O Sexto Dia, isso é teoricamente possível. O problema é ter tecnologia para realizar esse feito.

Mumificação

4º - Hipótese do embalsamamento
No antigo Egito, muitos faraós eram embalsamados e mumificados como forma de manter o seu corpo imune à decomposição após a morte. Atualmente, muitas pessoas fazem algo parecido: elas pedem para ter seus corpos congelados a temperaturas baixíssimas após a morte na esperança de serem ressuscitadas no futuro por uma tecnologia bem mais avançada que a atual. É mais uma possibilidade, mas quem pode garantir que isso será possível?

Reencarnção de impulsos nervosos?

5º - Hipótese da consciência permutável
Essa talvez seja a mais transcendental das hipóteses citadas aqui. Isso porque ela diz que a consciência humana é um subproduto de impulsos nervosos no nosso cérebro. Mas impulsos nervosos cerebrais não ocorrem apenas em humanos, ocorrem em todos os animais. E o que diferencia um impulso nervoso de outro? Nada! Isso sugere que a sensação de existência por meio dos cinco sentidos não é atrelada a um único corpo no espaço e no tempo - o que pode permitir que nossa consciência renasça em outro corpo. A sensação de sermos únicos e individuais vêm dos nossos cinco sentidos e da nossa memória, que delimitam o nosso corpo e nos faz lembrar que nós somos nós mesmos, e não outra pessoa. Isso é o que nos impede de irmos dormir pensando que somos João e, ao acordarmos, não pensarmos que somos José. Se a nossa consciência são meros impulsos nervosos percorrendo neurônios, então a diferença da minha consciência para a sua é que estamos em corpos diferentes. Essa nossa sensação de que estamos vivos poderia se estender indefinidamente enquanto houver seres vivos no universo. Meio confusa essa última, né? Mas, a grosso modo, seria o mesmo que dizer que nós "reencarnamos" através de impulsos nervosos, e não através de almas. Allan Kardec iria adorar essa última hipótese, embora ela não tenha nada a ver com espiritismo.

Parece que a vida após a morte não é algo tão impossível de se levar a sério assim.

sábado, 10 de setembro de 2011

Níveis de consciência dos seres vivos

Sistemas reptiliano, límbico e neocortical do cérebro

De acordo com uma teoria que eu mesmo desenvolvi, os seres vivos são classificados em cinco níveis de consciência, que vão do grau 0 até o 4.

Estrelas-do-mar não têm cérebro, logo, não possuem consciência

O grau de consciência 0 se refere aos organismos unicelulares e também aos pluricelulares que não possuem cérebro. Esses seres não possuem consciência alguma, porque eles realizam apenas algumas funções bioquímicas para gerar energia e executar uma autocopiagem. Esses seres não possuem qualquer discernimento ou vontade própria.

Lagartos possuem um sistema reptiliano primitivo
O grau de consciência 1 refere-se aos animais cujo cérebro se limita a um sistema reptiliano. Esses animais são guiados basicamente por instintos, suas reações são inconscientes e baseadas apenas na sua necessidade de sobrevivência, seja individual ou coletiva. Instintos como a fome, o sexo e a territorialidade são os que regem as ações dessas criaturas.

Cães possuem sentimentos

A graduação seguinte, o grau de consciência 2, refere-se aos seres vivos que possuem o sistema límbico, ou seja, aqueles que possuem um cérebro emocional - o que os torna capazes de aprender e demanisfestar emoções. Além de também possuírem o sistema reptiliano (instinto), esses animais são capazes de manifestar memórias, empatias, emoções e, consequentemente, sentimentos. Os mamíferos são um exemplo clássico dos animais que possuem o cérebro límbico, implicando na existência de humores e preocupações com as crias. Esses seres podem, ou não, ser conscientes.

Chimpanzés posseum um córtex quase tão desenvolvido quanto o humano

Já o grau de consciência 3 é relativo aos animais que possuem um sistema neocortical bem desenvolvido, que nada mais é que o córtex cerebral: a região mais externa do cérebro. O córtex é o que traz a racionalidade e a consciência. O juízo crítico, a intuição, a capacidade de tomar decisões livremente e a capacidade de calcular eventos futuros são características típicas dos seres que possuem o córtex bem desenvolvido. Entre eles estão alguns primatas, como o chimpanzé, e o ser humano. O ser humano possui um córtex notavelmente mais desenvolvido, o que nos revela a possibilidade agirmos conscientemente. Esse é o grau máximo da consciência que nós conhecemos.

O cérebro humano é o mais desenvolvido da natureza, mas possui suas limitações

Bem, mas acontece que nossas decisões não acontecem baseadas exclusivamente na nossa razão. Nós, humanos, somos seres que possuímos tanto o sistema límbico quanto o reptiliano embutido nas camadas interiores do nosso cérebro. Isso impede que nós tomemos decisões baseadas apenas na lógica, porque sempre haverá um contingente emocional e até instintivo por trás das nossas decisões. É como se o livre-arbítrio fosse uma ilusão, uma vez que não fazemos escolhas 100% baseada no nosso juízo crítico. Isso nos leva a crer que somos seres semiconscientes, o que faz surgir um novo degrau na escala da consciência: o grau de consciência 4.

Nosso cérebro e composto de três partes distintas

Este grau de consciência 4 é baseado na tomada de decisões que seja totalmente ligada a nossa própria vontade, sem a influência de instintos ou de emoções. Este seria o verdadeiro livre-arbítrio, exatamente por ele ser pura e simplesmente baseado na nossa vontade e razão. Apenas nesse grau de consciência seríamos levados a ter uma visão não distorcida de nós mesmos e do universo, livres de superstições, de crendices ou de misticismo. Seríamos capazes de entender a importância e o valor da vida, ascendendo a uma consciência universal. Eu imagino que daqui a alguns milhares de anos, o ser humano evolua para uma espécie que seja plenamente consciente e que seja capaz de ver e perceber além de nós. Ou talvez o nosso cérebro evolua para mais uma camada além do cérebro neocortical e que nos leve a uma consciência muito mais real e profunda. Mas isso é apenas teoria. Só o tempo e a evolução poderão responder a essa questão.

Será que o nosso cérebro ainda irá evoluir?

Possivelmente, após uma longa escala de tempo, os descendentes da espécie humana possam chegar a um nível de consciência realmente muito superior ao nosso. Talvez, a própria engenharia genética nos leve a esse caminho e nos torne seres capazes de compreender a essência de todas as coisas. Mas até lá, há um longo caminho a ser percorrido.

Fontes:
Teoria do cérebro trino
Série Cosmos - A persistência da Memória
Por que as baleias têm o cérebro tão grande

Somos o topo da evolução da vida na Terra?



O fato de dominarmos o mundo nos leva a crer que somos os melhores, os mais evoluídos e os mais bem adaptados seres da face da Terra. Esse pensamento é bastante traiçoeiro, porque ele nos leva a crer, equivocadamente, que somos o auge da evolução e que estamos no topo de toda a vida do planeta.

Eis os verdeiros donos da Terra: as bactérias
Primeiramente, é bom que se diga que os verdadeiros senhores deste mundo não são os seres humanos, mas, sim, os seres unicelulares. As bactérias e vírus estão por todos os lados e em todos os lugares: dentro do nosso corpo, no ar, no solo, na água, nos alimentos... Foram as bactérias que primeiro surgiram no planeta e são elas que dão as ordens por aqui. Basta um aglomerado de bactérias hostis atacar o nosso corpo que elas logo se tornam uma praga, se espalhando, contagiando e podendo matar milhões de pessoas. Basta ver o que a gripe espanhola e a peste bubônica fizeram com a nossa espécie há tempos atrás.

Será que ganharíamos uma queda de braço contra uma formiga?

Nós temos uma vantagem com relação aos demais animais da Terra: temos o cérebro mais desenvolvido. Isso - aliado ao nosso polegar opositor e a nossa postura ereta - foi que nos permitiu chegar até onde chegamos. Mas comparando as nossas habilidades com os demais animais da natureza, chegamos a ser patéticos. Não temos a força física de um gorila; não temos os dentes afiados de um leão; não temos a velocidade de um leopardo; não saltamos tão alto quanto uma pulga; não enxergamos tão bem quanto uma águia; não nadamos tão bem quanto um peixe; não escutamos tão bem quanto um cachorro; não temos o olfato poderoso de um tubarão; não temos a camuflagem de um camaleão... Eu poderia citar mais milhares de exemplos que comprovam que nós não somos os seres mais evoluídos, fisicamente falando. Nós somos seres muito bem adaptados ao nosso meio, mas não somos melhores que os outros animais. Quem duraria mais no fundo do oceano: um peixe abissal ou um homem? O peixe abissal, lógico, porque nosso corpo não suportaria a pressão das profundezas do oceano e nem conseguiríamos respirar. Isso só mostra que o nosso maior trunfo é o cérebro.
Arraias e tubarões têm um sentido extra que nós não temos

Outra coisa interessante é que nós temos apenas cinco sentidos. Para nós, parece o suficiente, mas existem outros animais que têm mais sensações ou sentidos diferentes dos nossos. As abelhas, por exemplo, conseguem enxergar a radiação ultravioleta que é refletida pelo pólen das flores. Isso a auxilia na sua coleta. Nós, humanos, não enxergamos naturalmente essa radiação.
Alguns tubarões e arrais têm o sentido elétrico, que é a capacidade de captar minúsculos campos elétricos que emanam dos peixes vivos. Algumas baleias usam o sonar, morcegos usam a ecolocalização e muitas aves têm uma espécie de bússola embutida para se guiarem durante as épocas de imigração.

Isso tudo mostra o quanto nós, seres humanos, somos limitados. Como é que nós podemos nos considerar o auge da evolução da vida, se somos tão débeis a nível sensorial? Não existe espécie mais evoluída, existe espécie mais adaptada ao seu meio. Temos que entender que somos apenas mais uma espécie de animal vivendo na Terra e que devemos compartilhar o mundo de forma democrática com os demais seres vivos.

Fontes:
Espantosos sentidos no mundo animal
Mundo animal: visão diferenciada das abelhas