sábado, 5 de agosto de 2017

Este país não é para mim


Certo dia, eu disse a um amigo uma coisa que estava entalada na minha garganta faz tempo: eu não queria ter nascido no Brasil. Eu não fiz essa afirmação por não gostar do meu país ou por arrogância. O meu desabafo foi porque, infelizmente, ao invés de me preocupar com temas do meu interesse, tenho que gastar um tempo precioso lendo, refletindo, falando e escrevendo sobre política. Política não é e nunca chegou nem perto de ser o meu assunto favorito, mas a situação política, social e econômica do Brasil me obrigam a deixar de estudar o que eu gosto para falar sobre política. E para piorar, o Brasil está repleto de gente despolitizada, preconceituosa e ignorante: o que aumenta ainda mais a necessidade de dedicar meu tempo sobre o assunto.

Se tivesse nascido num país mais estável politicamente, como a Suíça, a Dinamarca ou até mesmo o Uruguai, por exemplo, eu estaria lendo, estudando, escrevendo e debatendo sobre meio ambiente, veganismo, amor, sexo, música, cinema, games, astronomia, arte e poesia. Mas como nasci num país instável politicamente e repleto de injustiças sociais, sou forçado a falar diariamente sobre política, porque não dá para viver ignorando a realidade que me cerca.
Apesar de existirem países piores que o nosso para se viver, a situação política e social do Brasil é tão grave que chega a ser surreal. Parece até que perdemos uma conflito e estamos pagando as dívidas de guerra. É inacreditável o que a elite e os políticos safados estão fazendo com este país sob o silêncio das panelas, dos patos e de uma classe média que só está preocupada em ver o Lula preso e mais nada.

Não tá fácil viver neste país...

Enfim, assim que eu tiver condições de ir morar em outro país, irei sem titubear. Isso aqui não tem mais salvação. O Brasil vai se tornar um país fantasma onde todo mundo vai se perguntar o que foi que deu de errado, mesmo com as respostas bem na nossa cara. Depois do ataque à democracia, do desmonte do Estado, da destruição da soberania nacional e do fim das garantias constitucionais sobre o trabalho, não vai sobrar nem pó do Brasil.

Game over, Brasil. O último a sair, feche a porta.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

O problema do Brasil é o poder legislativo


Conversando com um conhecido sobre política, ele me disse o óbvio: o problema do Brasil é o poder legislativo. Sim, sem dúvida. Afinal, são os deputados e senadores que estão aprovando essas reformas ultra liberais e foram eles também que por ganância, avareza e sede de poder rasgaram a Constituição naquele impeachment bizarro contra Dilma Rousseff. Daí que eu fiz ao meu conhecido a pergunta que não quer calar: como evitar que esses deputados salafrários cheguem ao poder? A solução para essa questão, infelizmente, não é fácil. Vejamos o porquê...


O meu conhecido sugeriu que o povão deve votar nos deputados e senadores que lutem pelos trabalhadores, pelos mais pobres e pelas minorias. Mas é aí que está o problema. Nenhum deputado do mundo se elege prometendo congelar os investimentos em saúde e educação ou atacando a aposentadoria. Todos eles sempre prometem governar para o povo em campanha, mas eles governam, na verdade, para quem financia suas campanhas, que são: empresários, banqueiros, latifundiários, pastores, magnatas e plutocratas em geral. Infelizmente, a campanha de um político só é financiada se ele fizer favores para quem a financia. Neste contexto de uma 'democracia de faz de conta', o povo vira massa de manobra porque cai no velho truque da demagogia e das falsas promessas. Desse modo, apenas os candidatos do grande capital têm chances reais de vencer as eleições. Temos que mudar isso proibindo o financiamento privado ilimitado das campanhas eleitorais. Essa é a solução mais democrática, mas só surtirá efeito a longo prazo – além de não ser nada fácil aprovar uma mudança dessa magnitude no atual sistema político oligarca.
A curto prazo, o que nos resta é que os candidatos progressistas ao executivo – Lula, Ciro e Luciana Genro – peçam para que os seus eleitores votem em candidatos também progressistas para o poder legislativo. Isso reduziria a fatia gigantesca que compõe o centrão, os empresários, os ruralistas e a bancada evangélica: fatia esta responsável por aprovar as reformas neoliberais e por salvar Michel Temer. Se quase metade do congresso fosse formada por deputados progressistas, daria para garantir, pelo menos, a não aprovação dessas reformas do pós Golpe.

Tem outro aspecto que também precisa ser incluído: a educação política. Um povo que aceita vender o voto, que vota em candidatos só pelo jingle de campanha ou para receber favores pessoais em troca não poderia esperar ter políticos preocupados com o social. É preciso mudar essa mentalidade mesquinha, tosca e egocêntrica de parte da população.

Enfim, o Brasil só irá para frente quando o povo aprender a votar para o legislativo.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O Brasil tem a pior direita do mundo


Sei que este assunto já está redundante, mas eu preciso fazer um desabafo. A direita brasileira parece cada vez mais uma seita de alucinados totalmente desconectados da realidade. Aqui nos comentários do blog sempre aparecem esses apedeutas dizendo que o PT tentou implantar o comunismo no Brasil, que imposto é roubo, que funk não é cultura, que bandido bom é bandido morto, que existe uma doutrinação marxista nas escolas, que o nazismo era de esquerda, que a Venezuela é socialista e que um impeachment sem crime de responsabilidade – e com votos a favor que foram comprados – foi constitucional. E para completar a diarreia mental, dizem que um astrólogo medieval sempre tem razão e que um deputado fascista é mito. Se fosse só marcarthismo, seria menos pior, mas é muita burrice, alienação, estupidez, agressividade, demência, elitismo, antinacionalismo, consciparacionismo e maluquice para uma direita só. A nossa direita é, sem dúvida, a pior direita do mundo. Uma direita que prefere ver o Brasil afundar no caos a perder 1% dos seus privilégios não deveria ser chamada de direita, mas de cambada de psicopatas mesmo.

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Ninguém pode contra o poder do dinheiro


Nesta quarta-feira, 02 de agosto, Michel Temer conseguiu se safar das denúncias de corrupção com 263 votos a seu favor na câmara dos deputados. Apesar de tanto a mídia mainstream quanto a mídia "suja" denunciarem à exaustão os podres do presidente golpista, ele conseguiu contra todos os fatos e provas se manter no poder. Porém, obviamente, essa vitória do governo não veio de graça. Da mesma forma que muitos que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff receberam um "incentivo" para vender o seu voto, desta vez não foi diferente. Como já dizia uma canção famosa do AC/DC: Moneytalks!

E assim caminha a república plutocrata oligárquica do Brasil...


terça-feira, 1 de agosto de 2017

O Brasil melhorou para pior

Se eu não tivesse  me comprometido a escrever uma postagem por dia durante dois anos, hoje certamente seria um dia que eu tiraria uma folga. Mas para manter o blog em movimento, vou deixar uma pergunta para quem apoiou o Golpe: será mesmo que o Brasil melhorou com a saída do PT? Olhe para o contexto geral do que estamos vivenciando no atual momento e responda de forma sincera a esta pergunta. Será que com o PT estava tão pior assim?

Reflitam.