sábado, 22 de setembro de 2018

Desmascarando o discurso de Bolsonaro



Durante uma consulta médica, ouvi dois pacientes conversando sobre política e – mesmo com visões diferentes da realidade – ambos concordaram que a candidatura de Jair Bolsonaro é algo, no mínimo, perigoso. E a conversa deles abriu minha mente para ver como o deputado é uma antítese de tudo que o brasileiro realmente quer e precisa.

Para começo de conversa, Bolsonaro não é um candidato que tenha apelo popular, que tenha propostas para tirar o país da crise ou que se comprometa a realizar os sonhos dos brasileiros.
O povo quer trabalho, quer estudo, quer comida na mesa, quer ter um atendimento médico digno, quer respeito, quer pagar suas dívidas, quer ter casa própria, quer ter um futuro melhor para seus filhos e aí vem um sujeito demagogo e despreparado com um discurso desrespeitoso contra negros, mulheres, gays e trabalhadores para pedir votos dessa gente. Não precisamos de ódio, precisamos de respeito para ter um país que volte a ser grande e que possa trazer a esperança roubada do nosso povo, especialmente para a população mais carente. O povo brasileiro, de um modo geral, tem boa índole. Bolsonaro não representa os reais anseios populares, mas, sim, o orgulho reacionário ferido, a despolitização e o antipetismo mórbido cultivado por anos pela imprensa oligopolista.


Mas o pior de tudo é o cristão que volta no Bolsonaro. Será mesmo que o Bolsonaro é um cristão? Jesus sempre pregou o amor ao próximo, a tolerância, a sabedoria, a caridade, a doação, o respeito... E vem esse cidadão defender tortura, armas, assassinato, chacinas, preconceito, violência, opressão contra minorias... Será mesmo que é esse o candidato que tem Deus no coração? Eu não me canso de me perguntar o que leva um cristão a votar em um candidato que defende tantas coisas ruins para o próximo e para a humanidade.


Fora que, politicamente falando, Bolsonaro está totalmente contra os mais pobres, porque apoia todas as medidas desastrosas do governo Temer contra a população e uma ideologia que favorece os mais ricos. O economista dele, que ele chama ridiculamente de "Posto Ipiranga", já falou de aumentar o imposto de renda para os mais pobres e diminuir os dos mais ricos (fora a volta da CPMF). Bolsonaro é um antipatriota confuso, porque apoia o entreguismo neoliberal ao mesmo tempo que defende regimes autoritários. E as propostas do Bolsonaro são uma verdadeira piada, porque se fundamentam em mentiras. O "Kit Gay" nas escolas é uma farsa desmentida pelo MEC e pela própria autora do livro, a castração química de estupradores é uma mentira porque a Constituição proíbe isso, a liberação de armas é uma mentira porque depende do poder legislativo e não do presidente, a caça aos "esquerdistas" é uma mentira porque isso seria crime político, o desrespeito ao Estado laico é totalmente inconstitucional... Ou seja, o tal "Mito" é uma grande farsa. O discurso fascistoide dele e sua postura "politicamente incorreta" em homenagear torturadores, em se posicionar contra cotas e em rebaixar mulheres, índios e quilombolas só serve mesmo para atrair tudo de mais repulsivo que há na nossa sociedade. Até a "honestidade" dele é contestável, uma vez que ele teve uma funcionária fantasma (a Val do açaí) e usou o próprio partido para fazer lavagem de dinheiro da JBS. Isso sem falar no nepotismo e no uso do auxílio moradia para "comer gente".

Devido a sua limitação intelectual, Bolsonaro não tem condições técnicas para ser presidente. A própria revista The Economist, considerada a "Bíblia" da direita liberal, já alertou o perigo para a América Latina que é ter um energúmeno como ele no cargo de maior responsabilidade do país. Um sujeito que acha que o grafeno, o nióbio, a fosfoetanolamina e o leite de ornitorrinco podem resolver o nosso problema econômico; que recomenda dentista para resolver o problema do parto prematuro; que diz que vai tirar o Brasil da ONU; que elogiou Hitler e que agrediu fisicamente outro deputado não tem a menor condição de ser presidente da república. O sujeito é um total despreparado, pois coloca em risco a estabilidade, a democracia e a economia.


Isso parece um democrata?

Por tudo isso, acho que a direita brasileira precisa ser refundada. O PSDB se aliou ao fisiologismo e se vendeu ao neoliberalismo. O DEM virou um subpartido. O NOVO é um projeto de partido neoliberal sem qualquer base eleitoral. Daí o que resta para boa parte da direita brasileira é ter que votar nesse projeto de Hitlerzinho tropical por não ter nomes conservadores ou patriotas em quem votar. É nessas horas que eu sinto saudade do renomado Enéas, que fazia parte da direita nacionalista e desenvolvimentista que praticamente inexiste no Brasil de hoje.
O mais irônico de tudo é que o candidato que hoje mais se aproxima da direita nacionalista é o Ciro Gomes, rotulado pelos nossos reaças como um "comunista" fundador do Foro de São Paulo e da Ursal. Durma com um barulho desses...

Para terminar, vou deixar alguns vídeos para reflexão:





8 comentários:

  1. Que saber dane-se o Brasil que meu nordeste independente

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  2. Hoje vi Haddad no Recife fazendo campanha e você

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  3. É como diz um velho sábio se Bolsonaro for pro segundo turno o outro ganha

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    1. A Direita está fazendo uma das suas maiores burradas, estão apostando muito em bolsonaro e no final talvez haddad ou ciro vai para o segundo turno e ganhem de lavada sobre ele, até o PSDB tá alfinetando o Bolsonaro e alertando a direita disso, porém não adiantará nada, de qualquer jeito o bolsonaro vai perder.

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  4. Sei que se trata de uma matéria antiga, mas...
    "o candidato que hoje mais se aproxima da direita nacionalista é o Ciro Gomes"
    Como assim, cara foi vendido pela própria esquerda como um progressista e foi majoritariamente apoiado pela esquerda liberal mais "lacradora", que adora fofocar sobre BBB, Fazenda e assistir Netflix, até o Felipe Neto votou nele

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    1. Ciro é um camaleão político, ele muda de postura de acordo com a conjuntura. Basta ver a quantidade de partidos políticos pelos quais ele passou. Ciro já flertou com a esquerda progressista lá em 2002. Hoje, ele se comporta como um social liberal nacional desenvolvimentista. Em todo caso é melhor do que ser reacionário ou neoliberal. Eu mesmo votei nele em 2018 por questões pragmáticas, porque as pesquisas apontavam que ele era o único capaz de vencer o inominável no segundo turno.

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