segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Sou viciado em correr, sim. Mas e daí?

 

É incompreensível para uma pessoa sedentária que alguém possa ser literalmente viciado em correr. Isso porque correr para quem está fora de forma é uma verdadeira tortura: dói a perna, dói o joelho, dói de lado na barriga, falta ar e no dia seguinte parece até que você tomou uma surra. Mas para quem corre regulamente há anos, a corrida é tão natural quanto escovar os dentes após as refeições. O problema é que a corrida, assim como qualquer outra atividade física prazerosa, causa dependência. Nas últimas semanas, tive que reduzir para menos da metade meu volume semanal de corrida para melhorar de uma dorzinha chata na canela que me incomoda há algum tempo. E o simples fato de não treinar por alguns dias já me deixa mais estressado, com piora da minha dermatite, com o sono quebrado, com medo de engordar e até com um pouco de desânimo com a vida. Esses são sintomas de abstinência de endorfinas liberadas pelo exercício físico. Este fato que mostra que eu tenho uma espécie de "vício" em correr. E, sim, ao contrário do que muitos pensam, corrida vicia.

A corrida é algo que está tão enraizado na minha vida que mesmo que correr fizesse mal para saúde, eu ainda assim continuaria correndo. A corrida é para mim o que o cigarro é para o viciado em nicotina. Isso porque a corrida me desestressa, me dá mais ânimo, me traz bem-estar, melhora minhas dores de cabeça, me faz me sentir vivo e dá a sensação de que o dia não foi desperdiçado. Dizem que isso se trata de um tipo de vigorexia, mas para quem já sofreu na pele os malefícios do sedentarismo, ainda acho muito melhor a vida de um corredor ativo com algumas dores do que um sedentário sem fôlego, sem força e sem saúde. Entre morrer parado e morrer correndo, prefiro a segunda opção.

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